Chile e Peru impulsionam exportações de carros em abril

As exportações de automóveis brasileiros ao Chile e ao Peru mais do que dobraram em abril com relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 2 mil 940 unidades, volume 176% maior do que a quantidade exportada no ano passado, que totalizou 1 mil 63 unidades. Ainda que a Argentina seja a principal parceira comercial do Brasil na região, os dois países foram os que obtiveram crescimento mais expressivo nas suas importações de carros fabricados aqui.

Ao Chile foram enviadas 1 mil 685 unidades em abril, volume que no ano passado chegou a 729. Para o Peru foram 1 mil 255 unidades ante 334 unidades registradas no ano passado, segundo dados da balança comercial do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os dois países, juntos, foram responsáveis por um volume de negócios de US$ 27,5 milhões. No ano passado foram US$ 9 milhões. Foi o maior crescimento registrado no grupo dos dez principais destinos das exportações brasileiras em abril.

A Argentina, principal mercado, recebeu 46 mil 17 unidades de veículos nacionais em abril, volume 59,7% maior do que o atingido em abril do ano passado. No período respondeu por 72% das exportações de automóveis, caminhões e ônibus do País, os quais geraram volume de negócios de US$ 591 milhões 7 mil às fabricantes instaladas aqui. O México, segundo principal destino da produção de carros brasileira, recebeu 7 mil 917 unidades no mês passado, 61,4% a mais do que o volume registrado no ano passado, 4 mil 905 unidades.

O terceiro país que mais recebeu carros nacionais foi a Colômbia, 1 mil 694 unidades, mais do que o dobro registrado em abril de 2016, quando foram exportadas 752 unidades. O Uruguai vem na sequência, com 1 mil 691 veículos – em abril de 2016 o país recebeu 1 mil 508 unidades. A África do Sul, 1 mil 154, Paraguai, 736, e Estados Unidos, 618, fecham a lista de principais destinos das exportações de carros do País.

Ao todo, em abril, o Brasil exportou 63 mil 528 unidades de veículos, carros, caminhões e ônibus. O volume injetou nos cofres das fabricantes US$ 810,2 milhões no mês passado, 74% a mais que o volume de negócios de abril de 2016, US$ 465,6 milhões.

O volume registrado ajudou a manter o ritmo do crescimento das exportações que o setor automotivo vive desde janeiro: de janeiro a abril foram embarcadas 232 mil 192 unidades, alta de 64,2% com relação ao mesmo período do ano passado.

Este resultado rendeu à indústria recorde histórico no volume de vendas para outros países: o quadrimestre foi o melhor dos últimos dez anos, com média mensal de 148,5 mil. Os dados são da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Volkswagen lança aplicativo para integrar funcionários

A Volkswagen do Brasil lançou um aplicativo de celular para facilitar os seus processos de comunicação interna. Desenvolvido em parceria com a IBM o app VW&Eu conectará os 16,5 mil trabalhadores das fábricas de São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté, SP, e São José dos Pinhais, PR, com notícias sobre a empresa. A ferramenta digital também terá outras funcionalidades como acesso ao holerite, a preços de veículos com descontos atualizados para funcionários, ao banco de horas, a pedidos de férias, por exemplo.

André Senador, diretor de assuntos corporativos e de relações com a imprensa, disse que o objetivo é reforçar a percepção do empregado com atributos relacionados à inovação, à transparência e à velocidade da informação.

O app foi o segundo passo dado pela empresa dentro do conceito Fique Conectado, criado com o objetivo de ampliar o acesso dos colaboradores às mensagens e notícias sobre a companhia. Em janeiro foram instalados nas quatro fábricas da companhia 26 paineis com monitores de televisão conectados em rede. Com isso informações da empresa são espalhadas em tempo real aos empregados das áreas produtivas. Em cada setor foram instalados conjunto de três paineis que divulgam notícias, indicadores das fábricas, mensagens, desafios a serem enfrentados, conquistas das equipes.

As telas substituíram a forma tradicional de comunicação visual, que era feita por meio de quadros de avisos que consumiam até quatro horas de trabalho para a troca das mensagens e gerava gasto de R$ 30 mil reais/ano em papel e impressão. De acordo com Senador os colaboradores agora recebem um volume muito maior de notícias: “Após três meses com o Fique Conectado foram mais de 1 mil publicações divulgadas por meio dos paineis. Com o quadro de avisos este número era consideravelmente menor”.

