CAOA lança novo caminhão Hyundai em maio

A Hyundai CAOA inicia a produção do caminhão leve HD 80 cujas vendas terão início até o fim de maio. Ele chega para substituir o HD 78, que continuará nas revendas até o fim do estoque.

O HD 80, terá peso bruto total, PBT, de 8 toneladas, superior ao seu antecessor, com PBT de 7,8 toneladas.
Segundo o diretor de engenharia e processos de manufatura da CAOA, Marcio Alfonso, este novo caminhão tem 65% das peças feitas no Brasil: “Além disso, 50% deste novo projeto foi criado pelo Centro de Pesquisa e Eficiência Energética em Anápolis”.

O HD 80 chega em um segmento de grandes volumes e pouca competição. O líder disparado é o Ford F-Series. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, de janeiro a março, foram comercializados 2 mil 236 caminhões leves no País. Somente no mês passado, os licenciamentos desses veículos somaram 942 unidades.

Um alento no fundo do poço

Depois de um longo e tenebroso inverno que se estendeu por mais de dois anos, o setor automotivo voltou a registrar, em março, resultados positivos em relação ao mesmo mês do ano anterior. E em todas as frentes: vendas domésticas, exportações e, naquilo que fala mais de perto aos interesses da cadeia como um todo, empregados incluídos, também de produção.

É razão mais que suficiente para começar a escolher a marca do champanhe. Mas é melhor esperar um pouco para comprá-la. E mais ainda para erguer um brinde.

A atual crise econômica brasileira vem se especializando em desmoralizar estatísticas. Para o bem e para o mal. E os números de março vem carregados de interferência que, embora pequenas, podem acabar mostrando que, afinal, nem tudo que reluz é ouro voltando a brilhar no balanço das empresas no final do período.

O primeiro fator que precisa ser levado em conta é a quantidade de dias uteis, tanto os de vendas quanto os de produção. Foram 23 em março, três a mais que em fevereiro e um acima do mesmo mês do ano passado.

É bem verdade que a média diária de vendas também subiu e, depois de muito tempo, voltou a superar a casa das 8 mil unidades comercializadas. Mas é igualmente verdadeiro que o fato do Carnaval ter caído nos ultimos dias de fevereiro deve ter postergado para março o registro no Renavan de parte das vendas que, em realidade, foram realizadas em fevereiro e não no mês passado.

E há que considerar, ainda que, em março, a quantidade total de vendas, a partir da qual a média diária é calculada, foi artificialmente puxada para cima por um crescimento anormal das vendas no atacado, cuja qualidade é sempre bem pior do que as relativas ao varejo.

No segmento de comerciais leves, em particular, segundo dados divulgados na segunda-feira,3, pela Fenabrave, o atacado respondeu por nada menos que 62,3% das vendas realizadas, frente aos 45,5% em março do ano passado. Nos automóveis, estes índices foram de respectivamente 34,2% e 26,7%.

Na soma de automóveis e comerciais leves, a participação do atacado no todo comercializado subiu quase dez pontos porcentuais de um ano para o outro. Os 29,5% registrados em março de 2016 chegaram, agora, a 38,1%.

Quanto a produção, a questão do número de dias úteis também deve ser levada em consideração, ainda que por outra razão. Sai o passado e entra o futuro: em abril, com os feriados da Semana Santa e de Tiradentes, serão apenas 19 dias úteis, quatro a menos do que em março.

E, conforme mostrou a Agência AutoData em sua edição de sexta-feira, 7, em matéria da editora Ana Paula Machado, Antônio Megale, presidente da Anfavea, não esconde que, para se antecipar a esta redução do número de dias úteis, algumas montadoras, em particular as mais envolvidas com contratos de exportação, tiveram o cuidado de aumentar a produção ao longo dos três primeiros meses do ano. Isto fez com o setor fechasse o trimestre com 610 mil unidades fabricadas, 24% acima do mesmo período de 2016.

