ZF entra em gestão de frota

A ZF vai entrar no mercado de gestão de frota. A companhia lançará no Brasil o sistema Openmatics, uma solução de telemetria. João Lopes, diretor de negócios e serviços, disse que o equipamento é „aberto“, ou seja, pode ser utilizado por qualquer tipo de veículo. Hoje, as soluções disponíveis no mercado são, em sua maioria, desenvolvida pelas fabricantes de veículos e sua utilização é exclusiva para os veículos de cada montadora.

Com isso, segundo Lopes, o Openmatics pode ser utilizado na gestão de frotas compostas por veículos de diferentes fabricantes, sem que haja qualquer diferença no seu funcionamento, tanto nas linhas leve como pesada: “Todas essas características mostram que o frotista terá apenas um único portal para gerenciar toda a sua operação de transporte, seja ela mista em termos de montadoras ou tipos de veículos, considerando automóveis, caminhões ou ônibus”.

A solução ainda está em testes no Brasil e deve ser lançada no mercado nacional no final deste ano. Empresas de transporte urbano do Rio de Janeiro e uma de distribuição em São Paulo estão testando o sistema. “Nas operações no mundo, há redução de 5% no consumo de combustível”, disse Lopes.

Segundo ele, empresas da Bélgica, Alemanha, Estados Unidos e China já usam a solução: “O potencial do Brasil é enorme. A logística no País é complicada e é fundamental uma gestão de frota eficiente”.

Lopes afirmou que a ZF aguarda a homologação da Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, e somente depois do aval o Openmatics será lançado comercialmente no País: „A nossa solução pode ser operada diretamente pelo cliente. Ele saberá, em tempo real, a localização de cada veículo e como ele está operando. No entanto, também poderemos fazer o serviço de gerenciamento de frota“.

A marca Openmatics integra o portfólio da ZF desde 2010. De acordo com Fernando Martins Rodrigues, reposponsável pelo sistema no Brasil: “a instalação, treinamento e assistência são realizados pela própria ZF, que também disponibiliza todo o suporte técnico para o frotista”.

Honda Automóveis premia seus parceiros

A Honda Automóveis promoveu recentemente a convenção anual de fornecedores para reconhecer empresas que se destacaram no cumprimento das metas no ano passado em suas áreas de atuação. De acordo com a empresa o objetivo da premiação é estimular os parceiros a buscar bons resultados e motivar os demais a conquistar este reconhecimento.

Ainda segundo informações da Honda o fortalecimento da parceria com os fornecedores representa crescimento sustentável para toda a cadeia. Principalmente com a constante busca pela nacionalização de itens e aumento da competitividade.

Na edição 2017 foram premiadas 33 empresas levando-se em conta os critérios de qualidade, entrega, custos, desempenho de novos modelos, peças e preservação do meio ambiente.

Confira a lista dos fornecedores certificados pela Honda em cada uma das categorias:

Excelência em Qualidade
Bridgestone do Brasil Indústria e Comércio Ltda
Goodyear do Brasil Produtos De Borracha Ltda
Itaesbra Indústria Mecânica Ltda
JSP Brasil Indústria De Plásticos Ltda
SNR Rolamentos Do Brasil Ltda
Autoparts Alumínio do Brasil Ltda

Excelência em Entrega
Alpine do Brasil Ltda
Arcelormittal Brasil S.A
Axalta Coating Systems Brasil Ltda
Denso do Brasil Ltda
KSPG Automotive Brazil Ltda
Mubea do Brasil Ltda
Pioneer do Brasil Ltda
Excelência em Divisão de Peças
G-KT do Brasil Ltda

Excelência em Qualidade e Delivery
BASF S.A.
Chemetall do Brasil Ltda
Dow Brasil Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda
Idemitsu Lube South America Ltda
Litens Automotive do Brasil Ltda
Sociedade Michelin de Participações Industria e Comércio Ltda
Cerâmica e Velas de Ignição Ngk do Brasil Ltda
NSK Brasil Ltda
GDBR Indústria e Comércio Componentes Químicos e De Borracha
CPE – Compostos Plásticos de Engenharia Ltda

Destaque Empresarial
Soluções em Aço Usiminas S.A.

