PSA produzirá utilitários no Mercosul

A PSA investirá na produção de uma linha de utilitários no Mercosul, composta por três diferentes modelos que serão lançados entre 2017 e 2021. A informação é do presidente da PSA para o Brasil e América Latina, Carlos Gomes, adiantando que o local onde será instalada a nova linha só será comunicado em março. Ressaltou, no entanto, que será em complexo já existente na região, ou seja, El Palomar, na Argentina, ou Porto Real, RJ.

O primeiro utilitário com produção própria da PSA será lançado no fim do próximo ano, segundo revelou Gomes na quarta-feira, 9, durante a prévia do Salão do Automóvel de São Paulo, que abre suas portas ao público na quinta, 10, no São Paulo Expo. O modelo, assim como os demais da linha, terá nomes diferenciados para as marcas Peugeot e Citroën. “Será o mesmo utilitário, mas com denominação diferente e alguns detalhes específicos para cada uma das duas marcas.”

Ainda segundo o executivo, a empresa manterá a parceria com a Fiat na fábrica de Sete Lagoas, MG, de onde saem os utilitários Peugeot Boxer e o Citroën Jumper, além do Fiat Ducato. De acordo com Gomes, esses modelos contam com um público fiel no Brasil e, por isso, continuarão sendo produzidos no complexo mineiro enquanto tiverem demanda local.

Gomes não quis revelar maiores detalhes sobre os novos utilitários, dizendo apenas que serão no segmento abaixo de 3,5 toneladas. O executivo fez um balanço positivo do desempenho da empresa no Mercosul este ano, garantindo que ao considerar as duas marcas houve crescimento nas vendas e, o mais importante, a PSA opera com lucro na região pelo segundo ano consecutivo.

A expectativa do grupo é vender perto de 185 mil unidades este ano na América do Sul, com crescimento próximo de 20% em relação a 2015. No mercado brasileiro a Peugeot tem desempenho positivo, enquanto a Citroën acompanha a queda média do mercado. Juntando as duas, a PSA ampliará participação no Brasil de 2,3% para 2,6%.

Para 2017, Gomes projeta crescimento de 5% nas vendas do mercado como um todo, enquanto espera crescimento de 10% dos emplacamentos da PSA. “Renovamos nossa gama, o que favorecerá nossas marcas. Temos o novo Peugeot 208 que chegou ao mercado no meio do ano com motor 3 cilindros PureTech, o novo 3008 que estamos expondo no Salão do Automóvel e lançaremos no primeiro trimestre do ano que vem o novo Citroën C4 Picasso, também presente nesse evento.”

Gomes disse ainda que a empresa tem conseguido crescer em outros países da região, como no Chile, por exemplo, que é abastecido pelas operações europeias. Com relação ao mercado brasileiro, disse acreditar que a retomada será lenta e gradual, sem grandes saltos nos próximos anos. “O que acredito é que os próximos três anos serão melhores dos que os últimos três.”

Chery prepara novo ciclo de produtos

A Chery inicia nova fase no País alinhada com a estratégia global da companhia chinesa. Para o mercado nacional, a montadora realiza ajustes na sua linha de produção para incluir na unidade mais duas plataformas, um sedã, o Arrizo, e o SUV, Tiggo. Assim, de acordo com Luís Curi, vice-presidente da empresa no Brasil, até o fim de 2017, a fábrica de Jacareí estará produzindo QQ, Celer, Tiggo 2, Arrizo e Tiggo 7. “Recomeçaremos de maneria gradual, com o Tiggo 2 no começo do ano, e os outros dois modelos no segundo semestre”, revelou o executivo durante prévia do Salão do Automóvel de São Paulo, na quarta-feira, 9.

Diante da difícil situação na qual atravessa o mercado nacional de veículos, desde o começo da segunda metade do ano, as atividades produtivas em Jacareí estão suspensas, com os funcionários em regime de lay off. O período foi utilizado pela companhia para promover os ajustes necessários nas linhas para receber as novas plataformas. “Estamos dando dois passos para trás para dar um grande salto”, resume Curi. “Em um primeiro momento buscamos estrutura para iniciar a produção do terceiro modelo, o Tiggo, o primeiro passo da nova estratégia com lançamento quase simultâneo com a China.”

