A liberação de recursos para pessoas físicas atingiram R$ 5,9 bilhões em outubro, o que corresponde a uma ligeira alta de 2,6% na comparação com setembro e de 0,8% com o mesmo mês de 2015. Já para as pessoas jurídicas a curva se manteve descendente: foram liberados R$ 668 milhões, redução de 12,7% e 11,9%, respectivamente.
Os dados relativos ao CDC, Crédito Direto ao Consumidor, foram divulgados na quarta-feira, 7, pela Anef, a associação das instituições financeiras ligadas às montadoras. Considerando pessoas físicas e jurídicas, o balanço de outubro – com um total de R$ 6,6 bilhões liberados – é positivo em 0,9% com relação a setembro, mas indica pequeno recuo de 0,6% no comparativo com o mesmo mês do ano passado.
Apesar da pequena melhora no comparativo mensal, o balanço do ano ainda é bem inferior ao de 2015. Nos primeiros dez meses deste ano foram liberados R$ 64,7 bilhões para financiamentos, uma queda de 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 74,1 bilhões). Desse total, R$ 57,5 bilhões foram destinados para as pessoas físicas – valor 13,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado – e R$ 7,2 bilhões para as pessoas jurídicas – recuo de 7,9%.
“A instabilidade econômica do País tem gerado desconfiança entre pessoas físicas, o que reduz, e muito, o número de financiamentos de veículos novos”, avalia o presidente da entidade, Gilson Carvalho. “Isso acontece porque os consumidores, com menor renda disponível, estão buscando opções de baixo comprometimento mensal. Assim, acabam direcionando recursos para a aquisição de veículos usados e seminovos, mais baratos e apresentam parcelas mais acessíveis.”
De acordo com Carvalho, em 2012 comercializava-se um carro novo a cada 2,5 usados. Já em 2016, esse número já é de quase um novo para cinco usados: “Essa movimentação altera os dados de financiamento de toda a cadeia”.
O saldo das carteiras, segundo a Anef, somou R$ 163,4 bilhões em outubro, 1% a menos do valor alcançado em setembro e recuo de 13,1% em doze meses. O total destinado ao financiamento foi de R$ 158,8 bilhões, queda de 1,1% em relação ao mês anterior e de 12,6% no comparativo com outubro de 2015. Na carteira de leasing, o saldo foi de R$ 4,6 bilhões, mesmo volume registrado em setembro, mas queda de 27% em um ano nas operações de leasing.
Com base no balanço de dez meses, a Anef estima que o saldo de financiamento deverá ficar em R$ 155,7 bilhões este ano, com queda de 15% em relação ao resultado alcançado no ano passado, que foi de R$ 183,2 bilhões. Já o volume de recursos liberados deverá cair 15,8%, passando de R$ 92 bilhões para R$ 77,5 bilhões.
De acordo com a Anef, as taxas praticadas pelos bancos ligados às montadoras continuam mais atraentes para o consumidor na comparação com as instituições independentes. Em outubro, as entidades associadas à entidade cobraram juros de 23,38% ao ano e 1,76% ao mês, enquanto os independentes, 25,80% e 1,93%, respectivamente. O prazo médio das concessões foi mantido em 42 meses. Já o prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses.
Inadimplência – A taxa de inadimplência na modalidade CDC para pessoas físicas foi de 4,7%, o que representa uma alta de 0,1 ponto porcentual na comparação com setembro e de 0,7 ponto percentual em doze meses. Nas operações de leasing, a taxa de não pagadores ficou em 4% – mesmo índice registrado no mês anterior, porém, 2 pontos porcentuais maior que o mesmo período do ano passado.
Para as pessoas jurídicas, o índice de inadimplentes na carteira de CDC foi de 5,2%, alta de 0,1 ponto percentual na comparação com o mês anterior e de 0,6 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2015. Na modalidade leasing, a taxa foi de 4,2%, elevação de 0,2 ponto percentual na comparação com setembro e de 0,9 ponto percentual em doze meses.