BorgWarner faturou US$ 90 milhões na América do Sul

A BorgWarner faturou US$ 90 milhões na América do Sul em 2016, ou 1% do volume total de vendas alcançado pela companhia no mundo todo, que somou US$ 9,07 bilhões no ano passado. A empresa acredita que com o mercado de reposição no Brasil poderá dobrar o faturamento na região até 2020.

A empresa aumentará a capacidade instalada a partir da finalização do processo de integração com duas aquisições feitas recentemente, a Wahler e a Delco Remy. De acordo com Nelson Bastos, diretor de aftermarket da empresa na América do Sul, falta ainda concluir a incorporação da Delco, cuja fábrica produz motores de partida, entre outros componentes, na cidade de Brusque, SC: “Concluiremos em dezembro e decidimos que a nova estrutura manterá as marcas que já vendem no mercado.”

Bastos ressaltou, ainda, que “a válcula de escape” da empresa frente à crise no setor automotivo dos últimos anos, é o aquecimento da demanda por peças de reposição que deve aumentar a partir deste ano.

Ele disse que os veículos adquiridos antes da crise já procuram as oficinas para pequenos reparos: “Nossa meta global é crescer 20% no aftermarket. No Brasil podemos mais do que dobrar as receitas porque vivemos uma situação favorável. Quando a venda de veículos novos cai, o mercado de reposição fica aquecido por muitos investem em manutenção”.

O executivo também vê com otimismo o mercado de peças para montadoras. A BorgWarner fornece turbos para a Volkswagen e Hyundai: “Hoje as empresa estão produzindo motores cada vez menores e que demandam maior potência, apesar do tamanho. Neste sentido os turbos são equipamentos fundamentais para estes projetos”.

A empresa hoje tem 65 funcionários no Brasil dedicados ao atendimento no mercado de reposição. Das três fábricas instaladas no País, apenas a de Piracicaba, SP, onde são feitas as válvulas da Wahler, funciona com três turnos. A fábrica de Itatiba, SP, onde são feitos os turbos, e a de Brusque, SC, atualmente rodam com um turno apenas.

Receitas caseiras para crescer nas linhas de pesados

Sistemistas e fornecedores que atuam no setor de reposição de componentes para veículos comerciais lançaram mão de estratégias particulares para aprimorar seu desempenho de vendas. Ao contrário do aftermarket para veículos leves, que vem experimentando aumento no volume, o segmento de pesados registrou queda de 10% em 2016, de acordo com informações do Sindipeças.

Com este cenário a Meritor, que fabrica eixos dianteiros e traseiros para veículos comerciais, iniciou uma série de ações no aftermarket para conquistar novos consumidores e aumentar o volume de vendas. Uma delas foi iniciar a comercialização de kits completos em vez de apenas oferecer componentes separados. A empresa também investe na ampliação de produtos, em alianças mais fortalecidas com fornecedores para garantir a melhoria na qualidade dos produtos e um sistema de entrega de itens mais ágil e eficiente.

Durante a Automec Luís Marques, gerente de marketing e aftermarket da Meritor para a América do Sul, disse que o mercado sinalizava que a reposição seria a tábua de salvação para compensar a queda da demanda do OEM, mas isso não ocorre com pesados: “Há uma frota ociosa que não está rodando e isto impacta diretamente a reposição”.

De acordo com ele estas ações fizeram com que a empresa registrasse aumento de 5% no volume de vendas para este mercado em 2016 e a expectativa é a de que o crescimento para este ano seja de 15%.

Já a Dana, que produz sistemas de transmissão, vedação e gerenciamento térmico para veículos comerciais, anunciou rompimento de contrato comercial com a Affinia, que representava e distribuía seus produtos desde 2003, justamente para aumentar sua capilaridade no mercado de reposição.