As vendas externas, por sinal, representaram a maior e melhor das surpresas neste início de 2017. Com crescimento de 57,4% em março em relação ao mesmo mês do ano passado, as empresas filiadas a Anfavea encerraram o trimestre com exportações de US$ 3,3 bilhões, 51,5% acima dos US$ 2,2 bilhões anotados em igual período de 2016. Bem mais do que os 7% de crescimento inicialmente projetados para este ano.

Sempre é bom lembrar, todavia, que o dólar permanece estacionado abaixo de R$ 3,30, o que reduz a competitividade dos veículos brasileiro no exterior. E, sobretudo, que, consideradas por volume, 81% das vendas externas do setor estão concentradas em apenas três países: Argentina, 63%, México, 13% e Chile, 5%, conforme matéria do repórter Bruno de Oliveira na mesma edição da Agência AutoData.

Como nota destoante deste amontoado de bons resultados, os veículos comerciais continuaram derrapando. No segmento específico de caminhões, com nova queda de vendas da ordem de 15,3% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, o setor fechou o trimestre com 9 mil 885 unidades comercializadas, 26,3% a menos do que o registrado em idêntico período de 2016 e, mais grave, o pior resultado em vinte anos, desde 1996, conforme computou a repórter Aline Feltrin na Agência AutoData.

Neste caso, contudo, o cuidado com os números deve ser o inverso. Do mal para o bem. Animados com a safra agrícola recorde, com o crescimento das consultas por parte dos clientes e, em particular, com o aumento dos novos financiamentos já aprovados pelo BNDES e que somente deverão se refletir nas estatísticas do Renavan dentro de dois a três meses, a aposta das montadoras continua sendo a de boa retomada no segundo semestre e fechamento do ano com crescimento de pelo menos 10% nas vendas.

De qualquer forma, com tudo devidamente colocado num microprocessador, os resultados de março não deixam de ser um forte alento para um setor que já começava a desconfiar ter encontrado mais um porão no fundo do poço e estar, assim, correndo sério risco de estar a caminho de mais uma vigorosa queda de vendas e de produção em 2017.

Agora, com a queda de vendas em relação ao mesmo período do ano passado restrita a 1,9%, um legitimo empate técnico, já passa a ser até possível manter, sem tanto medo de errar, as projeções oficiais feitas em janeiro pela Anfavea, Fenabrave e Sindipeças, todas apostando que o fechamento de 2017 mostraria alguma luz no fim do túnel, o que seria o ponto de partida para o início de nova fase, agora com sinal invertido, para cima.

Cabe, todavia, uma ressalva: olhados mais em seus pormenores, os números indicam muita disparidade entre os resultados que vem sendo colhidos pelas diversas montadoras, o que parece indicar que, qualquer que seja o resultado do ano, o ranking setorial vai mudar. E muito.

Algumas montadoras mais preocupadas com sua imagem institucional perante o mercado — como, por exemplo, a Toyota e Hyundai — estão aproveitando para ganhar terreno a avançar rumo às primeiras posições do ranking setorial. Em contrapartida, outras, inclusive marcas bastante tracionais, tais como a Fiat e VW, vem perdendo espaço no coração e na mente dos consumidores que, depois, poderão ter muita dificuldade para recuperar.

Diesel e ônibus velhos são entraves de SP na redução de emissões

A prefeitura de São Paulo instituiu em 2009 a Política de Mudança do Clima, cuja principal meta era chegar a 2018 com 100% da frota de ônibus movida a combustíveis alternativos na cidade. Há pouco menos de nove meses para o prazo estipulado expirar, no entanto, a realidade do transporte público do município está longe da projetada na legislação. Segundo dados do SPTrans, empresa que opera o sistema na capital, 211 dos 14 mil 607 ônibus que circulam na cidade não utilizam combustível fóssil em seus motores. A maior parte utiliza uma mistura de diesel com biodiesel, mistura que, segundo especialista em mobilidade, não é o suficiente para que as emissões sejam reduzidas de acordo com a lei.

