Captur brasileiro já é vendido na Argentina e Colômbia

A Renault já iniciou as vendas do Captur brasileiro na Argentina e Colômbia. O SUV produzido no Paraná e apresentado oficialmente no mais recente Salão do Automóvel de São Paulo, já pode ser comprado nos países vizinhos há pelo menos uma semana, quase três meses antes de chegar às concessionárias brasileiras.

O Captur foi apresentado no Salão de Bogotá, Colômbia, no dia 8 de novembro. Na Argentina somente no dia 24, após breve campanha de pré-venda de 9 a 22. Nesse período, informou a operação argentina da Renault, foram negociadas 800 unidades das duas versões de acabamento, Zen e Intense, ambas com quatro airbags, câmbio manual de seis marchas e motor 2.0 de 143 cv. Preços a partir de 415 mil pesos, algo como R$ 89,9 mil reais.

A versão Zen, mais barata, já dispõe de série de ar-condicionado, rodas de alumínio de 17 polegadas, Media Nav Evolution com tela de 7 polegadas e navegador, computador de bordo, sensor de estacionamento traseiro, limitador e regulador de velocidade, dentre outros dispositivos. A Intense agrega ainda faróis direcionais, câmera de ré, sensores de chuva e de luminosidade, além de faróis de neblina

A Renault não informa quantas unidades do Captur já foram exportadas para os dois mercados. Aqui, por enquanto, a montadora liberou apenas a pré-venda, pela internet, de 400 veículos. Ainda assim somente da versão Intense 2.0 e que, diferentemente das unidades oferecidas na Argentina, conta com câmbio automático de quatro marchas.

O consumidor interessado terá dois dias para pagar o sinal de R$ 3 mil na concessionária onde pretende receber o veículo. A montadora informa apenas preço estimado: de R$ 89 mil a R$ 95 mil. A entrega, porém, só deve ocorrer em fevereiro do ano que vem.

GM prevê abrir 200 vagas

A General Motors deve abrir duzentas vagas de trabalho para abrir duas linhas de usinagem para motores a diesel em sua fábrica de São José dos Campos, SP. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, divulgada em comunicado na quarta-feira, 30, no qual informa que realizará assembleia na quinta-feira, 1º, para votar proposta de acordo com a empresa, se aprovado, a medida irá gerar os novos postos já a partir de janeiro.

De acordo com informações do Metrópole Online, portal de notícias do Vale do Paraíba, a montadora havia anunciado aos funcionários da unidade a abertura de negociação no dia 16 de novembro, mas na data, tanto a fábrica quanto o sindicato não se pronunciaram sobre as negociações. Em informativo divulgado nos quadros de aviso dentro da fábrica, a montadora pontuava aos funcionários que pretendia criar “duas linhas de usinagem de motores diesel, que irá criar, aproximadamente, 200 novos postos de trabalho” e afirmava que “essa é uma importante oportunidade de mostrarmos que a fábrica de São José dos Campos está disposta a ser competitiva.”

Segundo comunicado do sindicato, este é o terceiro acordo negociado com a GM este ano, que juntos recuperam em torno de 1 mil postos de trabalho na unidade do Vale do Paraíba. Os acordos anteriores, efetuados entre maio e julho geraram 850 vagas.

As novas linhas de usinagem serão operadas a partir de março de 2017 a produção de motores para a S10. As vagas são temporárias e as contratações uma necessidade para atender ao aumento nas exportações do modelo S10, produzido na fábrica de São José dos Campos e vendido para Argentina e México, além do mercado interno. Segundo do sindicato, este ano a produção da picape deve superar 50 mil unidades. Em 2015, foram produzidas 40 mil.

Hoje a fábrica da GM em São José dos Campos possui por volta de 5 mil trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer, além de motores e cabos de transmissão. Nos últimos anos, no entanto, passou por processo de esvaziamento com o encerramento da linha de Montagem de Veículos Automotores (MVA), em 2013, com o fim da produção do Classic.

“O Sindicato sempre se manteve aberto a negociações que levassem à geração de empregos em nossa região. No último período, cobramos os investimentos que a GM já havia acordado para a planta de São José dos Campos. Os metalúrgicos têm participação fundamental na economia regional e esta notícia é bastante positiva para todos”, afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

Indústria de tintas diversifica atividade em busca de receita

Os principais fabricantes de tintas sentiram em 2016 dois anos seguidos de fortes quedas do setor automotivo brasileiro e agora relatam diminuições na produção, esforços para driblar a alta do dólar e ociosidade. Mas esse quadro pode começar a mudar já no ano que vem.

