Wabco fecha negócio com a Librelato

A Wabco inicia o fornecimento de 100% das válvulas do sistema de freio e ABS para a Librelato, uma das maiores fabricantes de implementos rodoviários do Brasil. O novo negócio, segundo o presidente da Wabco na América do Sul, Reynaldo Contreira, dá sustentação para a empresa continuar crescendo acima da média do mercado na região.

“A Librelato é a primeira fabricante de semirreboques do País a ter o sistema completo de freios da Wabco, o mais moderno da América do Sul”, garante Contreira.

Com sede em Orleans, SC, a Librelato atua no mercado desde 1969 e possui fábricas também em Içara, Criciúma e Capivari de Baixo, todas catarinenses. A empresa produz para o mercado brasileiro e exporta para Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Equador, Peru e Bolívia.

Segundo a Wabco, engenheiros das duas empresas trabalharam em conjunto no desenvolvimento do novo sistema de freios, que foi simplificado e, dentre outros benefícios, propicia “ mais segurança operacional, reduz peso e tempo gasto na montagem”.

A Wabco garante ainda que foi fundamental para a parceria a qualidade dos serviços oferecidos globalmente pela empresa. É ampla sua oferta de serviços aos fabricantes de semirreboques, incluindo consultoria para desenvolvimento de aplicação de produto e a Wabco Academy, para treinamento de profissionais.

Para o pós-venda, a empresa mantém a rede Service Partner, que abrange mais de 160 postos de serviços credenciados na América do Sul, 140 deles no Brasil, com profissionais treinados em sistemas convencionais e ABS.

Dentre os novos recursos que desenvolveu, a empresa destaca o Programa Semirreboque Inteligente, conjunto modular com mais de quarenta funções que objetivam segurança e eficiência operacional, otimização da carga e redução do consumo de combustível e de emissão de gás carbônico.Um caminhão ou semirreboque equipado com todas as suas tecnologias, diz a Wabco, pode economizar até 10% de combustível.

VWCO: R$ 1,5 bilhão para o Brasil.

A Volkswagen Caminhões e Ônibus investirá R$ 1,5 bilhão em sua operação brasileira, apesar da acentuada retração do mercado de veículos comerciais. O anúncio foi feito na quinta-feira, 1º, por Andreas Renschler, CEO da holding Volkswagen Truck & Bus, inicialmente em reunião com o presidente da República Michel Temer, em Brasília, DF, e, depois, à tarde para imprensa especializada.

Válido para o período de 2017 a 2021, o investimento engloba desenvolvimento e renovação do portfólio dos produtos, modernização da fábrica de Resende, RJ, serviços de conectividade e também expansão internacional da marca.

“O mercado brasileiro de veículos comerciais cai consideravelmente, mas voltará a crescer”, confia Renschler. “Nosso negócio é cíclico e continuará assim. Deve demorar um pouco mais do que queríamos, mas estou convencido de que o mercado reagirá e temos de estar preparados para quando a situação melhorar.”

De acordo com Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, parte significativa do investimento será utilizada na internacionalização da marca, seja com a adaptação de produtos brasileiros para outros mercados ou até mesmo no estabelecimento de novas operações externas. “Debaixo do chapéu Volkswagen Truck & Bus, também podemos usufruir de sinergias com fábricas da Scania e da MAN.”

No radar da Volkswagen Caminhões e Ônibus figura o crescimento das exportações de seus produtos. Em três anos a montadora pretende fazer com que os embarques representem de 30% a 35% de sua produção em Resende. Hoje os envios correspondem de 15% a 20%.

O novo ciclo de investimento é o quinto já anunciado pela companhia no País, o de maior valor e será prioritariamente autofinanciado. Os quatro anteriores foram de R$ 1 bilhão cada. “O investimento maior se deve pela importância da operação brasileira e também porque estamos confiantes com relação ao futuro”, destaca Cortes. “É verdade que nos últimos anos os mercados emergentes têm apresentado muitos ciclos de crescimento e retração. Mas o produto brasileiro possui maior potencial para ser entregue em outros mercados. Com uma tecnologia básica, poderemos crescer passo a passo”, completa Renschler.