Segundo o vice-presidente da Chery, o momento difícil pelo qual passa o mercado nacional trouxe uma nova maneira de pensar para a operação de Jacareí, por enquanto, a única marca chinesa a produzir no País. Além de introduzir uma nova geração de produtos, a unidade também será polo exportador da empresa. “A nova estratégia nos oferece mais oportunidades e já estamos em processo de homologação dos modelos em novos países. A Argentina será o primeiro mercado”, revela Curi, sem precisar quando começará os embarques, mas adianta que em futuro próximo de 10% a 15% da produção nacional da Chery seja destinada à exportação para outros países da América do Sul.

Para o ano que vem, Curi ainda enxerga um período de dificuldades, “melhor que 2016, mais ainda incerto no quanto melhora”. Com os novos produtos, no entanto, o vice-presidente espera vendas melhores para a marca, embora prefira não revelar números. De acordo com a Abeifa, no acumulado até setembro a empresa negociou pouco mais de 670 unidades.

Com a chegada das novas plataformas também a empresa espera fazer novas contratações para a fábrica – hoje a unidade possui 500 funcionários, mas já teve 650 -, como também reforçar a rede. Curi conta que nos últimos anos foram fechadas 44 casas, reduzida atualmente a 37 endereços. “Faz parte do meu papel também prospectar negócios como novos parceiros.”

No Salão do Automóvel, a empresa mostra os novos produtos planejados para o País, como também os que funcionam como termômetro da reação do público, como o Arrizo 7, um outro sedã da família.

Citroën estuda produção do Cactus no Brasil

A Citroën planeja lançar um carro novo por ano em cada uma das regiões nas quais atua, o que inclui a América do Sul. Ao fazer tal comentário a CEO mundial da Citroën, Linda Jackson, informou que há estudos para a produção do Cactus no Brasil, como também de um novo SUV. “Até 2021 lançaremos mundialmente de dez a treze modelos e alguns deles virão para cá”, informou a executiva na quarta-feira, 9, na prévia do Salão do Automóvel de São Paulo, que a partir da quinta-feira, 10, estará aberto ao público no São Paulo Expo.

Linda está no Brasil justamente para participar do principal evento automotivo da América Latina, no qual a Citroën faz a avant-première do novo C4 Picasso, que chegará ao mercado com preços a partir de R$ 118,9 mil, na versão cinco lugares, e R$ 128,9 mil na de sete. Também mostra pela primeira vez na América Latina o Concept Aircross, um dos futuros modelos da marca que poderá ser candidato ao novo SUV a ser fabricado por aqui.

Há dois anos no cargo de CEO da Citroën, a executiva falou dos planos da marca de crescer 30% mundialmente até 2021 e recuperar seus diferenciais do passado, dentre os quais priorizar o conforto em seus veículos: “Já estamos neste caminho, o novo C4 é parte dessa estratégia de crescimento. A ideia é acelerar ao máximo nosso processo de lançamentos e ter novos produtos o mais rápido possível em todas as regiões”, destacou Linda, sem adiantar em qual data exatamente começará o tal processo especificamente na América do Sul.

Internet – Ela lembrou ainda que quando assumiu a empresa havia muito pouco investimento em internet, o que mudou bastante nos últimos dois anos. Dentre as novidades nessa área o Brasil está sendo pioneiro em lançar o Citroën St@rt, versões e-commerce do compacto premium C3 e do Aircross, com venda exclusiva pela Internet e preços 8% abaixo dos cobrados nas concessionárias – a partir de, respectivamente, R$ 43.990 e R$ 53.690. A compra pode ser feita pelo site específico www.citroenstart.com.br, 24 horas por dia, sete dias por semana, de forma simples e rápida. “O Brasil está sendo pioneiro neste projeto e pretendemos aprender com a experiência daqui.”

