Europeia GeoPost adquire a JadLog

A novata JadLog, já uma das maiores operadoras logísticas do Brasil, tem novo dono. A empresa brasileira, com forte atuação em cargas expressas e comércio eletrônico, acaba de ser adquirida pela GeoPost, a segunda maior rede de distribuição de encomendas europeia.

O DPDgroup, braço interncional da GeoPost, adquiriu 60% do capital da JadLog, em transação anunciada na terça-feira, 17, em São Paulo

A GeoPost e o DPDgroup estão presentes em mais de quarenta países, mais da metade deles integrante da União Europeia. “É uma grande oportunidade para a GeoPost entrar no mercado brasileiro. A JadLog tem uma rede sólida em todo o País, serve empresas importantes e presta serviço de excelente qualidade”, disse Olivier Establet, CEO da filial da GeoPost em Portugal e novo presidente do Conselho de Administração da JadLog.

O executivo acredita que a associação permitirá que as duas empresas “expandam seus negócios em particular no campo do comércio eletrônico internacional, com clientes de vários continentes, e estabelecerá uma base para a GeoPost crescer no Brasil”. Em 2015, a GeoPost registrou receita global de € 5,7 bilhões.

“A parceria com a GeoPost aumentará nossa capacidade de investimento, ao mesmo tempo em que nos beneficiaremos da expertise e do modelo de gestão do grupo europeu”, complementou José Afonso Davo, CEO da Jadlog, empresa criada há pouco mais de onze anos.

Davo antecipa que novos serviços e processos já estão em gestação e serão oferecidos ao mercado nesta nova etapa da empresa, que dispõe de rede de 508 franquias em todo o País. Em 2016, faturou R$ 406 milhões com o transporte de mais de 7 milhões de encomendas. Nos últimos três anos a JadLog registrou crescimento médio da ordem de 12% ao ano.

Em decorrência dessa ascensão, inaugurou centro de distribuição de 40 mil m² na rodovia Anhanguera, em São Paulo. Sua frota terrestre conta com 240 caminhões e cerca de 3 mil utilitários.

Fenatran 2017 em contagem regressiva

Representantes da Reed Exhibitions Alcantara Machado, empresa organizadora de eventos, deu o pontapé inicial na terça-feira, 17, para o 21º Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas, a Fenatran 2017, a ser realizado de 16 a 20 de outubro próximo. Em apresentação para expositores e pessoal de associações do setor de alguma maneira envolvido com a exposição, já estão confirmadas quatro montadoras – DAF, MAN, Mercedes-Benz e Volvo -, além dos fabricantes de implementos rodoviários associados à Anfir, os que mais presença tiveram na mostra passada, de 2015.

A maior novidade para a edição deste ano, a exemplo do que ocorreu com o Salão do Automóvel do ano passado, é a mudança de endereço: sai do Pavilhão do Parque Anhembi e desembarca no São Paulo Expo. Também, de cara, a confirmação de maior número de montadoras participantes. No evento de 2015 somente DAF e Volvo marcaram presença. “Falta pouco para outras fabricantes de veículos confirmarem a participação”, adianta Paulo Octávio Pereira de Almeida, vice-presidente comercial da Reed Exhibitons. “O cenário econômico do passado recente era diferente do que sinaliza agora. Estamos de olho na retomada em 2018.”

Para Antonio Megale, presidente da Anfavea e presente na apresentação de lançamento da feira, embora o setor de caminhão ainda inspire muita preocupação, com queda superior a 29% no mercado no ano passado e uma capacidade ociosa nas fabricantes acima de 70%, “a Fentran deste ano será a melhor de todos os tempos. Já vemos sinais de retomada e gradualmente, ao longo do ano. Espero que em outubro, quando a Fenatran estará de portas abertas, o ânimo seja outro.”

As projeções da Anfavea para o segmento de pesados, divulgadas no início do ano, é de que o mercado cresce 6,5%, as exportações 10% e a produção 26%, para 100 mil unidades de caminhões e ônibus.

Com o novo local de exposição, os organizadores esperam incrementar a feira com que eles chamaram de “iniciativas de maximizar o seu investimento.” Trata-se de um pacote de ações em ser alinhado com os expositores com o objetivo de alavancar negócios. No conjunto de medidas se encontram Club de Vip de Compradores, rodadas de negócio, organização de caravanas para trazer os profissionais do setor ao evento, avaliações práticas de produtos, além de palestras e workshops. “A Fenatran também pode ser uma alavanca do processo de retomada”, acredita o vice-presidente comercial da Reed Exhibitions.

