Alta na produção deve fomentar aquisições

A safra 2016/2017 é geralmente apontada como estopim da retomada do crescimento na indústria que atende à cadeia produtiva do agronegócio, que fechou o ano passado com faturamento 21% menor com relação ao do ano anterior, com R$ 86 milhões. Mais do que aumentar as vendas de máquinas e equipamentos em 10,7%, como projeta o setor para 2017, a safra deve provocar no mercado um movimento de aquisições e costura de alianças estratégicas.

No campo das alianças estratégicas especialistas apontam o momento atual como favorável para negócios de empresas que atuam na oferta de equipamentos para infraestrutura e fertilizantes. Para Fernando Alves Meira, sócio do Pinheiro Neto Advogados e coordenador da área empresarial do escritório, as empresas que atuam nestes dois segmentos saíram da crise mais capitalizadas pelo fato de seus maiores nomes serem multinacionais e, por isso, hoje observam opções de compra e parceria no mercado com vistas aos próximos anos.

“Ao contrário das empresas que atuam no segmento sucroalcooleiro, bastante atingido pela crise econômica e pelos escândalos na Petrobras, as empresas que produzem máquinas ou qualquer tipo de equipamento buscam investir em oportunidades de expandirem seus portfólios.”

Exemplo recente deste movimento foi a compra de 35% da brasileira Kepler Weber pela AGCO, que possui em seu portfólio tanto marcas de máquinas agrícolas, como Massey Fergusson e Valtra, quanto outras que atuam em segmentos específicos da cadeia, como é o caso da GSI, de silos de estocagem de grãos, área na qual atua a Kepler Weber.

Com capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo a Kepler Weber vem tentando se reestabelecer no mercado após registrar, no terceiro semestre de 2016, faturamento de R$ 120,9 milhões, 40% a menos do que o registrado no mesmo período de 2015. A dívida líquida, até setembro do ano passado, estava em R$ 70,4 milhões. A AGCO, por sua vez, tem na América do Sul os seus melhores resultados operacionais, como mostra o balanço do quarto trimestre de 2016: alta nas vendas de 63,6%, US$ 308 bilhões ante US$188,3 bilhões. No acumulado do ano as vendas foram 4,3% maiores quando comparadas às de 2015: US$ 2 bilhões 94 milhões.

França Júnior, consultor especialista em agronegócio, destaca a sinergia das empresas e a estratégia de expansão da AGCO para fora da porteira:

“A Kepler hoje detém 55% do mercado de armazenagem, mas encontra dificuldades para crescer em meio a um ambiente de retomada. A AGCO, por sua vez, enxergou uma oportunidade de sinergia fortalecendo sua participação em armazenagem, diversificando seu portfólio. Assim, pode atender em mais de uma frente em demandas futuras”.

Outro fator que motivou o negócio, segundo o consultor, é o déficit de armazenagem que existe no País, e o negócio junto à AGCO pode fazer a Kepler Weber dispor de mais poder de investimento para expandir sua capacidade. Atualmente o Brasil conta com 17,7 mil armazéns cadastrados na Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, resultando em uma capacidade de 152 milhões de toneladas. Com a projeção da entidade de safra, este ano, de 215,3 milhões de toneladas, 63,3 milhões de toneladas não terão lugar para ser estocadas antes do consumo doméstico ou de ser destinada à exportação.

Grupo BMW mantém confiança no mercado

A queda expressiva do volume de vendas de veículos de luxo em 2016, que apresentou redução de 30% com relação ao ano anterior, com 35 mil 852 veículos emplacados, não afeta os planos da BMW para o mercado brasileiro. A empresa, que inaugurou fábrica em Araquari, SC, em outubro de 2014, tem sofrido as consequências da crise econômica. Como disse seu presidente, Hélder Boavida, “a decisão de investir na fábrica brasileira foi feita após análises criteriosas, não está baseada apenas em resultados imediatos e, com relação a isso, não há mudanças em nosso planejamento”.

