Toyota é maior vencedora do Prêmio AutoData 2016

Mais duzentos convidados estiveram presentes na cerimônia de entrega do troféu aos vencedores do Prêmio AutoData 2016 – Os melhores do Setor Automotivo na noite de quinta-feira, 24, no Burlesque Paris 6, em São Paulo.

A Toyota consagrou-se a maior vencedora do que foi a 17ª edição consecutiva do Prêmio AutoData, um dos mais cobiçados reconhecimentos do setor Automotivo. Além de levar o título de Empresa do Ano, nomeada dentre todas as vencedoras das doze categorias por um conselho de notáveis formado por Alencar Burti, André Beer, Luiz Carlos Mello e Francisco Bueno, também venceu como Montadora de Automóveis e Comerciais Leves e seu presidente, Steve St.Angelo, foi escolhido como Personalidade do Ano.

Neste ano disputaram o Prêmio AutoData 45 empresas, escolhidas anteriormente pelos jornalistas da AutoData Editora, em doze categorias, além de quatro específicas de veículos e a Personalidade do Ano. O objetivo da premiação é motivar as empresas e seus comandos a buscar continuamente inovação e eficiência ao setor automotivo em seus processos e produtos.

Os vencedores do Prêmio AutoData foram escolhidos pelo voto direto dos leitores da revista AutoData e da Agência AutoData de Notícias e dos participantes do Congresso AutoData Perspectivas 2017, realizados em 17 e 18 de outubro, em São Paulo.

Os vencedores do Prêmio AutoData 2016

Montadora de Automóveis e Comerciais Leves – Toyota
A Toyota continua rodando ao largo da crise. Manteve-se estável ao longo de 2015 e chegou, inclusive, a obter aumento de participação no mercado, mesmo com a queda de 20% do mercado em geral. Graças a isto, confirmou e inaugurou sua fábrica de motores em Porto Feliz, SP, projeto que consumiu investimentos da ordem de R$ 580 milhões, e concluiu as obras de ampliação da planta de Sorocaba, também no Interior paulista, onde produz o Etios, podendo expandir a oferta do modelo em 50%, de 84 mil para 108 mil unidades/ano.

Montadora de Veículos Comerciais – Mercedes-Benz
A montadora alemã está comemorando 60 anos de atividades no País. A marca é uma das lideres históricas do mercado brasileiro em praticamente todos os segmentos em que atua e, neste ano, inclusive, confirmou seu retorno produtivo também ao segmento de automóveis. A empresa comemorou seu aniversário confirmando sua crença no futuro do mercado brasileiro e seus planos para o futuro.

Montadora de Máquinas Agrícolas e de Construção – John Deere
A John Deere anunciou investimentos de R$ 80 milhões no Brasil para nacionalizar tratores de esteira e máquinas de construção que já vende no mercado brasileiro como produtos importados. Serão fabricados aqui os modelos 700J, 750J e 850J. O início da produção está previsto para 2018 na fábrica de Indaiatuba, SP, unidade que será ampliada em cerca de 3 mil m² para receber os novos modelos.

Sistemista – ZF
Desde outubro de 2015 a ZF opera um programa que tem por objetivo promover melhorias na sua base de fornecedores estratégicos que, no ponto de vista da companhia, podem conseguir evoluir em gestão, produtividade e competitividade. O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores ZF abrange 25 parceiras das categorias tear 2 e 3 e foi dividido, a princípio, em dois módulos: financeiro e de produção. O primeiro é realizado por profissionais do IEL e o segundo por profissionais da própria ZF.

Fornecedores de Peças, Partes e Componentes – Maxion Wheels
A Maxion Wheels inaugurou nova fábrica de rodas de alumínio em Limeira, SP. A nova unidade, que consumiu investimentos da ordem de R$ 120 milhões, está localizada no mesmo terreno que já abrigava sua fábrica de rodas de aço para veículos leves. Em sua primeira fase a fábrica terá capacidade para produzir 800 mil rodas/ano e até 2018 poderá chegar a 2 milhões, dobrando, na prática, a sua atual capacidade de produção do produto.

