Negócios a prazo caem 12,4% em 2016

O total de veículos novos e usados financiado no ano passado atingiu 4,65 milhões de unidades, recuo de 12,4% em relação a 2015. O desempenho no segmento de novos foi negativo em 25,6%, atingindo 1,74 milhão de veículos, enquanto no de usados a queda foi bem menor, de 2%, somando 2,9 milhões.

Os dados foram divulgados na sexta-feira, 13, pela Unidade de Financiamentos da Cetip, operadora do Sistema Nacional de Gravames, base integrada de informações que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito em todo o Brasil.

No caso específico dos automóveis, foram financiadas pouco mais de 1 milhão de unidades novas em 2016, retração de 26,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O índice de queda é superior ao da verificada no mercado de automóveis como um todo, que foi de 21%, o que corrobora informação do presidente da Anfavea, Antônio Megale, de significativo aumento da participação das compras à vista no segmento no ano passado. Em novembro, segundo a entidade, o total de carros financiados teve fatia de apenas 47% no total emplacado, o menor índice da história do setor.

Já o volume de financiamento de automóveis usados, de acordo com a Cetip, recuou apenas 1,8%, com quase 2,7 milhões de unidades negociadas. Houve crescimento de 16,3% no número de financiamentos de carros com nove a doze anos de uso, num total de 336,6 mil unidades, sendo que nesse caso o prazo médio de financiamento aumentou de 40,8 meses em 2015 para 41,3 em 2016. Já o prazo para carros com mais de 12 anos recuou de 38,1 para 36,1 meses, na mesma base de comparação.

No segmento de motocicletas, as vendas financiadas recuaram 21,3% em 2016, apesar de uma leve alta de 0,7% nos negócios a prazo com modelos usados. No caso dos veículos duas rodas é o quinto ano consecutivo de queda no total de unidades financiadas.

Considerando as modalidades de financiamento, o CDC perdeu 0,2 ponto percentual em sua participação nas vendas financiadas, passando de 80,9% para 80,7% em 2016 em relação ao acumulado de 2015. A modalidade, porém, continua sendo a preferida dos consumidores. No ano, foram vendidos a prazo 3,75 milhões de veículos por meio do CDC, queda de 12,6% em relação ao mesmo período de 2015.

Governo francês investiga a Renault por emissões

Mais do que os lançamentos e as novidades do Salão do Automóvel de Detroit apresentados a partir de segunda, 9, e cujo interesse maior se limita ao mercado norte-americano, a semana da indústria automotiva mundial foi pródiga em questões judiciais.

Na sexta-feira, 13, depois do acordo da Volkswagen com a Justiça dos Estados Unidos, pelo qual pagará US$ 4,3 bilhões em multas em decorrência da fraude em seus motores, e da acusação da Agência de Proteção Ambiental, EPA em inglês, de que motores a diesel da FCA emitem mais gases do que o permitido, foi vez da Renault ganhar destaque na imprensa mundial por eventual irregularidade em seus motores.

O governo francês revelou que apura se a montadora também teria se valido de artifícios para burlar testes de emissões de gases no caso dos motores a diesel. As investigações, revelam as agências internacionais, começaram em novembro, depois que o Ministério da Economia e Finanças enviou relatório sobre o caso para a Justiça francesa.

Na quinta-feira,12, a EPA acusou a FCA que ter instalado, e não divulgado software de gerenciamento do motor que permite excesso de emissão de poluentes em motores diesel. Pouco mais de 104 mil unidades das picapes Dodge RAM 1500 e Jeep Cherokee vendidos desde 2014 com motores 3.0 litros estariam envolvidas.

As denúncias contra a FCA e a Renault podem indicar um segundo estágio do chamado Dieselgate, como foi batizado o escândalo mundial protagonizado pela Volkswagen e descoberto em 2015. No total, reconheceu a montadora alemã, perto de 11 milhões de veículos em todo o mundo foram dotados de software capaz de enganar os testes de emissões de motores a diesel. Além de implicar em demissões de altos executivos, e até prisões, os custos com processos, multas, recompras de veículos e indenizações a governos e consumidores já teriam ultrapassado a casa dos US$ 23 bilhões.