A holding Volkswagen Truck & Bus, criada em março de 2015, colocou sob o mesmo teto MAN, Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus. De acordo com Renschler, há um modelo estratégico da companhia para aproveitar as sinergias entre as marcas com o objetivo de aumentar o porcentual de componentes em comum nos produtos. “Hoje o índice é de 7,1% e a meta é chegar aos 9%. Não é uma meta fácil, mas há potencial para chegar lá.”

Renschler ainda lembra que a Volkswagen Truck & Bus não é somente mais uma fabricante de caminhões e neste novo papel objetiva também fazer com que os clientes sejam mais rentáveis. “Estamos criando um campeão global, nas só em vendas, mas também do ponto de vista da rentabilidade. Nosso crescimento será baseado na liderança local, no fortalecimento e racionalização de cada operação, na geração de escala econômica para a expansão regional e em aquisições para alianças estratégicas.”

Um passo importante da companhia neste sentido foi a compra de 16% do Grupo Navistar, negócio que dará passaporte para a empresa entrar nos Estados Unidos. “O contrato deverá estar finalizado em fevereiro ou março do ano que vem e, a partir daí, poderemos anunciar novas ações.”

Em sua terceira passagem pelo País, Renschler aproveitou, junto com o colega Roberto Cortes, para visitar as autoridades brasileiras. Na conversa com o presidente da República, na qual também estava presente Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o assunto foi basicamente a importância da renovação de frota para o setor e mecanismos para proporcionar maior disponibilidade de crédito.

“Não queremos subsídios, mas melhorias nos instrumentos de financiamentos existentes”, diz Cortes. “O Finame é de longe o principal mecanismo para compra de caminhões e ônibus. Hoje, no caso de grandes empresas, financia somente 50% do bem. Porque não 100%?”, questiona.

Ninguém pode dar-se ao luxo de parar

No coquetel que antecedeu a entrega do Prêmio AutoData na quinta-feira, 25 de novembro, em São Paulo, a maior parte das conversas giravam, naturalmente, sobre a continuidade além do esperado das dificuldades políticas e econômicas do Pais e os possíveis reflexos desta realidade nas perspectivas do setor para o restante deste ano e, sobretudo, para 2017.

Ficou evidente que, ao longo de novembro, na medida em que os dias passaram sem qualquer mudança positiva no quadro político e econômico, certa dose de frustação tomou conta dos 200 empresários e executivos ligados ao setor que participaram do evento.

O clima não era, ainda, de pessimismo. Mas é certo que diminuíram as apostas em uma retomada das vendas de veículos ainda no primeiro semestre do próximo ano, o que abriria caminho para fechar 2017 com crescimento até acima de 5% em relação a este ano, tal como se acreditava há apenas um mês.

Neste seleto universo, pelo menos, ninguém parecia enxergar mais qualquer possiblidade de início da retomada ainda neste último trimestre de 2016. E quanto a 2017, qualquer crescimento já seria motivo de comemoração, mesmo que bem abaixo de 5%. Na verdade, a simples repetição dos números deste ano já seria bem-vinda.

Como explicar, então, que nos últimos dias pelo menos duas grandes montadoras, uma de automóveis e outra de caminhões, respectivamente Toyota e Volkswagen Caminhões, anunciaram o início de um novo ciclo de investimentos no Brasil?

Acontece que a contradição é apenas aparente. No coquetel do Prêmio AutoData, os mesmos executivos que lamentavam a situação de curto prazo reafirmavam sua crença de que uma vez iniciada a retomada, o setor ingressará num novo ciclo de crescimento constante, da ordem de pelo menos 5% ao ano.

A dúvida, portanto, refere-se exclusivamente ao tempo que ainda será necessário para o inicio da retomada. Ninguém parece ter dúvida que este novo ciclo positivo efetivamente virá. E é para esta fase que todos estão tratando de se preparar.

Vale lembrar que todas as montadoras trabalham, hoje, com boa dose de capacidade ociosa, o que faz com cada uma esteja permanente de olho nos consumidores das outras. E, assim, nem que seja por simples mecanismo de defesa, todos são obrigados a se manter com produtos competitivos e tecnologicamente atualizados.