A companhia investiu cerca de R$ 800 milhões na fábrica de Araquari para produzir 30 mil veículos/ano. A empresa não informou qual foi a produção na fábrica brasileira, mas as vendas registradas em 2016, de 8 mil 690, foram de veículos produzidos na unidade. Este volume representou queda de 15% com relação aos 10 mil 216 registrados em 2015.

No entanto a retração registrada foi menor do que a do mercado automotivo nacional, que caiu 20,2%, de acordo com a Anfavea – de 30% no segmento específico de veículos de luxo.

Disse Boavida que o objetivo é crescer em médio e longo prazos, o que permite passar por períodos de baixa demanda com uma operação estável: “Sejam quais forem as perspectivas econômicas continuaremos a consolidar as marcas do Grupo BMW no Brasil, avaliando os cenários e as oportunidades”.

A unidade já exporta para os mercados do Nafta, Canadá, Estados Unidos e México. O contrato é para enviar 12 mil unidades do BMW X1 até o fim deste ano. Mas, até o momento, segundo Boavida, não há outra negociação de exportação do Brasil em andamento:

“Acabamos de receber pedido adicional para exportar mais 2 mil unidades. além do pedido prévio de 10 mil. A fábrica do Grupo BMW em Manaus também poderia ter boas oportunidades de exportação. Mas isso não está nos nossos planos no curto prazo”.

Em Manaus, AM, a BMW produz motos de alta potência.

Sob a ótica do presidente o pior da crise econômica já passou e 2017 marcará o início da recuperação, que deve ser gradual. Ele estima: “Este ano acreditamos em um crescimento de 4%, conforme a projeção da Anfavea”.

Novo presidente da Jaguar Land Rover vê oportunidades em mercado menor

Na sua última passagem pelo Brasil, em 2007, ainda na Peugeot Citroën, Frédéric Drouin encontrou um mercado que comemorava vendas anuais de mais de 2,5 milhões de veículos. O País, naquela época, era a menina dos olhos das fabricantes instaladas aqui e de muitas outras que desejavam estar aqui para morder um pedaço desse bolo. Agora, Drouin tem pela frente um novo desafio como presidente da Jaguar Land Rover para a América Latina, posição que acaba de assumir.

Além da realidade do mercado ser outra ele dirige uma empresa de produtos de alto luxo, com o objetivo de atender a público muito mais sofisticado e exigente que quer consumir Land Rover nacionais. E importados de forma geral.

Mas Drouin vê oportunidades na realidade que encontrou:

“Há muito o que fazer para adaptar o negócio à nova condição deste mercado. Na minha primeira passagem por aqui, em 1997, todos estavam felizes com 1 milhão de veículos vendidos. Hoje, estão todos frustrados. Os ânimos não são os melhores”.

O primeiro passo, segundo ele, é criar estratégias para trazer o consumidor para a concessionária.

A Jaguar Land Rover lançará na segunda-feira, 6, um programa de serviços de cinco anos para seus clientes: “É uma maneira de atrair esse consumidor. Muitos optam por outra empresa fabricante, mesmo tendo condições de manter um veículo de luxo como o nosso. A razão para isso pode ser o receio de ter uma manutenção onerosa ou até mesmo medo da violência nas grandes cidades”.

Os novos planos de serviço incluem revisões básicas por um preço fixo. Nomeados Jaguar Land Rover Care os planos partem de R$ 2 mil 990, de acordo com o modelo. As revisões devem ser feitas na rede de concessionárias da marca e incluem a troca de óleo do motor, filtro de óleo do motor, filtro de combustível, para veículos com motor a diesel, filtro de ar, fluido de freio e mão de obra especializada.

Drouin não estima em quanto essa ação pode se convertida em vendas, mas acredita que há potencial para atrair mais clientes e, além disso, fidelizar aqueles que já têm um Land Rover ou um Jaguar na garagem: “Esse consumidor é mais exigente e o atendimento deve ser mais personalizado”.