Maioria dos transportadores registrou queda de receita em 2016

A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2016, levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte, CNT, confirma o grande impacto da crise econômica brasileira no setor de transporte no ano passado. A entidade ouviu 795 transportadores de todo o País, que atuam nos modais rodoviário, ferroviário de cargas, metroferroviário, urbano de passageiros por ônibus, aquaviário e aéreo.

A grande maioria deles, 60,1%, registrou a queda de suas receitas brutas e 58,8% foram forçadas a reduzir o número total de viagens.

O levantamento da entidade apontou ainda que 74,6% dos transportadores tiveram de driblar aumentos do custo operacional. Outro indicador importante é que pelo menos 37,4% delas reduziram o número de veículos em operação ao longo do ano passado.

Como decorrência desse cenário de declínio no nível de atividade – agravado, sobretudo, pela crise política, segundo 90,7% das empresas consultadas –, o quadro de mão de obra no setor encolheu de forma significativa. De dezembro de 2015 a setembro do ano passado foram demitidos 52, 4 mil trabalhadores no setor. Somente nos últimos seis meses, mostra a pesquisa, 58,1% das empresas de transporte promoveram dispensas.

Apesar dos números de 2016, os transportadores esperam melhor cenário daqui para frente. Para 2017, por exemplo, 47,7% dos empresários esperam obter receita bruta maior e 48,8% confiam que o ambiente econômico permitirá aumentar o nível de atividade.

O levantamento da entidade revela também que 53,5% dos transportadores “aumentaram a confiança na gestão econômica do governo federal e 60,5% concordam com as medidas fiscais anunciadas”. Ainda assim quase a metade dos empresários ouvidos, 49,3%, dos empresários acredita que a retomada do crescimento econômico brasileiro será notada somente no ano que vem, enquanto 23,6% são mais otimistas e esperam melhores números já no transcorrer de 2017. A enorme maioria dos entrevistados, exatos 83,5%, também apoia a participação de investidores internacionais nas novas concessões da área de transporte.

Mercedes-Benz estima crescimento de 6% a 10% em 2017

A Mercedes-Benz trabalha sob a perspectiva de que o mercado de caminhões em 2017 crescerá de 6% a 10%. Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas da companhia, já enxerga algum movimento e confia que recentes ações do governo trarão o investidor de volta às compras. “O ambiente de negócio está melhor. O governo sinalizou com medidas que desburocratizam o crédito e melhoram o sistema de tributos, como também anunciou novas regras do Finame, que se não são as melhores que já tivemos, pelo menos estão claras e previsíveis.”

A expansão esperada por Leoncini, porém, não se apresenta com índice suficiente para recuperar as perdas da indústria de veículos pesados nos últimos anos. Ao dividir o crescimento entre dez fabricantes de caminhões em operação industrial no País, o volume se dilui em torno de quatrocentos a quinhentas unidades a mais para cada companhia ao longo do ano. Pouco para um parque industrial com capacidade ociosa por volta de 70%. “O crescimento acontecerá de qualquer maneira. Faz diferença chegar primeiro que os outros. Não adianta mais esperar o cliente bater na porta. Colocamos muita energia para entender o mercado, para estar atento aos movimentos e, assim, levar não só uma solução, mas a solução para todo um contexto.”

Como estratégia para suportar um ambiente que ainda será marcado por volumes baixos, a Mercedes-Benz volta-se para diversas frentes, dos serviços às exportações passando pela atuação no mercado de usados. Receita, aliás, segundo Leoncini, impulsionadora dos negócios da companhia em 2016 e responsável pelo retorno da fabricante à liderança de vendas de caminhões no mercado interno.