Produtor de Motores – MWM Motores
A MWM Motores continua firme em sua estratégia de expandir os negócios externos para driblar, ao menos em parte, a retração das vendas internas. Neste ano, em um de seus maiores negócios, fechou acordo com a empresa sul-coreana Doosan Infracore, fabricante de motores, por meio do qual a companhia asiática passará a oferecer em sua rede de distribuição os motores Acteon 4.8L, voltados para a geração de energia. O acordo de cinco anos prevê a venda de 2,5 mil motores anuais para o mercado da Coréia do Sul. A MWM está se consolidando como uma das grandes exportadoras do setor automotivo brasileiro. Em 2015 suas exportações já haviam crescido 30% e, neste ano, a previsão até dezembro é de nova alta, desta vez entre 10% e 15%. Parta alcançar esta meta, a empresa aposta em mercados pouco tradicionais como o da Coreia do Sul, além da Indonésia, Turquia e o Egito.

Encarroçador de Ônibus – Marcopolo
Por meio de uma megafusão que foi anunciada no final de 2015, a Marcopolo incorporou as atividades de sua concorrente Neobus, formando uma única companhia que hoje responde por mais de 50% da produção de carroçarias de ônibus do Brasil. A incorporação foi a fase final de um negócio iniciado em 2007, quando 39% das ações da San Marino Ônibus, dona da marca Neobus, tinham sido adquiridas pela Marcopolo. Em sua nova fase, a gestão das empresas continuou separada tanto em termos comerciais como industriais e as marcas e seus produtos foram preservados no mercado como independentes. Os antigos controladores da Neobus assumiram a posição de acionistas da Marcopolo e permaneceram à frente da gestão das operações da marca.

Produtor de Implementos Rodoviários – Randon
A Randon Implementos colocou em prática no início de 2016 uma nova etapa de sua reorganização produtiva e empresarial, por meio da qual quer aproximar suas linhas de produto dos principais mercados consumidores. Dentro desta estratégia um dos alvos foi o segmento de veículos leves. A empresa decidiu concentrar toda a produção dos modelos desse segmento em sua unidade produtiva de Guarulhos, SP, a fim de obter escala competitiva e estar perto do seu principal polo consumidor.

Qualidade e Parceria – Bosch
A Bosch é uma das sistemistas que mais investe e aposta em controle de produção e qualidade. Dessa forma, tem presença constante nos prêmios da maioria das montadoras instaladas no Brasil. Com constantes aportes em processos e tecnologia, a empresa também tem sido citada com constância nas últimas edições do Prêmio AutoData. Este já é o terceiro ano que a Bosch surge entre os quatro primeiros colocados do Ranking AutoData de Qualidade e Parceira sendo que, neste ano, ocupou a terceira colocação.

Gestão – Audi e Ford Caminhões
Ao retomar suas atividades produtivas no Brasil, a Audi inaugurou também uma nova fase administrativa com nova sede em São Paulo que priorizou mais interação dos profissionais que lá trabalham com o objetivo de traduzir uma nova mentalidade de trabalho no País. O novo escritório paulista abriga 150 colaboradores – mais que o dobro do que tinha dois anos atrás – e funciona de forma totalmente integrada, com várias inovações, a maioria definida no próprio espaço da sede. O objetivo é deixar claro que a Audi é uma empresa moderna, de mente aberta, com todos trabalhando interligados e satisfeitos com o que fazem.

A Ford Caminhões lançou um inédito serviço na área de pós-venda: o contrato de manutenção para caminhões usados. O programa oferece aos frotistas uma opção que, até então, estava disponível somente para os veículos zero-quilômetro. A exemplo do que já acontece com os veículos novos, no caso dos usados o programa pode ser contratado com ou sem a inclusão de peças de desgaste natural e com valores mensais predeterminados e atendimento em todo território nacional.

Inovação Tecnológica – Volvo
A Volvo passou a oferecer aos transportadores o Dynafleet, recurso embarcado nos veículos da marca que permite o gerenciamento da frota por meio de pilares como posicionamento de consumo e desempenho. Os dados obtidos são transformados em relatórios e, a partir deles, é possível encontrar-se soluções para as deficiências recorrentes nas rotas. O acesso às informações pode ser feito por computadores, tablets ou smartphones.