Segundo Claudio de Senna Frederico, vice-presidente da Associação Nacional dos Transportes Públicos, ANTP, e especialista em mobilidade urbana, as iniciativas de redução de emissões que surgiram na cidade a partir da vigência da lei, em 2009, fracassaram por não terem sido criadas com base na escolha das matrizes energéticas alternativas. À época, uma série de veículos movidos a combustíveis renováveis, como etanol e biodiesel, foi testada nas ruas da capital e não vingaram.

Diz ele: “Não ficou clara a proposta que a cidade tinha para reduzir as emissões. Foram testadas várias matrizes que depois se mostraram inviáveis por razões técnicas e econômicas. O mais indicado seria estudar qual a melhor matriz energética para o perfil do transporte da cidade e então concentrar os esforços em sua aplicação, e não apostar em diversas frentes”.

A principal iniciativa bancada pelo município de 2009 para cá foi o Programa Ecofrota, na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab. O objetivo do programa era promover os veículos movidos a biocombustíveis e veículos elétricos. Eram 1 mil 621 ônibus que prometiam, juntos, reduzir as emissões entre 40% e 50%. No entanto, a proposta falhou na estimativa do prazo necessário para que essas opções tecnológicas se revelassem viáveis técnica e financeiramente às empresas de transporte. As metas anuais não foram cumpridas e, em abril de 2014, o programa foi cancelado.

Neste ano, a frota de ônibus movidos a alguma matriz renovável é de 216 unidades de um universo de mais de 14,5 mil veículos, entre trólebus e ônibus movidos a etanol, segundo dados da SPTrans. A maior parte da frota circulante utiliza uma mistura de biocombustível com o diesel S10, uma versão do diesel comum que emite menos partículas de enxofre em sua queima. Para Cláudio de Senna, da ANTP, a mistura não pode ser considerada uma alternativa “limpa” que permita o município atingir a meta estipulada na lei de 2009. “Se é mistura então não podemos chamar de biocombustível. Para se chegar ao patamar anunciado, a cidade deve ter ônibus novos ou adaptados às legislações ambientais mais recentes, e isso demanda tempo para as empresas se adaptarem”.

No mercado, as principais fabricantes de ônibus do País chegaram a produzir veículos para atender às demandas do município. No entanto, muitas recuaram após observarem que o modelo de diversificação utilizado pela capital paulista estava impondo uma série de desafios para as empresas de transporte. Sobre isso, Rogério Rezende, diretor de assuntos institucionais e governamentais da Scania Latin America, afirma que as empresas possuem tecnologias viáveis para atender demandas ambientais, e que os entraves para a massificação de veículos “verdes” na cidade têm origem na estratégia econômica.

O executivo conta: “Todas as montadoras possuem veículos que atendem diversas legislações ambientais até porque na Europa, onde estão as matrizes, as leis são rigorosas neste sentido. No caso de São Paulo, levou-se em consideração apenas a questão da matriz energética, e não os numerosos fatores econômicos que viabilizam um projeto deste porte”. Entre eles, Rezende aponta, por exemplo, o custo de certos combustíveis e o reflexo nos números operacionais das empresas. “Esta foi uma reclamação recorrente entre os operadores do sistema”, completou.

Luiz Carlos de Moraes, diretor de assuntos institucionais da Mercedes-Benz, ressalta também a questão da idade dos ônibus em circulação em São Paulo. “A idade média da frota de São Paulo está em aproximadamente cinco anos, mas há linhas que operam com veículos com dez anos de uso, por exemplo. A renovação é uma saída mais viável do que um eventual processo de retrofit dos veículos que estão circulando. Demanda um pouco mais de tempo, mas todos conseguem equacionar custos e benefícios de maneira mais assertiva.” Segundo dados do SPUrbanuss, o sindicato das operadoras de transporte urbano da capital, a idade média da frota é de 5 anos e 6 meses.

O assunto da idade da frota em São Paulo voltou à tona nas últimas semanas. No final de março, o Tribunal de Contas do Município determinou que dois consórcios de ônibus da capital devolvam aos cofres públicos R$ 1 bilhão por não cumprirem, entre outras coisas, as cláusulas do contrato de concessão de 2003 que previam renovação da frota. Os consórcios são o Unisul, da Zona Sul e o Plus, da Zona Leste. Segundo o Tribunal, as empresas rodavam com uma frota velha. Procuradas, as empresas não atenderam à reportagem.

