As montadoras de veículos comerciais instaladas no Brasil não adiaram seus planos com a queda do mercado de mais de 30% no ano passado. Quatro das principais empresas anunciaram quase R$ 6 bilhões em investimentos nas operações das subsidiárias. A Scania é a que mais vai aplicar recursos no Brasil. Segundo a empresa serão aportados R$ 2,6 bilhões de 2016 a 2020.
Esse dinheiro será destinado à atualização da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, e em novos produtos. A estratégia da montadora sempre foi manter os mesmos produtos sendo produzidos em todas suas unidades fabris. Portanto, há a expectativa da nova geração de caminhões Scania vir a ser produzido no Brasil em breve. Para isso, os investimentos são necessários para adequar às linhas de montagem. O valor é substancial já que, historicamente, a montadora investia por ano R$ 100 milhões em adequação da fábrica.
A MAN Latin America também vai adequar as linhas de montagem da fábrica de Resende, RJ, na busca de novos nichos de mercado, em inovações e ampliações nos serviços de digitalização e conectividade e na expansão da marca Volkswagen Veículos Comerciais no mercado internacional. Segundo a empresa será investido R$ 1,5 bilhão de 2017 a 2021. Na época do anúncio, a empresa informou que era o maior ciclo de investimentos da história da MAN no País. O último aporte da montadora chegou a R$ 1 bilhão de 2012 a 2016.
“Só foi possível confirmar mais esse ciclo virtuoso graças às medidas de economia tomadas em conjunto com nossos colaboradores, sindicato, fornecedores e concessionários. Assim podemos enfrentar a crise e trabalhar pela recuperação do mercado”, afirma Roberto Cortes, presidente da empresa para a região por comunicado.
No anúncio mais recente, a Volvo informou que irá investir R$ 1 bilhão até 2019. Os recursos serão aplicados na renovação do maquinário da fábrica no Brasil, melhora da rede de concessionários no Chile e em desenvolvimento de produtos. Os investimentos, no entanto, são menores do que o ciclo anterior, que durou de 2013 a 2015. Foram aplicados recursos da ordem de US$ 500 milhões (R$ 1,5 bilhão em valores atuais).
“90% desses aportes serão investidos na operação brasileira e desses, boa parte em atualização de nosso centro de desenvolvimento. Estamos nos preparando para a retomada. Sempre quem está na frente, bebe água fresca”, disse Wilson Lirmann, presidente da companhia.
Já a Mercedes-Benz reservou R$ 800 milhões para a operação de veículos comerciais da companhia no Brasil, de 2015 a 2018. Ao todo o ciclo de investimentos da empresa no mercado brasileiro, incluindo automóveis, é de R$ 1,5 bilhão no período.
De acordo com informações da Mercedes-Benz da parcela para veículos comerciais, R$ 730 milhões serão aplicados nas fábricas de São Bernardo do Campo e Juiz de Fora, MG, com foco na modernização das linhas de montagem. Os outros R$ 70 milhões serão destinados à construção do campo de provas para caminhões e ônibus em Iracemápolis, SP.