Marcopolo aposta em urbano para aumentar produção

A Marcopolo lançou nova linha de ônibus urbano pensada para diminuir o tempo de entrega ao transportador e a ociosidade da fábrica em Duque de Caxias, RJ. Este novo veículo, o Torino S – de Soluzione – está sendo feito em linha exclusiva na unidade Xerém, que recebeu atualizações em processos, tornando a operação mais enxuta e eficiente.

Paulo Corso, diretor de operações e comercial, disse que na unidade Marcopolo Rio são produzidos por dia sete ônibus, para uma capacidade diária de 32 veículos: “Estamos trabalhando com um nível de ociosidade alto e precisamos melhorar a utilização de nossas fábricas para mantermos a operação. Com o Torino S podemos chegar a dez unidades por dia.” A capacidade total da Marcopolo no Brasil é de 90 unidades por dia.

Em Duque de Caxias a Marcopolo concentra mais de 80% da produção de ônibus urbano da companhia e hoje a unidade opera com 700 funcionários: “Já chegamos a ter 2,2 mil empregados nessa fábrica e produzimos, nos tempos áureos, na sua capacidade máxima. Esperamos que com o novo produto possamos melhorar a utilização da fábrica a partir do ano que vem. Em 2017 o mercado de urbano não terá grandes surpresas”.

No ano passado foram comercializados cerca de seis mil ônibus urbanos, de acordo com a Marcopolo, e a companhia deteve 18% de participação. Historicamente, a empresa é responsável de 20% a 25% das vendas de urbanos: “Acredito que o mercado deverá ser estável este ano com relação a 2016. No início esperávamos um crescimento de 5%, mas o primeiro trimestre não foi muito bom. O ano não está perdido, mas não veremos aumento nas vendas”.

Corso afirmou, ainda, que o programa para financiamento de ônibus urbanos, o Refrota, deve finalmente sair do papel em alguns dias. Ele disse que governo, empresas e transportadoras fizeram ajustes no programa para torna-lo menos burocrático:

“Havia, por exemplo, uma exigência de um seguro total para o ônibus financiado. Isso é inviável e com as conversas mostramos à Caixa Econômica Federal que não era possível e o programa foi retirado. Agora falta pouco para os primeiros financiamentos serem aprovados”.

Os recursos do Refrota somam R$ 3 bilhões para o financiamento de até 100 mil ônibus urbanos: “Há três empresas habilitadas que aguardam o dinheiro. Há projetos e necessidade para que o mercado melhore, mas ainda somos muito dependentes de decisões políticas”. Ele acrescentou que há uma empresa de Londrina, PR, uma do Rio de Janeiro, RJ, e uma de Guarulhos, SP, esperando o dinheiro sair para renovar as frotas.

Modelo econômico – Corso afirmou que o Torino S tem um custo de operação até 10% menor que o modelo atual: “É um ônibus que foi adaptado às exigências dos clientes”. Segundo ele, com este modelo a Marcopolo deve recuperar participação de mercado no País: “Tivemos ajustes na produção, paradas mais longas e isso impactou os negócios. Agora, estamos mais enxutos e mais produtivos”.

Outra estratégia que fez a Marcopolo perder mercado foi o reajuste de preços no final do ano passado. Corso afirmou que, para garantir a viabilidade das unidades da companhia foi necessária a recomposição das margens: “Vínhamos há mais de três anos segurando os preços para não perder vendas, mas quando começou a comprometer os resultados foi impossível manter essa estratégia. Até a fábrica de Duque de Caxias, que era lucrativa começou a dar prejuízo”.

O executivo ressaltou que o mercado também seguirá o mesmo caminho: “E assim vamos recuperar o nosso espaço. O segundo e terceiro trimestre já sinalizam que serão melhores. Há encomendas já feitas”.

MAN quer crescer nos extrapesados

A MAN concentrará seus esforços nos extrapesados em 2017. Segundo Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas e marketing da empresa na América Latina, esse segmento é o que menos vem sofrendo com a crise do mercado de caminhões. O agronegócio é o responsável por esse desempenho menos sofrível. Alouche calcula que desde 2015, o segmento tem mantido uma estabilidade, na faixa entre 12 mil e 15 mil unidades anuais.