De acordo com Carlos Dourado, diretor de vendas da Dana, a antiga parceira não estava em todos os mercados, de forma eficiente, onde a empresa queria atuar. Assim, com o negócio de vendas retornando para a fabricante, a expectativa é aumentar em até 9% a comercialização de peças na reposição. Atualmente a companhia detém 80% de participação em todas as suas linhas de produtos.

Dourado disse ainda que, com o gerenciamento da área comercial para a reposição, a empresa poderá ampliar o portfólio atual: “Permitirá, anda, um suporte melhor para a nossa rede de distribuidores”.

Sabó investe na indústria 4.0

A Sabó, fabricante de sistemas de vedação, investirá R$ 20 milhões nos próximos três anos na modernização de suas fábricas no País. Lourenço Oricchio, seu diretor geral para a América, disse que a maior parte dos recursos serão aplicados na adequação de algumas linhas visando à manufatura 4.0. A companhia já dispõe de algumas áreas em que esse conceito é desenvolvido.

Oricchio afirmou que nos últimos três anos a Sabó investiu R$ 20 milhões na modernização da fábrica de Mogi Mirim, SP: “Nossa estratégia é aplicar o conceito primeiro em linhas de produção de itens de grandes volumes. E isso já está sendo feito. Agora, vamos replicar soluções também para os itens de menor volume de fabricação”.

Ele contou que, com a modernização, a Sabó conseguiu ganhos de produtividade e redução nos custos de produção, o que a fez suportar a queda das encomendas das montadoras:

“Conseguimos competir com fábricas da China e da Coreia dos Sul. Sem a adoção desses processos não seria possível. É um caminho sem volta”.

A fábrica de Mogi Mirim tem capacidade instalada para a produção de 300 mil itens por dia – produz, hoje, 180 mil produtos/dia.

Oricchio ressaltou que, hoje, 20% do faturamento da companhia são obtidos com o fornecimento de peças para fabricantes de veículos. Até 2014 sua participação nesse mercado, OEM, representava 33%. O executivo disse que as exportações sustentaram as vendas, assim como o fornecimento para o aftermarket:

“Hoje a divisão de nossa receita é de 40% para as exportações, 40% para a reposição e o restante vem das montadoras. E isso deve se manter por muito tempo. As vendas de veículos no Brasil não devem voltar a patamar de 3,5 milhões ao ano no curto prazo”.

No ano passado a Sabó faturou R$ 400 milhões na América do Sul. Para 2017 a expectativa é de receitas de R$ 430 milhões. Oricchio disse que a reposição e, principalmente, as exportações puxarão esse resultado: “Exportação é fundamental para o nosso negócio. Ainda mais com o câmbio nesse patamar. Estamos preparados para atender a todos os mercados”.

Segundo ele América do Norte e China respondem por 95% das vendas externas da companhia.

Internacionalização – A Sabó, em 2014, concluiu a venda de 80% de sua unidade internacional – todas as suas operações fora da América do Sul – para a chinesa Zhongding. Com isso aumentou sua participação na China e nos Estados Unidos. Oricchio contou que a nova companhia abriu uma segunda fábrica na China e ampliou a sua unidade da Carolina do Norte.

“Nós entendemos que esses 20% de participação nesse negócio nos deu muito mais capacidade de aumentar o faturamento do que se seguíssemos sozinhos. Sem o sócio não teríamos recursos para ampliar a capacidade no Exterior.”

Somente a unidade internacional da Sabó faturou cerca de R$ 100 milhões no ano passado, e a perspectiva é de um crescimento de cerca de 20% este ano.

Cuidado com as oficinas para garantir crescimento

A Bosch registrou acréscimo de 3,5% nas vendas do seu braço de reposição nos últimos três anos. Este aumento ocorreu principalmente devido à ampliação de portfólio, ajustes na área de logística com a internacionalização do processo e crescimento orgânico. Delfim Calixto, presidente da divisão de aftermarket da Bosch, disse durante a Automec que a perspectiva para 2017 também é crescimento de 3,5% no Brasil e de 6% na América Latina.