O que deverá representar apoio a essa tática de atrair clientes são as novas concessionárias a ser inauguradas ainda este ano: em Palmas, TO, em São José dos Campos, SP, e em São Paulo: “Temos espaço para crescer no Brasil”.

A empresa mantém, hoje, 36 revendas no País.

Além do plano de manutenção com prazo estendido a empresa oferece também blindagem de fábrica para consumidores preocupados com a segurança. A Jaguar Land Rover estabeleceu, no ano passado, parceria com duas empresas especializadas no serviço, a Guardian e a Carbon.

Previsibilidade – Em 2016 as fabricantes de carros premium comercializaram 47 mil veículos no País. A Jaguar Land Rover negociou de 7 mil 458 unidades e obteve participação de 15,8% do mercado de luxo no Brasil. A maior parte desse volume, segundo o seu presidente, foi montada na unidade de Itatiaia, RJ.

“Acredito que o mercado não cresça este ano. Haverá uma estabilidade e a recuperação virá a partir do ano que vem. Mas tudo também dependerá da nova política industrial para o setor. É importante que o novo Inovar-Auto saia do papel. Precisamos de regras claras e de previsibilidade.”

A fábrica brasileira ainda não tem linha de pintura e de funilaria. Por enquanto são montadas em Itatiaia as partes dos dois modelos, Evoque e Discovery Sport, importadas de outras unidades da companhia no mundo. Lá foram investidos R$ 750 milhões e a capacidade instalada é de 24 mil veículos por ano. No ano passad a Land Rover produziu cerca de 4,8 mil unidades na fábrica que completará um ano de operação em junho: “Nossa fábrica não está operando de forma satisfatória. Mas é importante ter produção no mercado brasileiro. Todas as concorrentes estão aqui”.

Drouin disse que a de Itatiaia foi fábrica projetada para atender ao mercado interno e que qualquer decisão sobre exportação somente será tomada após a publicação das novas regras industriais do País: “Precisamos de previsibilidade. As novas regras devem ser de longo prazo, de pelo menos dez anos. Assim conseguiremos planejar melhor o negócio no Brasil”.

Marcopolo dará dez dias de férias coletivas

A diretoria da Marcopolo tornou pública, na quinta-feira, 2, decisão de conceder dez dias de férias coletivas para cerca de 5,5 mil dos 6 mil trabalhadores da unidade de Ana Rech, em Caxias do Sul, RS. A medida deve-se à falta de encomendas para o encarroçamento de chassis de ônibus, realidade já apontada por Francisco Gomes Neto, CEO da empresa, na teleconferência de apresentação dos resultados de 2016, como uma das dificuldades para a retomada dos negócios.

Segundo informações da companhia as fabricantes de chassis estão sem estoques, pois tiveram vendas elevadas no fim do ano e vêm produzindo em ritmo menor em razão de férias coletivas e da pausa para o carnaval. Além das férias coletivas, que terão início na segunda-feira, 13, a Marcopolo avalia a possibilidade de adotar a flexibilização da jornada de trabalho nos dias 23 e 24 para somente retomar às atividades na segunda-feira, 27. Para que a flexibilização ocorra é necessária a votação dos funcionários, marcada para a terça-feira, 7.

Durante a teleconferência o CEO informou que a Marcopolo tinha pedidos em carteira para cerca de trinta a 45 dias, uma situação melhor do que a de 2016. A produção dos modelos Volare seguirá normal na unidade Planalto. A planta de Ana Rech tem foco em veículos rodoviários e urbanos especiais.

Fabus – De acordo com dados da Fabus, Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, o setor produziu, em janeiro, 346 unidades, recuo de 39% sobre igual mês do ano passado. A Marcopolo, segundo a entidade, montou 64 veículos nas plantas de Caxias do Sul e de Duque de Caxias, RJ, declínio de 65%.