Sai do papel acordo automotivo com a Colômbia

Brasil e Colômbia validaram, finalmente, o acordo de livre comércio no setor automotivo. Em 2015, os países já havia iniciado o processo, mas na ocasião existia uma trava que o impedia de sair do papel. No texto de 2015, previa-se o livre comércio também com a Venezuela e, para a efetivação do tratado, era preciso que este país concordasse com as condições. Até então, o governo de Nicolás Maduro se recusava em assinar. Na última sexta-feira, 7, durante a reunião do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em Buenos Aires, a Venezuela foi excluída do acordo.

Margarete Gandini, diretora do departamento das indústrias para a mobilidade e logística do MDIC, Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, disse que o acordo valerá somente para os veículos de até cinco toneladas. “A Colômbia deve protocolar, por meio de decreto, o documento em 60 dias. Já o Brasil tem até 40 dias para este protocolo.”

Até março, segundo a ANDEMOS, Associação dos fabricantes da Colômbia, o Brasil exportou para lá 4 mil veículos, o que representou aumento de 82,5% no comparativo com o mesmo período do ano passado. No total, foram comercializados no mercado colombiano 56 mil 242, queda de 1% com relação aos licenciamentos de janeiro e março. Somente em março, foram vendidos 21 mil 49 veículos, alta de 6,5%.

Para o presidente da Anfavea, Antonio Megale, esse acordo é de “extrema importância para a indústria automobilística, pois permitirá mais integração e negócios para ambos os lados”. A expectativa é de que o mercado colombiano alcance 350 mil veículos este ano.

Receita caiu em 2016. Expectativa, agora, é crescer.

O faturamento das locadoras de veículos caiu no ano passado. A receita foi de R$ 12,1 bilhões, valor 25,3% menor que os R$ 16,2 bilhões apurados em 2015. De acordo com Paulo Nemer, presidente da ABLA, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, a retração está relacionada principalmente ao cenário econômico e político sob o impacto pela operação Lava Jato.

“Perdemos grandes clientes nas áreas de óleo e gás. Muitos clientes pararam seus negócios e contratos com as locadoras foram extintos.”

Apesar da redução da receita no último ano Nemer acredita que os resultados de 2017 serão mais favoráveis e o setor voltará a crescer: “O governo, que é um dos nossos principais clientes, iniciou alguns processos de licitação e isto já é um bom sinal.”

Segundo levantamento da ABLA no ano passado a área de negócio com mais representatividade no faturamento foi a terceirização de frota – aluguel e gerenciamento de veículos para pessoa jurídica –, que representou 45% da receita. Nemer disse que a melhoria foi causada pela entrada de novos clientes:

“A crise econômica fez com que grandes empresas vendessem sua frota e terceirizaram o serviço”.

O aluguel para pessoa física destinado às áreas de turismo e lazer teve participação de 25%. Já a locação para turismo de negócios ficou com 17%. Demais serviços, que inclui a locação de automóveis para usuários do aplicativo Uber, ficaram com 13% da fatia.

Perfil – O levantamento da ABLA mostra, ainda, que a idade média da frota das locadoras ficou em 20,7 meses em 2016 – no ano anterior era de 19,5 meses. O número de veículos também diminuiu, de 853 mil 217 em 2015 para 660 mil 277 no ano passado.

Em 2016 as locadoras de veículos foram responsáveis por 10,95% do volume de 1 milhão 988 mil emplacamentos de automóveis e comerciais leves. No segmento de caminhões e ônibus a participação foi de 16,14% dos 61 mil 720 veículos licenciados.

“Estes números mostram que as locadoras continuam sendo um cliente importante para as fabricantes de veículos.”

No ranking das marcas que possuem mais participação nas locadoras, a Fiat Chrysler aparece com 24,23%, depois vem a Volkswagen com 19,23%. General Motors tem 15,03%, Renault 13,5% e Ford 11,13%.