Com relação ao Cactus, a CEO da Citroën destacou que o sucesso do modelo foi além do que a marca esperava: “Nossa proposta era vender 70 mil e vendemos 100 mil em menos de um ano, comercializando-o inclusive fora da Europa. Por isso estamos olhando o modelo com atenção, avaliando onde mais ele poderá ser fabricado e o Brasil faz parte desses planos”.

Linda atribuiu a perda de participação da marca mundialmente, incluindo o mercado brasileiro, ao fato de a marca ter deixado de ser diferente como era no passado. “Passamos a copiar os outros e com isso perdemos terreno. Mas queremos recuperar nossos diferenciais e um deles é a questão do conforto”, comentou a executiva, dizendo que a meta para o Brasil é atingir market share de 1,5% em 2017 ante os 1,24% que registra este ano.

Além dos lançamentos e do elétrico E-Méhari, a Citroën também mostra no Salão do Automóvel três showcars inéditos criados no Brasil a partir de modelos produzidos localmente: o C3 City Rider, um hatch urbano e dinâmico, o C4 Lounge Sportmarine, com personalidade esportiva, e o Aircross Beachcrossover, versão aventureira para as dunas e praias do Brasil.

Três de uma vez

A Renault deflagra oficialmente no Salão do Automóvel de São Paulo o que prefere chamar de “ofensiva de SUVs na América Latina’’. A montadora apresenta de uma só vez ao consumidor brasileiro três utilitários esportivos que estarão nas ruas brasileiras no transcorrer do ano que vem.

Dois deles, Setor e Kwid, produzidos no complexo industrial Ayrton Senna em São José dos Pinhais, PR. O terceiro, o grandalhão Koleos, virá importado da Coreia.
Olivier Murguet, presidente da Renault na América latina, não esconde o entusiasmo com o recente desempenho do segmento e seu potencial na região. “É difícil dizer quanto os SUVs representarão das vendas no futuro. Hoje eles respondem por uns 20%, mas há cinco anos era a metade disso”, recorda o executivo.

Murguet tem absoluta certeza de que os utilitários esportivos são mesmo a bola da vez da indústria automobilística. “É um produto desejado por todos os tipos de consumidores. Tanto que estamos oferecendo produtos o Kwid, que será nosso carro de entrada, um médio, o Captur, e um topo, o Koleos.”

Hoje fatia de 15% a 20% do que a marca vende na América Latina já é composta por utilitários esportivos. Com os novos produtos, diz o presidente da Renault para a região, essa relação chegará perto de 50%.

O primeiro a chegar às ruas será o Captur, já em fevereiro. No entanto, a produção do modelo, que utiliza a plataforma do Duster – na Europa ele é um tanto menor, deriva da base Clio –, começou na semana passada no Paraná.

O utilitário esportivo concorrerá, sobretudo, com modelos como Nissan Kicks e Honda HR-V e Chevrolet Trakker. Sairá da linha de montagem com motor 1.6 SCE, outra novidade nacional que começa a equipar outros produtos locais. Além dele, a Renault também já produz o 1.0 SCE de 82 cv com bloco de alumínio, assim como o novo 1.6. O novo 1 litro equipa Sandero e Logan e estará presente no Kwid.

Os três novos utilitários esportivos serão lançados em um momento que Murguet já julga de estabilidade para o mercado brasileiro. Em 2017, projeta o executivo, o Brasil deve consumir perto de 2 milhões de automóveis e comerciais leves, o mesmo patamar esperado pela Renault para este ano.

“Mas as vendas começarão a subir novamente em algum momento que ainda não saberia definir’’, afirmou Murguet, que calcula que a poderá alcançar os almejados 8% do mercado brasileiro já no ano que vem.

Nissan apresenta nova Frontier

Com o discurso de que 2016 foi um dos mais importantes para história da Nissan no Brasil, a montadora aproveitou o fim do período e Salão Internacional do Automóvel de São Paulo em novo endereço para apresentar a nova picape Frontier, seu próximo lançamento para o primeiro trimestre do ano que vem.