As projeções da empresa organizadora para este ano é de que a Fenatran traga mais de 450 marcas expositoras, contra 320 presentes na feira passada, proporcione R$ 150 milhões disponíveis para investimento durante o evento, em 2015 contabilizou R$ 118 milhões, e receba mais de 60 mil visitantes, na edição trouxe em torno de 50 mil.

Novembro teve maior volume de recursos para CDC em onze meses

O mercado de crédito de veículos não pode reclamar de novembro. Ao contrário, o penúltimo mês de 2016, segundo levantamento da Anef, a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, cravou o melhor resultado do ano para a carteira de CDC, Crédito Direto ao Consumidor.

Foram liberados no período R$ 7,3 bilhões, 10,4% acima dos recursos registrados no mês anterior e 6,2% superior quando comparado ao mesmo mês do ano passado. Novembro, assim, superou agosto em recursos liberados pelo CDC, até então o melhor mês do ano com recursos de R$ 7,2 bilhões.

Do total no mês, para as pessoas físicas foram destino de R$ 6,6 bilhões, mais de 90% dos recursos, correspondentes a uma alta de 10,4% em relação a outubro e de 7,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os financiamentos pelo CDC para as pessoas jurídicas ficaram R$ 717 milhões, 7,3% a mais do que em outubro e 6,5% superior ao liberado no mesmo mês de 2015.

Apesar desse desempenho, Gilson Carvalho, presidente da entidade, ainda lamenta: “O mercado ainda sente a ausência de consumidores que receiam a aquisição de bens de maior valor. Esse cuidado está refletindo na queda do endividamento”.

Ainda assim o executivo antecipa que os volumes liberados em dezembro – e que serão divulgados nas próximas semanas – deverão representar alguma recuperação na comparação mensal. “Mas ainda muito aquém dos anos anteriores, quando tínhamos um mercado forte”, pondera o presidente da Anef

Se o CDC mostrou desempenho superior em novembro, a carteira de leasing, que chegou a R$ 194 milhões no período, também teve expressiva alta de 32% na comparação com outubro. Em doze meses, porém, o recuo foi da ordem de 17,4%.

Novamente as pessoas físicas foram o grande mercado, com R$ 158 milhões, 41,1% a mais do que em outubro e 19,7% sobre o mesmo mês do ano anterior. Os outros R$ 36 milhões liberados para as pessoas jurídicas representaram crescimento de 5,9% na comparação com outubro e foram impressionantes 65% menores do que no mesmo mês de 2015.

Inadimplência – O índice de inadimplência ficou 4,7%, estável com relação a outubro. Mas em um ano essa taxa cresceu 0,6 ponto porcentual. Os inadimplentes somaram somente 3,9% no caso da carteira de leasing, 0,1 ponto porcentual a menos que em outubro e expressivos 2 pontos porcentuais na comparação com o mesmo período de 2015.

A taxa de inadimplência das pessoas jurídicas manteve os mesmos índices nas carteiras de CDC e leasing: 5,2% e 4,2% respectivamente. Em doze meses, no entanto, registraram alta de 0,4 no caso do CDC e 0,9 ponto porcentual no leasing.

Librelato busca parceiros no Peru, Colômbia e Angola

Após firmar aliança com a chilena Tremac para ampliar sua participação naquele mercado, a Librelato Implementos Rodoviários dá continuidade ao seu projeto de internacionalização e procura agora parceiros estratégicos no Peru, Colômbia e Angola, na África. A informação é de Rafael Bett, gerente de exportação da Librelato, ao destacar visão de longo prazo da empresa de olho na ampliação dos seus negócios no Exterior.

A fabricante de Santa Catarina exportou US$ 7 milhões no ano passado, resultado 20% superior ao de 2015 e o equivalente a 10% da sua receita líquida. “Agora em 2017 pretendemos repetir esse mesmo índice de crescimento com a conquista de novos mercados internacionais e o desenvolvimento de novas alianças externas”, comenta Bett.

Principal destino das exportações brasileiras de semirreboques, o Chile responde hoje por 30% do total exportado pela Librelato. Com a definição de um novo distribuidor para aquele mercado, a empresa pretende ampliar as vendas lá em pelo menos 10% este ano.