Exportador – Scania
A Scania está se consolidando como a maior exportadora de caminhões e ônibus do País. Suas exportações deverão crescer 30% em relação ao ano passado e atingir US$ 1 bilhão no ano. Com esta nova política internacional, a empresa passou a vender seus produtos fabricados no Brasil em 22 países. Esse crescimento reflete política mundial da montadora de integração de mercados, por meio da qual as filiais que atravessam momentos delicados como este enfrentado pelo Brasil são recrutadas para atender novos países no Exterior. Para atender à nova demanda, inclusive, a empresa produzirá no Brasil caminhões como motor Euro 6 que ainda não são obrigatórios por aqui.

Veículo Automóvel – Volkswagen Golf Geração 7

Veículo Comercial Leve – Fiat Toro

Veículo Caminhão – Volkswagen Constellation 19.330 Titan

Veículos Ônibus – Volvo B310R

Personalidade do Ano – Steve St. Angelo

Faturamento das autopeças cai 4,25%

Faturamento das autopeças em setembro aponta crescimento de 3,21% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Contudo, nos dez primeiros meses do ano, o desempenho acusa recuo 4,25% em relação à receita registrada um ano antes. Os dados são do Relatório da Pesquisa Conjuntural do Sindipeças, elaborado a partir de informações das 64 empresas associadas ao sindicato que representam 32,2% do faturamento total das indústrias de autopeças no Brasil.

A receita líquida proveniente das vendas para as montadoras em setembro foi 13,79% superior na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos nove primeiros meses, no entanto, o faturamento registra queda de 7,32%.

O faturamento das vendas para os mercados de reposição se mostrou positivo tanto no mês quanto no acumulado do ano até setembro, com altas de 4,44% e 3,85%, respectivamente. Também se mostra em crescimento a receita das vendas intrassetorial. Somente em setembro a alta é de 47,8% sobre o mesmo mês de 2015, enquanto a soma nos nove primeiros meses revela expansão de 18,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.

As exportações em reais recuaram 5,95% no período de janeiro a setembro, mas quando convertidas em dólares, resultaram em queda de 16,04%.

De janeiro a setembro o emprego no setor de autopeças encolheu 14,77% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, que fez com que a capacidade avançasse 13,26% no período.

Crescem as exportações de pneus

Balanço setorial da Anip, Associação Nacional da Indústria de pneumáticos, mostra crescimento nas exportações do setor no terceiro trimestre de 2016. De julho a setembro, as fabricantes de pneus enviaram para fora 3,3 milhões de unidades contra 2,8 milhões no mesmo intervalo de 2015, alta de 15,9%. Comunicado da entidade destaca os negócios com pneus para caminhonetes, que somaram por volta de 1 milhões de unidades de pneus para fora.

Ainda que as exportações registre crescimento, a associação ressalta que a variação cambial continua representando um dos principais gargalos para a baixa competitividade do produto nacional. “O que pode soar como positivo para a recuperação econômica do País é, de fato, preocupante, por fortalecer as importações de pneus que contribuem para o aumento do passivo gerado pelo não cumprimento das metas de destinação de pneus inservíveis por tradings e distribuidores independentes de pneus importados, determinando um acirramento da concorrência desleal”, observa em nota Alberto Mayer, presidente da associação.

De acordo com o relatório, as vendas totais de pneus no terceiro trimestre se mantiveram estável com relação ao mesmo período do ano passado. De julho a setembro, as fabricantes entregaram 17,9 milhões de pneus, o mesmo volume registrado um ano antes. As vendas para as montadoras, no entanto, com 3,5 milhões de pneus, foram 4,4% menores em relação as 3,6 milhões de unidades negociadas de julho a setembro de 2015. Segundo o balanço, o terceiro trimestre foi marcado pela queda nas vendas para montadoras em três importantes segmentos: duas rodas (-31,2%), carga (-12,7%) e passeio (-0,5%).

O setor também amargou queda nas vendas para o mercado de reposição, de 3% para 11 milhões de pneus, contra 11,4 milhões no terceiro trimestre de 2015.