“A Frontier é o modelo mais vendido da Nissan em toda a América Latina, soma mais de 80 milhões de unidades vendidas”, resumiu José Luís Valls, CEO da montadora para a região., durante conferência de imprensa do 29º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. “A nova picape irá gerar sinergias em toda região quando começar a ser fabricada na Argentina em 2018.”

A nova Frontier é a 12ª geração da picape e foi desenvolvida em parceria da Aliança Renault-Nissan com a Mercedes-Benz – cada uma das marcas tem a sua picape, como a Renault Alaskan e o recém-apresentado conceito Class X, da montadora alemã.

Como o kicks, que só com a ele a empresa conquistou 1 ponto porcentual de participação no País, também na picape a montadora aposta fichas para crescer não só no Brasil quanto na região. A montadora tem como meta ser uma das três maiores marcas da América Latina até 2022. “Já ocupamos esta posição em todos os países em que estamos presentes na região, exceto no Brasil e na Argentina, locais onde iniciamos nossas atividades industriais e comerciais mais recentemente”, conta Valls.

Para alcançar o objetivo, a Nissan precisa conquistar de 5% a 6% de participação no Brasil e na Argentina – hoje possui por volta de 3,5% e na Argentina 1,5%, mercado no qual é limitada por cotas. “Com essas fatias nos dois maiores mercados da região, teremos uma participação de cerca de 8% a 9% em toda a América Latina”, calcula Valls, considerando ser uma missão bem possível, afinal, com o lançamento do Kicks a montadora avançou em participação.

Para o mercado brasileiro em 2017 Valls trabalha com a previsão de que as vendas de veículos no País deverão ter comportamento semelhante a 2016. “A economia brasileira iniciará um ciclo de recuperação lento em 2017 e entendemos que o crescimento do PIB ficará em torno de 2%. Dessa forma, em termos de vendas de veículos, preferimos trabalhar com uma expectativa de comportamento estável ou, no máximo, de um pequeno crescimento”, analisou.

A Nissan investe R$ 750 milhões para a introdução da produção do Kicks em sua fábrica de Resende, RJ. O Brasil será o responsável por toda a produção de automóveis da marca na região, enquanto a Argentina ficará com a fabricação de picapes. A montadora já encerrou oficialmente sua produção de picapes no País em agosto passado.

Dois novos Hyundai nacionais

A Hyundai, a quarta marca mais vendida no Brasil e a de maior ascensão nos últimos três anos, parece ainda não estar satisfeita com os 10% de participação que detém atualmente no mercado interno. Tanto que apresenta no Salão do Automóvel de São Paulo dois novos produtos nacionais, ambos utilitários esportivos, segmento que mais cresce. O primeiro, o New Tucson, começa a ser vendido ainda este mês. O segundo, o compacto Creta, será lançado em janeiro.

O New Tuscon já está sendo montado na fábrica da parceira CAOA em Anápolis, GO, de onde já saem Tucson, que seguirá em linha, e iX 35, outros dois utilitários esportivos. O novo modelo, com motor 1.6 turbo a gasolina de 177 cv, transmissão automática de sete velocidades e preços a partir de R$ 139 mil reais – quase duas vezes o valor de um Tucson de entrada –, entra como um degrau no portfólio exatamente entre os dois outros SUVs.

Mauro Correia, vice-presidente da COA, não declara os investimentos feitos para produzir o novo modelo. Assegura, porém, que a planta goiana passou por importantes melhorias nas áreas de montagem e que o New Tucson é montado em linha exclusiva. “A capacidade segue de 86 mil veículos anuais. Na verdade, eliminamos alguns gargalos para pode fabricar o novo modelo’, afirma, o executivo, que afirma que novos robôs foram incorporados em Anápolis.

Se o New Tucson é reforço entre os produtos mais caros da marca, o Creta promete atrapalhar concorrentes como Nissan Kicks, Ford Ecosport ou Renault Duster. O modelo derivado da plataforma do Elantra começa a ser produzido na fábrica da Hyundai do Brasil em Piracicaba, SP, com motores 1.6 de 130 cv e 2.0 de 166 cv, transmissão automática e manual.