Assim funciona o setor automotivo: seja nas épocas de bonança, seja nos períodos de crise, ninguém pode dar-se ao luxo de parar de investir. Ainda mais em tempos como os atuais, nos quais a cada ano o rápido avanço dos sistemas de produção e da tecnologia dos veículos encarrega-se de tornar obsoleto boa parte do que foi apresentado como grande novidade no ano anterior.

O caso da Volkswagen Caminhões o Ônibus é um bom exemplo. Valido para o período de 2017 a 2021, o investimento de R$ 1,5 bilhão, conforme mostrou matéria do editor Décio Costa na edição 3.963 da Agencia AutoData, de 2 de novembro, engloba desenvolvimento e renovação do portfólio dos produtos, modernização da fabrica de Resende, RJ, serviços de conectividades e, também, expansão internacional da marca – neste caso justamente para criar uma espécie de camada de proteção em relação às imensas flutuações do mercado brasileiro.

“Nosso negócio é cíclico e continuará assim. Deve demorar um pouco mais do que queríamos, mas estou convencido de que o mercado reagirá e temos de estar preparados para quando a situação melhorar”, sintetizou Andreas Renschler, CEO da Volkswagen Truck & Bus, ao explicar as razões do investimento.

No caso da Toyota, o investimento é de R$ 600 milhões e se destina à ampliação da fábrica de Porto Feliz, SP, que passará a produzir também motores para o Corolla. Neste caso, a razão, segundo Steve St. Angelo, é bem simples: a empresa jamais compromete o longo prazo em benefício do curto prazo.

E neste longo prazo, o que a Toyota vislumbra é um mercado interno brasileiro até maior do que o recorde de 3,8 milhões de unidades registrado há poucos anos.

“Apenas para igualar no Brasil a relação de veículos por habitantes que o México registra, seriam necessários mais de 7 milhões de veículos por ano”, específica. “Não há hoje com projetar quando este crescimento se dará. Mas, a médio e longo prazos, o potencial do mercado é muito grande.”

No curto prazo, de fato, sobram razões para algum desânimo. As coisas andam tão confusas que, na última semana de novembro, ao mesmo tempo em que a Fecomércio-SP, Federação do Comercio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, comemorava que sua tradicional pesquisa mensal indicava significativa melhora no ICC, Índice de Confiança do Consumidor, a FGV e CNI, Confederação Nacional da Industria, lamentavam que suas pesquisas, igualmente tradicionais, mostravam novas quedas nesse mesmo índice.

De concreto há o fato de que, realmente, ao contrário do que se esperava, a economia como um todo continuou rateando no terceiro trimestre e neste último quarto do ano. E isto levou o relatório Focus, do Banco Central, a registrar, na última semana de novembro, redução de 1% para 0,7% na projeção das instituições financeiras para o PIB em 2017.

Na mesma linha, o Bradesco entrou em dezembro reduzindo de 1% para 0,3% sua própria projeção do PIB para o próximo ano. A explicação apresentada: o consumo das famílias continua apresentando retração, refletindo o esfriamento maior que o esperado do mercado de trabalho.

No horizonte específico do mundo automotivo, todavia, algumas novas luzes deram o ar da graça no final do túnel. Matéria publicada na Edição 3.939 da Agência AutoData, de 26 de novembro, mostrou, por exemplo, que, segundo a pesquisa trimestral da Acref, a Associação Nacional das Instituições de Crédito, o automóvel continua sendo um dos principais alvos de quem pretende fazer um financiamento no Brasil.

Em termos concretos, o levantamento da entidade mostrou que o automóvel está na mira de 59% das pessoas ouvidas, à frente, inclusive, dos imóveis, objeto de 58% dos entrevistados.

Outro indicador importante: este movimento é ascendente. O índice de 59% representou crescimento de três pontos porcentuais em relação aos 56% que haviam sido registrados no trimestre anterior.

Também merece destaque o público que compareceu, em novembro, ao Salão do Automóvel em São Paulo: 715 mil pessoas foram conferir as novidades, apenas 5,4% menos do que as 756 mil que haviam conferido na mostra anterior. Índice de queda bem menor, portanto, que os cerca de 40% de redução verificada na venda de carros entre as duas mostras.