“De forma direta e indireta exportamos atualmente para mais de dez países”, informa o gerente de exportação. “Nossos principais parceiros são países com mais proximidade geográfica e cultural, ou seja, Paraguai, Bolívia, Uruguai e o próprio Chile. Mas estamos constantemente buscando novas alianças e hoje há negociações em andamento em países da América Latina e África, mais especificamente Peru, Colômbia e Angola.”

O CEO da Librelato, José Carlos Sprícigo, destaca que desde 2012, quando iniciou seu projeto de internacionalização, a empresa tem no departamento de exportação um dos seus pilares estratégicos. Sobre o acordo firmado com a Tremac, Sprícigo diz que com essa parceria “poderemos atender o mercado chileno de maneira mais ampla e com a qualidade que nos é característica”.

Além da aliança comercial estabelecida, a Librelato e a Tremac compartilharão informações técnicas para que tanto os transportadores chilenos quanto os brasileiros possam ter acesso às novas tecnologias das duas companhias. Desde 1969 atuando no mercado de transportes, a Librelato possui quatro unidades fabris em Santa Catarina, nas cidades de Içara (matriz), Criciúma e Orleans, onde fabrica coletores de lixo, por meio da Libremac.

Vendas na quinzena atingem 67,2 mil veículos

As vendas de veículos na primeira quinzena de janeiro – até sexta-feira, 13 – atingiram 67,2 mil unidades, volume que, segundo fontes do mercado, sinaliza um resultado próximo ou até mesmo um pouco superior ao do mesmo mês de 2016, quando foram emplacadas 155,3 mil. Se confirmada a previsão, a queda em relação a dezembro será na faixa de 22% a 24%, comportamento normal para este período de virada de ano.

Executivos ligados ao setor de distribuição apostam em um mercado este mês na faixa de 155 mil a 158 mil veículos, enquanto na indústria há quem acredite em resultado até um pouco melhor, na faixa de 160 mil a 165 mil. As vendas diretas continuam tendo peso importante no mercado brasileiro. Dos 67,2 mil veículos emplacados na primeira quinzena deste mês, 35,3 mil foram negociados com pessoas jurídicas, ou seja, uma participação de 52,8%.

Esse índice é bem acima do registrado no fim do ano passado, de 37%, podendo assim não sinalizar uma tendência, mas apenas um movimento atípico neste início de ano. Como disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., à Agência AutoData na semana passada, o aumento da participação das vendas diretas tem mais a ver com a desaceleração do varejo do que com um eventual aquecimento dos negócios com pessoas jurídicas.

Tanto é que houve queda nas vendas diretas de automóveis e comerciais leves em 2016, só que em porcentual bem menor do que o do varejo. Elas totalizaram 678,7 mil unidades, 4,8% a menos do que as 713 mil de 2015. O varejo, por sua vez, despencou 25,95%, baixando de 1,7 milhão para 1,3 milhão de unidades. No total o mercado absorveu 1 milhão 986 mil automóveis e comerciais leves, com queda de 19,8% sobre 2015.

Com relação às projeções para este ano a Fenabrave mostra-se mais pessimista do que a Anfavea. Enquanto a associação que representa as montadoras estima alta de 4% nas vendas de automóveis e comerciais leves, a federação dos concessionários acredita em crescimento de apenas 2,4%, algo em torno de 2 milhões 34 mil unidades.

O canto do cisne …

A expressão popular estampada no título deste artigo remonta à Antiguidade, mais precisamente ao filósofo Platão ao descrever os últimos instantes de vida de Sócrates. Mas ela se aplica com incômoda precisão ao que parece estar vivendo a Ford no Brasil, hoje apenas a sexta dentre as principais montadoras aqui operando e que foi a líder até a era do Geipot, depois, terceira por largo espaço de tempo até meados dos 90.

Parece mais que sugerir esse ocaso tristonho as notícias do recente Salão de Automóvel de Detroit, ao destacarem que o novo EcoSport, pequeno SUV urbano aqui gestado e lançado, será o veículo de entrada da marca nesse segmento de notável elasticidade no país do Norte. Lá, instrumentado em tecnologia e expressivas alterações de forma, das quais não será usufrutuária a versão brasileira, que continuará a ser como a atual, à exceção dos cosméticos de praxe.