O diretor de vendas conta que com os negócios de novos em baixa a fabricante apostou na manutenção dos veículos dos clientes. Assim, investiu nas três linhas de peças que possui – Genuína, Alliance e Remanufaturada -, resultando em uma expansão de 400% no faturamento do negócio. Na área de pós-venda também acelerou inciativas em instalar oficina na casa do cliente, “uma boa maneira de apressar o caminhão ou o ônibus para a operação”.

Diante das tantas dificuldades enfrentadas no ano passado, a Mercedes-Benz também calçou sua rede de concessionários com programa de incentivo como o Star Class, no qual a casa é classificada do bronze ao diamante sob critérios de excelências, do serviço ao treinamento. “Embora exista quem enxergue como despesa, investimento do concessionário no seu negócio é fundamental, resulta em fidelização e crescimento de market share.”

Atualmente a Mercedes-Benz possui duzentos endereços entre concessionárias plenas e pontos de serviço ou peças, sem ter precisado fechar nenhuma casa na fase mais aguda da crise do mercado de caminhões. “Houve necessidade de realocações em praças nas quais as cidades cresceram muito dificultando o acesso dos veículos, como também de flexibilizar o modelo de negócio.”

Leoncine também lembra de outro importante apoio para estimular as vendas de novos, o negócio usados. A companhia possui duas lojas Select Truck – Betim, MG, e Mauá, SP -, especializada no comércio de caminhões de segunda-mão. Ano passado as casas venderam 850 caminhões, boa parte – se não a maior – originada de parte de pagamento por novos. O diretor de vendas adianta que está nos planos ter mais duas ou três em outras regiões do País. “Paraná e Nordeste certamente ganharão as próximas ainda este ano ou no máximo em 2018.”

Se as exportações já foram foco da fabricante em 2016, os embarques continuam no radar. A empresa enviou para fora no ano passado pouco mais de 6 mil caminhões contra 4,6 mil unidades de 2015. E deve crescer mais. O diretor de vendas enxerga com muito potencial os modelos Accelo e Atego para países do continente Africano e do Oriente Médio. “Só nós produzimos o leve Accelo, um puramente nacional, que se apresente muito adequado a países com crescimento de consumo e, consequentemente, aumento de distribuição de carga. Hoje temos capacidade disponível e precisamos procurar onde podemos entregar.”

Participação das vendas diretas é a maior dos últimos dez anos

No ano passado a participação das vendas diretas nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves chegou a 34,17%, o maior índice dos últimos dez anos, segundo a Fenabrave. Das 1 milhões 986 mil 389 unidades dos segmentos licenciadas em 2016, 678.750 foram negócios provenientes da modalidade. De acordo com Alarico Assumpção Jr., presidente da entidade que representa a distribuição de veículos no País, o porcentual é alto, mas não em quantidade. “O volume médio no período foi de 526 mil unidades/ano. Cabe fazer a leitura que não forma as vendas diretas que cresceram, mas o varejo que caiu drasticamente.”

As contas do representante da Fenabrave justificam a maneira de enxergar o mercado. Nos últimos quatro anos as vendas no varejo de automóveis e comerciais leves passaram de 2,7 milhões unidades para 1,3 milhão, queda de 52%, enquanto na modalidade jurídica de 916,6 mil para 678,7, encolhimento de 26%. “O índice das vendas diretas cresce, porque o varejo caiu”, reforça. “De qualquer maneira não se trata uma participação saudável para o nosso negócio. Não sou contra a modalidade, mas temos de trabalhar para colocar as vendas diretas em patamares mais baixos.”

Na comparação com 2015, porém, a fatia das vendas diretas nos licenciamentos cresceu 5 pontos porcentuais. Na ocasião a modalidade de negócios para pessoas jurídicas e frotistas fechou com índice de 28,78%, com 712,8 mil unidades dos 2,4 milhões de automóveis e comerciais leves licenciados naquele período.

Por montadora, a Fiat foi a empresa que mais participou com os negócios por vendas diretas de automóveis e comerciais leves. No ano passado sua participação foi de 23,48%, seguida pela General Motors, com 18,97%, Renault (11,89%), Volkswagen (11,37%) e Ford (7,24%).