“Esperamos uma parada desse movimento de queda no segundo trimestre de 2017 e, no terceiro, aumento de produção da indústria automobilística”, diz Fernando Capeloza, gerente de negócios de Specialty Coatings da AkzoNobel.

Após análises de mercado e conversas com clientes, a PPG estima crescimento de 3% e 5% de produção no ano que vem. “Mas a retomada plena de produção só virá com queda do desemprego e redução das taxas de juros”, pondera Luiz Fernando Mioto, gerente geral do segmento automotivo da PPG para a América do Sul.

Até que esse novo cenário surja a estratégia da indústria de tintas tem sido investir em produtos mais econômicos, melhorar processos de pintura nas montadoras, direcionar esforços em outros mercados e, em alguns casos, até eliminar operações. A PPG, por exemplo, contabiliza crescimento em outros setores, como o de revestimentos para embalagens.

Mioto avalia também que investimentos passados permitiram que a empresa mantivesse ou até conquistasse projetos, mesmo em ano de crise. “A nova planta de resinas em Sumaré (inaugurada em 2015 com investimento de cerca de R$ 100 milhões) garantiu novas tecnologias e negócios, como o da Jeep em Pernambuco”, recorda Mioto, que cita ainda contratos com a BMW, em Araquari, SC, e Mercedes-Benz, em Iracemápolis, SP.

“Foram investimentos que ajudaram substituir as importações e proporcionam uma tecnologia muito superior. Mas, com certeza, os volumes poderiam ser maiores se o mercado estivesse aquecido.”

Outra forma de reagir da indústria de tintas tem sido lançar ou divulgar com mais ênfase os produtos com melhor custo-benefício ao cliente. A Basf tem apostado muito no CathoGuard 800, um eCoat aplicado como a primeira camada na carroceria para protegê-la da corrosão. “O consumo por metro quadrado é menor do que em um eCoat tradicional e tem melhoria no processo, que gera economia em consumo de água e tratamento de resíduos. É uma boa alternativa para ajudar no combate à crise”, afirma o diretor de tintas automotivas da empresa, Marcos Fernandes.

Além do fornecimento OEM o mercado de repintura é cada vez mais representativo para o setor e fonte crescente de receitas. O gerente de negócios Vehicle Refinishes para América do Sul da AkzoNobel, Sergio Munhoz, lembra que a frota circulante no País segue aumentando e que o comportamento de consumo mudou:

“O brasileiro está adquirindo automóveis novos em uma menor frequência e investe mais na manutenção do seu bem. O mercado de repintura automotiva não caiu, continua estável, e em alguns momentos apresentou até discreto crescimento”.

Já Mateus Aquino, diretor da divisão automotiva da Axalta na América do Sul, vê a incorporação de tecnologias como fundamentais para a superação das dificuldades atuais e manutenção da competitividade.

A empresa lançou mão, por exemplo, da 3-Wet, pela qual se elimina uma etapa de cura do processo produtivo, e EcoConcept, que permite reduzir uma das camadas de aplicação de tinta e também de cura.

De 2014 a 2017 a Axalta encaminha programa de investimentos de US$ 32 milhões na fábrica de tintas à base de água em Guarulhos, SP. Aquino assegura que os planos não foram alterados com a crise e que o desenvolvimento de produtos e serviços não parou.

A Sherwin-Williams tem investido também em produtos com alto nível de sólidos, tanto que concluiu a construção de laboratório de desenvolvimento em Ribeirão Pires, SP. “É exclusivo para o mercado automotivo e atenderá toda a América do Sul”, afirma Cássia Galvão, diretora de marketing.

Outra fonte de receita para a companhia neste ano de crise é parceria com concessionárias de veículos. O Programa ESR, Express Scratch Repair, auxilia as revendas a oferecerem serviço de repintura expressa aos clientes, com a reparação feita em 40 minutos. “Temos resultados comprovados de aumento de receita e retornos superiores a 50% com os parceiros”, diz Galvão.