Aqui no Brasil, tanto quanto por aí afora, a Ford continua fiel ao mais recôndito dos conceitos do seu fundador, que erigiu a simplicidade e a repetição exaustiva do seu modelo emblemático, o Ford T, apelidado “Thin Lizzy” ou simplesmente “O Carro”, quando não percebia que seu concorrente de fígado, a GM, pelo seu mais longevo e importante chairman, Alfred Sloan, definia como estratégia de produto e de presença no mercado a adequação de sua linha a “cada bolso e cada objetivo de uso”.

Se com essa diretiva existencial Henry Ford pretendia dar plena economicidade ao custo de produção, além de formidável acessibilidade à massa de consumidores que inaugurava a mobilidade automotiva, por outro lado se colocava refém de sua própria arrogância e descabida pretensão de que ao mercado caberia apenas e tão somente submeter-se ao que ele e sua marca determinavam como linha desejável de consumo.

A GM, que assumiu a liderança sobre a Ford no final dos anos 20 do século passado –para nunca mais perdê-la –, e mais recentemente os fabricantes japoneses fizeram a Ford amargar, mesmo nos Estados Unidos, posição caudatária em relação não apenas à GM, mas, também, à Toyota, cujo fundador foi a Detroit aprender como funcionava a produção em massa inaugurada exatamente pela Ford!

Como que a trazer para si sempre a pretensa vanguarda nas ideias pioneiras no terreno da chamada mobilidade, a Ford se apresenta como novo Colombo de mares desconhecidos, penetrando em modalidades novas que vão do aluguel de bicicletas ao chamado “car sharing” e ao empenho total nos ambientes do carro elétrico e do próprio carro autônomo – campos em que pretende lhe seja reconhecida a imagem imutável, desbravadora e singular, que lhe legou o fundador.

Mas, tudo isso – se se tornar uma realidade no futuro – será geograficamente limitado aos Estados Unidos e Europa e muito provavelmente à China e Índia. O Brasil – ora o Brasil! – continuará a ser apenas uma “cash cow” de pequenos e acomodados currais, onde a sua presença continuará a ser uma cansativa repetição de imobilismo ou, no máximo, de letárgico deslocamento.

O caso do EcoSport – se confirmado esse fado indicado pelas notícias, ou seja, de nenhuma alteração na esteira do que será o modelo americano – trás de volta, por um lado, a máxima do velho criador: “Meus clientes poderão ter um Ford em qualquer cor…desde que seja preto”, ou ainda a repetição, por razões quaisquer, do lamentável atraso, logo após o desmantelamento da Autolatina, do lançamento e assim mesmo desatualizado do seu pequeno vencedor na Europa, o Fiesta.

Enquanto isso, os italianos, que lhe tiraram quase 10 pontos de porcentagem em penetração nos anos 90, continuavam a nadar com largas e imbatíveis braçadas. A contemplativa e conformista posição da Ford diante de tudo isso poderia dar margem a um novo personagem de Fellini, calcado conceitualmente na sempre atual trama do “E La Nave Va…” do genial diretor.

Para deixar ainda mais atônitos aqueles que teimam em acreditar nos princípios da marca e na sua sustância competitiva para o futuro, especificamente no que diz respeito à sua afamada busca de eficiência produtiva e financeira, é de se perguntar em que capítulo de sua tradição se insere a recentíssima decisão de desistir da instalação de planta no México, a isso “forçada” pelo esquisito novo presidente americano, sr.Trump. Onde ?!

E, aqui no Brasil, haverá alguém por todos os títulos de representatividade oficial intitulado, quem pergunte por que a Ford, beneficiária do Inovar-Auto e outras “invenções”, trata o EcoSport gerado pela inteligência automotiva brasileira de forma tão descuidada e desatenciosa?!

Luiz Carlos Mello, consultor e ex-presidente da Ford Brasil

México: cifras recordes.

O mercado mexicano tanto em dezembro quanto o resultado ao longo de todo o ano passado alcançou níveis históricos de venda de veículos, de acordo com balanço da Amia, associação que reúne as fabricantes de veículos instaladas naquele país. No último mês de 2016, os consumidores mexicanos adquiriram 192.567 automóveis e comerciais leves, volume 19,9% superior ao registrado no mesmo mês de 2015.

No acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, o mercado mexicano absorveu 1,6 milhão de veículos leves, crescimento de 18,6% sobre o mesmo período de 2015.
Segundo a Amia, as vendas internas no período foram compostas com 45% de veículos de fabricação nacional e o restante de importados.

Também a produção nacional alcançou seus melhores níveis. Em dezembro as fabricantes produziram 242.495 unidades, alta de 8,8% em comparação com as 222.941 unidades produzidas em dezembro de 2015. Ao longo de 2016 as fábricas de veículos instaladas no México somaram mais de 3,4 milhões de automóveis e comerciais leves, 2% a mais do que o volume produzido um ano antes.

Com a produção em alta, também as exportações registraram cifras recorde. Em dezembro embarcaram 216.645 veículos leves, expansão de 4,8% em relação a dezembro de 2015. NO acumulado do ano de janeiro a dezembro de 2016 as exportações somaram mais de 2,7 milhões de automóveis e comerciais leves, ligeiro crescimento de 0,3% na comparação com o mesmo período de 2015.

No ano passado, os veículos leves exportados pelo México tiveram os Estados Unidos como o principal destino, 77,1% do volume embarcado. Depois aparece o Canadá, com 8,9% de participação nos embarques, e a Alemanha, 2,9%.

Smartphones podem evitar queima de diesel à toa?

É sabido que o transporte rodoviário de cargas é uma atividade que atua como vetor da emissão de gases poluentes ao meio ambiente, como o CO2, materiais particulados e outros gases nocivos à saúde humana e ao planeta.

A preocupação com a pegada de carbono e o impacto ambiental do transporte de cargas são temas atuais. Tanto os fabricantes de motores e caminhões quanto os maiores operadores de frotas do mundo estão realmente empenhados em procurar novas formas de transportar, emitindo menos gases e poluindo menos.

As alternativas são muitas: Arla 32, treinamento para os motoristas economizarem no diesel, dispositivos que prometem fazer o caminhão emitir menos, diesel mais limpo, filtros, etc. Mas, será que essas ações atacam realmente onde a emissão de poluentes no transporte acontece com maior intensidade?

Ao buscar uma nova carga, um caminhoneiro autônomo roda vazio até 50 km por trecho, em média. Essa viagem com o caminhão vazio é um dos momentos em que há emissão de poluentes sem que o caminhão esteja efetivamente realizando um transporte.

Levantamento da CNT, Confederação Nacional do Transporte, mostra que cerca de 40% dos mais de 2 milhões de caminhões que circulam no Brasil, principalmente autônomos, estão rodando vazios por aí em busca de seu próximo frete, poluindo o ar e desperdiçando recursos preciosos.

Existe uma ferramenta tecnológica que consegue retirar 20% desses mais de 800 mil caminhões rodando vazios pelas rodovias brasileiras, apenas pelo fato de existir e ser utilizada pelos caminhoneiros. Estou falando do TruckPad, aplicativo que conecta os caminhoneiros às suas próximas cargas, e que faz com que os usuários tenham, em seu cotidiano, ofertas de carga em seu celular, sem precisar rodar para ir atrás de carregamentos.

O TruckPad funciona como um painel de fretes para o caminhoneiro. Se a cada viagem curta para buscar seu próximo frete o caminhoneiro rodar 50 km, e ele não faz somente uma viagem dessas até conseguir a carga, ele emite 25 quilos de CO2 na atmosfera à toa.

Com o TruckPad, evitando essa viagem, o caminhoneiro busca sua nova carga de sua base, com o caminhão estacionado, economizando, além de recursos naturais, o tempo, o dinheiro, o diesel e a disposição do caminhoneiro, que poderá até realizar planejamento de seus carregamentos, tendo, inclusive, um frete novo já negociado antes mesmo de descarregar o frete atual. Assim, o caminhão precisa rodar apenas para realizar o transporte, e não mais para ir atrás de trabalho.

Com a facilidade que cria para o cotidiano dos caminhoneiros, o TruckPad retira 20% da frota circulante das estradas, o que representa evitar a emissão de nada menos que 4 mil toneladas de CO2 por viagem.

E esta contribuição do TruckPad para a proteção do nosso meio ambiente é um efeito espontâneo do próprio funcionamento do aplicativo. O efeito do uso do sistema traz uma série de benefícios para o transporte brasileiro e para o meio ambiente. Além de fazer com que os caminhões emitam menos poluentes por rodar menos e não ter que ir até diferentes locais para carregar e pegar o próximo frete, o sistema também ajuda a melhorar a qualidade de vida do caminhoneiro, que fica mais satisfeito, roda menos, fica menos na rodovia, à mercê de intempéries, acidentes e roubos, e ajuda a todos a fazer um planeta melhor.

