Empresas de TI miram autônomos e frotas envelhecidas

O Brasil possui frota de 2 milhões 320 mil caminhões, sendo praticamente a metade composta de motoristas autônomos. Esta parcela, especificamente, é o novo alvo de empresas de tecnologia, que passaram a buscar oportunidades de negócios no setor transporte em lacunas deixadas pelas fabricantes de veículos. Telemetria e sistemas de gestão de frotas, por exemplo, já são serviços ofertados a empresas detentoras de frotas envelhecidas.

A estratégia adotada por estas empresas segue uma lógica simples: os veículos equipados com algum tipo de tecnologia embarcada, como GPS, sistemas de monitoramento e desempenho, ainda são inacessíveis aos clientes que não dispõem de capital para adquirir esses modelos de caminhões. Para o professor Marcelo Alves, do Centro de Engenharia Automotiva da Poli-USP, este movimento segue uma tendência global que sugere cada vez mais a participação de empresas de tecnologia no universo automotivo.

“Os veículos utilizam cada vez mais tecnologia, e é natural que empresas especialistas assumam papel de destaque no desenvolvimento de soluções para veículos. Uma vantagem que elas possuem sobre as montadoras é a possibilidade de vender ferramentas como serviços, onde se paga pelo uso e não pela aquisição de equipamentos ou do sistema em si. E isso reduz o custo final para o cliente, que acaba optando por algo mais acessível e que atenda às suas necessidades.”

Bruno Santos, gerente da Mix Telematics, empresa que desenvolve soluções de gestão de frota, disse que as fabricantes, no geral, desenvolvem soluções ligadas à fabricação do veículo: “Ela não está presente no dia a dia operacional do cliente e, por isso, não consegue prever necessidades que são comuns aos clientes em seus projetos”.

Atualmente a venda de sistemas de gestão já representam 60% no seu faturamento: “Clientes com frotas de 10 anos ou mais hoje buscam ferramentas para fazer uma melhor gestão porque o mercado atualmente demanda isso, virou um diferencial competitivo”.

Além da especialidade as empresas de tecnologia se beneficiam da distância que as fabricantes de veículos estão de centros de pesquisa e desenvolvimento, geralmente instalados em seus países de origem. Isso faz com que uma determinada solução demore mais tempo para ser projetada e adotada no mercado nacional.

“Com uma equipe local elas conseguem identificar mais rapidamente as necessidades de um segmento específico e lançar seu produto logo no mercado. No caso da telemetria, por exemplo, as soluções globais das fabricantes não atendem todos os perfis de empresas daqui.”

Algumas das principais montadoras que atuam no Brasil já perceberam esse longo tempo de desenvolvimento e construíram no País centros de pesquisa e desenvolvimento. Mercedes-Benz, MAN e Scania, por exemplo, dispõem de espaços destinados à criação de projetos, embora ainda sejam exclusivamente usados para tecnologias ligadas ao desempenho e à emissão de partículas de motores, ficando ainda a cargo dos centros na Europa o desenvolvimento de tecnologias voltadas para o motorista e para a operação dos frotistas.

Preço do diesel em alta sacrifica margens das transportadoras

As transportadoras de carga e operadoras logísticas iniciaram 2017 tendo que sacrificar ainda mais suas margens de lucro com os custos da frota. De acordo com o índice de preços da Ticket Log, que mapeia as bombas das principais estradas do País desde 2013, houve aumento de 3,2% do diesel em janeiro, o que representa valor médio de R$ 3,10 por litro.

Quem roda pela BR 163, por exemplo, no trecho de Mato Grosso ao Pará, sentiu ainda mais. Lá o preço chegou a R$ 3,46 e a R$ 3,41, respectivamente, o que significa 6,6% de aumento. Na análise de Tayguara Helou, presidente da Setcesp, sindicato das empresas de transporte de São Paulo, “nestes locais há menos oferta de postos de combustível e isto reflete o diesel mais caro”.

Ele reforça a ideia de que estes reajustes impactam diretamente no custo do frete: “Os valores estão cada vez mais baixos porque, devido à recessão econômica, há mais concorrência e isto obriga as empresas a baixar seu preço para se tornar mais competitivas”.

No ranking dos itens que mais custam para manter um caminhão o diesel aparece em primeiro lugar. Em seguida vem o pneu. Há outros que também possuem representatividade nas contas, como as tecnologias para rastreamento e gerenciamento de riscos:

“Houve aumento considerável no roubo de cargas e isto tem preocupado os transportadores”.