A alocação de equipes dentro das montadoras é outro exemplo de fonte de novos negócios. Aquino, da Axalta, vê o serviço como vantagem competitiva para o cliente devido ao controle dos processos, custos e qualidade. A AkzoNobel também segue essa trilha. Criou até centro de aplicação que entrou em operação no segundo semestre de 2015, em São Bernardo do Campo, SP. A intenção é reproduzir os processos dos clientes e assim oferecer opções sob medida.

Nova geração Fiesta

A Ford apresentou a nova geração do Fiesta na noite de terça-feira, 29, em sua fábrica de Colônia, Alemanha, a casa do modelo na Europa. Jim Farley, presidente da Ford Europa, Oriente Médio e África, acompanhado de Mark Fields, presidente da Ford Motor Company, apresentaram as quatro versões de produção do carro para uma plateia de 2,5 mil revendedores, mais de 4 mil funcionários, além da imprensa.

Com um visual mais arredondado e aparentemente mais esportivo, a companhia adicionou no portfólio da nova geração versões de luxo, como também de apelo aventureiro, juntamente com um pacote mais avançado de tecnologias de segurança para aumentar melhor concorrer no competitivo segmento B europeu. Na Europa, o novo Fiesta estará no mercado no próximo verão. A linha para os mercados do continente americano deverá ser lançada em 2018.

“A próxima geração do Fiesta oferecerá uma opção para cada motorista – desde o consumidor que deseja a qualidade de carro grande em um modelo pequeno até para o crescente número de consumidores de crossover”, disse em comunicado o CEO da Ford Europa.

De acordo com a Ford, o novo Fiesta possui a mais sofisticada gama de tecnologias de assistência ao motorista e de recursos de conectividade oferecidos em um pequeno carro de volume na Europa. Segundo Farley, tecnologias que os clientes de carros pequenos “não poderia imaginar até alguns anos atrás”.

Dentre os dispositivos de assistência ofertados na nova geração, o modelo terá sensores de detecção de pedestres e sistema auxiliar de estacionamento que ajuda o motorista a encontrar a vaga adequada.

A nova geração também cresceu para se distanciar do Ka, modelo mais apropriado para o consumidor que procura carros de baixo custo na Europa. O Fiesta ficou 71 milímetros mais longo do que o atual e 21 mm mais largo.

São quatro as versões de produção da próxima geração Fiesta na Europa: a de topo de linha Vignale, a Titanium, a esportiva Fiesta ST-Line e a Active, mais encorpada com adereços externos e suspensão elevada para ter cara de SUV. Por dentro, a companhia adianta que os modelos terão disponível sistema SYNC 3 em tela de alta definição a partir de três tamanhos, de 6,5 a 8 polegadas, como também incluirá no pacote oferta de sistema de som Bang & Olufsen.

De acordo com reportagem da Automotive News Europe, a linha terá novas ofertas de motores: versões com motor 1.0 EcoBoost de três cilindros a gasolina com 138 cv (por aqui esse motor é disponível na gama Fiesta com 125 cv) e com motor diesel 1.5 litro de 118 cv.

O Fiesta é um dos mais bem-sucedidos compactos da Ford. Chega aos seus quarenta anos de vida com mais de 18 milhões de unidades vendidas em todo o mundo.

Produção argentina recua 11% em outubro

Como o Brasil, a indústria automotiva Argentina amarga quedas sucessivas. Em outubro, a produção de 37,8 mil veículos representou recuo de 11,2% em relação a setembro e de 16,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados são da Adefa, a associação que reúne as fabricantes instaladas no país vizinho. Segundo a entidade, trata-se do 14º mês consecutivo de baixa na produção e resultado direto do desempenho do mercado brasileiro, destino mais de 70% da produção de automóveis da Argentina.

No acumulado do ano até outubro, as linhas argentina somaram produção de 385,7 mil unidades, volume 14,2% menor em relação às 449,7 mil fabricadas de janeiro a outubro de um ano antes.

“As principais variáveis continuam a refletir na resposta de nossa indústria diante da queda da demanda por parte do mercado brasileiro, nosso principal mercado de exportação”, disse em nota Luis Ureta Sáenz Peña, presidente da Adefa. “A queda dos envios para o Brasil é 33,8% menor no acumulado do ano, índice maior do que a queda que registra o total das exportações, de 28,9%. Nesse contexto é necessário continuar trabalhado e promovendo a abertura de novos mercados que permitam nossas fábricas poder substituir a queda do principal sócio comercial.”