Excelência em Competitividade e Localização
Magneti Marelli Sistemas Automotivos Indústria e Comércio Ltda
GKN do Brasil Ltda
Itaesbra Indústria Mecânica Ltda
TRBR Indústria E Comércio Ltda
Panasonic do Brasil Ltda

Excelência em Novos Desenvolvimentos
Yorozu Automotiva do Brasil Ltda
Asbrasil S/A

Excelência em Redução de CO2
Trimtec Ltda e Intertrim Ltda

Produção de aço cresce em março

A produção de aço bruto no Brasil chegou a 2,9 milhões de toneladas em março, segundo balanço da Worldsteel, associação mundial dos produtores do metal, divulgado na segunda-feira, 24 –na comparação com março do ano passado este volume é 13,7% maior. Com relação a fevereiro a alta foi de 10,8%. No contexto global, entretanto, a indústria nacional diminuiu sua participação em março com relação a fevereiro, passando de 2,1% para 1,9%.

O aumento verificado no período é creditado à expansão da demanda interna. Este cenário, aliado à expectativa de retomada na produção de veículos no País, terceira indústria que mais consome aço no Brasil, pode criar reflexos nas empresas que atendem diretamente ao setor. Para Francis Bassi de Melo, sócio da Açovisa, empresa que atua na distribuição de aços especiais, os principais mercados que consomem esse tipo de insumo pararam de cair: “Em 2016 faturamos 4,5% a mais. Numa visão otimista, podemos chegar a 13% de aumento neste ano”.

A empresa tem um modelo de negócio baseado na distribuição autorizada de aços especiais produzidos pela Gerdau. São chapas e perfis laminados para aplicação em eixos, engrenagens e implementos de veículos pesados. Dada a sinalização de aumento da produção no País, este ano, a Açovisa investirá na expansão de suas atividades em regiões onde possui clientes estratégicos.

Atualmente a empresa possui unidades em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, com trezentos funcionários. Até o fim do ano serão mais quatro unidades: “Ampliaremos a participação em São Paulo e no Sul, onde atendemos empresas sistemistas da Marcopolo, por exemplo”.

Mundo – A produção global de aço bruto totalizou 144 milhões 95 mil toneladas em março, 4,6% de crescimento com relação ao mesmo mês do ano passado. Sobre fevereiro a alta foi de 14,5%. O uso de capacidade das usinas no mundo todo atingiu 72,7% no mês passado, maior patamar desde junho de 2015. Em março de 2016 o índice era de 70,5%, e em fevereiro deste ano chegou a 70,7%.

Maior produtora, consumidora e exportadora de aço do mundo a China registrou volume de produção de 72 milhões de toneladas, avanço de 1,8% na comparação anual. Nos Estados Unidos o aumento em março foi mais tímido, de 3,4% na comparação anual, para 7 milhões de toneladas. Sobre fevereiro, quando os volumes ainda estavam baixos, a alta foi de 10,1%.

MAN reduz preço de peças para mercado de reposição

A MAN Latin America busca manter em casa os 18 mil clientes com quem tem contrato de manutenção no País. Para atingir a meta a empresa criou uma linha de peças para o mercado de reposição que podem ser 50% mais baratas do que as originais. A premissa que justifica a estratégia, segundo a fabricante, é que os clientes recorrem ao mercado paralelo quando vence a garantia de seus caminhões.

Segundo Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da MAN, a expectativa da empresa é aumentar em 20% a fatia de mercado no segmento de reposição este ano. Ele não revela a participação da fabricante neste mercado, mas considera a projeção “acima da média dado o momento vivido pela indústria de caminhões”:

“Em períodos de crise buscamos incremento de rentabilidade. No atual momento do mercado, com redução de 70% nas vendas com relação ao mercado de 2011, buscamos alternativas para manter a rede aquecida e, além disso, os 18 mil clientes da carteira que possuem contrato de manutenção conosco”.

Para compor a linha Economy, como foi batizada a nova gama de peças que leva a marca MAN, a empresa teve de recorrer a negociações com seus principais fornecedores em busca de redução de preço. Nem todos os parceiros do tier 2, contudo, conseguiram oferecer um custo alinhado com a expectativa da fabricante – que variava de 10% a 50% menos do que o da linha original –, o que a levou a chamar à mesa novas empresas.