Já no ranking por marca no varejo é a GM a líder, com fatia de 16,6%. Atrás dela vem a Volkswagen com 11,57%, a Hyundai e a Fiat bem perto com 11,37% e 11,13%, respectivamente, e a Toyota (10,86%).

O modelo mais emplacado por vendas diretas foi a Fiat Strada, com 45.277 unidades licenciadas pela modalidade do total de 59.449 emplacamentos. Volume considerável também registrou o líder de vendas Chevrolet Onix, das pouco mais de 153 mil unidades emplacadas do Chevrolet Onix, 44.779 delas foram via modalidade para pessoas jurídicas.

Comércio de veículos ganha mais segurança

O Contran, Conselho Nacional de Trânsito, aprovou a Resolução nº 655 que da forma ao Renave, Registro Nacional de Veículos em Estoque. Publicada na quarta-feira, 11, no Diário Oficial da União, a medida entre em vigor em maio.

Por meio de sistema informatizado, o Renave permitirá conhecimento, em tempo real, de todo o processo de compra e venda de um veículo novo ou usado, promovendo na transação mais segurança jurídica em relação à transferência de responsabilidade, procedência e possíveis pendências do bem. O comprador fica sabendo na hora se o carro desejado possui alguma restrição.

O Renave permitirá que a concessionária ou a revenda independente se torne responsável pelo veículo no momento em que ele é deixado na loja, pois a transferência passará a ocorrer por meio eletrônico e não mais por papel. Desta maneira, ao vender um veículo para a loja, o proprietário assinará o CRV, Certificado de Registro do Veículo, e o estabelecimento é obrigado a emitir a nota fiscal eletrônica da entrada desse veículo. O produto, então, passa automaticamente para o nome da loja, indicando que ele está em estoque, e o antigo dono fica livre de eventuais pendências após a venda, como multas. Pelo menos por enquanto, segundo o Contran, nada muda em relação os negócios entre pessoas físicas.

A medida também beneficiará órgãos governamentais, que poderão ter acesso ao movimento real das revendas. De acordo com o diretor do Denatran, Elmer Vicenzi, a população também terá mais segurança nessa modalidade de relação comercial, além da garantia na legitimidade do emplacamento de veículos novos. “Haverá também uma desburocratização na compra e venda de usados, uma vez que as transações eletrônicas simplificarão os procedimentos.”

Para a Fenauto, Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, os benefícios do Renave para o consumidor são claros e muitos, como a redução de custo dos veículos e de juros pagos, simplificação do processo de transferência de propriedade, pendências dos veículos já vistas e conferidas no ato, garantia de compra de um veículo que passou pelo crivo do Denatran, Detran e Receita Federal, transferência instantânea de responsabilidade ao comprador, comunicação de venda realizada automaticamente, e formalização do negócio de comprar e vender no ato de sua celebração.

De acordo com nota da entidade que reúne o setor de revendas de seminovos e usados, o novo sistema reduz custos, oferece maior garantia jurídica, elimina problemas com o extravio de documentos, otimiza o trabalho operacional, garante uma efetiva fiscalização do processo pelas autoridades de trânsito, desburocratiza o processo, disponibiliza automaticamente e instantaneamente a mercadoria para venda e incentiva a regularização das operações de compra, venda e consignação de veículos nas lojas.

Para o Presidente da Fenauto, ilídio dos Santos, a oficialização do Renave é uma conquista para todo o segmento automotivo. “O estabelecimento desse sistema que beneficiará um enorme universo de revendas de automóveis por todo o Brasil e também o consumidor final, oferecendo mais agilidade, segurança jurídica e garantia do veículo que está sendo negociado. Todas as pendências e responsabilidades poderão ser resolvidas em tempo real, sem burocracia, assim como um cliente faz um TED em uma agência bancária.”