“Apesar de registrarmos quedas mais amenas, os números permanecem negativos como reflexo do cenário socioeconômico nacional”, avalia o presidente da associação. “Vale destacarmos que estamos comparando 2016 com um cenário já ruim em 2015, com números inferiores aos anos anteriores.”

Nos primeiros nove meses do ano, o setor registra uma queda de produção de pneus de 1,5% em comparação ao mesmo período de 2015, devido à crise econômica. O índice também continua negativo para o mercado de reposição (-2,2%) no acumulado do ano.

Segundo o relatório da Anip, o trimestre de julho a setembro apresentou o mesmo cenário registrado há seis anos, ou seja, o investimento feito no período pela indústria de mais de R$ 15 bilhões não foi recuperado. Em 2010, foram vendidas quase 19 milhões de unidades de pneus. Seis anos depois, a indústria registra a venda de cerca de 18 milhões de pneus.

FetransRio abre suas portas

Começa na quarta-feira, 23, e vai até a quinta-feira, 25, no Rio de Janeiro, a 11ª edição da Feira Rio Transportes – FetransRio. A mostra, que foi realizada pela primeira vez em 1995, já é um dos maiores eventos da América Latina de serviços e produtos voltados ao transporte de passageiros.

A última edição, em 2014, registrou mais de 11 mil visitantes, em especial empresários e executivos atrás de negócios, além de representantes de entidades e de órgãos governamentais,

A edição deste ano congrega mais de uma centena de expositores em mais de 20 mil m² do Riocentro. Dentre eles, as principais montadoras e encarroçadoras de ônibus. A organização calcula quase uma centena de veículos expostos, com vários lançamentos.

Apresentações como o primeiro ônibus rodoviário com 15 metros de comprimento fabricado para o mercado brasileiro – um metro a mais do que os modelos convencionais. O Paradiso 1800 Double Decker é produzido pela Marcopolo apenas na configuração 8×2 sobre chassi Volvo.

Será ao grande atração do estande da encarroçadora gaúcha. Com o comprimento ampliado, o novo produto da Marcopolo tem capacidade para transportar até 60 passageiros, além de dispor de maior de mais espaço no salão inferior e no bagageiro. É possível dotá-lo de uma fileira de poltronas a mais no salão superior.

Dentre outros recursos, o veículo possui poltronas semileito com descansa-pernas, saídas USB, tomada de energia AC, além de sistema de áudio e vídeo com CD Player, DVD c/ USB, monitores de 15,6” e TV digital.

Malha rodoviária cresce, mas ainda pouco

Apesar do esforço verificado nos últimos três anos com a construção de aproximadamente 3 mil quilômetros de autoestradas – rodovias duplicadas -, a malha rodoviária brasileira segue muito atrás na comparação com países de dimensões territoriais semelhantes, aponta o estudo “Infraestrutura Rodoviária no Brasil” da consultoria Bain & Company.

Esta é a segunda versão da pesquisa. A comparação com os dados obtidos na primeira, apresentada em 2013, indica que houve evolução, mas ainda assim abaixo do ritmo verificado em outros países. Há três anos a densidade de km² construídos no País era de 1,3 km para cada mil km² de território. Hoje essa relação é de 1,7 km para cada mil km².

A atual densidade ainda é seis vezes menor do que nos Estados Unidos e China, que contam, respectivamente, com 10,6 km – 0,5 km a mais do que há três anos – e 10,9 km para cada mil km² de território. «Apesar de ser um excelente ponto de partida, esse esforço não é suficiente sequer para o Brasil acompanhar os outros países”, afirma Fernando Martins, autor do estudo.

Ainda assim, diz a pesquisa, a perspectivas para o curto prazo são mais animadoras: há pelo menos 1,5 mil quilômetros de vias em obras de duplicação. O estudo considera como rodovias qualquer via pavimenta e como autoestradas as rodovias duplicadas.