Para elevar a representatividade no território nacional a empresa está de olho nas 5 mil oficinas independentes que representam a Bosch no País. De acordo com Calixto existem diversos trabalhos de capacitação e de soluções para melhorar o desempenho destas oficinas e isto se traduz em novos negócios.

Calixto contou que no Brasil existem 80 mil oficinas independentes e, deste volume, há 20 mil com potencial interessante para trabalhar com a bandeira Bosch: “Estamos de olho nestes estabelecimentos para ampliar nossa participação”.

A empresa também estuda parcerias e investimentos em startups que promovem conectividade para as oficinais. Recentemente fechou acordo com empresa que desenvolveu aplicativo para conectar o usuário final do veículo com a oficina.

Ainda no mercado de reposição a Bosch pretende expandir negócios na América Latina com desenvolvimento de escritórios regionais em países como Peru e Uruguai. Segundo Calixto a empresa também avalia alguma presença no Paraguai.

Juntas, todas as operações globais da Bosch registraram faturamento global de €73 bilhões no ano passado A receita dos negócios de aftermarket foi de € 6 bilhões no período.

Delphi importa velas para reposição

A Delphi quer aumentar sua fatia, de 18%, no mercado de reposição na América do Sul competindo no segmento de velas de ignição, um produto que é novidade no seu portfólio. Por isso importará o componente da Europa, onde já fornece para as fabricantes de veículos. Por aqui, no entanto, manter negociação de velas OEM ainda é algo distante.

Por estar atuando num terreno que é dominado historicamente por empresas como NGK, Bosch e incontáveis fornecedores asiáticos independentes, a Delphi aposta na sua rede de distribuidores de sistemas de ignição para atrair clientes para as velas Blue Power, como foi batizada a linha. Segundo Amaury Oliveira, diretor de aftermarket da Delphi na América Latina, foram contratados profissionais para atuar na ponta da cadeia de fornecimento com o objetivo de inserir a novidade no mercado, além de gente especializada em pesquisa de mercado:

“Em momentos como o atual, ou as empresas do segmento cortam custos ou melhoram o portfólio. No nosso caso, após pesquisas, enxergamos boas possibilidades no segmento de velas porque já atuamos no mercado com outros componentes do conjunto de ignição. É um mercado que demanda 45 milhões de velas por ano e no qual ainda não estávamos”.

As velas Blue Power são produzidas por três fornecedores europeus e recebe a marca Delphi. A ideia é que o produto chegue ao mercado com status de premium.

Segundo Oliveira não há intenções de brigar por preço com a concorrência: “Não podemos considerar que a linha de velas chega às lojas para disputar espaço com os players tradicionais e com material fabricado na Ásia, que tem custo menor. A ideia é atender uma faixa de consumidor que busque componentes de uma mesma marca em todo o sistema de ignição”.

A nova linha incorpora uma gama de produtos para reposição que contém 32 linhas, sem contar as peças remanufaturadas, outra aposta da companhia para o aftermarket. No ano passado a Delphi remanufaturou volume de 9 mil componentes.

O executivo despistou sobre o eventual fornecimento de velas OEM: “Não há conversas ainda aqui no Brasil: o que existem são especulações. É algo distante apesar de sermos fornecedores históricos no segmento de originais”.

Ele ainda citou o exemplo do mercado estadunidense, berço da empresa, para justificar a estratégia: “Esta linha só é comercializada no Brasil e na Europa, e não nos Estados Unidos, para você ver como tudo depende da resposta do mercado. Lá, por outro lado, vendemos baterias na reposição e aqui não. Quem sabe? Tudo depende”.

Tecfil eleva produção em 7%. Aqui.

A Tecfil, fabricante de filtros automotivos, está cada vez mais descolada da queda das vendas de veículos no Brasil. A empresa fez crescer 7% sua produção no País no ano passado, chegando a 70 milhões de itens. Este ano a expectativa é aumento de outros 7% no volume fabricado.