As fabricantes de veículos argentinas exportaram em outubro 13,98 mil unidades, queda de 20,9% em relação a setembro e de 25,9% na comparação com outubro de 2015, quando a indústria exportou 18,8 mil unidades.

No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o setor exportou 149,6 mil veículos, 28,9 menor que o registrando no mesmo período do ano passado, quando as remessas acumulavam 210,4 mil unidades.

São as vendas no mercado interno argentino que anotam algum resultado positivo. Em outubro foram negociados 56,3 mil veículos, volume 16,9% menor em relação a setembro e de 9% na comparação com o desempenho de outubro de 2015, quando foram entregues 51,8 mil unidades à rede de concessionárias.

De janeiro a outubro, no entanto, os 587 mil veículos negociados no mercado argentino, representaram alta de 17,2% sobre o mesmo período do ano passado.

Daimler investirá 10 bilhões de euros em veículos elétricos

Os veículos elétricos terão papel cada vez mais relevante no largo espectro de produtos da Daimler na próxima decáda. Ao menos é o que sugeriu Thomas Weber, chefe de pesquisa e desenvolvimento do conglomerado com sede em Stuttgart, em recente declaração à imprensa alemã.

Segundo a edição de sábado, 26, do jornal Stuttgarter Zeitung, Weber assegurou que a Daimler pretende investir algo como € 10 bilhões de euros no desenvolvimento e produção de veículos elétricos.

“Queremos desenvolver dez carros elétricos com base na mesma arquitetura”, disse Weber, antecipando que três deles serão capazes de percorrer até 700 km com uma carga de bateria.

A evolução e o barateamento das tecnologias têm impulsionado planos do gênero. Quase semanalmente fabricantes de veículos desvendam produtos ou estratégias para, no futuro próximo, ter boa parte de sua produção voltada para veículos limpos. A maior autonomia das baterias e legislações específicas são fatores que colaboram nesse sentido.

Segundo recente pesquisa da consultoria McKinsey em conjunto com a Bloomberg New Energy Finance, veículos elétricos poderão responder por dois terços da frota circulante das cidades mais caras do mundo já em 2030. A pesquisa recorda que vários governos têm adotado medidas para a redução da emissão de gases que gerem o efeito estufa e, em virtude disso, restringem a circulação de veículos poluentes.

Os custos da eletrificação também estão caindo. O preço de uma bateria de lítio caiu 65% de 2010 para 2015 – de US$ 1 mil /KWh para US$ 350 e deverá cair abaixo de US$ 100/ KWh durante a próxima década, mostrou o relatório.

A Jaguar Land Rover, por exemplo, apresentou no Salão do Automóvel de Los Angeles, Califórnia, na semana passada, o projeto do primeiro Jaguar elétrico. Segundo definiu, o modelo, que deve estar à venda em mais dois anos, é um “carro esportivo com espaço de SUV” que faz de 0 km a 100 km/h em 4,1 apenas segundos, além de entregar autonomia de 500 quilômetros com motores elétricos gêmeos que geram 400 cv.

Esteve no salão e já está nas lojas

Duas atrações inéditas recentemente apresentadas no Salão do Automóvel 2016 começam a chegar às suas redes de concessionários. A Nissan anunciou o preço da versão intermediária do SUV Kicks, a SV Limited, por R$ 84,9 mil, e os interessados em ter na garagem o BMW M140i já podem se dirigir a uma loja da marca, basta ter bolso para pagar R$ 267.950,00.

Até agora, a Nissan oferecia somente a versão SL do Kicks, a mais completa, a partir de R$ 89.990,00. Para deixar o modelo um pouco mais barato, a montadora emagreceu o pacote com a retirada do revestimento de couro nos bancos, dos airbags laterais e de cortina e o sistema de câmeras de visão de 360°.

Apesar das perdas, o SUV ainda contempla o consumidor com grande número de itens de série, como painel TFT com doze telas onde reúne funções de computador de bordo, sistema de áudio e comando para configuração do estabilizador ativo de carroceria; auxílio de saída em rampa; controles de tração e estabilidade; sistema multimídia; ar-condicionado; acionamento elétrico de todas quatro janelas, dentre outros. O trem de força permanece o mesmo: motor 1.6 com 114 cv acoplado ao câmbio automático CVT.