Segundo a Bain & Company, o mínimo necessário para um patamar adequado na malha rodoviária é extensão que aumente a densidade do País para 4,2 km por cada mil km² de território. Para chegar lá, porém, a consultoria estima que seriam necessários investimentos de US$ 300 bilhões por um período de doze a 15 anos em projeto que conectaria 22 capitais e cinco fronteiras comerciais por meio da construção de 20 mil quilômetros de rodovias.

“Em grande parte”, afirma Martins, “isso depende das concessões, já que locais com maior PIB per capita e corredores com potencial de pedágio representam mais de 70% da malha proposta. E nas demais regiões,como o Norte, as Parcerias Público-Privadas representariam uma excelente alternativa”.

O estudo avalia que esses investimentos, além da redução dos congestionamentos e segurança viária, assegurariam crescimento econômico, aumento da produtividade, expansão e abertura de novos mercados.

Outro nível – A pesquisa aponta um aspecto curioso: o Estado de São Paulo aparece como uma rara exceção, com malha rodoviária que alcança 23 km para cada mil km² de território. É superior à densidade da Califórnia, por exemplo, de 16 para 1, e até a da França, 21 km por cada mil km² de território.

Volkswagen quer ser líder em eletromobilidade

Depois anunciar plano de recuperação na semana passada, o que inclui redução de custo e corte de 30 mil postos de trabalho em todo mundo, a Volkswagen inicia estratégia de reposicionamento global. A marca criou programa denominado Transform 2025+, no qual define as bases do futuro da marca no que diz respeito a novos modelos, como também alcançar a liderança global em eletromobilidade.

Segundo Herbert Diess, presidente da marca Volkswagen, os objetivos são altos e a estratégia ambiciosa. “Queremos nos beneficiar da mudança levar a Volkswagen à frente na nova indústria automobilística”, disse em comunicado. “Nos próximos anos, a Volkswagen mudará radicalmente. Poucas coisas ficarão como estão.”

A nova reorientação da marca terá três fases. Na primeira, até 2020, a empresa reestruturará seu negócio com maior oferta de SUVs, ao mesmo tempo em que desenvolverá novas competências. Em um segundo momento, até 2025, a montadora pretende assumir a liderança de carros elétricos e, aqui, a estratégia também visa ampliar a base de receita da empresa por meio de novos serviços de mobilidade. Em seguida, o objetivo da marca é desempenhar o papel de liderança no “novo mundo da mobilidade até 2030”.

A empresa informa que no futuro, a eletromobilidade fará parte do núcleo da marca Volkswagen. “A partir de 2020, lançaremos nossa maior ofensiva de mobilidade eletrônica: como uma fabricante de volume, pretendemos desempenhar um papel fundamental na descoberta do carro elétrico”, revela Diess. “Não estamos apontando para produtos de nicho, mas para o coração do mercado de automóveis. Em 2025, queremos vender 1 milhão de carros elétricos por ano e ser o líder do mercado mundial do segmento. Os nossos futuros carros elétricos será a nova marca da Volkswagen.”

Para ajudar a cobrir os custos do desenvolvimento de carros elétricos e de novas tecnologias da mobilidade, além do acordo com os trabalhadores para cortar cerca de 30 mil empregos no mundo, a transição do carro elétrico será financiada, em parte, pela eliminação de mais de € 2,5 bilhões de custos com o desmantelamento de alguns modelos convencionais, enquanto o orçamento anual de investimento permanecerá estável em cerca de € 4,5 bilhões.

Na nova estratégia a marca ainda diz que desenvolverá sua própria plataforma digital. Assim, a empresa espera se aproximar mais de seus clientes, como também proporcionará desenvolver novo potencial de ganhos com uma ampla gama de serviços. Até 2025, a Volkswagen espera ter por volta de 80 milhões de usuários ativos em todo o mundo, proporcionando à empresa receita de vendas de serviços em torno de € 1 bilhão de euros por ano até 2025.

Parte relevante do novo programa estratégico tem foco os Estados Unidos, mercado onde a Volkswagen pretende deixar de ser uma fornecedora de nicho para assumir de produtora de volume. “Intensificaremos significativamente nossas atividades nos EUA, com foco nos principais segmentos do país, grandes SUVs e sedãs, nos quais expandiremos nossa gama”, diz Diess. “Em uma segunda etapa, a partir de levaremos nossos novos carros elétricos para a América do Norte e, nos próximos anos, estaremos fazendo consideráveis investimentos em infraestrutura elétrica”.