Chassi inteligente para mobilidade urbana

A ZF apresenta o ICR, Intelligent Rolling Chassis, flexível, um conceito de plataforma veicular projetada para atender às exigências essenciais do projeto de veículos, visando apoiar futuras soluções de mobilidade urbana. A plataforma, já pronta para ser lançada no mercado, combina um motor elétrico integrado no eixo e um chassi inovador extremamente ágil, a um sistema de direção avançado e a uma unidade de controle eletrônica que coordena todas as funções do chassi.

Esses sistemas mecânicos inteligentemente interligados equipam perfeitamente o IRC, visando à condução urbana autônoma no futuro. Simultaneamente, o assoalho plano entre os eixos dianteiros e traseiros aceita quase todos os desenhos de carroceria. Isso torna o IRC uma plataforma ideal para o desenvolvimento de veículos elétricos destinados ao transporte urbano de passageiros ou mercadorias.

“A mobilidade do futuro continuará a ser baseada em sistemas mecânicos, equipados, no entanto, com sistemas inteligentes totalmente interconectados”, explica o Stefan Sommer, CEO da ZF. “No nosso Intelligent Rolling Chassis, os sistemas mecânicos inteligentes e interconectados oferecem uma plataforma flexível para os conceitos de veículos urbanos dos fornecedores tradicionais e da nova mobilidade.”

Funcionamento – O eTB, Electric Twist Beam, instalado no eixo traseiro do IRC garante a mobilidade sem nenhuma emissão de poluentes. Para conseguir isso, a ZF combinou um eixo de torção a dois motores elétricos montados perto das rodas, cada um deles com uma potência de 40 kW. Eles são instalados em uma carcaça de alumínio, cada um com uma transmissão de uma só velocidade. O eTB constitui assim um motor eficiente e dinâmico que atende às necessidades de mobilidade e transporte urbano.

O eixo dianteiro do IRC é baseado em um inovador desenho de suspensão independente por duplo braço de controle. Esta é a principal exigência mecânica para aumentar o ângulo de esterçamento em até 75 graus – em conjunto com o sistema de direção eletromecânico ZF. A título de comparação, os eixos dianteiros-padrão permitem um ângulo de esterçamento de no máximo 50 graus.

Graças a esse ângulo aperfeiçoado, as manobras de mudança de direção e estacionamento ficam mais fáceis, beneficiando os veículos tanto de passageiros como de transporte, especialmente na condução urbana sujeita ao tráfego pesado.

Outro componente essencial do sistema da plataforma é a ECU, Electronic Control Unit, do IRC, o cérebro por trás de tudo que acontece no chassi. Ela coordena todas as funções dinâmicas longitudinais e transversais do veículo, bem como os outros sistemas ZF como os freios de serviço, a eletrônica motriz e, adicionalmente, o gerenciamento da bateria.

A ECU do IRC está, além disso, equipada com uma função vetorial do torque, que distribui a força motriz entre os dois motores elétricos, separadamente quando é necessário. Esta é a única forma pela qual os veículos construídos sobre esta plataforma podem sair da imobilidade a um ângulo de quase 90 graus, o que é perfeito para estacionar e mudar de direção em espaços apertados.

Além de conectar os eixos dianteiros e traseiros, o IRC tem seu assoalho plano como um skate, que aceita as configurações mais diversas, simples e baseadas nas necessidades e conceitos de interior. Isso inclui, por exemplo veículos para duas pessoas, táxis sem motorista com assentos frente a frente e um veículo que percorre autonomamente a última milha, para entregar mercadorias em áreas urbanas.

EPA acusa FCA de provocar excesso de emissão em motores diesel

A Agência de Proteção Ambiental (EPA em inglês) dos Estados Unidos emitiu na quinta-feira, 12, aviso de violação para a FCA, Fiat Chrysler Automobiles, de instalar e não divulgar software de gerenciamento do motor que permite excesso de emissão de poluentes em seus motores diesel. Segundo a agência estão envolvidos pouco mais de 104 mil unidades de modelos de picapes Dodge RAM 1500 e Jeep Cherokee vendidos desde 2014 com motores 3.0 litros.