Com exceção da Caio Induscar, de Botucatu, SP, que manteve a mesma produção de 83 unidades, as demais marcas apresentaram quedas. A mais expressiva foi a da

•Comil, de Erechim, RS, de 74%, para 26 ônibus;

•a Irizar, também de Botucatu, consolidou 15 unidades produzidas, queda de 35%;

•a Mascarello, de Cascavel, PR, montou 67 veículos, recuo de 20%; e

•a Neobus, de Caxias do Sul, agora sob a direção da Marcopolo, totalizou 91 ônibus, variação negativa de 5%.

Mais de 230 mil veículos em recall desde dezembro

As inconstâncias do mercado de trabalho e as dificuldades econômico-financeiras de empresas produtoras de autopeças são fatores apontados como responsáveis pelos processos de recall da indústria automotiva. Funcionários especialistas perdem seus empregos e as empresas não repõem essas vagas – e perde-se o padrão de controle de qualidade. Resultado: muitas vezes recall.

Junte-se a essas razões os constantes ajustes de produção nas fábricas de veículos no Brasil, como demissões, suspensão temporária do contrato de trabalho, férias coletivas e programa de proteção ao emprego, e têm-se um quadro mais completo dos recall: de dezembro a fevereiro 231 mil 243 veículos apresentaram algum defeito de fabricação.

Conselheiro da SAE Brasil, associação de engenheiros que ajudam o setor automotivo a criar normas e padrões, Francisco Nélson Satkunas aponta, também, na direção de uma recorrência maior nos próximos meses de chamados de recall. Isso porque as demissões e lay-offs que atingem toda a indústria nacional afetarão os processos de controle de qualidade pelos quais passam os componentes dos veículos produzidos aqui.

Para Satkunas os defeitos estarão concentrados “nas peças enviadas por fornecedores que pertencem aos grupos tier 2 e 3, ou seja, aqueles que abastecem os fornecedores mais próximos às montadoras na cadeia produtiva”. O engenheiro diz que “a falta de mão de obra e a sombra do desemprego estão afetando os processos de qualidade, e isso causará impacto, no médio prazo, na qualidade dos veículos”.

Nos últimos três meses, das 32 campanhas de recall lançadas pelas empresas, defeito no sistema de airbag foi a avaria mais recorrente nas convocações das fabricantes. Segundo dados da Fundação Procon o defeito levará 107 mil 891 veículos para reparos em concessionárias.

Veículos da Nissan foram os mais chamados de dezembro de 2016 a fevereiro, quando foram convocados 69 mil 318. Os da Honda vêm logo depois, com 34 mil 530 unidades. A Renault, por sua vez, chamou 3 mil 820 veículos para reparos e fecha a sequência de fabricantes que mais chamaram veículos por problemas no sistema de airbag.

Uma das grandes fornecedoras de sistema de airbag é a Takata. Nesta semana empresa se declarou culpada de acusação criminal como parte de um acordo que também envolve o pagamento de US$ 1 bilhão junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O problema no airbag foi anunciado ao mercado em 2013.

De 2010 até hoje, no Brasil, 2 milhões 140 mil 273 veículos foram chamados para recall por causa do defeito nos airbags. No mundo todo o volume já chega a 30 milhões e estima-se que o total de carros que deverá passar por reparos no sistema da Takata chegue a 120 milhões.

Dentre as principais campanhas de recall dos últimos três meses estão defeitos em airbags, com oito campanhas, sistema elétrico, seis campanhas, sistema de combustível, cinco, cinto de segurança, quatro, sistema de tração, três, sistema de freios, dois. Itens elétricos, sistemas de direção, bancos e sinalização tiveram uma campanha cada.

De dezembro do ano passado a janeiro foram 32 as campanhas de recall divulgadas no País que envolveram dez ocorrências. Traçando um paralelo com o total de veículos vendidos no País, no mesmo período, o volume representa 47,45% do total, 487 mil 242 unidades, segundo dados da Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.