Marcelo Félix, supervisor de novos produtos, disse que em março a companhia registrou produção de 6 milhões de peças. A sua capacidade instalada é de 6,5 milhões: “Desse volume 3,5 a 4 milhões são destinados ao aftermarket. A manutenção foi reforçada com a crise econômica. Os donos de carros preferem manter o bem do que comprar outro. Essa é a ideia que tem amparado o nosso crescimento de mercado”.

O mercado de reposição cresceu 6% em 2016.

Félix recordou que as exportações também têm crescido nos últimos anos, e já representam 20% da sua produção.

“Exportamos para a África do Sul, América Latina, Angola, Arábia Saudita, Moçambique, Portugal e Rússia. Embarcamos cerca de 300 mil peças por mês para esses países. E há um mercado interessante, no qual estamos apostando, que é a Colômbia, onde desenvolvemos representantes locais. Isso deve incrementar os nossos embarques este ano.”

Em regime OEM Félix contou que a Tecfil fornece filtros de cabine para veículos da Ford, Mitsubishi e Nissan. Já para fabricantes de veículos pesados vende filtros para lubrificantes e combustível para a AGCO, CNH e Mercedes-Benz:

“Não é o nosso foco. Mas atuamos com as fabricantes na reposição. Fabricamos peças para a General Motors e ela coloca a sua marca, por exemplo”.

Flexibilidade na produção – O executivo disse que no ano passado a Tecfil realizou investimentos para o aumento de sua capacidade instalada no País e passou a operar duas novas linhas de produto de componentes plásticos que eram terceirizados. Hoje a companhia opera em dois turnos, de segunda às sextas-feiras.

Félix afirmou que esses ajustes reduziram os custos: “Fizemos investimentos também na ampliação de nosso centro de distribuição de peças. Com isso aumentamos nossa produção e nosso estoque”.

Como driblar baixa demanda no OEM e na reposição

Lançamento de novos produtos, melhorias de processos fabris e da rede de distribuidores. É desta maneira que o braço de autopeças do Grupo Randon – representado pelas marcas Fras-le, Master, Jost, Suspensys e Controil – vem se adaptando para garantir mais lucratividade mesmo diante de um cenário de baixa demanda tanto para o segmento de OEM como para o de reposição para veículos pesados.

Sérgio Carvalho, diretor de operações da Randon Autoparts, contou durante a Automec que a consolidação de processos lean adotados pela empresa há três anos é um dos fatores que mais contribuíram para reduzir custos e aumentar a produtividade: “Criamos área de compras de matéria-primas unificada para todas as empresas também com objetivo de reduzir custos”.

No que diz respeito ao mercado de reposição a Randon investe no aprimoramento de serviços da rede e na expansão dos distribuidores no Brasil e na América Latina. Só aqui a empresa possui 1,3 mil pontos de vendas.

Mercado externo – As empresas de autopeças do Grupo Randon continuam a investir na internacionalização e nas exportações para o melhor equilíbrio dos negócios. Na Fras-le, por exemplo, 55% da receita são provenientes de embarques de sistemas de freios para outros países. As empresas Randon Autoparts exportam para mais de cem países e possuem escritórios na África do Sul, Alemanha, Argentina, Dubai e México.

No ano passado a receita bruta total do Grupo Randon somou R$ 3,7 bilhões, 13% inferior com relação a 2016, com receita líquida de R$ 2,6 bilhões, queda de 15,3%. A divisão de autopeças respondeu por 50% das receitas. Veja aqui.

Mesmo com todas as ações de redução de custos e busca por novos mercados o Grupo Randon precisou fazer cortes em seu quadro de funcionários. Em dezembro de 2014 eram 11,5 mil colaboradores e atualmente são 6,7 mil. O índice corrente de ociosidade das fábricas do grupo é de 50%.