Em números gerais as 11 mil 199 empresas do setor empregaram 410 mil 378 pessoas em 2016, e contabilizaram 23 milhões 293 mil 720 usuários. No ano anterior eram 7 mil 455 as empresas, 472 mil 113 os empregos e 26 milhões 825 mil 784 os clientes.

Produtividade será a contribuição do PIB para a indústria

O BC, Banco Central, divulgou na quinta-feira, 30, o relatório trimestral de inflação que mostra a relação do NUCI, nível de utilização da capacidade industrial, com o investimento em bens de capitais da indústria de transformação. A conclusão para os três primeiros meses do ano foi que a alta ociosidade sugere limitações para a retomada dos investimentos em novos equipamentos em médio prazo e na abertura de novos postos de trabalho. O setor automotivo registra atualmente ociosidade de 54%. Somente nas fábricas de caminhões este índice chega a 80%.

Ainda de acordo com informações do BC o nível de utilização está em patamar historicamente reduzido.

Para Carlos Viana de Carvalho, diretor de política econômica do BC, “a estrutura atual dentro das fábricas seria suficiente para um eventual aumento da demanda por bens industriais”.

De acordo com ele isto significa, também, que em médio prazo a contribuição da indústria para o crescimento do PIB não ocorrerá por meio de investimentos, mas pelo aumento da produtividade.

Zeina Latif, economista chefe da XP Investimentos, observou que a baixa demanda e a ociosidade alta geram oportunidades para que a indústria se prepare melhor para a retomada, abrindo caminho para se tornar mais competitiva:

“Este é o momento para rever a gestão e se posicionar melhor para quando o mercado voltar a crescer”.

De acordo com a economista as empresas mais produtivas possuem capacidade maior de reação e isto reflete no conjunto da economia.

“Quando uma empresa estrutura sua gestão tem potencial para produzir mais com menos recursos e, com isto, consegue oferecer produtos com preços mais acessíveis. Isto ajuda a movimentar o mercado interno.”

Estas companhias passam também a ser mais competitivas no mercado externo. Para Zeina Latif é importante iniciar este exercício a partir de agora e evitar dificuldades no momento em que a demanda voltar a aquecer.

No entanto ela adverte que também é necessário fazer a lição de casa da porta para fora das empresas: “Uma indústria competitiva não se constrói apenas com a gestão interna. Há diversas questões externas que diminuem a competitividade, como o custo Brasil e complexidades tributárias, fatores que impedem o avanço”.

Ela disse que este é o momento para pressionar o governo por uma agenda de discussões que trate desta questão e contribua para soluções destes gargalos.

Em linhas gerais o relatório trimestral de inflação mostra projeção de crescimento do PIB revisada para 0,5% e expectativa de inflação de 4,1% para este ano e em torno da meta de 4,5% em 2018. De acordo com o BC está havendo “um processo de desinflação em curso mais difundido e aumento da confiança em sua continuidade”.

Fiat Mobi 1.0 ganha câmbio automatizado

Menos de um ano após o lançamento do Mobi a Fiat apresenta a linha 2018 do seu subcompacto. A principal novidade é a adição de uma versão com câmbio automatizado, o Mobi Drive GSR, o primeiro carro com motor 1.0 da empresa com este tipo de transmissão. De acordo com informações da Fiat isto não significa que o Uno com motor 1.0 também ganhará versão automatizada. Outra novidade é que a linha passa ter cinco versões: Easy, Like, Way, Drive e Drive GSR. Os preços começam a partir de R$ 33,7 mil.

A empresa informou que a expectativa é emplacar mais de 50 mil unidades do modelo por ano, cerca de 4,5 mil/mês. A projeção é mais alta do que as 38 mil que projetava comercializar com a primeira geração do Mobi. No entanto, desde que o carro chegou ao mercado, a Fiat comercializou 3,5 mil unidades por mês. No que diz respeito à participação de vendas por versão a companhia acredita que a versão Like tenha fatia 40%, seguida da Drive com transmissão manual, que deverá representar 20%. Já as versões Way e Easy terão 15% de representatividade, cada uma.