Um sistema simples que traz benefícios ao cotidiano dos caminhoneiros tem este poder de ajudar tanto na preservação do meio ambiente, criando frotas e fretes mais verdes.

Carlos Mira, é Fundador e CEO do TruckPad

Dois líderes? Sim, dois líderes.

Nesta época de tantas e tão profundas mudanças, o ano novo automotivo começa com uma disputa inusitada que, na prática, representa a síntese perfeita desta atual fase do setor: duas diferentes empresas, a General Motors e a FCA, reivindicam a liderança das vendas domésticas de automóveis e comerciais leves no Brasil em 2016. E as duas estão certas.

Uma delas, a General Motors, foi a marca líder em vendas no ano passado. E a FCA, de seu lado, foi a empresa que, na soma das várias marcas que a formam – Fiat, Jeep, Chrysler, Dodge e Ram –, ocupou o topo do ranking no mesmo período, segundo comunicado distribuído pela própria companhia.

Não se trata, todavia, de mera disputa retórica. Na prática, são conceitos diferentes que refletem diferentes posicionamentos estratégicos de cada uma das empresas. E que tendem a ganhar cada vez mais relevância no Brasil e no mundo neste novo ciclo que o setor agora atravessa.

Historicamente, os rankings de vendas e de produção do setor automobilístico nacional sempre foram formados a partir do desempenho de cada marca em particular. Neste caso, os números da Fiat e da Chrysler aparecem computados em separado, da mesma forma que os da aliança Renault e Nissan ou os da Volkswagen e Audi, bem como os da Peugeot e Citroën que, juntas, formam a PSA.

Trata-se de forma de classificação que de fato faz sentido na medida em que, de forma geral, cada marca tem sua própria personalidade e direciona sua atuação, estratégia de marketing, rede de concessionários e padrão de pós-venda para diferentes universos de consumidores.

No entanto, numa época como a atual, na qual os ganhos de escala nas áreas de engenharia, compras e produção cada vez mais separam os vencedores dos vencidos, o ranking por empresa também passa a fazer muito sentido. Tão ou talvez até mais sentido do que o de marcas que até o ano passado vinha dominando a cena.

A fábrica inaugurada em 2015 pela FCA em Pernambuco é um bom exemplo deste quadro. Não se pode dizer que ela seja da Chrysler ou da Fiat. Desde o início foi projetada para produzir veículos das duas marcas. E, o que é ainda mais valioso em termos de ganhos de escala, projetada para produzir veículos desenvolvidos e fabricados a partir de uma base mecânica comum. Uma base mecânica FCA.

A rigor, as duas únicas grandes diferenças entre o Renegade da Chrysler e o Toro da Fiat, são, literalmente, o logotipo que vai na frente e a rede distribuição. No mais, cada cálculo de desempenho do projeto de engenharia, cada parafuso, cada chip, são, no mínimo, membros de uma mesma família. Irmãos de sangue.

Os consumidores podem até não perceber – e a estratégia está justamente em fazer com que não o percebam – mas o mesmo acontece com os veículos da Peugeot e Citroën, da Renault e da Nissan, da Volkswagen e da Audi.

A cara até pode ser diferente. Mas o coração é sempre o mesmo. Os carros da Volkswagen e da Audi fabricados na unidade industrial do grupo em São José dos Pinhais, PR, por exemplo, são, projetados pelos mesmos engenheiros e são paridos pela mesma linha de montagem. São diferentes na forma. Mas iguais na essência, naquilo que garante a economia de escala, seja de componentes e, sobretudo, de engenharia.

Esta verdadeira obsessão pelos ganhos de escala, sobretudo na área de engenharia, resulta da rapidez cada vez maior com que os veículos se tornam obsoletos hoje, seja em tecnologia embarcada, seja nos materiais utilizados, no design ou, pura e simplesmente, no sistema de produção que, a cada dia, se beneficia de máquinas cada vez mais flexíveis e inteligentes.

Na prática isto significa que se antes qualquer montadora tinha pelo menos dez anos para amortizar os custos de engenharia de qualquer novo veículo, hoje não tem mais do que a metade do tempo para fazer o mesmo.