Exportações da MAN crescem 40%

Uma série de fatores explica os resultados em mercados que já foram tradicionais para os fabricantes brasileiros no Exterior: o câmbio que volta a ser favorável para as exportações, a própria retração do mercado interno que obrigou as equipes de vendas retomarem os contatos com antigos clientes e, sobretudo, um planejamento de longo prazo que tem como objetivo abrir novas fronteiras para o caminhão nacional. É por isto que a MAN Latin America obteve crescimento de 40% nas suas exportações no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado.

“Estamos conquistando participação e novos mercados, resultado do nosso plano de internacionalização”, contou Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America.

“Pela primeira vez lideramos as vendas na Argentina, estamos crescendo no México, e no continente africano estudamos instalar linha de montagem CKD na Nigéria e no Quênia. Também estamos de olho no Oriente Médio no curto prazo.”

Este momento particular das exportações faz a MAN perceber uma retomada para a indústria este ano: “Se os negócios seguirem o ritmo do primeiro trimestre poderemos atingir volume total de exportações de 50 mil, 55 mil unidades este ano. Isso não acontecia desde 2008”.

Na Argentina o campeão de vendas no primeiro trimestre é o VW Constellation 17.280 4 x 2. De acordo com a MAN é caminhão semipesado muito procurado pelos empresários do agronegócio daquele país, disse Marcos Forgioni, vice-presidente de vendas e marketing internacional:

“Com a utilização do motor D08, que dispensa o Arla 32, esse produto reduz o custo operacional. Por isso está indo bem na Argentina”.

As exportações para a Argentina, este ano, cresceram 80%, para 840 unidades.

Já no México a MAN ainda não é uma das três mais vendidas, mas o crescimento dos negócios deixa um sentimento de otimismo para os próximos balanços, reconheceu Forgioni: “Estamos crescendo dois dígitos por lá. Não será uma surpresa se alcançarmos a terceira posição nos próximos trimestres. Hoje somos a quarta empresa em vendas”.

A estratégia de longo prazo da MAN já tem um foco definido, observou Cortes: “A ideia é entrarmos em um mercado de grande volume de caminhões no futuro”.

Mas antes disso é momento de fazer as contas para decidir qual o melhor modelo de exportação para países africanos:

“Muitas vezes é mais barato levar os kits e montar lá do que exportar o caminhão montado aqui. O custo nacional, os impostos e as barreiras podem tornar inviável a exportação do bem manufaturado 100%. Por isso estamos considerando as opções para montar algumas operações enxutas na África levando, inclusive, nossos parceiros do consórcio modular”.

Lucro da Ford cai 35% no trimestre

Os lucros de Ford caíram 35% no primeiro trimestre. A fabricante lucrou US$ 1,6 bilhão. A montadora atribuiu a queda ao aumento do investimento em caminhões e SUVs e custos com recall. No mesmo período do ano passado, os ganhos da empresa foram de US$ 2,2 bilhões, o melhor trimestre da sua história. As informações são do Detroit News.

A queda no primeiro trimestre provavelmente será a maior em 2017, e fará a Ford lucrar US$ 9 bilhões em 2017, ante US$ 10,4 bilhões no ano passado, disse Bob Shanks, seu diretor financeiro nesta quinta-feira. Os resultados para os próximos trimestres devem fazer a empresa atender às projeções.

A empresa registrou um lucro por ação de 40 centavos de dólar, e uma receita no primeiro trimestre de US$ 36,5 bilhões, superando as previsões de Wall Street. Mark Fields, presidente mundial da companhia, disse por comunicado que o primeiro trimestre refletiu os investimentos que a Ford realizou para o futuro da empresa: “Estamos fortalecendo nosso negócio principal. Ao mesmo tempo investimos em oportunidades emergentes que proporcionarão crescimento lucrativo”.