Algumas, segundo Alouche, não possuem histórico de fornecimento para a MAN: “Fizemos isso para chegar à faixa de preço que é o atrativo dos produtos, redução que, em alguns casos, só foi possível no tier 4”.

Ele contou, ainda, que a redução do preço também foi possível por causa dos materiais aplicados nos vinte itens que compõem a linha, e que podem chegar a cem unidades nos próximos meses. Para Alouche são peças que possuem vida útil menor do que as originais e maior, contudo, do que a das encontradas no mercado paralelo.

Alouche disse ainda que não está especificada no produto a vida útil, mas as peças da nova linha têm um tempo menor de ciclo com relação às originais: “Isto está longe de ser um problema uma vez que nosso alvo são os clientes cujos caminhões não necessitam de peças que ofereçam um ciclo de vida muito alto, mas que requerem algo melhor do que se pode encontrar no mercado paralelo”.

Os produtos estarão disponíveis apenas na rede de concessionários da MAN: “Uma vez dentro da rede o cliente tem acesso a outros serviços da empresa. É também uma forma de conferir à linha um nível de confiabilidade maior do que as das peças paralelas. Ele não adquire apenas o componente: ele também passa por um atendimento profissional”.

A MAN também pretende exportar, ainda este ano, as peças da linha de baixo custo para a América Latina. Segundo Alouche o principal alvo é a Argentina, pois é o principal mercado da MAN fora do Brasil.

Faturamento – A área de peças e acessórios da MAN registrou alta de 10% no faturamento no ano passado na comparação com o ano anterior. Segundo a empresa o crescimento se deve principalmente ao investimento de R$ 2 milhões no centro de distribuição de peças em Vinhedo, SP. Os aportes permitiram melhorar a eficiência logística, com a redução do tempo de entrega. Isso tornou os itens mais competitivos para o mercado de reposição.

De acordo com Osmany Baptista, gerente executivo de operações e peças e acessórios, “realizamos uma reestruturação operacional do centro logístico, além de modernizar equipamentos e processos internos, sempre com foco na busca da excelência no atendimento dos clientes dos veículos MAN e Volkswagen. O resultado são peças com melhor custo-benefício e que chegam rapidamente aos mais distantes pontos de vendas”.

Papel do compliance surge depois de escândalos

A preocupação das empresas em combater fraudes tem aumentado nos últimos anos, e um dos motivos é o maior conhecimento das consequências que ações ilícitas podem trazer para a imagem das corporações. A Odebrecht, por exemplo, depois da operação Lava Jato, estabeleceu uma área dedicada à compliance. Hoje 49 diretores trabalham na aplicação de uma série de regras para tornar transparentes os seus processos. Até o fim do ano serão sessenta pessoas nessa área.

No setor automotivo um exemplo recente desta precaução foi o anúncio, do Grupo Volkswagen, a respeito da nomeação de um executivo independente de compliance, Larry D. Thompson, para realizar auditorias. De acordo com informações da empresa o objetivo é ser mais transparente. Uma das suas responsabilidades será fortalecer os mecanismos de conformidade e monitoramento da empresa e colocar em prática programa aprimorado de conformidade ética.

Esta decisão ocorre dois anos após a Volkswagen enfrentar uma crise séria de imagem quando o governo dos Estados Unidos descobriu que usara um software para burlar os testes de emissão de poluentes dos veículos equipados com motores a diesel. Na época a empresa admitiu que pelo menos 11 milhões de carros foram afetados pelo esquema.

Pelo lado das concessionárias este cuidado também tem aumentado. De acordo com Daniel Nino, diretor da AutoAvaliar, empresa que promove pregão online com concessionárias e revendedores independentes de veículos, houve um aumento no volume de concessionárias e lojistas cadastrados no último ano no site e no aplicativo da empresa. Em 2015 eram 1 mil concessionárias e 12 mil lojas e, no ano passado, estes números foram 1,5 mil concessionárias e 22 mil lojas. Esse aumento ocorreu principalmente porque os clientes estão em busca de uma transparência no processo de compra e venda de veículos usados.