Embora a montadora tenha escolhido o Brasil para ser o primeiro mercado do Kicks, onde começou a ser vendido em agosto, o modelo continua sendo importado do México, local na qual as vendas só começaram em setembro. O plano, no entanto, é de que o carro seja produzido na sua fábrica de Resende, RJ, a partir do ano que vem. A Nissan também introduzirá o SUV em vários países da América Latina e, futuramente, em mais de oitenta países pelo mundo.

Já o hatch esportivo teve lançamento quase simultâneo com o Brasil, afinal, o carro estrou na Europa em meados deste ano. Dentre as principais novidades é o novo motor TwinPower Turbo, de seis cilindros em linha, 3.0 litros, a gasolina, com 340 cv, 14 cv a mais em relação ao motor que equipa a versão anterior do modelo. De acordo com a fabricante, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos com níveis de consumo e emissões até 7% menores. A transmissão é a chamada Steptronic de oito velocidades com possibilidade de troca de marchas manuais por meio de borboletas atrás do volante.

No pacote de equipamentos, o M140i traz suspensão esportiva adaptável, controles de estabilidade e tração, faróis de LED, direção assistida eletronicamente e rodas de liga leve de 18 polegadas. Por dentro traz bancos de esportivos de couro com ajustes elétricos, sistema de som Harman Kardon com 12 alto-falantes, sistema de navegação, câmera de ré, sensores de estacionamento, ar-condicionado dual zone e teto solar elétrico.

Ford aceita acordo de R$ 216 milhões para o RS

A Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul firmou acordo com a Ford no processo judicial que tratava da instalação do complexo industrial de Guaíba, uma polêmica que se arrastava há dezesseis anos. O acerto, homologado pelo Superior Tribunal de Justiça, na semana passada, prevê que a empresa repasse R$ 216 milhões aos cofres públicos do Estado.

A discussão começou no ano 2000, quando o então governador Olívio Dutra (PT) solicitou indenização em virtude da desistência da montadora de instalar uma fábrica de automóveis em Guaíba. Na ocasião, a Ford havia recebido a primeira das parcelas relativas a um financiamento de R$ 210 milhões estabelecido com o Banrisul, além de o governo ter investido na área que receberia a montadora, quando decidiu levar a fábrica para a Bahia.

Somente em março de 2015, o Tribunal de Justiça do Estado julgou procedente, em parte, a ação, condenando a montadora a pagar indenização. Foram interpostos recursos ao Superior Tribunal de Justiça. Depois disso, Estado e Ford iniciaram negociações e acordaram pelo fim do processo.

De acordo com informações do Zero hora, a fabricante deveria pagar mais de R$ 160 milhões ao Estado em primeira instância. A empresa recorreu, mas perdeu. O caso, então, foi parar no STJ no fim do ano passado, quando o atual governo decidiu negociar diretamente com a Ford.

Segundo a assessoria da Secretaria da Fazenda, embora o valor não seja o ideal, estaria em patamar aceitável, considerando que poderia ser mais baixo ou demorar ainda mais. A data do pagamento, que deve ser parcelado, ainda não foi acordada.

A indenização, no entanto, vem em boa hora para o Estado que passa por dificuldades financeiras, com atrasos nos pagamentos dos salários dos servidores e das dívidas. Em entrevista ao Jornal Almoço, da RBS TV, na quinta-feira, 24, o atual governador José Ivo Sartori (PMDB), expressou consolo. “Tudo é um alívio”, resumiu.

Histórico – Em 1998, o então governador Antônio Britto (PMDB) assinou com a Ford um contrato para instalação de uma fábrica da Ford em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ao mesmo tempo foi assinado financiamento para a obra com o Banrisul, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, dispondo para a empresa R$ 210 milhões. O dinheiro seria liberado aos poucos, mediante prestação de contas das etapas.

No ano seguinte, após o pagamento da primeira parcela, de R$ 42 milhões, a Ford desistiu da empreitada alegando que o Estado estava em atraso no pagamento da segunda parcela. O governo, já em nova gestão, a de Olívio Dutra, alegou na ocasião que a empresa não estava cumprindo o acordo, além de não concordar com as cláusulas assinadas na gestão anterior. A Ford então acabou trocando o Rio Grande do Sul pela Bahia.