Trata-se de bom indício de que por mais que, pelas mais diversas razões, os consumidores tenham deixado momentaneamente de comprar carros novos, a ligação, o fascínio e o desejo continuam firmes e fortes

Melhor, então, prestar mais atenção na aposta particular da General Motors, de que o próximo ano poderá acabar registrando crescimento de vendas na faixa de dois dígitos, algo da ordem de 12 a 14%.

“Nos últimos dois a três anos 1,5 milhão de veículos deixaram de ser comprados, há uma demanda reprimida”, exemplifica Carlos Zarlenga, presidente da companhia, conforme mostra matéria publicada na edição 327 da revista AutoData, de novembro. “Nossa única dúvida é em que mês a curva mudará para cima.”

Um desafio atrás do outro

A indústria automotiva enfrenta fase especialmente desafiadora. Além de buscar novas rotas para sobreviver ao atual momento de profunda instabilidade econômica, as empresas têm mais trabalho pela frente: os dois sistemas da qualidade até então mais utilizados pelo setor – a ISO
9001:2008 e a ISO TS 16949:2009 – ganharam novas versões com prazos relativamente curtos para implantação.

Lideranças da indústria automotiva estão prognosticando a recuperação para 2025. A última crise levou exatamente isto: 10 longos anos! Talvez alguns setores da economia brasileira consigam reagir antes disso, mas o PIB precisa melhorar. Alguns alegam que a crise é mundial, mas o mundo venderá 90 milhões de veículos em 2016 e o Brasil ficará com 2 milhões ante quase 4 milhões de unidades.

Neste cenário de incertezas, é certo que não entrarão na jogada as empresas que não conseguirem implantar as novas normas da qualidade até setembro de 2018. Com estruturas e recursos reduzidos em função de seus próprios negócios, que também perderam volumes, as empresas já precisam se preparar para aplicar a IATF 16949:2016 em conjunto com a ISO 9001:2015.

Responsável por definir os requisitos dos sistemas de qualidade no setor automotivo, a IATF 16949:2016 deve ser aplicada pelas organizações até 14 de setembro de 2018, quando os certificados baseados na ISO 9001:2008 perderão a validade.

Implantar as normas pode ser mais complexo do que se imagina porque não requer somente conhecimento. Muitas vezes é preciso mudar os valores das pessoas e desenvolver um amadurecimento para que se possa agir com propriedade.

A ISO 9001:2015, por exemplo, apresenta evolução no conceito de sistema, o que exige um grande salto da sociedade para realizar a mudança dos parâmetros.

As mudanças na ISO 9001:2015 são muito qualitativas e envolvem, por exemplo, a alta direção de uma empresa.

Anteriormente o representante da administração podia responder pelo sistema de qualidade, mas agora a alta direção precisará assumir este posto. É um avanço porque esse acompanhamento próximo permitirá às lideranças conhecerem mais profundamente os indicadores para a melhoria da gestão.

Outro ponto importante nesta norma, também compartilhado pela IATF 16949:2016, é a exigência da análise de riscos pelas empresas. Agora, as organizações precisam analisar todos os riscos, inclusive os inerentes aos processos de produção. Devem pensar com antecedência em todas as possibilidades de risco e trabalhar preventivamente ao invés de deixar o problema acontecer para fazer corretivos.

As organizações devem analisar as novas normas e implementar as mudanças necessárias aos sistemas de gestão. Antes de iniciarem as auditorias externas, as empresas precisam realizar as auditorias internas de maneira bem detalhada e aplicar planos de ações eficazes para o caso de não conformidades encontradas.

Outra novidade é a forma de interagir com as duas normas.

Antes era possível olhar o primeiro ponto e aplicá-lo, depois o segundo e assim por diante. Agora é preciso entender a norma como um todo para poder aplicá-la porque um mesmo tema pode ser encontrado em vários capítulos. É um complicador para a adaptação das pessoas.

Paralelamente à mobilização das empresas, os organismos de certificação também devem capacitar os seus auditores porque as organizações já poderão fazer a migração a partir de fevereiro. No mais tardar, as empresas deverão realizar as auditorias em maio de 2018 porque precisarão de tempo para correções caso ocorram não conformidades. Os prazos para implantação das normas são curtos, o que demandará cooperação entre as organizações e o organismo de certificação para melhor planejamento da auditoria.