De acordo com nota da EPA, o programa de computador não revelado resultado no aumento de emissões de óxido de nitrogênio (NOx) dos veículos.

“Deixar de divulgar o software que afeta emissões no motor de um veículo é uma violação séria da lei, que pode resultar na poluição prejudicial no ar que respiramos,” disse em comunicado Cynthia Giles, administradora assistente da EPA de cumprimento e garantia de conformidade. “Continuaremos a investigar a natureza e o impacto destes dispositivos. Todas as montadoras devem seguir as mesmas regras e continuaremos a responsabilizar as empresas que ganham uma vantagem competitiva injusta e ilegal.”

Para a agência de notícias Reuters, Sergio Marchionne, CEO da FCA, negou que a empresa esteja em desacordo com as leis ambientais e está em conversa com a EPA sustentado com documentos importantes. “Não fizemos nada que seja ilegal. Nunca houve qualquer intenção de criar condições para burlar o processo de teste. Isto é absolutamente absurdo.”

Em comunicado, o braço norte-americano da companhia, FCA US, disse estar “decepcionado”, com a acusação da EPA e que todos os seus “veículos movidos a diesel atendem a todos os requisitos regulamentares.”

O braço norte-americano da empresa, a FCA US, disse em um comunicado que está “decepcionado” com o aviso de violação da EPA e que pretende trabalhar para “resolver este assunto de forma justa e equitativa”, além de garantir aos clientes e à EPA que seus “veículos movidos a diesel atendem a todos os requisitos regulamentares aplicáveis”.

A EPA foi a agência que descobriu e denunciou o Dieselgate, em setembro de 2015, envolvendo fraude com os motores diesel da Volkswagen em aproximadamente 11 milhões de modelos ao redor do mundo que burlavam os testes de emissões. Na terça-feira, 10, a fabricante concordou em pagar US$ 4,3 bilhões em multas nos Estados Unidos para encerrar os processos provenientes do caso.

Breve hiato para os DS no Brasil

Os admiradores dos carros DS, marca premium da Citroën, não precisam temer o fim das importações dos luxuosos modelos conhecidos sobretudo pelo arrojo de suas linhas. Paulo Solti, diretor geral da Citroën no Brasil, nega categoricamente que a marca sairá do Brasil, apesar de notícias “vazadas” para a imprensa.

“Estamos desenvolvendo um novo modelo de negócios para a DS no Brasil”, assegura o executivo, que admite, porém, que interrompeu momentaneamente as encomendas até que a nova estratégia seja colocada em prática, algo que – calcula –, deverá demandar mais três ou quatro meses.

A marca DS, reforça o presidente da Citroën, terá operação ainda mais destacada aqui a partir de então. A ideia é que os três modelos oferecidos ao consumidor brasileiro pela rede Citroën desde 2012 e 2013 – DS 3, DS4 e D5 – passem a ser negociados, junto com futuros lançamentos, em rede exclusiva da marca de luxo, que será constituída após a definição do plano de negócios.

“Ainda é cedo para antecipar detalhes da operação e de todas as estratégias que envolverão a DS no Brasil. Mas seguiremos, claro, as orientações que estão sendo adotadas em todo o mundo pela marca”, antecipa Solti, lembrando que na França os DS já têm rede de revendas independente e que outros países europeus já trabalham no mesmo sentido.

O principal executivo da Citroën no País afirma que as próprias projeções de mercado já seriam fortes argumentos para justificar a continuidade das importações dos DS. Segundo ele, o mercado brasileiro de veículos premium deve triplicar nos próximos três anos, passando das 50 mil unidades negociadas em 2016 para algo em torno de 150 mil até o fim da década.