Na China, a Volkswagen pretende fortalecer sua posição de liderança com lançamentos de SUVs e também de veículos elétricos. Em outros grandes mercados como Índia, América do Sul e Rússia, o foco estará em veículos cujo argumento é a economia de combustível.

Com a nova reorientação a marca espera aumento significativo da receita de vendas nos próximos dez anos, como também melhorias na rentabilidade. Segundo a empresa, a margem operacional deve dobrar de cerca de 2% em 2015 para 4% até 2020, com um aumento adicional para 6% até 2025.

Fazemos qualquer negócio

O mercado de duas rodas no Brasil tem surpreendido de maneira negativa até mesmo os mais pessimistas observadores. Nos primeiros dez meses do ano, indica levantamento da Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, as vendas no varejo ficaram em apenas 750 mil unidades, contra pouco mais de 1 milhão em igual período do ano passado, recuo da ordem de 27%. Isso depois de queda de 11% no ano passado.

Vender motocicletas, em especial as de segmento de entrada, o mais afetado especialmente pela restrição do crédito, passou a ser um exercício diário de imaginação. Mesmo para públicos tradicionalmente mais seletos, de maior poder aquisitivo.

Prova disso são as diferentes ações que a cada semana são lançadas no mercado em complemento às tradicionais modalidades de financiamento ou ao consórcio, responsável por mais de 70% das vendas no mercado interno, mas cujo tíquete médio em setembro foi da ordem de apenas R$ 7,8 mil.

Bem aquém do custo de qualquer modelo de luxo ou de alto desempenho vendido no Brasil. Exatamente por isso criatividade e esforços financeiros tem sido quase uma imposição para essas marcas. A Ducati, por exemplo, dá um fôlego e tanto para aqueles que desejam adquirir os novos modelos XDiavel e Multistrada 1200 Enduro, produtos que variam de R$ 75 mil a R$ 90 mil.

A Ducati Financial Services tem financiamento para os dois modelos sem parcelas mensais. Pelo Ducati One Time, como foi batizado o plano, o comprador pode dar entrada a partir de 50% do valor da motocicleta e pagará o restante após doze meses da compra em uma única parcela. E, se desejar trocar de moto, poderá utilizá-la para liquidar a parcela e adquirir um novo modelo Ducati a cada ano.

“O produto foi desenvolvido para clientes que valorizam seus investimentos e aplicações, além de consumidores que recebem bonificações, prêmios e participação de lucro de empresas em períodos específicos”, diz a empresa.

A Ducati ainda tem outras opções de financiamento, como a que combina “entrada a partir de 30%, 23 prestações em média 48% menores do que num plano convencional e uma parcela final de 50% do valor da moto, com a garantia de recompra pela concessionária Ducati ao final do contrato”.

Até mesmo a recém-chegada Vespa tem procurado inovar pra atrair a clientela. Desde a segunda-feira, 21, os brasileiros poderão comprar produtos da tradicional marca italiana pela internet.

O Grupo Piaggio do Brasil, importador das motonetas, assegura que o consumidor “poderá fechar toda a compra pelo site loja.vespabrasil.com.br, sem a necessidade de se deslocar a uma loja física”. Poderá escolher modelo, motorização, cor e até acessórios e fazer o pagamento com cartão de crédito, boleto ou transferência bancária.

Quem utilizar essa modalidade de compra até 10 de dezembro ainda gozará de descontos – na compra à vista, da ordem de 10% sobre o preço de tabela.

“O consumidor tem agora a opção de pagar, receber e fazer as revisões da scooter em sua residência”, afirma, em nota, Longino Morawski, presidente da Piaggio brasileira, referindo-se ainda ao Vespa Home Service, serviço de atendimento em domicílio da entrega da scooter em qualquer lugar do País ou ainda possibilidade de fazer as revisões no local com auxílio de unidades de oficina móvel.