Com isso, a participação destes gigantes atingiu 32% do mercado em abril. Historicamente, esse índice não passa dos 22%. O dirigente acredita que as vendas no segmento devem crescer mais de 20% este ano, de 12,9 mil para quase 16 mil unidades. A participação no mercado deve diminuir um pouco, para a faixa dos 28%. “Os caminhões dedicados à safra já foram comprados e já estão em operação, então o agronegócio deve impactar menos no resultado daqui em diante”, diz Alouche.

O dirigente acredita numa recuperação do mercado como um todo já nos próximos meses. “Os números da Anfavea ainda não mostram isso porque da venda ao emplacamento, há um período de 60 dias em média. Vamos começar a verificar essa melhora nos números a serem divulgados em junho e julho”, diz. Além dos extrapesados, outro segmento que deve puxar essa alta, segundo o executivo, é o de caminhões de entregas urbanas.

TGX 2018 – Para aproveitar que o mercado de extrapesados não anda tão em baixa, a MAN lançou a linha 2018 do TGX, seu caminhão maior e mais moderno. Com cabine e motor importados, o veículo, produzido na fábrica de Resende, RJ, tem capacidade para mais de 70 toneladas. A linha 2018, já à venda, recebeu modificações estéticas na cabine e luzes diurnas de led nos faróis dianteiros. Os preços do TGX vão de R$ 360 mil a R$ 380 mil.

Autopeças salvam trimestre da Randon

A Randon registrou lucro de R$ 1 milhão 579 milhões no primeiro trimestre e reverteu o prejuízo de R$ 9 milhões 556 milhões de igual período do ano passado. O motivo dessa reviravolta foi o aumento da participação do segmento de autopeças no faturamento da companhia, que saltou de 44% para 53% na comparação entre o trimestre deste ano e o de 2016. Esta área, atualmente, responde pela maior fonte de receitas da empresa, de R$ 307 milhões 860 mil no trimestre ante R$ 235 milhões 445 mil obtidos pela divisão que a consagrou no mercado, a de implementos.

A maior receita das operações de autopeças foi da Fras-le, que registrou R$ 177 milhões 368 mil no trimestre. Outra empresa do segmento, a Master Sistemas Automotivos, respondeu por R$ 68 milhões. A Randon justificou o aumento da participação das autopartes na receita citando o aumento na produção de caminhões no trimestre. Nesse período foram produzidos no Brasil 21 mil 648 unidades segundo dados da Anfavea. O volume representa crescimento de 6,5% na comparação com o trimestre de 2016.

Geraldo Santa Catharina, diretor financeiro da Randon, disse que as exportações suplantaram as vendas no País: “O mercado de caminhões vem apresentando um cenário paradoxal. Por um lado, a demanda doméstica permanece fraca, registrando queda. Do outro, o crescimento das exportações aumentou a produção. Este cenário tem permitido às empresas de autopeças capturarem oportunidades para ampliar volumes e receitas.” Foram exportados 8 mil 313 caminhões no período, 43% mais que em 2016.

As exportações de autopeças da Randon, no entanto, caíram no trimestre em relação ao de 2016. O faturamento foi de R$ 21 milhões 136 mil no trimestre, 8,6% menos que no ano passado. O principal destino foram os Estados Unidos e países da América Latina.

Implementos – O segmento de implementos da empresa fechou o trimestre com receita de R$ 235 milhões 445 mil, 37,5% menos que o faturamento registrado no ano passado, R$ 376 milhões 735 mil. A empresa acredita que as vendas de implementos poderia ter sido melhores não fosse a lei que entrou em vigor em abril que permitiu aumentar a tonelagem de caminhões canavieiros: “Por isso, muitos clientes seguraram os investimentos para adequarem suas frotas a essa nova possibilidade e o cenário acabou refletindo também no nosso desempenho.”

