A projeção recente conta de estudo global da consultoria McKinsey em conjunto com Bloomberg New Energy Finance: carros elétricos responderão por dois terços da frota de automóveis das cidades mais caras do mundo em 2030. Por três razões: regulamentações mais rigorosas de emissões, queda dos custos das tecnologias e maior interesse do consumidor por produtos limpos.
São Paulo talvez não será uma dessas cidades, pelo menos nesse mesmo prazo. Mas o Salão do Automóvel, que acontece de 10 a 20 de novembro na capital paulista, sugere que alguns fabricantes já estão preocupados aos menos em mostrar aos futuros consumidores que dispõem de tecnologias e produtos para quando essa realidade estiver bem mais próxima aqui.
Além de produtos híbridos já bem conhecidos dos brasileiros, como Toyota Prius ou Ford Fusion Hybrid, e outros inéditos, casos do Kia Niro e do ainda conceito Volkswagen Golf GTE Sport, os mais de 700 mil visitantes aguardados para a mostra conhecerão investidas de vários fabricantes em modelos elétricos puros.
Uma montadora, em especial, tornou-se ícone da tecnologia elétrica: a Tesla, que fará sua estreia no evento. A empresa californiana, fundada há apenas 13 anos, mostrará versões de seu Model S, carros esportivo que tem autonomia de 435 quilômetros e que acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,5 segundos.
Eficiência energética é, na verdade, a expressão da moda na indústria brasileira desde que o Programa Inovar-Auto, iniciado em 2012, estabeleceu que os fabricantes que atingissem índices médios de consumo em sua gama de produtos recolheriam menos tributos. Antonio Megale, presidente da Anfavea, afirma que mostra paulistana será palco da Geração Inovar-Auto de veículos.
Não é o caso ainda, porém, de produtos nacionais elétricos ou híbridos. Todas as montadoras que prometem atrações para o segmento terão somente modelos importados.
A General Motors é uma delas. A montadora trouxe especialmente para o evento o Bolt, “carro elétrico acessível de maior autonomia do seu segmento”, como assegura a empresa.
Com baterias de íons de lítio, o modelo pode percorrer, apenas com uma única carga, mais de 380 quilômetros. Ou, pelos cálculos da montadora, cerca de cinco vezes o que um motorista comum roda diariamente em média.
O Bolt é abastecido por meio de cabo de energia conectado a uma tomada. O sistema doméstico expresso de 240V permite que as baterias sejam recarregadas rapidamente. Uma hora de energia elétrica corresponde a cerca de 40 quilômetros de autonomia. Em estações públicas de alta voltagem, bastam trinta minutos para que o carro esteja apto para rodar 150 quilômetros.
O carro é fabricado nos Estados Unidos, é começa a ser vendido por cerca de US$ 30 mil, já considerando incentivos tributários.“O papel do Bolt no Salão de São Paulo é o de mostrar ao brasileiro a liderança tecnológica da marca Chevrolet na eletrificação de veículos”, diz Marcos Munhoz, vice-presidente da GM do Brasil.
Diferente da GM com o Bolt, a Peugeot mostrará apenas uma tendência do que pode ser seus esportivos do futuro. O Fractal é um conversível dotado de motores elétricos traseiros com potência total de 204 cv e autonomia de 450 quilômetros.