Salão do Automóvel teve 715 mil visitantes

A edição deste ano do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo acabou no último domingo, 20, após dez dias de pavilhões e corredores lotados e de muito trânsito nos acessos ao São Paulo Expo, complexo na Zona Sul da cidade que pela primeira vez abrigou o evento criado em 1960.

Mais de 715 mil pessoas visitaram a mostra que reuniu 34 marcas e 540 veículos em 90 mil m², segundo os organizadores. Algo como 30% do público, perto de 200 mil pessoas, vindos de outras localidades e responsáveis pela movimentação de R$ 320 milhões na economia da cidade. Os organizadores calculam ainda que o evento gerou mais de 30 mil empregos diretos e indiretos.

Ainda que com serviço de transporte gratuito entre estações de metrô e o São Paulo Expo e 4,5 mil vagas cobertas, além de outras 1 mil em área aberta, não foi fácil acessar o complexo localizado às margens da Rodovia dos Imigrantes. A estrada que liga a Capital à Baixada santista em diversos momentos teve o fluxo prejudicado pelo acúmulo de veículos no entorno do complexo.

Paulo Octávio Pereira de Almeida, vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora do evento, diz que houve perto de 1,2 mil horas de atividades interativas, em especial nos 20 mil m² externo. Lá foram realizados 35 mil teste-drives em apenas oito dias, praticamente o dobro do registrado na penúltima edição do salão, realizada em 2014 ainda no Pavilhão de Exposições do Anhembi, local que abrigou a mostra desde o começo dos anos 70.

O executivo afirma ainda que a mostra paulistana “também foi o salão mais conectado do mundo, com mais de 757 mil fãs no Facebook, e cobertura ao vivo com vídeos no Snapchat  e Twitter”.

“Estamos orgulhosos com este Salão do Automóvel. O evento atingiu nossa expectativa de ser a melhor edição da história. Saímos desta edição com a certeza de que a paixão do brasileiro pelo automóvel está mais viva do que nunca”, disse, em nota, Antonio Megale, presidente da Anfavea.

“O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo mostrou, mais uma vez, a força da indústria nacional e do setor de veículos importados. E pelas manifestações dos visitantes, pudemos observar que os consumidores estão ávidos por carros novos. Espero que a engrenagem da economia volte a se movimentar rapidamente”, comleta José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores.

Triciclos no lugar de utilitários e motocicletas.

Com seus tradicionais tuk-tuks, a Motocar, única fabricante brasileira de triciclos, parte para a competição direta com os utilitários e motocicletas. Em um cenário de aumento de desemprego e redução do poder de renda, o diretor institucional da empresa com fábrica na Zona Franca de Manaus, Fábio Di Gregório, afirma que o preço menor e a versatilidade dos produtos garantem um bom desempenho para a Motocar. Para se ter uma ideia da economia, o representante da empresa afirma que enquanto um utilitário gasta em média R$ 0,70 por quilômetro rodado, o triciclo consome R$ 0,20 para percorrer a mesma distância. Com maior presença nas regiões Nordeste e Sudeste, a companhia aposta no crescimento do chamado empreendedorismo para ampliar seus negócios e espera crescer em 2017. Di Gregório conversou com a Agência AutoData de Notícias.

Quem é o público-alvo da Motocar?
A Motocar é procurada por pessoas que buscam de uma nova fonte de geração de renda. Neste momento de dificuldade econômica passamos a ser opção para muitos empreendedores. Nossos principais concorrentes são os pequenos utilitários de carga e acreditamos que esses veículos podem ser substituídos pelos produtos da Motocar, que proporcionam economia na hora da compra, tem mais autonomia e menor custo de manutenção. Nosso público-alvo vai desde microempreendedores até empresas de médio e grande porte. Nossos veículos possuem flexibilidade para serem adaptados conforme a necessidade do negócio. Os triciclos já se transformaram em petshops, food truks, padarias, trios elétricos e floriculturas. Temos até veículos especialmente adaptados para ajudar na campanha nacional contra a dengue, com capacidade de 350 kg.

Qual é a representatividade da Motocar no País
Atualmente temos 28 concessionárias, espalhadas predominantemente nas regiões Sudeste e Nordeste. Temos plano de chegar a oitenta pontos de vendas até 2018.