Fora a implantação dos dois sistemas de qualidade, há na indústria automotiva interações com outros manuais como as publicações VDA, que devem ser aplicadas por todas as empresas de origem alemã. Existem ainda as certificações compulsórias de produtos, como pneus e componentes de motos, que também precisam ser implementadas em prazos determinados. É desafio atrás de desafio!

Mário Guitti, superintendente do IQA, Instituto da Qualidade Automotiva

Manufatura compartilhada pode ser alternativa para tiers 3 e 4

Segundo dados mais recentes da CNI, Confederação Nacional da Indústria, o porcentual médio de UCI, Utilização da Capacidade Instalada, ficou em 65% em outubro. Em alguns setores da indústria, a capacidade ociosa beira os 50% e as pequenas e médias empresas são as mais afetadas. De olho nessa lacuna, Bruno Gellert, coordenador do grupo de trabalho de manufatura avançada da Abimaq, Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, fundou uma empresa que pode ser alternativa para tiers 3 e 4 com vistas à manufatura compartilhada.

A Peerdustry foi tomando forma quando o engenheiro de materiais estava cursando o MBA em Estratégia de Mercado na Fundação Getulio Vargas. Em 2015, ele e mais um sócio começaram a se dedicar a startup, que tem como meta fazer a ponte de empresas com máquinas ociosas com clientes que precisam de projetos pontuais. A Peerdustry foi vencedora do hackaton da Fiesp em agosto de 2015 e está incubada na Escola de Negócios do Sebrae desde abril de 2016. Em agosto desse ano, a companhia passou a funcionar e já conta com 130 clientes e 350 máquinas cadastradas.

“Nosso trabalho consiste em fazer um mapeamento da indústria para verificar onde há máquinas ociosas e por meio do nosso software conseguimos encontrar empresas que precisam de horas-máquina”, explica Gellert.

Seja porque perdeu um contrato de fornecimento, comprou uma máquina para uma demanda pequena ou quer gerar receita com as máquinas do showroom, a empresa se cadastra no site da Peerdustry. A startup cuida de fazer o encontro com outras companhias que têm demanda sazonal de uma máquina, estão sem capital para investir, com o equipamento em manutenção ou simplesmente precisam de um lote piloto para aprovação e faz o negócio acontecer.

“Na prática isso já era feita de forma informal. Por sete anos trabalhei em uma indústria de máquinas de Santa Catarina e visitava muitos clientes. Nessas passagens ficava sabendo das necessidades de cada um e de vez em quando conseguia ajudar nessa ponte. A ideia é formalizar isso”, diz Gellert.

A utilização de tecnologia de informação permite à Peerdustry, por meio de seu software, coordenar o trabalho de cotação de fabricação de uma peça ou processo, detalhamento técnico, negociação comercial, logística, compra de matéria-prima, acompanhamento de produção e entrega do item. Para quem contrata, é como se a fábrica estivesse na nuvem: ele faz o pedido por meio da plataforma e ele é entregue no prazo, dentro dos padrões de qualidade exigidos.

Ajudando nessa ponte, a Peerdustry gera receita nas duas pontas. “Nosso faturamento vem do serviço de consultoria, pois atuamos como uma área de vendas terceirizada. Além disso, na outra ponta, levamos serviços que até então não estavam no escopo da empresa e ganhamos por isso”, diz o executivo.

Cerca de 20% das empresas da base de dados da Peerdustry são da cadeia automotiva. “São pequenas e médias companhias que fornecem para sistemistas e montadoras de forma indireta e estão em busca de alternativas para driblar esse cenário desafiador de queda de produção e venda de veículos”, explica Gellert.

Um dos exemplos citado pela companhia é o de uma empresa tier 4 que recebeu uma cotação de um sistemista e precisava de uma máquina de usinagem de cinco eixos para entregar o projeto. Sem o equipamento, as alternativas eram desistir da concorrência ou realizar o projeto em mais de uma fase e elevar os custos, o que tornaria o trabalho inviável.