Por outro lado, Catharina disse que a safra recorde de grãos ajudou a reduzir o tamanho da frota ociosa e está possibilitando a retomada de negócios em alguns segmentos, como o de semirreboques. O reflexo foi o aumento no número de pedidos ao longo do trimestre, principalmente no mês de março. Nesse contexto, a Randon encerrou o trimestre com a venda de 2 mil 423 unidades contra 2 mil 303 unidades no período do ano passado, crescimento de 5,2%, somando-se as vendas no Brasil e no mercado externo. O desempenho permitiu à empresa deter 33,8% do mercado, ante 26,8% de fatia no trimestre de 2016.

Nova empresa da Delphi manterá empregos no Brasil

A estratégia global da Delphi de criar uma empresa nova a partir da separação de sua unidade de powertrain não afetará funcionários da fábrica em Piracicaba, SP. A operação brasileira possui 900 funcionários que trabalham na divisão de componentes para câmbio e transmissão, a qual, a partir de março do ano que vem, será incorporada à estrutura da nova empresa no mundo todo.

O assunto é tratado pela matriz da empresa, nos Estados Unidos, que afirmou à AutoData que os atuais empregados da divisão de Powertrain serão contratados pela nova organização. Além disso, não haverá mudanças geográficas das unidades da empresa espalhadas pelo mundo. A Delphi informou: “Uma vez que a Powertrain se torna uma empresa pública separada, antecipamos que a localização das instalações permanecerá a mesma”.

No começo do mês, a empresa decidiu criar uma empresa de capital aberto para administrar seus negócios no segmento de sistemas de transmissão. A estratégia tem como objetivo acelerar o crescimento da Delphi em produtos ligados aos veículos autônomos e eficiência energética. A empresa não comenta, mas os planos de intensificar o desenvolvimento nestas duas áreas pode ajudá-la a conseguir incentivos via Rota 2030, a nova política industrial que deverá contemplar projetos que melhorem a eficiência dos carros nacionais.

O anúncio representa uma oportunidade para a empresa de criar um modelo de negócio cujo foco seja especificamente produtos para veículos autônomos. De acordo com Kevin Clark, presidente da companhia, a divisão será “excitante para os negócios, criando duas empresas independentes, cada uma com um foco de produto distinto, um modelo de negócios comprovado e a flexibilidade para buscar investimentos acelerados em tecnologias avançadas que resolvam os desafios mais complexos de nossos clientes.”

Com a mudança, a Delphi passa a contar com 145 mil funcionários no mundo, sendo 15 mil engenheiros. Já a nova empresa de powertrain nascerá com 20 mil colaboradores globalmente, 5 mil deles engenheiros. A expectativa é garantir expansão acima do ritmo do mercado para o negócio, de forma sustentável e lucrativa. O atual vice-presidente da Delphi, Liam Butterworth, será o presidente e diretor executivo da nova companhia.

NGK acelera vendas na reposição

O volume de vendas da NGK já é maior no segmento de reposição do que no de peças originais, segmento no qual a empresa foi cativa durante anos como importante fornecedora de sistemas de ignição de General Motors, Honda e Toyota. No caso das velas especiais, que chegam para ampliar o portfólio do carro-chefe da empresa, o componente representa atualmente uma fatia de 5% das vendas da empresa no Brasil e pode chegar a 8% com o aquecimento do aftermarket nacional. Não é pouco se for levado em consideração a gama de componentes da empresa, que também atende a outros segmentos, como usinagem e construção.

As oportunidades na reposição motivaram a empresa a trazer para o Brasil a produção de uma linha de velas então exclusivas dos mercados originais europeu e asiático. A estratégia por trás da nacionalização era atender a demanda criada por modelos que estavam sendo lançados aqui, como o Volkswagen up! e as novas versões do Toyota Corolla e do Hyundai HB20.

Diretor de marketing da NGK Marcos Mosso contou que o que a empresa fez, em linhas gerais, foi se antecipar a um movimento do mercado:

“Percebemos que os novos modelos criariam, no futuro, uma demanda no segmento de reposição por velas de ignição que não estavam disponíveis no mercado interno. Ou seja, antecipamos a produção nacional das velas para atender à demanda atual, pois estes veículos vivem o período de suas primeiras paradas para manutenção”.