Economia – De acordo com a Fiat a versão Drive com câmbio automatizado é mais econômica do que outros modelos 1.0 à venda no País. A empresa diz que atestou esta informação com base em testes do Inmetro.

O câmbio do Mobi Drive GSR possui uma função que torna arranques e manobras mais confortáveis e seguras. A versão também dispõe de sistema que identifica uma rápida retomada de velocidade e aborta a troca para uma marcha superior. O motor Firefly 1.0 de três cilindros tem potência mais elevada, maior torque em baixas rotações. Estes atributos, de acordo com a empresa, fazem com que haja menor consumo de combustível.

Clique aqui para saber mais sobre a trajetória do Fiat Mobi no País.

Confiança e capacidade instalada aumentam em março

O ICI, Índice de Confiança da Indústria, divulgado trimestralmente pela Fundação Getúlio Vargas, avançou 2,9 pontos em março de 2017, chegando a 90,7 pontos acumulados no período. É o maior nível desde maio de 2014, quando o índice acumulado foi de 92,2. Com o resultado a média do primeiro trimestre fecha em 89,2 pontos, 3,5 pontos acima do trimestre anterior.

A alta na confiança industrial ocorreu em dezessete de dezenove segmentos pesquisados e, segundo a FGV, se espalhou por todos os quesitos do levantamento. Houve avanço tanto nas expectativas dos empresários quanto no indicador que mede a situação atual. O índice de expectativas, chamado de IE no estudo, avançou 3,8 pontos, para 93,1 pontos, o maior nível desde abril de 2014, quando chegou a 96,9 pontos, e o índice da situação atual, o ISA, subiu 2,1 pontos, para 88,5 pontos, o maior desde janeiro de 2015, quando registrou 89,1 pontos.

Para Aloísio Campelo Júnior, superintendente de estatísticas públicas da FGV, os indicadores são um termômetro da atividade na indústria e mostram projeção de crescimento.

“Com a alta de março o ICI consolida a tendência de recuperação e atinge um nível próximo ao registrado no início da atual recessão. O resultado parece retratar um setor em fase de transição no ciclo econômico: há novidades favoráveis, como o expressivo espalhamento setorial da alta e a melhora das expectativas, tendo como contraponto a persistente insatisfação com a situação atual dos negócios.”

O técnico da fundação também sinaliza para variações na expectativa por causa dos riscos intrínsecos à economia: “O cenário econômico é propício à gradual elevação da confiança industrial ao longo dos próximos meses, embora condicionado a sobressaltos e aos riscos inerentes ao ainda elevado grau de incerteza”.

A maior contribuição para a alta do índice de expectativas foi dada pelo quesito que mede os prognósticos acerca da evolução da produção. Após cair 2 pontos em fevereiro o indicador de produção prevista subiu 4,6 pontos em março, atingindo 93,3 pontos. Neste período houve elevação da proporção de empresas prevendo aumentar a produção nos três meses seguintes, de 27,6% para 30,9% do total, e relativa estabilidade na parcela das que preveem reduzir a produção, que passou de 19,3% para 19,0% do total.

Em março o indicador que mede a avaliação do nível de estoques exerceu a maior contribuição para a evolução do ISA no mês. A evolução ocorreu pelo aumento da parcela de empresas que avaliam o nível de estoques atual como insuficiente, que passou de 4,9% para 6,1% do total, enquanto a das que o consideram excessivo passou de 12,8% para 12,9%. Com o resultado os estoques industriais ficam muito próximos à situação de normalização que já haviam alcançado em setembro.

O nível de utilização da capacidade instalada, chamado de NUCI no levantamento da FGV, subiu 0,1 ponto porcentual em março, para 74,4%. No primeiro trimestre de 2017, a média do indicador fechou também em 74,4%, 1 ponto porcentual acima do trimestre anterior.