Com a possibilidade da manufatura compartilhada, essa empresa tem a opção de fazer o desenvolvimento do projeto e subcontratar o serviço de produção. “Desta forma ela amplia o relacionamento com a sistemista e quem sabe consegue novos contratos. Com esse tipo de serviço, a Peerdustry espera dobrar de tamanho em 2017”, diz o fundador da startup.

Para Gellert, com uma eventual retomada da economia do País, a ociosidade da indústria deve diminuir. Mesmo assim, isso não seria um impedimento para que o negócio continuasse a deslanchar. “Acredito que esse movimento será gradativo, mas quando tudo voltar a patamares positivos, passaremos a focar no serviço de automação e aumento da competitividade. Ainda temos uma manufatura desatualizada e quando falamos na indústria 4.0 temos um longo caminho a percorrer”, afirma o executivo.

GM atinge participação de 18,9% em novembro

A General Motors segue firme no trajeto de se consolidar com a marca líder em vendas deste ano no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves. A marca Chevrolet conquistou em novembro participação de 18,9%, 3,3 pontos porcentuais acima da segunda colocada, a Fiat, com 15,64%. Hyundai e Ford vêm na sequência, com respectivamente 10,2% e 9,6% de participação.

A Volkswagen, no mês, só aparece na quinta colocação, com 9,2% de market share. Tal posição mostra que a empresa – que no acumulado do ano mantém a terceira posição – ainda não conseguiu se recuperar dos problemas que teve no início deste segundo semestre quando teve de suspender produção por mais de um mês por causa de problemas com um grupo de fornecedores.Com o rompimento do contrato, teve de buscar novos parceiros, o que dificultou a retomada das linhas de montagem de forma mais acelerada.

Completam a lista das primeiras dez marcas mais vendidas em novembro a Toyota, com fatia de 8,38%, Renault (8,32%) Honda (5,82%), Jeep (3,44%) e Nissan (3,36%). No acumulado do ano, a GM lidera com 17,27% de participação, o equivalente à venda de 308,6 mil automóveis e comerciais leves no período. A Fiat é vice-líder com 14,42% e 275,5 mil emplacamentos e a Volkswagen aparecer em terceiro lugar com 11,49% de Market share e vendas acumuladas de 205,4 mil unidades.

Faltando apenas um mês para terminar o ano a Hyundai consolida-se na quarta posição do ranking nacional, com fatia de 10,06% e quase 180 mil unidades comercializadas internamente. Na sequência vêm a Ford, com a venda de 163,3 mil automóveis e comerciais leves, o que representa participação de 9,14%, Toyota, com 162,5 mil unidades e índice de 9,09%, e Renault, com 136 mil emplacamentos e 7,61% de penetração.

Como indicam esses números, a disputa maior entre as primeiras colocadas do ranking situa-se na quinta colocação. Como a diferença entre Ford e Toyota está bem apertada – limitando-se a 0,05 ponto porcentual – o movimento deste último mês do ano será decisivo para definir quem estará entre as cinco marcas mais vendidas no mercado brasileiro em 2017. As marcas que complementam o ranking das dez marcas do ranking são a Honda, com 6,19% de market share, Nissan ( 3,01%) e Jeep (2,87%).

GM construirá nova fábrica de motores em Joinville, afirmam jornais

Consultada pela Agência AutoData, a montadora não confirmou, mas autoridades de Joinville, SC, asseguraram a jornais locais que a General Motors  começará a construir, já em janeiro, nova fábrica de motores na cidade. A idéia, afirmaram, é iniciar a produção em 2018. O investimento será superior a R$ 1 bilhão.

O vice-presidente Marcos Munhoz se reuniu com o prefeito de Joinville Udo Döhler e assessores na terça-feira, 30. Segundo a assessoria de imprensa da montadora, porém, tratou-se apenas de visita de cortesia.

No entanto, testemunhas asseguraram que o executivo mostrou até um desenho para explicar onde será erguida a nova unidade, ao lado e nos fundos da atual planta, em operação desde 2012.

Durante o encontro, afirmam os jornais locais, Munhoz ‘‘também quis saber sobre os possíveis efeitos que a nova Lei de Ordenamento Territorial (LOT) trará para o empreendimento. Foi tranquilizado’’.