O que a empresa nacionalizou foi a linha G-Power. As peças possuem ponta de platina, material que aumenta sua resistência. A aplicação do material também torna viável a queda de seu preço final: fica mais barata do que as velas da linha Iridium.

Desenvolvimento de novas velas de ignição para o mercado de reposição tem sido uma aposta das suas principais fabricantes. Para a Bosch, principal concorrente, o faturamento global da divisão de aftermarket alcançou € 6 bilhões em 2016, e as vendas do segmento de reposição e serviços na América Latina vêm crescendo ao ritmo de 5% a 7% por ano desde 2013. As oportunidades na reposição fizeram até a Delphi, que não é um competidor tradicional no segmento de velas, importar o componente de fornecedores europeus para vendê-los no Brasil. A Delphi quer aumentar sua fatia de 18% no mercado de reposição na América do Sul competindo no segmento de velas de ignição.

Setor exporta US$ 2 bilhões no quadrimestre

As exportações de veículos de passageiros quase dobraram de janeiro a abril na comparação com os primeiros quatro meses do ano passado. Até agora as vendas externas injetaram US$ 2 bilhões 58 milhões na balança comercial brasileira, 48,6% a mais do que o volume registrado em igual período do ano passado, US$ 1 bilhão 385 milhões. O resultado, divulgado na terça-feira, 2, pelo MDIC, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, reflete as projeções da Anfavea, a Associação Nacional dos Veículos Automotores: o setor automotivo, este ano, teria uma retomada baseada nos resultados do comércio exterior.

O segmento dos veículos pesados, caminhões e comerciais leves, foi o que mais cresceu no período. Foram exportados produtos no valor de US$ 883 milhões de janeiro a abril, 75,8% a mais do que o valor verificado no mesmo período do ano passado, quando as exportações renderam US$ 502 milhões. O de autopeças é outro segmento que apresentou alta, totalizando US$ 623 milhões, alta de 6,8%. Motores para veículos e partes, por sua vez, tiveram crescimento menor, 0,9%, chegando a US$ 516 milhões.

Até abril os automóveis representaram 3% das exportações, e em igual período do ano passado a fatia foi de 2,5%. O segmento é o que mais se destacou dentro da categoria de manufaturados, que viu sua participação nas exportações cair. Em 2016 manufaturados tiveram fatia de 38,4% das exportações, e este ano o índice chegou a 35,3%.

Se analisados os valores em dólares a categoria de manufaturados teve alta de 12%, registrando no período US$ 24 bilhões 53 milhões ante US$ 21 bilhões 476 milhões no mesmo quadrimestre do ano passado.

O principal destino de todas as exportações brasileiras, não apenas veículos, foi a China, com US$ 17,7 bilhões – no universo automotivo, destaque para motores e partes de veículos. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, respondendo por US$ 8,2 bilhões em vendas – com destaque para combustíveis e automóveis. As vendas à Argentina, principal parceiro comercial do Brasil na América Latina, geraram US$ 5,2 bilhões, principalmente em negócios com automóveis, veículos de carga e máquinas agrícolas.

Macro – No acumulado até abril, as exportações apresentaram valor de US$ 68 bilhões 149 milhões. O valor representa um crescimento de 21,8%, pela média diária. As importações somaram US$ 46 bilhões 762 milhões, alta de 9,5% pela média diária sobre o mesmo período do ano passado, US$ 42 bilhões 694 milhões. A corrente de comércio, a soma entre valor exportado e valor importado, alcançou a cifra de US$ 114 bilhões 911 milhões, representando aumento de 16,5% sobre o mesmo período anterior, pela média diária, quando totalizou US$ 98 bilhões 638 milhões. O saldo comercial, diferença entre exportação e importação, acumulou superávit de US$ 21 bilhões 387 milhões, valor 61,4% superior ao alcançado em igual período de 2016, US$ 13 bilhões 250 milhões.