Para Neuto Gonçalves, assessor técnico da NTC & Logística, associação nacional do transporte de carga e logística, algumas despesas indiretas, como lavagem de caminhão e manutenção de cavalo-mecânico, cujo preço subiu 6,58% em janeiro, também estão contribuindo para estrangular as margens das empresas.

“O valor da mão-de-obra também tem sido motivo de preocupação no último ano. Porém, com o índice de inflação controlado, pode ser que no ano que vem isto represente menos na planilha.”

Levantamento divulgado no início deste mês pela NTC & Logística mostra que a defasagem do frete para as transportadoras de todo o País está em 24,83% para carga lotação e 11,77% para as fracionadas. O estudo apontou também queda de 19,13% no faturamento das empresas no último ano.

MMOG/LE promove a integração da cadeia de fornecedores no universo automotivo

Poucas indústrias emitem e recebem tantos documentos transacionais diariamente tais como pedidos, programações e avisos de despachos como o setor automotivo. Nesse segmento a eficácia das comunicações é essencial, dado que funcionam num sistema just in time. Ou seja, a encomenda é feita apenas quando necessitam das peças e estas têm de ser imediatamente enviadas/recepcionadas.

Imagine um automóvel. Todas as peças ou itens que o compõem. Estamos falando de milhares, aproximadamente 15 mil. Por isso é fácil perceber o número de documentos envolvidos. Se uma das comunicações falhar, todo o processo fica comprometido.

No mundo do papel o atual funcionamento não é possível. O sistema logístico atual é conseguido num mundo gerido pelas comunicações digitais. E onde as empresas usam e abusam das notas fiscais eletrônicas e outros documentos padronizados.

A grande vantagem da comunicação digital é que as empresas (diga-se os fornecedores da fábrica/montadora) não precisam fazer grandes (ou mesmo nenhum) investimento. A forma mais simples (e eficaz) de colocar todos em comunicação, na mesma língua, é a de adicionar um layer (portal) que sirva de intermediário. A fábrica envia as informações sobre o que necessita encomendar e os fornecedores lêem diretamente no portal ou integram os dados diretamente no seu sistema de gestão (dependendo do avanço tecnológico de cada entidade).

A grande vantagem de uma solução deste tipo (e é a solução do futuro) assenta na rapidez da implementação, do valor do investimento necessário (reduzido) e no fato de permitir, por um lado, servir de interpretador dos vários formatos de documentos utilizados (cada empresa pode usar um formato diferente que o layer faz a decodificação) e o registo de todos os passos. Todos os intervenientes estão sempre atualizados em relação a todo o processo. Com a vantagem adicional da informação ficar arquivada e acessível sempre que necessário.

Um setor tão crítico para a economia brasileira como o automotivo – só para terem uma ideia são mais de 30 fábricas, com mais de 1500 fornecedores – tem obrigatoriamente que trabalhar para eliminar ineficiências. Conseguir que todos utilizem a mesma língua (mesmo que usando formatos diferentes de documentos transacionais) e garantir o envio e recepção antecipada das peças necessárias à montagem dos veículos é algo essencial. E isso só é possível através dos processos de produção e conjunto de ações como este que vem evoluindo todos os anos, o MMOG/LE – Materials Management Operations Guideline/Logistics Evaluation – (que fortalece a troca eletrônica de documentos – EDI) e da utilização da nota fiscal eletrônica. Em momentos de crise (como a que o Brasil atravessa) são essenciais ações que fomentem a eficácia e promovam a produtividade. E o que melhor do que uma solução que melhora a comunicação entre os vários players e incrementa as relações comerciais entre a fábrica e os seus fornecedores?

Alexandre Bastos – Especialista em integração de sistemas EDI logístico e fiscal e Business Development na Saphety

Vendas mantêm trajetória de queda

As vendas de motos no Brasil continuam em queda. Em janeiro os licenciamentos somaram 67 mil 596 unidades, recuo de 13,9% no comparativo com janeiro de 2016, quando foram emplacadas 78 mil 538. Esse desempenho é explicado pela pior média diária de vendas desde 2003: por dia 3 mil 73 motocicletas foram licenciadas – em 2003 a média diária foi de 2 mil 920 unidades. Os dados foram divulgados na quarta-feira, 8 pela Abraciclo, entidade que reúne e representa as empresas fabricantes.

Já com relação à produção as fabricantes começaram o ano acelerando. Em janeiro saíram das linhas de montagem 81 mil 646 motocicletas, ante 75 mil 959 no primeiro mês de 2016, o que representa elevação de 7,5%.