A montadora ainda não revela o potencial de mercado e de produção imaginado para o novo SUV, que inicialmente será oferecido somente no mercado interno. Rodolfo Stopa, gerente de produto da montadora, no entanto, não descarta sua exportação em um segundo momento, a exemplo do que ocorreu com o outro único fabricado em Piracicaba, o HB20.

A Hyundai não antecipa preços do novo SUV, mas diz que todas as versões terão elevado índice de conteúdo de série. A montadora cita dispositivos como controle de partidade em rampa, monitoramente de pressão de pneus, sistema stop and GO, seis air bags de séries, controle de estabilidade, direção elétrica e até banco do motorista com ventilação interna, faróis direcionais, dentre outros.

Conceito – Além dos dois novos produtos nacionais a Hyundai exibe em seu estande na mostra paulistana o novo Elantra, com três versões de R$ 90 mil a R$ 115 mil, e um veículo conceito que sugere que a montadora pode, sim, avançar por outros segmentosem futuro não tão distante. O Creta STC nada mais é do que uma picape na faixa da Fiat Toro, modelo líder de mercado. A opção por um utilitário do gênero representaria vendas praticamente adicionais para a montadora presentes em duzentos países e com produção em apenas oito deles.

Ketter diz que FCA tem motivos para festejar 2016

O presidente da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, disse na terça-feira, 8, durante prévia do Salão do Automóvel de São Paulo, que a empresa tem bons motivos para festejar 2016. O executivo destacou o lançamento de três produtos totalmente novos – os Fiat Toro e Mobi, além do Jeep Compass –, informando que a FCA, considerando o grupo como um todo, está em patamar similar ao do ano passado e opera com equilíbrio em suas operações.

“Não estamos tendo grandes lucros, mas também não fizemos prejuízo este ano. Estamos no equilíbrio”, comentou Ketter. “Nossos lançamentos, incluindo novos motores, são prova de que acreditamos no Brasil”. Ele adiantou que o terceiro trimestre foi o melhor período em vendas do ano para a empresa e o quarto trimestre está melhor ainda.

No caso da marca Jeep, a FCA espera encerrar este ano com 60 mil unidades comercializadas no Brasil e projeta crescimento de 50% para o próximo, quando espera atingir 90 mil emplacamentos em função principalmente da chegada do Compass ao mercado. Sua rede foi ampliada de 40 concessionário em 2014 para 200 este ano.

A Jeep aproveita o Salão do Automóvel para mostrar esse novo SUV, que teve 1 mil unidades reservadas em período de pré-venda, o que é considerado um sucesso pelo diretor comercial da FCA e diretor da marca Jeep, Sérgio Ferreira. Também lança no salão a versão Limited do Renegade, que é a topo de linha com motorização flex e teve preço fixado em R$ 97.990.

Versão nova – No estande da Fiat uma das novidades da FCA é a versão Drive do compacto Mobi, com motor flex 3 cilindros, o mesmo já lançado na linha Uno. Segundo o diretor da marca Fiat e diretor de produto da FCA, Carlos Dutra, o Mobi é o carro de melhor relação custo-benefício já produzido em Betim, MG. O volume de vendas do compacto, segundoadmitem tanto Dutra quanto Ketter, tem sido aquém do projetado quando o modelo foi concebido.

Mas, como diz Ketter, ele foi pensando dentro de um mercado diferente do de hoje, o que não significa que mais para frente os compactos – que atendem os consumidores hoje mais afetados pela crise econômica – não voltem a ter a importância de antes no contexto automotivo brasileiro. O executivo enfatizou ainda que o Mobi e a Toro são apenas as pontas do sanduíche: “Vamos completar o miolo com outros ingredientes. Faremos a maior renovação da linha Fiat no mercado brasileiro ao ritmo de um lançamento por semestre”.