China pretende vender 35 milhões de veículos até 2025

O mercado chinês já é o mais importante do mundo e as autoridades do país desejam que ele se expanda ainda mais e comporte 35 milhões de unidades vendidas em oito anos. Dentro desse planejamento a quinta parte dos veículos comercializados em 2025 devem ser zero emissões, segundo o site Flash de Motor, da Venezuela. Na última década cresceu de 4,5 milhões de unidades/ano para 24 milhões em 2016.

O Ministério de Indústria e Tecnologia da Informação da China fixou como objetivo que ao menos a quinta parte destas 35 milhões de unidades corresponda a veículos híbridos e elétricos, meta que os fabricantes de automóveis deverão cumprir para conseguir atender às normas governamentais.

As atuais políticas a favor dos veículos verdes fizeram as vendas aumentarem: ainda que representem menos de 2% do mercado os carros movidos a energias alternativas devem chegar a 2 milhões de unidades até 2020. Outro objetivo do ministério é conseguir situar algumas das marcas de veículos chineses dentre os dez modelos mais vendidos do mundo até 2025.

O ministério informou, ainda, que durante a próxima década o país buscará o aumento das exportações a países em desenvolvimento, melhorar a tecnologia de baterias para veículos elétricos e eliminar algumas das atuais restrições, que permitem a uma marca estrangeira possuir até 50% de uma empresa chinesa.

BMW – O Grupo BMW anunciou na terça-feira, 2, plano de expansão da produção de veículos elétricos em Dingolfing, Alemanha, uma unidade que atualmente produz baterias de alta tensão e que fabricará, a partir de 2021, o novo modelo elétrico BMW iNEXT. A unidade, que já recebeu cerca de R$ 350 milhões em investimentos no projeto, produzirá – ao mesmo tempo – veículos com motores a combustão interna, híbridos plug-in e totalmente elétricos.

De acordo com Andreas Wendt, diretor da fábrica de Dingolfing, em comunicado, “Dingolfing tem expertise em sistemas complexos de produção, tornando-se o local ideal para a produção do BMW iNEXT. Com seu motor 100% elétrico e novas tecnologias, como condução autônoma e conectividade digital, o modelo será uma verdadeira inovação. Estamos orgulhosos de ter a oportunidade de construí-lo aqui”.

O Grupo BMW produz nove modelos elétricos em nove fábricas. Estão previstos, para os próximos anos, o lançamento do primeiro MINI elétrico, em 2019, e do BMW X3 elétrico em 2020. O grupo é o terceiro maior fabricante mundial de automóveis elétricos e vendeu mais de 62 mil unidades no ano passado.

Em 2025 a companhia espera que os veículos eletrificados representem de 15% a 25% de suas vendas.

Três gigantes em baixa

As três grandes fabricantes de automóveis da América do Norte registraram declínio no volume de vendas em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. As informações são do The Detroit News. A Fiat Chrysler comercializou 177 mil 441 veículos, o que representou queda de 6,6% no período, as vendas da General Motors encolheram 5,8%, com 244 mil 506, e a Ford totalizou 214 mil 695 unidades e teve recuo de 7,2%

A FCA informou que as vendas da marca Chrysler caíram 3,3%, em grande parte por causa do fim da produção do sedã 200, e que as vendas Dodge também caíram, 2,6%: segundo a empresa a queda deu-se pela saída de linha do modelo Dart. Nos modelos Jeep a retração foi de 16,5%, e as vendas da marca Ram cresceram 5,3%. Já as vendas da marca Fiat caíram 18% em abril.

As duas marcas premium da GM registraram ganhos de vendas no mês: as vendas da Buick subiram 17% e as da Cadillac 9,5%. Mas as comercializações Chevrolet caíram 10,4% e as da GMC recuaram 0,3%. O Chevrolet Silverado caiu 19,7% e o GMC Sierra teve queda de 15,3%. De acordo com informações da GM a retração deu-se porque a concorrência apresentou melhores incentivos aos consumidores durante o mês. Ainda de acordo com a empresa as vendas de crossovers para clientes de varejo estão crescendo: suas marcas observaram crescimento de dois dígitos no segmento em abril. Segundo Kurt McNeil, vice-presidente de operações de vendas da GM nos Estados Unidos, os crossovers serão cada vez mais importantes para a indústria no próximo quinquênio: “Cinco anos atrás apenas uma em quatro vendas General Motors eram crossovers. Hoje eles respondem por quase um terço de nossas entregas. E vemos mais crescimento adiante”.