Como afirmou Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, “o aumento de produção registrado em janeiro ocorreu em função das bases de comparação baixas de dezembro, quando as fabricantes se encontravam em férias coletivas. O que se verifica ainda é um ritmo lento na comercialização, com os consumidores tendo dificuldades para obter financiamento e as redes de concessionárias buscando formas variadas para viabilizar os negócios”.

Além disso, segundo dados da entidade, o que puxou a produção no mês passado foram as exportações. As vendas externas somaram 5 mil 769 unidades, alta de 72,9% com relação ao mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 3 mil 336 motocicletas.

As vendas no atacado – para as concessionárias – chegaram a 67 mil 136 unidades em janeiro, alta de 19,8% com relação a dezembro, com 56 mil 51, e de 14,2% em comparação com janeiro de 2016, 58 mil 801.

Para o ano a entidade estima que serão produzidas 910 mil motos, aumento de 2,5% com relação a 2016. Os licenciamentos devem atingir 890 mil unidades, queda de 1,1%, e as exportações devem somar 93 mil motocicletas, crescimento de 57,6%.

Volvo Cars tem lucro de US$ 1,2 bilhão em 2016

A Volvo Cars registrou lucro de US$ 1,2 bilhão em 2016. O montante registrado representa alta de 66% com relação ao resultado obtido em 2015, cerca de US$ 675 milhões, igualmente positivos, segundo balanço divulgado na quarta-feira, 8.

De janeiro a dezembro do ano passado a empresa comercializou em todo o mundo 534,3 mil veículos. O desempenho global, segundo a empresa, é reflexo do aumento das vendas na China e nos Estados Unidos. Na China foi registrada alta de 11,5%, e de 18,1% nos Estados Unidos.

De acordo com Håkan Samuelsson, presidente da Volvo Cars, “as vendas estão em níveis recordes e os lucros refletindo a contribuição de todos os nossos funcionários. Por trás dessas conquistas prevejo que 2017 também será um ano recorde em termos de vendas”.

No Brasil, em 2016, a marca sueca comercializou 3 mil 454 unidades, com destaque para o modelo XC60, responsável por mais da metade dos negócios da empresa no mercado interno.

General Motors – Outra montadora que comemora desempenho positivo em 2016 é a General Motors: comercializou 10 milhões de unidades no mundo, alcançando lucro de US$ 9,4 bilhões.

“Em praticamente todos os indicadores 2016 foi um grande ano”, afirmou a presidente Mary Barra em declaração publicada pelo Flash de Motor, da Venezuela. As vendas mundiais de veículos da companhia aumentaram 1,2% frente a 2015.

Anúncios online impulsionam vendas de seminovos

A retração nos licenciamentos de veículos refletiu no comportamento do consumidor final, que passou a optar pela compra de carros seminovos em detrimento dos novos, 0 KM. Em 2016 a busca por carros com mais de três anos de uso apresentou alta de 34,5% com relação a 2015, chegando a 8,6 milhões.

A tendência é que esta fatia aumente nos próximos anos por causa dos novos canais que surgem para auxiliar lojistas e consumidores comuns a comprar e a vender veículos seminovos, a maioria com base em plataformas online, apontam especialistas do setor.

Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto, federação das revendas de veículos seminovos, afirma que “nenhum consumidor sai para comprar ou vender um veículo sem antes fazer uma consulta na internet. Isso ocorre principalmente porque ele procura uma base de preço antes de dar início a um processo de compra e venda”.

Segundo balanço da instituição foram comercializados, em janeiro, 1 milhão 89 automóveis com mais de três anos de uso, alta de 15,3%. Desse volume estima-se que mais da metade tenha sido comercializado via internet, de acordo com o presidente da Fenauto.

Para Mauricio Salvador, presidente da ABComm, associação das empresas de comércio eletrônico, as novas ferramentas que chegaram para auxiliar o consumidor na hora da compra “não substituirão outras formas, como anúncios impressos e feiras. A facilidade de busca e comparação é o principal motivador para o cliente. As agências de automóveis usados estão investindo cada vez mais em fotos de qualidade e anúncios com descrições e características que facilitam a vida dos consumidores no momento de comparação”.

Dos dez modelos mais vendidos, por exemplo, três – Gol, Uno e Palio – figuram na lista dos itens mais buscados no ano passado no Mercado Livre Classificados.

Em 2016, segundo dados da comScore, empresa de pesquisa de mercado online, o segmento de carros teve crescimento de 46% em quantidade de anúncios no site da empresa. As marcas mais anunciadas são Chevrolet, Volkswagen e Fiat.

