Principal ponto de escoamento de combustíveis na Região Norte do País o porto de Santarém, PA, teve dois de seus terminais leiloados na quinta-feira, 23, por R$ 68,2 milhões. O Consórcio Porto Santarém, formado pela Petróleo Sabbá, controlado pela Raízen, e pela Petrobras
Distribuidora, venceu o leilão e deverá investir nos locais R$ 29,8 milhões nos próximos anos na ampliação da capacidade de armazenamento dos terminais, que recebem o transbordo de gasolina, etanol e diesel que são produzidos em Manaus, AM.
Além da oportunidade de arrecadar R$ 281,7 milhões ao longo dos próximos 25 anos, com os contratos de arrendamento dos terminais, o governo federal tem a expectativa de que os investimentos no local aumentem a capacidade de armazenamento. O edital do leilão prevê a ampliação da capacidade em 1,6 mil m3 para atender à demanda por combustíveis projetada para a região até 2041. Atualmente a capacidade dos terminais é de 6 mil 723 m3.
Se a projeção para o tempo de exploração é de alta na demanda o escoamento de combustíveis na região apresentou queda nos últimos dois anos. O que mais diminuiu foi a movimentação de diesel nos terminais do porto. Em 2016 passaram pelos tanques 61 mil toneladas, queda de 30% com relação ao volume do insumo armazenado em 2015, quando foram estocadas 87 mil toneladas. A gasolina, por sua vez, teve queda no comparativo anual de 16,7%, sendo estocadas 45,2 mil toneladas em 2016 ante 54,3 mil toneladas em 2015.
A diminuição na movimentação de combustíveis refletiu diretamente na arrecadação do porto, ainda que passem pelo local outros tipos de cargas, como soja e alumínio. Em 2016 os terminais geraram receita de R$ 121,7 milhões, 5,17% a menos do que os R$ 128 milhões de 2016.
Para Vicente Sales, administrador do porto de Santarém, a queda verificada nos últimos dois anos é atribuída aos problemas logísticos até os terminais, que operam com movimentações pelos rios da região e estradas. De acordo com ele “em 2016 tivemos muitos problemas ligados às cargas que chegavam de Manaus pela rodovia Transamazônica. Tanto a Raízen quanto a Cargill, maior arrendatária do porto, sofreram com atrasos e perdas por causa dos caminhões. Além disso, a capacidade atual não comporta um eventual aumento da produção e as cargas podem ficar paradas antes do embarque”.
Os investimentos anunciados para os terminais serão focados na construção de novos tanques nos terminais. O terminal ST04, o menor dos dois e que hoje conta com oito tanques, receberá R$ 18,8 milhões em investimentos. O ST05, por sua vez, conta com doze tanques e receberá aporte de R$ 11 milhões.
O Consórcio Porto Santarém é composto por uma parceria da Petróleo Sabbá com a Petrobras Distribuidora, com fatias de 60% e 40%, respectivamente. A Petróleo Sabbá, por sua vez, é joint-venture que reúne Raízen, 80%, e IB Sabbá, 20%. Para o STM04 o consórcio ofereceu uma outorga de R$ 18,2 milhões, vencendo outros dois competidores: a Aba Infraestrutura e Logística, que ofereceu R$ 18 milhões, e a Distribuidora Equador, cuja outorga ofertada foi de R$ 15,4 milhões. A Equador é a atual administradora da área.
Já para o STM05 o Consórcio Porto Santarém foi o único a oferecer proposta, de R$ 50 milhões. O ativo já é administrado pela Petróleo Sabbá.