Os triciclos de alguma forma não concorrem as motocicletas?
Não competimos diretamente com os veículos de duas rodas. Mas é fato que em algumas cidades brasileiras os triciclos são utilizados como alternativa às motocicletas para o transporte de passageiros, já que podem levar até três pessoas. Além disso, garantem mais conforto para quem fica sentado em uma cabine coberta. Além disso, o triciclo não exige uso de capacete e oferece mais capacidade de carga.

De que maneira a crise econômica afetou a Motocar?
Mesmo com as vendas indústria automotiva caindo 22% no acumulado do ano, nossas vendas de triciclos não registraram queda este ano. Os números estão similares aos de 2015. Nossa previsão inicial era de dobrar o número de unidades vendidas neste ano, mas a restrição econômica acabou atrapalhando os planos. Até agora vendemos por volta de 700 unidades.

Quais são as expectativas para o fechamento de 2016 e 2017?
No começo do ano a estimativa era negociar 1,2 mil unidades 2016, mas, como disse, a crise acabou afetando os planos. Mas acreditamos em uma melhora do cenário e projetamos alcançar vendas de 1,8 mil unidades no ano que vem.

Quais foram as medidas tomadas para enfrentar o atual cenário econômico?
Tivemos de rever nosso tamanho. Com o cenário delicado foi necessário fazer ajustes na estrutura com um corte de 50% na folha de pagamento, reduzindo o número de funcionários da nossa fábrica na Zona Franca de Manaus. Mas ainda assim, investimos R$ 5 milhões no lançamento de um produto e na reestilização de outros três modelos.

Metrologia e as fábricas do futuro

Atualmente a metrologia, definida como ciência da medição, é uma das áreas do conhecimento científico com maior aplicabilidade nos meios industriais, presente em inúmeros processos de tomada de decisão. Por representar um dos mais importantes instrumentos de desenvolvimento tecnológico, oferece grande contribuição para o aumento da competitividade na indústria.

Com a chegada da chamada Internet das Coisas e o crescimento da automatização, um novo cenário se desenha dentro das fábricas em todo o mundo. A indústria 4.0 promete revolucionar as linhas de montagem e gerar produtos inovadores e customizados já em futuro próximo, com robôs cada vez mais colaborativos no processo.

Diante deste cenário, novas tecnologias de medição surgem com a missão de reduzir os tempos de análise e aumentar a precisão dos resultados. Exemplo de inovação são os sistemas de medição integrados a linhas de produção (medição in line), que geram vantagens operacionais como a oportunidade de realizar o diagnóstico dimensional da peça logo após a fabricação.

Para a adoção desta e outras tecnologias, a tendência é que aumente a demanda por pessoas com alta qualificação no mercado porque logo o metrologista passará a ter uma função muito mais analítica do que operacional, o que certamente impulsionará a produtividade, de modo a minimizar erros e aumentar a qualidade.

Quem quiser garantir espaço nas fábricas do futuro deverá buscar o aperfeiçoamento de suas competências para desenvolver mais habilidades. Este profissional mais do que nunca precisará estar aberto a mudanças, ter flexibilidade para se adaptar a novas funções e se habituar a uma aprendizagem multidisciplinar e contínua.

Embora ainda um pouco distante do Brasil, esta nova aprendizagem ainda será ditada por uma maior cooperação entre as autopeças e montadoras, organizações que já possuem uma expressiva interdependência e devem desenvolver um relacionamento mais próximo do que somente relações comerciais, em razão da necessidade do desenvolvimento em conjunto das tecnologias.

Esses e outros assuntos serão debatidos por especialistas durante o Simpósio SAE BRASIL de Metrologia 2016, que será realizado na Meritor, em Resende, RJ, dia 30 de novembro. Este é um convite para deixar um pouco de lado a rotina pesada, olhar para frente e se preparar para a competitividade da nossa indústria, que demanda rapidez com qualidade.

Juliano Moraes é chairperson do Simpósio SAE BRASIL de Metrologia 2016 e supervisor de Qualidade da MAN Latin America.