Vendas de veículos recuam 6,36% no bimestre

As vendas de veículos caíram 7,59% em fevereiro no comparativo com o mesmo mês do ano passado. De acordo com dados da Fenabrave, associação que reúne as associações de marca do País, foram emplacadas 135 mil 663 unidades. No bimestre foram licenciados 282 mil 871 veículos, recuo de 6,36% com relação a janeiro e fevereiro de 2016.

O segmento de veículos comerciais ainda apresenta a maior queda nos licenciamentos. No mês passado foram vendidos 3 mil 258 caminhões e ônibus e no acumulado dos dois primeiros meses 6 mil 905 unidades. Esses volumes geraram quedas de 30,87% e 33,05%, respectivamente. As vendas somente de caminhões somaram 5 mil 551 veículos em janeiro e fevereiro, uma redução de 32,04% no comparativo com o mesmo período de 2016.

De acordo com os dados da Fenabrave em automóveis e comerciais leves a General Motors segue líder no ranking, com 17,53% de participação em fevereiro. A Fiat ficou em segundo lugar, com uma fatia de 14,29%, e a Volkswagen deteve 13,02% de participação no mês passado. A Hyundai, em fevereiro, ficou com 9,04% das vendas e com o quarto lugar, seguida pela Ford, com 8,99%, e pela Toyota, com 8,40%.

No bimestre a GM segue na dianteira, com 18,43% das vendas, seguida pela Fiat, com 14,05%, Volkswagen, 12,82%, e pela Ford, que detem 9,28% de participação. A Hyundai ficou com a quinta colocação, com 8,79%, e a Toyota se manteve em sexto lugar com 8,70% de participação.

O Onix, da GM, foi novamente o carro mais vendido em janeiro e fevereiro. Foram licenciadas 25 mil 880 unidades. O HB20 foi o segundo modelo mais procurado pelos consumidores: no acumulado do ano foram 13 mil 883. O Ford Ka acumulou 12 mil 843 unidades licenciados em janeiro e fevereiro e ficou em terceiro no ranking da Fenabrave. O Gol, da VW, foi o quarto, com 9 mil 637 unidades comercializadas.

Já em comerciais leves a campeã de vendas, no bimestre, foi a picape Fiat Strada, com 7,7 mil unidades, seguida por outro modelo Fiat, o Toro, com 6 mil 840 licenciamentos. A Saveiro, da VW, ficou em terceiro lugar no ranking da Fenabrave, com 5 mil 907 unidades vendidas. A Hilux, da Toyota, ficou na quarta posição, com 4 mil 579 licenciamentos.

40% a menos. É o novo salário do presidente do Grupo VW.

O Grupo Volkswagen voltou ao azul no ano passado. A companhia lucrou, segundo o Flash de Motor, da Venezuela, € 5 bilhões 144 milhões, ou US$ 5 bilhões 436 milhões em 2016, frente ao prejuízo de € 1 bilhão 582 milhões apurados em 2015, a maior perda da sua história.

A VW informou que o resultado operacional no ano passado chegou a € 7,1 bilhões, ou US$ 7 bilhões 503 milhões. Já o faturamento em 2016 foi de € 217 bilhões 267 milhões, ou US$ 229,6 bilhões, o que representou crescimento de 1,9% no comparativo com 2015.

Além disso o grupo informou que a remuneração máxima anual do seu presidente e dos diretores foi limitada a € 10 milhões, ou US$ 10,5 milhões. Essa redução representou perda de 40% ao salário atual do corpo diretivo da companhia. A decisão de diminuir os salários foi tomada na semana passada.

Para o restante da diretoria, segundo a Volkswagen, a remuneração máxima anual se limitará a € 5,5 milhões, ou US$ 5,8 milhõe. Ainda de acordo com o grupo o novo sistema de salários da diretoria se baseará nas ações da companhia listadas no mercado de capitais. A variação da remuneração dependerá dos objetivos traçados dentro do Plano Together 2015.