Foi assim que, dentro de cada marca, surgiram as chamadas famílias de veículos que eram compostas por modelos iguais da metade para a frente e com traseiras diferentes que davam origem a hatches, sedãs, peruas e picapes.

Com o tempo, e sempre com o mesmo objetivo do ganho de escala de engenharia, tais famílias foram se tornando globais e, aos poucos, foram se transformando em multimarcas.

Por mais inacreditável que hoje possa parecer, a origem de tudo isso, o laboratório no qual o experimento foi primariamente testado, pode muito bem ter acontecido no Brasil quando, em meados da segunda metade da década de 1980, Volkswagen e Ford se uniram para formar a Autolatina.

Essa empresa juntou, apenas e exclusivamente no Brasil, as duas marcas, bem como as fábricas e as bases mecânicas das duas companhias para tentar evitar que ambas desaparecessem em meio a uma das muitas crises cíclicas do mercado automotivo nacional.

Em termos financeiros, até que funcionou. Mas a experiência acabou abortada em razão da extrema dificuldade de se juntar, na época, duas culturas de administração e de engenharia tão diferentes.

A Volkswagen, que sabia fazer carros populares, ingressou na Autolatina sem dispor de motor 1.0. E a Ford, que tinha o motor 1.0, nada entendia de carros populares. E quando as duas novamente se separaram, em 1996, a VW continuava sem motor 1.0 e a Ford sem carro popular. A cultura alemã de uma e a americana da outra jamais deram liga.

A necessidade acabou fazendo com que muita água corresse por baixo da ponte deste então. Hoje, até empresas diferentes unem com certa frequência esforços financeiros e de engenharia para desenvolver plataformas a serem utilizadas em comum.

São justamente estes novos tempos que acabam por gerar diferentes interpretações para os rankings do setor. Aliás, não apenas no Brasil: quem se der ao trabalho de perguntar ao Google quem foi o líder de vendas de automóveis no mundo em 2016, também vai encontrar duas respostas: Toyota e Volkswagen.

Uber: parte da solução da mobilidade.

Dona do aplicativo de compartilhamento de veículos mais utilizado no mundo, a Uber comemora um crescimento astronômico no Brasil em 2016. O País já se tornou o terceiro maior mercado global da companhia, atrás apenas de Estados Unidos e Índia. O número de usuários regulares saltou de 1 milhão em 2015 para 8,7 milhões por aqui no ano passado. E o total de motoristas cresceu de 10 mil para 50 mil no período. Mas apesar de ser uma empresa que preza alternativas de mobilidade, a Uber não tem vida fácil quando o assunto é a regulamentação de seus serviços pelos municípios. Na tentativa de levantar a bandeira branca, a companhia passou a oferecer um novo serviço, que a exemplo de Waze e Google Maps, pode mapear o trânsito e ajudar no planejamento das cidades. A ideia, segundo, Guilherme Telles, diretor geral da Uber no Brasil, é fazer parte da solução da mobilidade – e não dos problemas. O executivo falou ainda sobre os problemas de reputação enfrentados pela companhia. Nos últimos trinta dias, a empresa foi a nona no ranking nacional de queixas do portal Reclame Aqui com quase 5 mil reclamações. Os problemas vão desde questionamentos sobre a tarifa dinâmica, erros de login, até comportamento inapropriado dos motoristas. Confira a seguir:

Como funciona a nova solução da Uber focada em mobilidade?
O Uber Movement é um site que permite aos usuários acessarem dados como os locais e os horários de maior e menor demanda, o tempo médio de viagem e outras informações desse tipo. Tudo com base em informações coletadas por GPS nos bilhões de trajetos feitos pelos motoristas do aplicativo. Por enquanto, a solução está limitada para agências de planejamento e pesquisadores, mas deve ser lançada para o público em breve. O serviço foi construído nos últimos nove meses por uma equipe de dez engenheiros e está disponível em cidades da Austrália, Estados Unidos e Filipinas. Deve ser expandido para dezenas de outras localidades e, logo, chegar ao Brasil.