Com relação ao comportamento do mercado como um todo, o presidente da FCA disse que o importante para o próximo ano não é visar quantidade, mas sim qualidade. “É importante voltarmos para o mercado real. Este ano as vendas diretas chegaram a 37%, o que significa que a retração no varejo foi maior do que a dos emplacamentos totais. O ideal seria que o varejo voltasse a responder por pelo menos 70% das vendas”.

Ketter também falou sobre exportações, lembrando que a fábrica pernambucana da Jeep, em Goiana, foi concebida para atender outros mercados e é hoje uma das mais competitivas dentro do grupo. Admitiu que há negociações para exportar produtos Jeep para países fora da América do Sul, mas disse que por questão de sigilo de negócio não poderia revelar os locais.

Volkswagen cria nova região de negócios

Nova ação estratégica da Volkswagen redistribuiu sua atuação compondo o mundo com novas regiões, uma delas, denominada SAM, engloba América do Sul, América Central e Caribe. Composta por 29 países, com uma população em torno de 500 milhões de pessoas, tem potencial de mercado de 4,4 milhões de veículos/ano. A região será comandada pelo presidente da Volkswagen do Brasil, David Powels, a partir de São Paulo, com equipe de 69 pessoas focadas no aumento de participação da montadora. “Este é um momento novo da marca com o objetivo de crescer em toda a região com novos produtos e ofertas tanto de veículos locais quanto importados”, revelou Powels durante coletiva de imprensa do 29º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, na terça-feira,8.

David Powels também aproveitou o evento para reafirmar o plano de investimento de R$ 7 bilhões recentemente anunciado para quadriênio 2016-2020. Segundo o presidente da companhia, parte do valor será utilizado para o desenvolvimento de quatro novos produtos baseados na plataforma mundial da marca MQB, com lançamentos previstos a partir de 2018. Da nova família deverão surgir o sucessor do Gol, um novo modelo de picape urbana e um SUV compacto.

O estande da Volkswagen é um dos maiores do Salão do Automóvel em novo endereço, o São Paulo Expo. No espaço a montadora apresenta doze novidades para o mercado brasileiro, como a nova Amarok, as versões Track tanto do Gol quanto do UP e os novos Golf Variant e do Tiguan, ambos equipados com motor TSI 1.4.

A montadora também mostra os conceitos Budd-e, o primeiro carro conceito da marca desenvolvido com propulsão elétrica modular, com emissão zero de poluente e autonomia de aproximadamente 500 quilômetros; o T-Cross Breeze, conceito de SUV esportivo conversível com participação de designers brasileiros; e o Gol GT Concept, um show car totalmente pensado pelo time de profissionais de estilo da Volkswagen do Brasil.

O tema conectividade também tem espaço dedicado no estande da Volkswagen, com experiências por meio de realidade de virtual, possibilidade de testar as tecnologias oferecidas pela montadora em seus veículos.

Governo estuda redistribuição cotas de importação

Governo avalia alternativa de permitir acréscimo nas cotas de importação por meio dos volumes que não foram utilizados no ano anterior pela importadora e, então, redistribuídos para outras empresas que precisam de volume maior. A revelação foi feita durante conferência de imprensa no 29º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, a ser aberto ao público a partir do dia 10 de novembro.

Segundo Gandini, trata-se de uma resolução que está em pauta no Ministério da Indústria e do Comércio e que poderá ser anunciada nos próximos dias. O dirigente, no entanto, ainda não sabe dizer como estas novas cotas seriam distribuídas. “Fizemos uma série de sugestões e estamos aguardando. Sem dúvida será importante e ajudará muito o segmento de importados”, enfatiza.

Em sua apresentação, Gandini tornou a fazer um apelo para que o atual Governo Federal reconsidere pontos do Inovar-Auto, como impor a sobretaxa de 30 pontos porcentuais ao veículo importado que desembarca no País além do limite da cota. “Pagamos os impostos normais e, com o atual câmbio, os 30 pontos porcentuais torna ainda mais difícil a nossa atividade no Brasil. O importador precisa de isonomia para possa ser competitivo em relação aos nossos concorrentes aqui.”