“A Prefeitura considera este empreendimento fundamental para o crescimento da economia do município e, por isso, dará máxima prioridade aos trabalhos de licenciamento que nos cabem. Todas as autorizações devem ficar prontas ainda neste mês”, disse Döhler, segundo matéria publicada em jornais e portais da internet.

Com a nova unidade, o complexo de Joinville terá capacidade produtiva instalada anual para 280 mil motores e deve assegurar mais 449 empregos, informa o Diário Catarinense. A capacidade atual é de 120 mil motores e de 200 mil cabeçotes anuais.

“É um grande presente de Natal para Joinville”, acrescentou, segundo os jornais, Danilo Conti, secretário de Desenvolvimento Econômico.

Montadoras construirão maior rede de recarga de veículos elétricos no mundo

Dia após dia surgem informações de investimentos em produtos, projetos e tecnologias que ampliarão de maneira significativa a participação dos veículos elétricos na frota mundial. Nesta terça-feira, 29, nada menos do que Grupo BMW, Grupo Daimler, Ford e Grupo Volkswagen, por meio de suas marcas Audi e Porsche, anunciaram acordo histórico.

Os quatro gigantes mundiais assinaram o que preferiram chamar de Memorando de Entendimento “para criar a mais poderosa rede de carga de baterias” do continente europeu. A parceria pretende construir rapidamente, afirmaram as empresas em nota, “um número considerável de estações para possibilitar viagens de longo alcance aos motoristas de carros puramente elétricos”. “Este será”, continua o texto, “um importante passo para facilitar a adoção em massa pelo mercado de veículos elétricos”.

As obras já começarão em 2017. Em uma primeira etapa, serão construídos cerca de quatrocentos postos em toda a Europa. Os parceiros, contudo, antecipam que até 2020, “os clientes deverão ter acesso a milhares de pontos de carga”.

A futura rede de carregamento é de alta potência, com níveis de até 350 kW. Será, portanto, significativamente mais rápida do que os sistemas de carga mais poderosos disponíveis até agora, dizem as empresas. Com ela, viagens de milhares de quilômetros serão absolutamente rotineiras por importantes rodovias, algo hoje ainda improvável para proprietários de veículos elétricos. “A experiência de carga deverá evoluir, tornando-se tão fácil como o reabastecimento em postos de gasolina convencionais”, dizem as parceiras.

A rede será baseada na tecnologia Sistema de Carga Combinado, ou CCS na sigla em inglês, e todos os veículos, independentemente da marca, poderão ser carregados “numa fração do tempo exigido atualmente pelos veículos elétricos”.

“É outro forte argumento para [consumidores] optarem pela mobilidade elétrica”, afirma Harald Krüger, presidente do conselho de direção da BMW AG. “O projeto é um importante marco que demonstra claramente que marcas concorrentes estão combinando suas forças para alavancar a mobilidade elétrica.”

“Com essa cooperação, queremos impulsionar uma adoção mais ampla da eletromobilidade pelo mercado e acelerar a mudança no sentido de uma condução livre de emissões”, completa Rupert Stadler, presidente do conselho de direção da AUDI AG.

“Como fabricantes de automóveis moldamos nosso futuro de forma ativa, não apenas desenvolvendo veículos movidos totalmente à eletricidade, mas também construindo a infraestrutura necessária para eles. Para nós há dois pontos decisivos: carga ultrarrápida e a localização das estações de carga nos pontos corretos”, afirma Oliver Blume, presidente do conselho executivo da Porsche AG.

As quatro empresas fundadoras terão participação igualitária no projeto, mas podem não ficar sozinhas. A ideia é abrir a associação para outros fabricantes de veículos. A constituição da joint venture está sujeita ainda à aprovação de diversas autoridades.

Toyota ampliará fábrica de Porto Feliz

A Toyota anuncia expansão em sua fábrica em Porto Feliz, no Interior de São Paulo, para produzir motores para o sedã Corolla. O projeto receberá novo investimento de R$ 600 milhões e o início da produção programado para o segundo semestre de 2019.

O anúncio foi feito pelo presidente da Toyota para América Latina e Caribe, Steve St. Angelo, na terça-feira, 29, em Brasília, DF, após reunião com o presidente da República no Palácio do Planalto.