Os resultados mais baixos do primeiro trimestre, que superam as previsões dos analistas, são resultado do aumento dos custos do investimento da empresa em caminhões e veículos utilitários. As informações financeiras do primeiro trimestre também foram afetadas pelas despesas com o câmbio nas operações do exterior. No período, as perdas com a desvalorização do dolar chegaram a US$ 295 milhões.

Em uma apresentação para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, em março, a Ford projetou seu lucro no primeiro trimestre por ação entre 30 centavos e 35 centavos. Bob Shanks disse, na ocasião, que a empresa ainda era um bom investimento: “Somos uma empresa global forte, temos resistido e temos prosperado nos últimos sete anos. Em 2017, esperamos que os resultados voltem a ser sólidos. Esperamos que o negócio serão melhores em 2018. Isso será impulsionado por melhorias no core business”.

Na quarta-feira, 26, a Fiat Chrysler Automobiles, FCA, registrou um lucro líquido de € 641 milhões no primeiro trimestre (US$ 698 milhões), aumento de 34% com relação ao mesmo trimestre de 2016, quando a empresa faturou € 478 milhões. O lucro por ação foi de 0,41 de euro, ou 45 centavos, em linha com as expectativas dos analistas. Isso se compara a 0,31 euro, ou 35 centavos, com relação ao mesmo período do ano passado. A General Motors Co. anunciará seus resultados do primeiro trimestre nesta sexta-feira.

Série F terá motor Cummins nacional em 2018

A partir de outubro a Cummins fornecerá motores 2.8 litros produzidos no Brasil para os caminhões F350 e F4000 da Ford. Hoje, a montadora equipa os veículos com motores feitos pela Cummins na China. O pedido, segundo Maurício Rossi, diretor de vendas da divisão de motores da Cummins, é visto pela empresa como uma oportunidade de voltar a ocupar a capacidade instalada da linha de motores diesel ISF 2.8 e 3.8, que passaram a ser fabricados no Brasil em 2016:

“Produzimos hoje 2 mil e 500 motores, com um turno, numa linha que tem capacidade para 25 mil por ano. Em outubro vamos fornecer a versão 2.8 litros para a Ford, que o importava da China. A esperança é que esta demanda nos faça atuar com dois turnos nesta linha especificamente”.

Além da Ford, a linha de semileves da MAN Latin America e da Agrale também é equipada com os motores mid range, cujas potências variam de 18 hp a 380 hp. No caso da Ford, o executivo da Cummins diz que houve uma preocupação da fabricante sobre flutuação cambial nas negociações de fornecimento, uma vez que poderia encarecer o custo do equipamento importado, em dólar, nos veículos da série F: “Por um tempo foi mais interessante para eles trazer o motor Cummins da China, mas hoje estão receosos com uma eventual elevação do dólar e isso pesou na decisão de nacionalizar o equipamento”.

A série F, historicamente o caminhão mais vendido da Ford, voltou a ser vendida no Brasil em 2014, após a linha ter a produção interrompida em 2011 por causa das exigências da lei de emissões Proconve P7, que obrigava a utilização de motores Euro 5. O projeto da nova Série F fez parte do ciclo de investimento de R$ 670 milhões anunciados pela empresa para o período 2011-2015.

Aposta – As fichas da Cummins estão depositadas nas oportunidades no mercado de caminhões semileves e leves, segundo Neuraci Carvalho, responsável pela divisão de negócios de motores. Ela disse que a empresa detém 62% deste mercado, e que este ano serão contratados funcionários temporários para as linhas de motores 2.8 litros e 3.8 litros: “Vamos contratar até o final de abril 40 funcionários por três meses, com possibilidade de se estender por mais três dependendo da demanda”.

Segundo dados da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, houve queda nos licenciamentos de caminhões leves e semileves. No primeiro trimestre, foram emplacados 720 unidades de semileves, menos 10,3% com relação ao trimestre do ano passado. Os leves, por sua vez, foram 2 mil 236 veículos, queda de 31,5% no comparativo com o mesmo período de 2016.