Nino contou que, antes, quando a concessionária recebia um automóvel usado como forma de pagamento, o vendedor ou avaliador fazia ofertas apenas para meia dúzia de lojistas e a tabela de preço não era montada de forma transparente: “Estes profissionais cobravam comissões dos lojistas e fechavam valores conforme sua conveniência e isto diminuía a margem de lucro da concessionária”.

Segundo Nino depois da adoção do sistema online de vendas a margem bruta das empresas cadastradas, que antes era de 2% a 4%, hoje é de 10% a 12%:

“Tudo passou a ser registrado e monitorado. Não há como precificar o carro errado”.

Já para Antônio Carlos Hencsey, responsável pela área de ética e compliance da Protiviti, empresa global de consultoria especializada em gestão de riscos e compliance, houve um crescimento em serviços de consultoria para empresas de diversos setores, inclusive do setor automotivo: “As consultorias receberam o impacto da nova cultura corporativa”.

Ele disse que só no Brasil o aumento foi de mais de 300%.

Pesquisa e ações – Para retratar o cenário de ações ilícitas registradas pelas empresas no Brasil a Protivit realizou recentemente uma pesquisa que se baseia em 43 casos de fraudes corporativas investigados pela empresa nos últimos dois anos. O levantamento mostrou que 57% das ações fraudulentas são cometidas por gerentes e diretores, e 43% são realizadas por funcionários abaixo do nível executivo.

Nas fraudes internas investigada 58,4% dos casos envolvem o favorecimento de fornecedores. Já naqueles que envolvem empresas parceiras o relatório mostra que 41,18% das vulnerabilidades são ligadas a algum tipo de corrupção.

Segundo Hencsey é importante que as empresas adotem no processo seletivo o estudo do histórico de conduta ética dos profissionais de todos os níveis hierárquicos: “Isto também precisa ser adotado para a contratação de fornecedores”

Para Wagner Giovanini, sócio da consultoria Compliance Total, ter um sistema de compliance eficiente significa ter comprometimento em apurar todas as denuncias: “É necessário também ter medidas disciplinares que garantm processos íntegros”.

Tesla requer mais estações de abastecimento. Muito mais.

A Tesla está se preparando para lançar seu elétrico Model 3, de US$ 35 mil, até o fim do ano. Os planos da empresa, segundo infomou o Detroit News, é vender 500 mil veículos em 2018. Para suportar esse crescimento a empresa tratou de ampliar sua rede de estações Supercharger, onde os proprietários carregam seus carros gratuitamente.

Este ano o número de Superchargers disponíveis para uso público dobrará de 5 mil para 10 mil, de acordo com um post publicado no blog da Tesla, na segunda-feira, 24. Isso é 39% mais Superchargers do que o CEO Elon Musk prometera para 2017, quando anunciou o Model 3. A empresa também aumentará o número de Destination Chargers, em hotéis e restaurantes, de 9 mil para 15 mil.

Algumas das estações terão painéis solares e carregadores para acomodar “diversas dúzias de carros” ao mesmo tempo: “As estações devem entrar em construção para abrir antes da temporada de verão”, informou a Tesla no post.

A Tesla também deu o seu primeiro passo na estratégia de expansão da rede de carregamento nos Estados Unidos. A empresa abrirá mais postos em centros urbanos ,como San Francisco, Chicago e Nova York, onde é comum ter residências multiunit sem estacionamento dedicado ao abastecimento do carro elétrico. A rede Supercharger foi originalmente projetada para permitir viagens de longa distância e estão localizadas principalmente nas principais rodovias.

Política específica para autopeças está prevista na cartola do Rota 2030

A ajuda às empresas de autopeças com dificuldades financeiras está mais próxima. A nova política industrial para o setor automotivo contemplará essas empresas com maior vigor e, segundo Igor Calvet, secretário de desenvolvimento e competitividade industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, uma das medidas será um programa de capacitação, financiamento e inspeção técnica veicular. Calvet participou da abertura da 13ª Automec, Feira Internacional de Autopeças e Serviços, na terça-feiora, 25, em São Paulo.