Há uma demanda reprimida para produtos desse segmento, avalia Solti – gerada em especial nos últimos dois anos de crise. “Basta observarmos a evolução da renda das classes A e B. Na verdade, já em 2017 ou 2018 o mercado brasileiro já deveria estar consumindo acima de 120 mil veículos de marcas premium.”

A DS vendeu no Brasil somente cerca de 120 veículos no ano passado. Embora não revele quantas unidades há, de fato, Solti assegura que ainda existem veículos disponíveis para vendas nas concessionárias Citroën, “que seguem atendendo os clientes dos carros DS normalmente, inclusive no pós-venda”.

Como os embarques de novos lotes para cá foram interrompidos, esse pequeno estoque de passagem sumirá nas próximas poucas semanas. “Estamos, definitivamente, em um momento de transição. Mas o Brasil consta nos planos globais da marca entre os mercados prioritários nos próximos anos.”

Os carros da DS chegaram oficialmente ao Brasil em maio de 2012, quando chegou às revendas o DS3, modelo compacto de entrada, com preços atualizados a partir de R$ 92,9 mil. Ainda no mesmo ano, em dezembro, chegava às revendas o topo de linha DS5, ofertado hoje por preços a partir de R$ 138 mil. O terceiro modelo, o DS4, intermediário na gama, tinha como preço referência de R$ 102,9 mil e desembarcou aqui no primeiro bimestre de 2013.

Nesses quatro anos, segundo a Citroën, foram negociados perto de 4,5 mil unidades dos três modelos, todos importados da França. O Grupo PSA, porém, tem outra base produtiva para os DS: sua unidade na China, de onde sai ainda o DS6, utilitário esportivo para o mercado local.

Produção argentina encerra o ano com queda de 10%

Apesar dos recuos registrados no encerramento do ano, dezembro se mostrou um mês animador para o setor automotivo argentino. Com vinte dias úteis as fabricantes instaladas no país produziram 40.087, volume 14,6% menor na comparação com novembro, mas 27,3% superior em relação às 31.485 unidades produzidas em dezembro de 2015.

Desta maneira, no acumulado do ano de janeiro a dezembro, saíram das linhas de montagem argentinas 472.776 unidades, queda de 10,2% em relação às 526.657 unidades fabricantes no mesmo período de 2015.

Para o setor automotivo argentino, dezembro passado marca crescimento nas exportações locais, apesar do fraco desempenho do mercado brasileiro. No último mês de 2016 as fabricantes embarcaram 18.802 veículos, volume 12,7% inferior ao de novembro, mas 71,8% superior se comparado às 10.944 unidades exportadas em dezembro de 2015.

No acumulado do ano a indústria automotiva argentina registrou queda de 20,8% nas exportações. De janeiro a dezembro do ano passado foram enviados a outros países 190.008 veículos contra 240.015 embarcados um ano antes.

Por fim, as vendas para a rede em dezembro somaram 72.003, crescimento de 15,4% em relação aos negócios de novembro e de 108,7% sobre o desempenho registrado no mesmo mês de 2015, quando as concessionárias argentinas receberam 34.508 unidades.

Ao longo de 2016 foram entregues à rede 721.411 unidades, alta de 20,9% na comparação com as 587.109 unidades negociadas no mesmo período de 2015.

“Encerramos um ano intenso, marcado por uma transição na qual pudemos avançar e trabalhar em conjunto com as novas autoridades na introdução de medidas econômicas e administrativas que marcaram a agenda do setor, além de permitir corrigir algumas distorções e limitações na operação da indústria automotiva”, destacou em nota Luis Ureta Sáenz Peña, presidente da Adefa.

O dirigente ainda lembrou que embora o setor automotivo tenha surpreendido nos últimos dois meses, “A melhora não permitiu interromper a queda na produção ao longo do ano, reflexo e reposta de nossa indústria frente a acentuada queda da demanda do mercado brasileiro. Esse antecedente nos apresenta novos desafios frente a 2017 e nos leva a redobrar nossos esforços em trabalhar em medidas estruturais que nos permitam recuperar o caminho do crescimento sustentável.”