As novas regras da Finame TJLP, que implica uma taxa de juros a longo prazo, anunciadas no início deste mês pelo BNDES não são suficientes para a retomada do crescimento do setor mas, certamente, incentivarão transportadores e operadores logísticos a tirarem o pé do freio para a compra de novos caminhões. De acordo com Tayguara Helou, presidente do Setcesp, Sindicato das Empresas de Transporte de São Paulo, o ponto mais atrativo da mudança foi o aumento de cinco para dez anos no prazo de pagamento do empréstimo.
“Ter um período maior gera fôlego porque é possível utilizar toda a vida útil do veículo para quitar o financiamento. Isso faz a diferença em um momento econômico tão complicado.”
De acordo com Helou os 1,7 mil associados, que juntos possuem cerca de 20% do total da frota de caminhões do Pais, viram o volume de frete cair 30% nos últimos dois anos, diminuindo a aquisição de novos veículos: “Atualmente nossos caminhões têm idade de 7 a 8 anos, mas antes da crise esta idade era menor”.
Os empresários também estão otimistas com relação aos incentivos da Finame para aquisição de veículos comerciais com matriz energética limpa, ou seja, híbridos, elétricos ou aqueles que utilizam biocombustíveis. Quem optar pelo financiamento de veículos com estas características terá incentivos de até 80% do BNDES:
“Adquirir um caminhão menos poluente e com custos operacionais mais baixos é interessante para o transportador porque agrega valor para a sua imagem e ajuda a diminuir custos operacionais”.
Mais fretes – Assim como executivos de algumas montadoras esperam crescimento de até 10% nas vendas de caminhões, o Setcesp também projeta um mercado de fretes mais aquecido em 2017. Um dos fatores é a projeção da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, para safra recorde de grãos, que poderá chegar a 215,3 milhões de toneladas, como recorda o presidente do Setcesp:
“Este, com certeza, não será o ano da salvação, mas será melhor do que 2016”.