“Essa expansão é a prova do que é possível fazer quando sindicatos, governantes, fornecedores, a Toyota e seus colaboradores se juntam em uma missão única”, ressalta em nota o dirigente da montadora. “Sem dúvida, essa planta é um modelo para o futuro da manufatura global e estabelece um novo padrão para a inovação e a excelência”.

A unidade de Porto Feliz é a primeira fábrica de motores da Toyota na região da América Latina e Caribe. Foi inaugurada oficialmente há pouco mais seis meses, resultado de um investimento de R$ 580 milhões. O local produz os motores 1.3 e 1.5 flex fuel e a gasolina presentes no compacto Etios, oferecido aos mercados do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Peru.

Atualmente a fábrica possui capacidade nominal para 108 mil motores/ano. Com a expansão anunciada a unidade elevará sua capacidade para 174 mil motores/ano. Somente para o Corolla, a fabricante espera produzir 66 mil motores/ano. A estimativa da companhia é de gerar mais 200 empregos diretos.

Além de localização estratégica – a fábrica de Porto Feliz fica praticamente no meio do caminho entre Sorocaba, onde são produzidos os Etios, e Indaiatuba, casa dos Corolla – um dos destaques da unidade é o conceito unificado de produção: as etapas de fundição, usinagem e montagem final trabalham quase que lado a lado, o que facilita a operação produtiva.

Mangels: novas condições de pagamento aos credores.

A Mangels Industrial S.A, fabricante brasileiro de rodas de alumínio para o setor automotivo, aprovou em assembleia geral de credores um aditivo ao plano de recuperação judicial que altera as condições de pagamento estabelecidas no plano inicial homologado no fim de 2014.

O aditivo, aprovado pelos credores na sexta-feira, 16, foi homologado na quinta-feira, 24, pelo juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de Recuperação e Falência de São Paulo. As principais mudanças propostas pela empresa são: carência de 24 meses para o valor principal, carência de 18 meses de juros, alongamento da dívida e cash sweep, ou seja, distribuição de valor quando o saldo de caixa ultrapassar o valor mínimo estabelecido.

De acordo com a Mangels, a empresa vinha cumprindo rigorosamente todos os itens do plano de recuperação aprovado em dezembro de 2014, mas diante do cenário econômico negativo precisou recorrer ao aditivo para redistribuir de forma equilibrada o pagamento da dívida.

“Apesar de todos os nossos esforços e dos resultados positivos que temos alcançado, as condições de pagamento definidas em dezembro de 2014 tornaram-se inviáveis diante da crise econômica atual. Por isto buscamos novas bases que permitem o alinhamento da capacidade de geração de caixa frente ao atual quadro recessivo da economia brasileira”, disse Fabio Mazzini, diretor de finanças, administração e relação com investidores da Mangels e responsável pela reestruturação.

Ciente do seu dever, a direção da empresa deu início a uma profunda reestruturação. Definiu como foco estratégico o negócio de rodas de alumínio, pelo seu maior potencial de crescimento e geração de caixa.

Entre 2015 e 2016, a Mangels foi a fornecedora escolhida para mais de 50 novos projetos de rodas junto às montadoras. Mesmo num ambiente de mercado adverso, a receita líquida acumulada até o terceiro trimestre de 2016 chegou a R$ 340,1 milhões, ligeiramente superior à do mesmo período de 2015.

Paralelamente ao esforço para ampliação de receita, várias iniciativas foram colocadas em prática visando a redução de custos e melhoria do fluxo de caixa. O quadro de executivos foi reduzido de 52 para 25 cargos, o estoque de matéria-prima passou de treze para três dias e praticamente todos os contratos de fornecedores foram renegociados. Na área industrial foram implantadas medidas de redução de despesas, todas representando cortes importantes nos custos operacionais. Como consequência deste processo, a Mangels fechou o terceiro trimestre deste ano com um EBITDA acumulado de R$ 23,9 milhões, revertendo o resultado negativo. Entre 2013 e 2016 a Geração de Caixa/EBITDA teve acréscimo de mais de R$ 110 milhões. Ressalte-se que está adimplente com todas as suas obrigações, seja com fornecedores, funcionários e compromissos fiscais.