O cenário aquecido no segmento de seminovos tem chamado a atenção das concessionárias, que buscam formas alternativas de incrementar as vendas em época de baixa produção das montadoras e estoques volumosos.

De acordo com dados da Anfavea, associação das montadoras, em janeiro o volume de veículos licenciados caiu 5,2% com relação ao mesmo mês do ano anterior, chegando a 147,2 mil unidades emplacadas no Brasil.

Ford concederá férias coletivas em suas fábricas de São Paulo

A Ford interromperá a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, de 6 a 31 de março, e estenderá a folga do feriado de carnaval. Parte dessa pausa responde pelo nome de férias coletivas que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, serão concedidas a partir de 13 de março. Na unidade há 2,5 mil empregados na produção.

Na fábrica de motores de Taubaté, SP, de acordo com informações da companhia, as férias coletivas serão exercidas do dia 1º ao dia 10 de março. A empresa acompanha a decisão da General Motors, que anunciou esta semana a extensão do layoff por mais setenta dias em São Caetano do Sul, SP, e férias coletivas de 7 a 26 de março.

Na Volkswagen a parada deverá atingir os 7 mil empregados da produção e será realizada de 22 de fevereiro a 3 de março. Segundo o sindicato os dias parados são referentes ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego: de acordo com comunicado “folgas semanais previstas pelo plano, às sextas-feiras, serão condensadas neste período corrido”.

Já a Fiat, em Betim, MG, fará a parada normal de produção durante o período de carnaval. Segundo informações da empresa essa pausa será em 27 e 28 de fevereiro e em 1º de março, sendo que a segunda-feira e a quarta-feira do feriado serão compensadas posteriormente.

Mercedes-Benz e Scania, em São Bernardo do Campo, SP, também devem conceder folgas somente no período do carnaval. A Honda não programou paradas na produção e na Toyota os trabalhadores das unidades de Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz, SP, retornam ao trabalho em 1º de março, após a folga de carnaval.

Procurada, a Renault não se pronunciou até o final desta edição.

Exportação e agronegócio: pilares do crescimento para o setor em 2017.

Assim como ocorre na indústria de caminhões o segmento de implementos rodoviários não enxerga em 2017 um ano de retomada do crescimento em patamares expressivos, mas visualiza alguns sinais que apontam para um tímido aumento no volume de vendas internas. A estimativa da Anfir, a associação nacional das fabricantes de implementos rodoviários, é a de que o agronegócio seja responsável pelo aumento de 10% no volume de emplacamentos.

A safra recorde de grãos, estimada em 215 milhões de toneladas pela Conab, companhia nacional de abastecimento, aquecerá a procura por semirreboques graneleiros, bitrens e rodotrens. Para Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir, “há, também, a expectativa para um leve crescimento relacionado às obras de infraestrutura”.

As exportações também contribuirão para cenário um pouco mais favorável. Segundo Rinaldi, no ano passado as rodadas de negócio com Bolívia, Chile, Colômbia e Paraguai geraram vendas.

Rinaldi conta que este pequeno salto no mercado externo e o dólar mais alto renderam crescimento de 23% no volume exportado em 2016, o que totalizou 3,6 mil unidades: “Para este ano estamos prevendo aumento de 25% nas vendas externas”.

De olho no mercado externo as implementadoras investem em serviços, treinamentos e parcerias nos países para os quais vendem com o objetivo de aprimorar a assistência técnica e garantir o abastecimento de peças de reposição: “Buscamos rentabilidade em exportações porque sabemos que o mercado interno demorará muito tempo para resgatar o crescimento e chegar a patamares de quatro anos atrás”.

Orlando Merluzzi, sócio e CEO da consultoria MA8 Management Consulting Group, diz que as exportações não podem ser consideradas a “tábua de salvação” para a indústria de implementos:

“Os mercados da América do Sul são pequenos e não absorvem muito volume. Além disso, não estamos sozinhos e enfrentamos concorrência”.

Como a exportação é insuficiente para sustentar uma retomada no segmento de implementos, Merluzzi acredita que as empresas devem buscar caminhos para integrar as entidades patronais da indústria de caminhões e de implementos.

“Também é preciso haver um programa de renovação de frota eficiente que não favoreça apenas a venda de caminhões novos.”