Ele ressaltou que os grupos de trabalho formados em conjunto com o setor privado devem concluir os estudos do Rota 2030 em dois meses: “São medidas estudadas para turbinar o setor de autopeças, muito combalido nos últimos anos”.
Sua projeção é a de que em setembro o governo edite medida provisória para a criação da nova política.

No que diz respeito a financiamento o secretário disse que está em conversas com o Ministério da Fazenda para criar fórmula que permita a liberação de recursos para empresas de autopeças em situação financeira difícil. No entanto, segundo Calvet, não será um projeto de renúncia fiscal, como aconteceu na política de isenção do IPI, Imposto sobre Produto Industrializados, que estimulou as vendas de carros no passado:

“Será uma política mais estruturada. Dinheiro haverá, mas não será carimbado para um setor. Vivemos quinze anos com essa ideia de benefícios fiscais. Agora, uma mudança regulatória pode estimular muito o mercado. A inspeção veicular, por exemplo, poderá operar uma renovação de frota natural e melhorar as vendas do mercado de reposição de peças”.

É neste projeto de integração maior com o setor privado que o Rota 2030 será estruturado. Calvet afirmou que o projeto de capacitação das pequenas empresas de autopeças será realizado em conjunto com as montadoras e sistemistas: “O objetivo é formatar cursos tanto em gestão financeira quanto de qualidade, e isso tem de ser feito com quem conhece o setor. O Rota 2030 servirá para dar mais competitividade às empresas brasileiras. Não seremos bons apenas para o mercado interno: queremos inserir definitivamente nossa indústria no cenário global”.

E foi com a prestação de contas nas mãos e propostas para a próxima política industrial que a direção da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, se reuniu com o presidente da República na tarde da terça-feira. Segundo Calvet nessa reunião os executivos, presidente e vice-presidentes da entidade, apresentaram as condições do mercado atual e o que vislumbram para o futuro: “Eles foram prestar contas dos investimentos feitos com o Inovar-Auto. É mais uma demonstração do trabalho em conjunto”.

Valeo quer 15% do mercado de reposição este ano

AValeo quer aumentar sua participação no mercado de reposição aproveitando oportunidades nos segmentos de veículos pesados e comerciais leves. Ainda que boa parte da frota rodante do País esteja ociosa em função da baixa atividade econômica nos transportes, a empresa quer deter 15% de participação no aftermarket até o fim do ano, superando os 9% atuais.

Para atingir a meta a empresa lançará peças de reposição que possuem maior rotatividade nos veículos, como embreagens e limpadores de para-brisa. A partir deste mês a companhia produzirá na fábrica de Campinas, SP, duas linhas de embreagens para os caminhões Constellation, da MAN, e o Série 3, da Scania.

Fernando Ribeiro, diretor de operações da Valeo responsável pelo segmento de reposição na América Latina, disse, durante a 13ª Automec, Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços, que com os lançamentos a empresa estará preparada para atender à demanda que virá com a manutenção dos caminhões produzidos em 2012 e 2013:

“Vivemos um momento em que o único investimento possível é em manutenção. Mesmo que a frota esteja ociosa existem muitos veículos que operaram no máximo de sua capacidade e hoje sofrem com desgaste.”

Atualmente, a divisão de aftermarket, em operação no País desde 1998, produz nove linhas de itens de reposição.

Toda essa estratégia pode levar ao aumento da folha de pagamentos. A Valeo contratará no mundo todo, até 2020, novos 50 mil funcionários, informou Fernando Ribeiro. Mesmo sem citar a quantidade, ele disse que a operação brasileira está inserida neste planejamento de contratações. Além das demandas projetadas para o mercado de reposição, há também a expectativa de crescimento na participação no mercado de originais, com aplicações em veículos como Onix, Fox e Gol. Segundo Ribeiro hoje 50% da produção brasileira possuem equipamentos Valeo.