Na Ford apenas os SUVs apresentaram aumento de vendas, de 1,2%, para 73 mil 318 unidades. A Lincoln, marca de luxo da companhia, apresentou recuo de 9% com 9 mil 691 veículos vendidos, e a redução nos automóveis foi de 21,2%. As vendas de caminhões caíram 4,2%, desempenho que demonstrou mudança de ritmo para a montadora, que vinha observando as vendas crescerem neste segmento no primeiro trimestre do ano. Mesmo assim a empresa ainda conseguiu vender 70 mil 657 caminhões da Série F em abril. Este volume é maior do que a soma das vendas dos automóveis Focus e Fiesta no mesmo período.

Nissan e Toyota também registraram queda em abril, de 1,5% e de 4,4%, respectivamente. A Honda reportou 138 mil 386 veículos vendidos e queda de 7% com relação ao mesmo período do ano passado, por causa da redução de vendas da divisão de automóveis. Na contramão deste cenário, a Volkswagen cresceu 1,6% em abril, com volume de 27 mil 557 veículos comercializados.

Ainda de acordo com informações do The Detroit News, a Tesla relatou entrega de 25 mil veículos a clientes nos Estados Unidos, o que representa recorde trimestral e alta de 69% com relação aos primeiros três meses de 2016.

BMW – Segundo a BMW as vendas da empresa diminuíram 9,3% em abril nos Estados Unidos: comercializou 22 mil 624 unidades ante 24 mil 951 vendidas em abril de 2016. No acumulado do ano, a queda é de 1,3%, passando de 95 mil 564 para 94 mil 306 veículos. Bernhard Kuhnt, presidente e CEO da BMW América do Norte, disse que o declínio das vendas é explicado pela fila de espera de alguns modelos: “Continuamos a elevar a produção da nova Série 5”.

No total o Grupo BMW ali, veículos BMW e MINI, vendeu em abril 26 mil 105 veículos, uma queda de 12,2% com relação ao mesmo período de 2016. No acumulado do ano as vendas do grupo caíram 2,8%, passando de 111 mil 199 para 108 mil 38 veículos nos primeiros quatro meses.

Abril despedaçado

O desempenho de vendas de veículos nos primeiros quatro meses do ano não foi animador. Dados da Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, mostram que de janeiro a abril foram licenciados 628 mil 914 veículos, recuo de 2,37% com relação ao mesmo período de 2016, que reportou 644 mil 206 emplacamentos. Quando analisados os números do mês passado a queda é similar: 3,63%, com 156 mil 933 emplacamentos contra 162 mil 846 em abril de 2016.

Mais uma vez as vendas de caminhões puxaram a retração do mercado. De acordo com a Fenabrave a queda no segmento foi de 23,39% no primeiro quadrimestre, 13 mil 162 unidades, contra 17 mil 181 no mesmo período de 2016. Se verificado apenas o mês de abril as vendas também seguem em queda com o licenciamento de 3 mil 488 unidades, recuo de 16,77% na comparação com os 4 mil 191 vendidos no mesmo mês do ano passado.

Os emplacamentos de ônibus também não mostraram recuperação nos primeiros quatro meses, pois no acumulado do ano foram emplacadas 3 mil 585 unidades, queda de 20,17% na comparação com as 4 mil 491 do ano passado. Já na análise mensal o recuo foi de 7,41%, com 1 mil 62 ônibus licenciados.

Ainda de acordo com o levantamento da Fenabrave de janeiro a abril foram emplacados 612 mil 167 automóveis e comerciais leves. O volume representa recuo de 1,67% para o período – na mesma época do ano passado o volume foi de 622 mil 534.