Começo ruim – Embora a Anfir acredite na retomada da expansão dos emplacamentos este ano a indústria de implementos ainda amarga números pessimistas. Com utilização de apenas 40% da capacidade produtiva, as fábricas venderam 3 mil 473 implementos em janeiro, queda de 26,31% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O segmento de reboques e semirreboques recuou 13,6% na comparação mês a mês: foram emplacados 1 mil 467 unidades em janeiro de 2017 e 1 mil 699 no mesmo mês de 2016.

No mercado de leves, carrocerias sobre chassis, foram vendidos 3 mil 473 implementos, queda de 26,31% na comparação com as 4 mil 713 unidades emplacadas no janeiro anterior.

Aliança Renault-Nissan é a líder em carros elétricos

A Aliança Renault-Nissan registrou crescimento importante no ano passado nas vendas mundiais, chegando a 9 milhões 96 mil veículos. Além disso o grupo consolidou a liderança de vendas dentre os modelos movidos a eletricidade, conhecidos como o segmento zero emissões, chegando a 425 mil unidades.

Com a entrada da Mitsubishi no grupo, Carlos Ghosn, presidente da aliança, acredita que: “essa união criará uma nova força na indústria global”. A força desta colaboração inovadora, que começou há 18 anos, permitiu-nos melhorar nossa competitividade e acelerar o nosso crescimento e compromisso na corrida para o veículo do futuro”, acrescentou o executivo ao Flash de Motor, da Venezuela.

Em 2016, as vendas de carros elétricos das marcas Renault e Nissan chegaram a 424 mil 797 unidades, tornando o grupo líder mundial nesse segmento. Na Mitsubishi, as vendas de automóveis elétricos chegaram a 94 mil 265, o que representa um aumento de 8% com relação a 2015.

O Nissan Leaf é primeiro elétrico vendido em grande escala, com mais de 250 mil unidades comercializadas desde o seu lançamento, em dezembro de 2010. Além desse modelo, a Nissan fabrica também o comercial leve elétrico e-NV200 que é vendido, principalmente, na Europa e no Japão.

A Renault já vendeu 112 mil carros elétricos no mundo desde 2011, quando lançou o Renault Zoe. A marca ainda tem o Kangoo Z.E, SM2 Z.E e Twizy. Com esses modelos, a montadora assumiu a dianteira nas vendas de veículos zero emissões na Europa no ano passado, chegando a 25 mil 648 unidades (sem incluir o Twizy), alta de 11%.

Veículo do futuro – O ano passado foi marcado pelas iniciativas do grupo para desenvolver os veículos do futuro que, na concepção da companhia, serão elétricos, autônomos e conectados.

De acordo com informações do Flash de Motor, a aliança prevê o lançamento de, ao menos, 10 modelos equipados com a função de condução autônoma até 2020. O desenvolvimento desses carros está sendo feito com vários parceiros, dentre eles a Microsoft e a NASA.

Carlos Ghosn ressaltou que o grupo foi o primeiro a lançar um veículo elétrico para ser vendido em larga escala em 2010. “Outros fabricantes estão agora reconhecendo que o elétrico puro é a solução mais eficiente quando se pensa em emissão zero”. “Com a condução autônoma e veículos e serviços conectados, estamos comprometidos em desenvolver soluções para criar o veículo do futuro”.

March e Versa já rodam nas ruas da Argentina

A Nissan começou a exportar para a Argentina os modelos produzidos em Resende, RJ. Neste ano, foram embarcadas 2 mil unidades do March e do Versa para o país vizinho. A Argentina é o sétimo mercado que está recebendo os carros produzidos por aqui e consolida a estratégia da empresa de tornar a fábrica brasileira em uma plataforma de exportação para a América Latina.

Desde junho do ano passado foram embarcados 5 mil 700 veículos para o Chile, Peru, Costa Rica, Panamá, Paraguai, Uruguai e, agora, Argentina. Atualmente, esse volume representa cerca de 10% da produção da Nissan, segundo informações da empresa. Em 2016, a montadora exportou 3 mil 600 carros e fabricou 43 mil 753 veículos na unidade.

José Valls, presidente da Nissan para a América Latina, disse, por comunicado, que a fábrica de Resende foi projetada para ser a plataforma de exportação da empresa na região e a expectativa é duplicar o volume embarcado neste ano. “Estamos preparados para a crescente demanda da América Latina”.

A fábrica de Resende foi inaugurada em abril de 2014 e recebeu investimentos de R$ 2,6 bilhões. A capacidade de produção é de 200 mil veículos por ano, além de outros 200 mil motores. Hoje, Resende é a única unidade produtiva da Nissan no Brasil. Lá a montadora fabrica o March e o Versa e há projeto para a montagem do utilitário esportivo Kicks.