Gandini lembrou que o atual governo federal posicionou-se contrário ao protecionismo e que por isso, poderá surgir no futuro breve perspectivas de o Brasil tornar-se mais competitivo por meio da inovação e desenvolvimento de novos produtos. “Isto somente será possível por meio da competição sem protecionismos”, ressalta.

Para ilustrar o tamanho do problema enfrentado hoje pelos importadores no mercado brasileiro, Gandini contou que, no caso específico da Kia Motors, a empresa comercializou no Brasil cerca de 80 mil veículos em 2011, mas que em 2016 o volume negociado chegará no máximo a 10 mil unidades. Também a marca possuía rede de 180 concessionários naquele ano e hoje conta com somente 105 casas. “Empregamos 7 mil pessoas e recolhemos mais de US$ 1 bilhão em impostos em 2011. Hoje somos 2 mil pessoas e iremos recolher aos cofres públicos no máximo US$ 120 milhões neste 2016.”

No Salão pela 13ª vez consecutiva, a Kia lança na exposição a terceira geração do sedã Cerato, que deixa de ser trazido da Coreia para vir do México por R$ 76 990,00 em versão única. Mostra também três novidades como o SUV compacto híbrido Niro, a sedã Cadenza com sistema de alimentação direto e o sedã Optima, com injeção direta e turbo, além das novas versões dos modelos mais conhecidos do público brasileiro como Sportage, Sorento, Picanto e da GranCarnival.

Honda faz estreia mundial do WR-V

A Honda aproveitou o Salão do Automóvel de São Paulo para promover a estreia mundial do seu novo SUV compacto, o WR-V, modelo desenvolvido sob a liderança da engenharia brasileira e que atenderá não só o mercado brasileiro mas também outros países da América do Sul. Sua produção será iniciada na fábrica de Sumaré, SP, no primeiro semestre do próximo ano, conforme revelou na terça-feira, 8, o vice-presidente da Honda Sul América, Roberto Akiyama.

Sem revelar detalhes técnicos e de motorização do modelo, o executivo adiantou apenas que o modelo tem 4 m, sendo cm menor do que o HR-V, e deverá ser lançado no Brasil no segundo trimestre de 2017. Com relação ao preço, revelou que WR-V terá valores entre os praticados para o Fit e o HR-V.

Akiyama não quis falar sobre quando poderá ser ativada a fábrica de Itirapina, também no Interior paulista, que já foi concluída mas teve início de operação adiada até que o mercado melhore. “Ainda não sabemos quando isso ocorrerá”, destacou o executivo, deixando claro que dificilmente Itirapina entrará em operação no próximo ano. “Acreditamos que as vendas em 2017 serão similares às deste ano, se houver crescimento será pequeno”.

Ele até admitiu que a Honda poderá ter no ano que vem desempenho melhor do que a média das marcas que atuam no Brasil em função do novo produto, mas disse que a fábrica de Sumaré tem flexibilidade para ampliar a produção caso seja necessário, com uso, por exemplo, de horas extras.

Akiyama preferiu não adiantar projeções de produção e vendas do WR-V e nem do total da marca no próximo ano, comentando apenas que após crescer 11% no ano passado, atingindo 153 mil emplacamentos, a marca encerrará 2016 com a comercialização de 123 mil unidades.

O CEO mundial da Honda, Takariro Hachigo, e o presidente da empresa na América do Sul, Issao Mizoguchi, também estiveram na apresentação do novo SUV no São Paulo Expo, onde acontece este ano o São do Automóvel de São Paulo.

Além do WR-V a empresa apresenta em seu estande de 1.900 m² uma nova versão do HR-V, a Touring, a geração 10 do Civic, dentre outros modelos aqui produzidos. De fora trouxe o Clarity Fuel Cell, sedã movido por célula de hidrogênio, que emite apenas vapor d’água, e o conceito Project 2&4, que utiliza motor de Moto GP  em um veículo de quatro rodas, reunindo assim as competências da Honda em mobilidade nos dois segmentos.