Schaeffler projeta crescimento de 20% no mercado de reposição

Com o objetivo de diminuir o impacto da queda no volume de vendas OEM, para fabricantes de veículos, a Schaeffler, fornecedora automotiva de componentes e sistemas em aplicações de motor, focou seus esforços no lançamento de novos produtos e serviços para o mercado de reposição. Durante a Automec Rubens Campos, vice-presidente de aftermarket da Schaeffler na América do Sul, contou que estão sendo desenvolvidos cem novos produtos para atender à frota circulante, que é de 40 milhões de veículos do País.

Campos contou que a empresa viu suas vendas ao mercado de reposição crescerem 20% nos dois últimos anos e em 2017 deverá manter esse patamar: “O que puxa a elevação das vendas são os produtos que estamos desenvolvendo para as novas fabricantes, como kits de embreagens”.

Campos disse que o segmento de veículos leves é o que mais tem contribuído, principalmente porque o consumidor está cuidando melhor da manutenção do seu carro.

Atualmente a fábrica de Sorocaba, SP, está utilizando 60% da sua capacidade, e para adequar a produção ao mercado reduzido a empresa encolheu seu quadro de funcionários de 4 mil para 3,5 mil pessoas nos últimos dois anos. A expectativa agora, no entanto, é retornar aos poucos às contratações para atender ao mercado de reposição e também para um retorno gradual dos volumes de pedidos das fabricantes de veículos. Segundo ele se não fosse o desempenho das vendas para o mercado de aftermarket, e também dos esforços para crescer suas exportações , a fábrica certamente teria nível de ociosidade mais alto.

Sem abrir números o executivo contou que tem havido mais embarques de produtos para outras fábricas da empresa espalhadas pelo mundo, e também para mercados de reposição. Países da América do Sul, Europa e Ásia são os principais destinos.

O Grupo Schaeffler teve faturamento global de € 13,3 bilhões no ano passado, possui 170 unidades produtivas ao redor do mundo. No Brasil a empresa completará 60 anos de operação no ano que vem – uma operação que representa 7% da receita global da companhia.

Anfavea apresenta plano ao governo

A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, e presidentes de empresas fabricantes de veículos no Brasil, se reuniram na terça-feira, 25, com o presidente da República para apresentar seu plano para o setor. Participaram, também, os ministros da Fazenda e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e representantes de outros ministérios.

A direção da entidade expôs a criticidade da conjuntura setorial, que registra índices elevados de ociosidade nas fábricas, e apresentou o plano Agenda Automotiva Brasil, sua visão sobre os pilares necessários para o desenvolvimento sustentável de longo prazo. O objetivo é preparar o setor automotivo brasileiro para competir no mercado global, considerando as rápidas transformações que a indústria enfrenta no mundo todo. Para Antônio Megale, presidente da Anfavea, trabalhar com um horizonte até 2030 é fundamental para o planejamento das empresas:

“Estabelecer um programa com prazo superior a dez anos representa um grande avanço para a indústria e para o Brasil, pois dará previsibilidade ao planejamento e investimento das empresas. Com a formação dos grupos de trabalho, compostos por representantes de vários ministérios e com participação da iniciativa privada, temos a expectativa de que todos os pontos avancem rapidamente e as regulamentações estejam concluídas até o fim deste ano”.

Os pilares do programa proposto pela Anfavea envolvem a recuperação da base de fornecedores, localização de tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, eficiência energética – que considerará as características do etanol como combustível limpo –, segurança veicular, inspeção técnica veicular, resolução de entraves logísticos, relações trabalhistas e tributação.

De acordo com Megale a mobilidade está se transformando muito rapidamente no mundo e os consumidores, cada vez mais exigentes, anseiam por novas tecnologias, evolução da segurança e redução das emissões: “Com o fim do Inovar-Auto e com as lições apreendidas, temos a oportunidade única de desenvolver um novo regime automotivo de longo prazo atento a estas transformações e que fortaleça toda a cadeia produtiva para competir no mercado global”.

A cadeia automotiva é uma das mais extensas da indústria brasileira. É responsável por 22% do PIB Industrial e por 4% do PIB total, emprega direta e indiretamente 1,6 milhão de pessoas e gera R$ 40 bilhões de tributos diretos sobre veículos. Os últimos meses do ano serão destinados às regulamentações necessárias para que tudo esteja em vigor a partir de 1º de janeiro do ano que vem.