Quais são os planos da Uber no Brasil em 2017?
A Uber chegou ao Brasil em junho de 2014. No fim de 2016, quase dois anos e meio depois, já estávamos em mais de quarenta cidades e mais de 8,7 milhões de brasileiros já usam o app regularmente. O Brasil já é o maior país da América Latina para a Uber e representa hoje o nosso terceiro maior mercado no mundo, atrás apenas dos EUA e da Índia. Com a velocidade de crescimento que temos visto no Brasil, e à medida que avançamos para tornar nossa tecnologia ainda melhor para os usuários, motoristas parceiros e para as cidades brasileiras, certamente podemos dizer que a Uber continuará crescendo no País.

Há algum novo modelo de serviço programado para entrar em operação?
A Uber está sempre em busca de novos mercados para seus produtos. O UberEATS, por exemplo, serviço apresentado no fim de 2016, já está rodando em alguns bairros de São Paulo e deve ganhar destaque esse ano. O app permite pedir comida com comodidade e segurança, pagar com um só toque, e acompanhar a preparação e a entrega em tempo real. Já os restaurantes podem usar a plataforma da Uber para encontrar o entregador mais próximo e focar no que mais importa: a comida. E, quanto aos entregadores parceiros, esses ganham mais uma oportunidade de gerar renda em horários flexíveis. A intenção é tornar a experiência de pedir comida pelo celular tão simples quanto a de pedir um carro.

Vocês oferecem serviços distintos de acordo com as regiões?
Estamos sempre observando e avaliando cuidadosamente a realidade de cada região e as demandas dos usuários para pensar em soluções que façam sentido para cada uma delas. O que vemos em comum entre as mais de 480 cidades em que a Uber atua pelo mundo são pessoas que querem ter acesso a uma forma confiável e acessível de se movimentar pelas cidades ao toque de um botão, e, do lado dos parceiros, a vontade de ter uma forma de gerar renda para si mesmos e suas famílias com flexibilidade e sendo seu próprio chefe. O que difere de região para região são alguns serviços específicos, que combinam com as particularidades de cada cidade. Alguns exemplos pelo Brasil são o UberENGLISH, no Rio de Janeiro, que é um serviço pelo qual as pessoas podem chamar um Uber dirigido por motoristas certificados em inglês pelo Duolingo. Isso faz sentido para uma cidade que recebe tantos turistas quanto o Rio. Outro exemplo é o UberBike, em São Paulo, pelo qual paulistanos podem chamar um Uber com rack para suas bicicletas.

Com o aumento do número de motoristas, alguns clientes reclamam de queda de qualidade no serviço prestado. Além disso, há acusações mais graves, como de violência e assédio. Qual é o posicionamento de vocês a respeito dessas questões?
A nota média de avaliação dos motoristas no Brasil continua estável, em 4.8. O que acontece é que a demanda cresce continuamente por esse tipo de serviço, então novos motoristas entram na plataforma constantemente para garantir que os usuários tenham um carro rapidamente. Na prática, com mais motoristas entrando toda semana, lembrando que com os mesmos critérios rígidos de sempre, existe a chance de você pegar um motorista que acabou de entrar na plataforma. Com os feedbacks e as notas, eles se adequam à demanda e acabam ganhando uma média boa.  E, claro, motoristas que ficam abaixo da média de 4.6 são desligados da plataforma. Dito isso, monitoramos muito de perto o funcionamento da plataforma e desativamos usuários e motoristas que infrinjam os termos de uso. Vale ressaltar que os termos de uso são criados para garantir que a plataforma se mantenha saudável tanto para usuários quanto para parceiros.

Vocês iniciaram a cobrança de um custo fixo de R$ 0,75 em todas as corridas no Brasil. Qual é o objetivo?
O custo fixo será destinado para apoiar iniciativas de segurança para motoristas parceiros e usuários, além de outros custos operacionais.

Como funciona o cadastro de novos motoristas atualmente? Há planos de mudar isso?
Para se cadastrar como motorista parceiro é preciso ter carteira de motorista com licença para exercer atividade remunerada e passar por checagem de antecedentes criminais. Os carros precisam ser de modelo 2008 ou mais novo, ter quatro portas, ar-condicionado e cinco lugares. Além disso, devem estar cadastrados com a apresentação de Certidão de Registro e Licenciamento do Veículo, Bilhete de DPVAT do ano corrente. Porém, como somos uma empresa de tecnologia e estamos sempre tentando melhorar a plataforma, analisamos sugestões de usuários e, recentemente, também ouvimos motoristas parceiros em conversas com grupos de motoristas.