De acordo com o presidente do conselho de supervisão do Grupo Volkswagen, Hans Dieter Pötsch, “a nova remuneração se orienta pelos sistemas usuais das companhias listadas na Bolsa de Frankfurt para retribuir toda a direção e cumprir todas as exigências do código de governança das empresas alemãs”.

CNH Industrial projeta crescimento de 15% nas vendas

A CNH Industrial, grupo que controla marcas como a Case e a New Holland, acredita em uma tendência de alta no mercado de tratores e colheitadeiras por conta das demandas crescentes do agronegócio. A expectativa é de um incremento que vai variar entre 10% e 15% das vendas este ano. Em 2016, a empresa comercializou 11 mil 287 unidades, entre tratores, colheitadeiras de grãos e colhedoras de cana, no mercado doméstico. O volume é praticamente o mesmo do vendido em 2015, quando a CNH vendeu no Brasil 11 mil 282 unidades.

A estimativa positiva de mercado fez a companhia renovar o contato dos 250 funcionários temporários para a fábrica de colheitadeiras da New Holland, em Curitiba, PR. Os acordos, que venciam em dezembro do ano passado, foram estendidos para setembro de 2017. Na América Latina a empresa emprega 8,5 mil pessoas em onze fábricas, sendo sete unidades no Brasil.

“Acredito que haverá um período de alta prolongada que vai durar até o meio do ano que vem. Viemos de dois períodos de vendas internas sem crescimento”, disse Christian Gonzalez, diretor de portfólio e produto da CNH Industrial no Brasil, recém-chegado ao posto após ter passado por vários cargos na Case e na New Holland.

Para ele, é no agronegócio que estão as melhores oportunidades para as máquinas produzidas pela CNH aqui no Brasil. “As obras públicas não deverão surtir o efeito desejado. Os anúncios do governo dependem de leilões de concessões e depois de licitações. Resultados só deverão aparecer a partir de 2018″.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, projetou crescimento de 13% em 2017 nas vendas de máquinas e colheitadeiras. No ano passado foram comercializadas 42,8 mil unidades, o que representou queda de 4,8%.

A recuperação também está diretamente ligada ao aumento da confiança dos produtores rurais em relação ao setor por causa dos recursos do Moderfrota, linha de crédito do governo com juros subsidiados que sustenta a maior parte das vendas de máquinas agrícolas no mercado interno. Inicialmente, o Plano Safra 2016/17, que terminará em 30 de junho deste ano, reservou R$ 5 bilhões para a linha de incentivo.

Exportações – Outra linha de frente da empresa é o mercado externo, segundo o executivo. No ano passado, o crescimento das vendas externas foi de 27%, chegando de 1 mil 980 unidades. O aumento nos embarques aconteceu principalmente por novos contratos firmados com a China e com os Estados Unidos.

Foi o bom desempenho nas exportações que ajudaram a empresa a manter a rentabilidade da operação no Brasil, aponta Gonzalez. No ano passado, as exportações da empresa representaram 20,6% de todas as máquinas e equipamentos agrícolas que o País exportou, 9 mil 598 unidades. Em 2015, a fatia foi de 15%. “Hoje temos uma produção 90% voltada para o mercado interno, e esta fatia já foi menor nos últimos anos”.

Grupo PSA compra participação na Autobiz, empresa de cotação de preços de seminovos

O Grupo PSA Peugeot Citroën negociou a compra de sua participação na Autobiz, empresa de cotação preços de veículos seminovos. A aquisição permitirá compras conjuntas de participações em empresas internacionais, principalmente na Ásia e na América do Sul. Com sede em Suresnes, França, a empresa emprega cerca de cinquenta funcionários, divididos por França, Alemanha, Espanha e Itália. As companhias não informaram o valor do negócio.

Segundo comunicado o objetivo é transformar o grupo em protagonista mundial no mercado de veículos seminovos multimarcas. A aliança sucede à aquisição de participação na Aramisauto, na França.