Lideranças – A General Motors manteve a liderança de vendas somando, no quadrimestre, 17,74% de participação nas vendas de automóveis e comerciais leves. Em seguida aparece a FCA, com 13,25%, e em terceiro a Volkswagen, com 12,68%. O quarto lugar ficou com a Hyundai, 9,45%, e o quinto com a Ford, com 9,3%.

A dianteira dos automóveis mais vendidos no quadrimestre ficou com o Chevrolet Onix, com 53 mil 313 unidades emplacadas. Em seguida está o Hyundai HB20, com 32 mil 454 emplacamentos. O Ford Ka ficou em terceiro, com 27 mil 514, o Volkswagen Gol permanece em quarto, com vendas de 21 mil 462 unidades e em quinto ficou o Renault Sandero, que totalizou vendas de 21 mil 82 unidades.

Ainda de acordo com a Fenabrave a picape Fiat Strada aparece no topo do ranking de veículos comerciais no quadrimestre, com 15 mil 391 unidades emplacadas. O segundo melhor desempenho também ficou a Fiat: 14 mil 709 unidades da picape Toro. Já o terceiro lugar foi do VW Saveiro, com 12 mil 390 emplacamentos. Em quarto aparece a Toyota Hilux, com 9 mil 921, e em quinto a Chevrolet S10 com 8 mil 66 unidades.

O Hyundai Creta, estreante no ranking, ficou na décima-oitava posição, com 10 mil 55 unidades emplacadas.

MWM detém 60% do mercado de pulverizadores

A MWM detém 60% do mercado brasileiro de pulverizadores e espera fechar 2017 com fatia ainda maior. Sua expectativa é a de que o acordo de fornecimento para toda a gama de máquinas da PLA, cliente do setor agrícola argentino, e mais três contratos que deverão ser fechados no segundo semestre, façam com que a empresa chegue aos 70% de participação desse mercado em 2018.

Hoje 10% da produção da empresa se destina ao segmento agrícola.

Os motores que serão fornecidos para a PLA fazem parte de versões da Série 12, linha já compatível com a legislação de emissões MAR-I, válida apenas no Brasil e que incide sobre equipamentos com potência acima de 75 kW. Os motores foram desenvolvidos e também são produzidos aqui, mas caberá à fábrica da MWM de Jesus María, Província de Córdoba, Argentina, a produção para atender à PLA.

Segundo Thomas Püschel, seu diretor de vendas de motores e peças, já se estuda o mercado de tratores de rodas e de pulverizadores em toda a América Latina. Apesar da queda no preço global das commodities Argentina e Brasil ainda oferecem oportunidades acima da média na região:

“Em 2016 fabricamos 40 mil motores nos dois países. Isso pode ser considerado um volume interessante se observarmos o preço dos produtos agrícolas em queda e a instabilidade política no Brasil”.

A linha onde é produzida a Série 12 da MWM, em São Paulo, é a mesma na qual a companhia fabrica um total de quatrocentas variações de motores para máquinas agrícolas, caminhões e ônibus. Tem capacidade para produzir 110 mil motores/ano em três turnos. Atualmente, segundo Püschel, a empresa opera com apenas um turno: “O volume está muito abaixo da capacidade máxima”.

Além da PLA a MWM atende a outras empresas fabricantes de pulverizadores, como Jacto, JAN e Stara. Para o segundo semestre a empresa espera fechar três contratos de fornecimento para abastecer os mercados doméstico e externo. Püshel disse que as negociações devem ser concluídas no segundo semestre: “Adiantaremos mais informações a partir de julho, mas são acordos que envolvem também exportações”.

As exportações, aliás, têm sustentado o crescimento dos segmentos de veículos e máquinas agrícolas.

De acordo com dados da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, de janeiro a março o segmento exportou US$ 3 bilhões 34 milhões. O volume foi 51,5% maior do que o registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando foram exportados produtos no valor de US$ 2 bilhões 21 milhões. No mercado interno, no trimestre, foram vendidas 9,8 mil unidades ante 6,9 mil no mesmo período do ano passado, uma alta de 41%.