Para ele a digitalização nos processos de comunicação será eficiente para atrair maior atenção e participação dos empregados: “Um dos mais importantes ganhos que estamos tendo com os paineis, e que também teremos com o app, é o fato de os colaboradores serem avisados em tempo real sobre as principais notícias da empresa, como, por exemplo, o lançamento de um carro”.

Senador acredita que essas ferramentas terão impacto direto no clima organizacional da empresa, o que poderá gerar ganhos de produtividade. Ele contou que, com os processos de comunicação mais tradicionais, nem sempre os funcionários ficavam sabendo que um novo modelo já fora apresentado ao mercado. Com a digitalização a informação chega simultaneamente ao acontecimento.

A ideia de oferecer mais agilidade surgiu de uma viagem que André Senador fez a instalações Volkswagen na África do Sul. Lá entrou em contato com algumas práticas de comunicação que serviram de inspiração para as brasileiras: “Os paineis e o app foram algumas delas. Contudo o aplicativo deles possui menos funcionalidades e é mais focado em notícias. Decidimos ampliar o conceito com utilidades que permitem maior digitalização nos processos”.

Com menos dias úteis, produção na Argentina recua

Em um mês particularmente curto, com dezoito dias de atividade, as fabricantes de veículos instaladas na Argentina produziram, em abril, 37 mil 730 automóveis e comerciais leves. Esse volume representou queda de 15,1% no comparativo com abril do ano passado, que teve 21 dias úteis que geraram 44 mil 447 unidades.

No primeiro quadrimestre a produção chegou a 128 mil 635 unidades, 9,8% inferior ao de mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela Adefa, associação que reúne as fabricantes da Argentina.

No mês passado as empresas exportaram 18 mil 571 veículos, avanço de 10,3% com relação ao quarto mês de 2016. De janeiro a abril, de acordo com dados da Adefa, os embarques totalizaram 58 mil 764 veículos, 5% a mais do que o volume exportado no primeiro quadrimestre de 2016.

Luis Ureta Sáenz Peña, presidente de Adefa, disse serem necessárias algumas medidas para melhorar a competitividade do setor na Argentina: “Propostas para diminuir a alta carga tributária, os custos logísticos, melhorar a produtividade e para abrir novos mercados são fundamentais para a indústria ser sustentável no longo prazo”.

Ele disse que a medida adotada pelo governo argentino, de reintegrar os impostos para os produtos exportados, pode ajudar na retomada da competitividade do setor nas exportações, “apesar de não reduzir a carga tributária do veículo, que se acumula no valor exportado, mas é um ponto importante que pode ajudar na retomada da indústria”.

Em vendas, as fabricantes registraram alta de 12,6% em abril com relação ao mesmo período do ano passado. Foram vendidas 68 mil 117 ante 60 mil 513 veículos. No acumulado de 2017, as vendas chegaram a 255 mil 179 unidades, aumento de 14,6% no comparativo com janeiro a abril de 2016.

Implementos ganham força no segmento florestal

As demandas do setor de papel e celulose nas exportações aumentaram o volume de vendas das empresas produtoras de implementos rodoviários no quadrimestre. Segundo dados da Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, o número de emplacamentos de reboques e semirreboques para o setor florestal saltou de 228 unidades para 408 unidades no quadrimestre, alta de 78,9%.

Um alento para o setor que, desde 2012, vê o número de emplacamentos cair anualmente.

As fabricantes de papel e celulose intensificaram a produção do insumo por causa da alta das exportações verificada no primeiro trimestre. Isso criou um cenário favorável ao consumo de implementos específicos para o transporte de toras, por exemplo. Segundo dados do Ibá, entidade que representa o setor de papel e celulose no Brasil, foram produzidas no primeiro trimestre 4 mil 651 toneladas, sendo destinadas às exportações 3 mil 330 toneladas, volume 5,5% maior que o do mesmo trimestre do ano passado.

Para Mário Rinaldi, diretor executivo da Anfir, esse aumento é importante porque demonstra que as vendas de alguns segmentos atendidos pelas fabricantes de implementos deixaram de cair: “Ainda é cedo para considerar que iniciamos a esperada recuperação, mas os números não deixam dúvidas de que alguns segmentos já estão respondendo bem. A reação no segmento leve, com carroceria sobre chassis, demora e acontece sempre em consequência da reação no setor pesado, com reboques e semirreboques”.