A tabela de cotações da Autobiz está disponível em cerca de trinta países. Ela é uma referência confiável para fabricantes, distribuidores e locadoras, para os quais o gerenciamento dos preços é uma prioridade. A empresa desenvolve atividades de consultoria junto a profissionais do setor e oferece sua tecnologia a clientes localizados em toda a Europa.

Marc Lechantre, diretor da unidade de negócios de veículos seminovos do Grupo PSA, disse que o fortalecimento da parceria com a Autobiz faz parte da sua estratégia de desenvolvimento no mercado de veículos seminovos: “Essa nova frente de negócios contará com a capacitação adquirida pela empresa em matéria de big data.”

Veículos comerciais aquecerão produção em 2017

Os indicadores macroeconômicos que apontam para uma tímida melhoria no PIB, e o fechamento de novos contratos, fazem com que MWM e Cummins, duas das maiores fabricantes de motores independentes do País, estimem vendas internas melhores por aqui. Pelos cálculos de Thomas Püschel, diretor de vendas e marketing e peças da MWM, do Grupo Navistar, a produção de motores de caminhões para o mercado interno deve chegar a 12 mil unidades, aumento de 5% no comparativo com 2016.

Püschel disse que não espera uma retomada significativa para este setor, “mas a indicação de melhoria em indicadores macroeconômicos possibilita projeções mais positivas”.

Outra aposta da MWM, de acordo com Püschel, é o segmento de reposição: “Com o adiamento da renovação da frota de caminhões e ônibus aumentou a procura por peças de reposição e isso fez com que esta área de negócios crescesse em 2016”.

Sem revelar o faturamento Püschel informou que os negócios realizados no mercado de reposição no ano passado representaram 10% do faturamento e que este percentual deve aumentar para 20% este ano. De acordo com o executivo a revisão e a ampliação do portfólio da empresa puxarão mais o crescimento:

“Este mercado tem papel importante dentro do segmento de veículos porque ajuda a mitigar a queda de vendas dos motores de veículos pesados”.

Apesar de representar uma pequena parte da produção de motores as exportações também ajudaram a atenuar a queda do mercado interno no segmento de veículos. No ano passado a MWM embarcou para outros países 15% da produção de 40 mil motores e para 2017 a previsão é a de que haja aumento de 5% neste volume. O acréscimo acontecerá principalmente por causa de contratos adicionais de empresas do México.

A companhia também exporta para o Egito, Europa, África do Sul e Argentina e a maioria dos motores exportados é de ônibus. Além dos motores veiculares a MWM também produz para os segmentos de construção, agrícola, geração de energia e marítimo. Da produção de 40 mil em 2016 34 mil unidades foram destinadas para o mercado interno – 12 mil para veículos e o restante pulverizado para os demais segmentos –, e 6 mil para a exportação.

A Cummins, que produz motores veiculares e para construção civil, espera aumentar sua participação no segmento de veículos, que hoje é de 28%, para 31% este ano. Como contou Maurício Rossi, diretor de vendas para Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai, projetos em desenvolvimento com Agrale, Ford, Foton e MAN deverão ser responsáveis por este aumento.

Nos segmentos em que atua a Cummins projeta produzir exatas, e marcantes, 18 mil 784 unidades de motores de caminhões ante as 16 mil 678 fabricados no ano passado. Em 2016 o cenário foi outro: a empresa fabricou 6 mil 258 unidades a menos do que em 2015. Para ônibus a companhia estima aumento de quase duzentos motores sobre 2016. A alta também será impulsionada por novos contratos com fabricantes de chassis. Já o segmento de construção não demonstra sinais de recuperação: a previsão é produzir outros exatos 1 mil 938 motores, 571 a menos do que no ano passado.

Na visão de Rossi “obras de infraestrutura previstas pelo governo ainda demorarão para ser iniciadas, e isto reflete esta expectativa de um mercado menor para este ano.”