Governo criará nova taxa para o BNDES

O governo criará uma nova taxa para os empréstimos concedidos pelo BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Nos próximos dias, será editada Medida Provisória alterando a remuneração das operações de crédito concedidas pelo banco com a recém-criada Taxa de Longo Prazo,TLP. Os novos juros serão calculados mensalmente pelo Banco Central, BC, e servirão para contratos novos firmados a partir de 1º de janeiro de 2018. As informações são do Ministério da Fazenda.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a TLP ajudará a aumentar a potência de atuação do Banco Central (BC) no controle da inflação. Ilan afirmou, ainda, que os novos empréstimos terão uma taxa mais relacionada com o mercado. “A política monetária ficar mais potente significa que se consegue fazer políticas anticíclicas mais fortes, uma vez que uma parte maior do crédito é de mercado. Reduz os custos da desinflação. O fato de ser uma taxa de mercado gera bastante transparência.”

A TLP será composta pela variação do IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, e por taxa de juros real prefixada mensalmente, de acordo com o equivalente ao rendimento real das Notas do Tesouro Nacional – Série B, NTN-B, no prazo de cinco anos. A NTN-B reflete o custo de captação do Tesouro Nacional, o mais baixo do mercado. Em janeiro, as duas taxas – TJLP e TLP – serão iguais, 7% ao ano, mas passarão a ser diferentes ao longo do tempo. Quando os contratos já firmados terminarem, a TJLP deixará de existir. “Ao longo do tempo vamos ter uma taxa de juros menor para os empréstimos do BNDES e para todas as taxas de juros da economia”, disse Ilan.

O estoque existente de contratos não sofrerá alteração, continuará sendo atualizado pela TJLP, que permanecerá sendo calculada e divulgada obedecendo aos parâmetros atualmente em vigor.

No dia 1º janeiro de 2018 a nova taxa será igualada à TJLP vigente, não representando nenhuma descontinuidade. A partir de então, a TLP seguirá a nova sistemática, convergindo gradualmente no prazo de cinco anos para a remuneração integral da NTN-B, acrescentou o Ministério da Fazenda.

Segundo o ministério, a nova taxa poderá fomentar o financiamento privado de longo prazo. “O aumento dos financiamentos privados irá gerar mais investimentos e, consequentemente, mais empregos”. O ministério também considera que a taxa vai contribuir para a queda da Selic e o controle da inflação. “A TLP poderá contribuir para o controle da inflação ao menor custo para a sociedade.”

Chinesa compra 5% da Tesla

Fontes do setor de tecnologia informaram que a empresa chinesa Tencent Holdings formalizou a compra de ações da Tesla por US$ 1,7 bilhão. Com a transação a Tencent terá 5% do capital da fabricante. As informações são do site venezuelano Flash de Motor. De acordo com especialistas esta injeção de dinheiro vai ajudar a Tesla reforçar seu caixa que ficou desajustado após ela ter adquirido a Cidade Solar, especialista em fabricação de painéis solares para casas.

Nos últimos tempos a Tesla tem buscado dinheiro no mercado financeiro com a emissão de títulos. Assim, ela ainda não gerou lucros com a produção e a venda do sedã Model S e do SUV Model X, mesmo tendo dois carros líderes em seus segmentos nos Estados Unidos e na América do Norte. A expectativa é de que com o inicio da produção do Model 3 este cenário mude e gere mais lucro para a companhia. Ele será o primeiro carro da empresa a ser oferecido para um segmento de grande volume.

Tencent – Estabelecida em Shenzhen, no sul da China, a Tencent é um dos gigantes chineses na área de tecnologia. A empresa foi fundada em 1998, expandindo seu alcance na Europa e no restante do ocidente a partir de 2012. Com esta expansão hoje o valor da empresa é em torno de US$ 300 bilhões.

Seu negócio principal tem sido serviços online, mensagens instantâneas e o desenvolvimento de soluções digitais, como serviços de redes sociais, jogos e e-commerce, entre outros.

Com o acordo a Tencent passa a ser o quinto parceiro da Tesla, mas o empreendedor sul-africano Elon Musk ainda é o principal acionista com 21% de participação. Os restantes dos papéis pertencem a três fundos de investimento norte-americano: T.Rowe Price, Fidelity e Baillie Gifford.