A Ford emitiu nota oficial, na qual confirma o acordo: “A Ford celebrou um acordo com o governo do Estado do Rio Grande do Sul para pagamento de R$ 216 milhões, encerrando uma ação judicial de mais de 16 anos sobre a instalação de uma unidade da Ford em Guaíba. Essa decisão reitera o compromisso da empresa com o Estado, onde foi instalado recentemente, em Gravataí, o Centro de Distribuição de Peças da Ford para atender a região Sul do País”.

Setor de implementos faz novo encontro para aumentar exportação

A indústria brasileira de implementos rodoviários segue com o esforço para aumentar as exportações para contrabalançar o recuo das vendas internas. Na quarta-feira, 23, a Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, em conjunto com a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, realizaram mais uma rodada de negociações com potenciais clientes estrangeiros em São Paulo.

O evento, batizado de Projeto Comprador, reuniu representantes de onze empresas clientes da Colômbia, Chile, Honduras e Peru, além de dezoito fabricantes brasileiros, deverá acelerar ainda mais o processo de internacionalização do setor. “Buscamos qualidade, sobretudo, e não apenas preço baixo”, diz Andres Ferro Galvis, da colombiana Cargo Handling,

Este ano, Anfir e Apex-Brasil já promoveram outras duas rodadas de negócios na Colômbia e no Chile, além de apoiarem a participação na ExpoMina, no Peru. No acumulado de janeiro as exportações de implementos somaram 3,2 mil reboques e semirreboques, 20,6% a mais do que as 2,6 mil unidades enviadas no mesmo período ano passado.

Já os emplacamentos no mercado interno recuaram 31% no mesmo período: de 75,8 mil unidades para 52,2 mil. A maior queda acumulada foi registrada no segmento de carroçaria sobre chassi, tradicionalmente de maior volume. Se nos primeiros dez meses de 2015 foram negociadas 50,8 mil unidades negociadas, até outubro a indústria registra 321, mil emplacamentos, queda de 36,8%.

Mobi mais econômico

A Fiat lançou oficialmente na quarta-feira, 23, o Mobi Drive, versão do subcompacto com o novo motor Firefly 1.0 de três cilindros. Com transmissão manual, o modelo passa a ser o 1.0 aspirado mais econômico do Brasil, assegura a montadora. Dados oficiais indicam consumo de 13,7 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada, quando abastecido com gasolina, e 9,6 km/l e 11,3 km/l, respectivamente, com etanol.

A Fiat nega qualquer atraso, mas o três cilindros era esperado pelas concessionárias já para o lançamento do subcompacto no primeiro semestre. O baixo consumo seria forte argumento de venda para um carro caracterizado pela montadora como essencialmente urbano. O Firefly 1.0 três cilindros, contudo, estreou no Uno, somente em setembro.

O Mobi Drive, apresentando primeiramente no Salão do Automóvel de São Paulo, está longe de ser um produto de entrada. A Fiat posicionou a versão, a única do portfólio do hatch que terá o tricilíndrico com 77 cv, em faixa de preço próxima até do Uno mais barato. A versão Drive custa a partir de R$ 39,9 mil, R$ 1,4 mil a mais do que a Like, dotada do 1.0 de quatro cilindros.

Uma segunda configuração do Mobi Drive está reservada para o transcorrer do ano que vem: a com câmbio automatizado Dualogic de cinco marchas, cujo consumo, segundo a montadora, é ligeiramente inferior à com câmbio manual. Com essa transmissão o Mobi Drive faz 9,8 km/l e 11,1 km/l quando abastecido com etanol e 14 km/l e 15,8 km/l com gasolina.

As demais versões do subcompacto, diz a montadora, seguirão mesmo com o antigo motor 1.0 Fire de quatro cilindros e que desenvolve 75 cv. A fabricante, contudo, promoveu melhorias que afirma ter melhorado sua eficiência em até 5%.

O Mobi Drive finalmente traz, como opcional, o sistema Live On, apresentado em abril, na ocasião do lançamento do hatch, que até agora não era encontrado e que, por meio de aplicativo exclusivo, faz do smartphone a central multimídia do automóvel. Estão disponíveis, de série, direção elétrica e ar-condicionado, tela de LCD no painel de instrumentos, vidros elétricos nas portas dianteiras e trava elétrica, dentre outros recursos.