A Volkswagen do Brasil ganhou mais um contrato de exportação, a concorrência inter-company para exportar motores para o México a partir de junho. Para isto foram investidos R$ 50 milhões adicionais ao plano de investimentos, de R$ 460 milhões, na sua fábrica de São Carlos, SP.
David Powels, presidente e CEO da VW do Brasil, disse que os recursos foram aplicados na adaptação da unidade, em testes de validação do motor e na sua homologação:
“Concorremos com mais de trinta fábricas da companhia no mundo e vencemos porque apresentamos um planejamento de custos competitivos”.
O aporte contempla gastos com desenvolvimento tecnológico, investimentos em adaptação de linhas de usinagem do bloco do motor, montagem e testes do motor e despesas para certificação e homologação do produto. Para produzir a versão 1.4 TSI para exportação as linhas de usinagem e de montagem do prédio EA211 receberam adaptações para atender à complexidade do processo produtivo que envolve este modelo: maior quantidade de componentes comparado às demais versões já produzidas, por possuir calibração diferenciada diante das diferentes normas, temperaturas e combustível utilizados em outros mercados.
Segundo Powels o aumento da competitividade da fábrica só foi possível depois de acordos trabalhistas fechados no ano passado, que prevêem maior flexibilização da produção e treinamento de funcionários:
“Sem o acordo, válido por cinco anos, não poderíamos melhorar nossa competitividade por aqui. Isso foi fundamental para ganharmos essa concorrência”.
Com o novo contrato, que tem vigor até 2020, a empresa aumentará em 30% o volume produzido em São Carlos. Hoje produz-se, lá, 1 mil 750 motores/dia, o que representa 50% da capacidade instalada de 3,5 mil/dia. O contrato prevê que serão exportados 250 mil motores – que equiparão modelos Jetta, Golf e Golf Variant produzidos na fábrica de Puebla.
Powels ressaltou que os contratos de exportação firmados pela companhia são importantes para sustentar a capacidade de produção da Volkswagen no Brasil:
“Temos plano para exportar 150 mil veículos este ano. Em 2016 os embarques totalizaram 106 mil unidades. O interessante é que não ganhamos novos mercados: na verdade estamos ampliando nossa participação em países onde tínhamos pouca atuação”.
O executivo afirmou que nos 26 países do Caribe e da América do Sul, excluindo Brasil e Argentina, a Volkswagen detinha 2% de participação nas vendas. Só nos primeiros três meses deste ano a empresa conquistou fatia de 3,2%:
“É um mercado de 1,6 milhão de veículos por ano, quase como o Brasil, e ter um crescimento desse quilate mostra o nosso esforço para melhorar a utilização de nossa capacidade produtiva no País”.
O plano, segundo Powels, é deter 5% de participação até 2019 e até 2027 mais de 10% das vendas na região Caribe/América do Sul.
A fábrica de São Carlos também conquistou acordo para a exportação de blocos de motores 1.0 da família EA211 para a produção de Polo e up! na Europa.