Outro setor que demonstrou aumento nas vendas foi o de baús frigoríficos, impulsionado pelas exportações do agronegócio: no quadrimestre foram emplacadas 199 unidades, 27,5% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram vendidas 156 unidades. Segundo David William Martins da Costa, diretor de operações da Ibiporã, a empresa passou a ganhar espaço no mercado em que outras, maiores, deixaram de crescer, e que o desempenho do setor agrícola puxou as vendas da empresa no trimestre: “Atendemos aos grandes clientes do setor, BRF e JBS, e as exportações destas empresas refletiram nas nossas vendas de baús”.

A empresa, que fica em Ibiporã, PR, tem 350 funcionários e opera com um turno.

Por outro lado – O crescimento em alguns segmentos foi insuficiente para reverter o perfil negativo das vendas de implementos das fábricas brasileiras. No quadrimestre foram emplacadas 15 mil 409 unidades de veículos rebocados e implementos sobre chassis, queda de 26,7%. O resultado foi o pior desde 2012. O recorde, alcançado em 2011: 57 mil 774 implementos.

Alcides Braga, presidente da Anfir, disse que o desempenho no início do ano sempre sofre reflexos do mês mais curto, que é fevereiro, e do mês de mercado tradicionalmente mais fraco, janeiro: “Esse ano, porém, com a crise o resultado despencou”.

Marcopolo confirma desativação da unidade Planalto

Como forma de reduzir custos e aumentar a sinergia com a operação da Neobus, recentemente incorporada ao grupo, a Marcopolo desativará sua unidade Planalto, em Caxias do Sul, RS, que completa 60 anos em 2017. A confirmação foi dada por Francisco Gomes Neto, CEO da fabricante de carrocerias de ônibus, na terça-feira, 9, durante teleconferência para apresentação dos seus resultados no primeiro trimestre do ano para analistas de mercado.

Gomes Neto disse que, após a integralização plena da Neobus à Marcopolo, a empresa ficou com três fábricas em Caxias do Sul, situação que será alterada com a concentração de atividades em duas: “Ainda não temos os números finais desta mudança, mas seu impacto será grande na redução dos custos fixos. Estamos em fase avançada dos estudos”.

A unidade Planalto concentra a produção de micro-ônibus e dos modelos Volare. Embora Gomes Neto não tenha dito como e quando se dará a desativação da operação, informações oficiais indicam que a montagem dos veículos Volare será feita em uma linha na fábrica da Neobus. A área estaria desocupada e em condições de receber a produção hoje concentrada na unidade Planalto. Fundada em 1957 a fábrica da Volare tem 38 mil m² de área construída sobre terreno de 48 mil m² e emprega em torno de 1 mil colaboradores, que deverão ser mantidos no grupo.

Com a integração total da Neobus à Marcopolo a diretoria se debruça agora em estratégias para definir ações de mercado. Gomes Neto anunciou que haverá mexida na situação das marcas no mercado, visando a reduzir a sobreposição de produtos. Assim a Marcopolo terá conceito premium, enquanto a Neobus atuará em mercado mais popular, sem que os ônibus percam qualidade, enfatizou o CEO. Além disso haverá forte trabalho em torno de sinergias nas áreas administrativa e de produção.

Pedidos em carteira – Gomes Neto também anunciou que a empresa está com carteira de pedidos que assegura produção pelos próximos noventa dias na unidade de Ana Rech, a maioria de modelos rodoviários e boa parte para clientes no Exterior. Este segmento tende a continuar em alta em razão da vigência, a partir do segundo semestre, de nova lei de acessibilidade, que exige incorporação de elevador para cadeirantes em todos os novos veículos rodoviários. Também contribui para o momento, segundo o CEO, a necessidade de recompor a frota, pois os volumes comercializados nos anos anteriores foram muito baixos: “Estamos animados com a venda de rodoviários, que será superior aos volumes de 2016”.

Com relação aos urbanos o executivo disse que há dificuldades maiores em razão das indefinições nos reajustes das tarifas do transporte coletivo urbano. Ele lembrou que algumas cidades concederam aumentos, enquanto outras, como o Rio de Janeiro, RJ, mercado importante para a companhia, estão postergando a decisão.

Gomes Neto acredita que o Refrota, programa anunciado pelo governo federal para o financiamento de ônibus, pode ajudar.

Quadro sofre nova baixa e preços são reajustados

Mesmo com aumento de produção e vendas no primeiro trimestre sobre igual período do ano passado a Marcopolo manteve medidas de contenção de custos, que incluiu o afastamento de trezentas pessoas, a maioria mão de obra indireta, o que resultou em impacto total de R$ 28 milhões no período. De acordo com José Antonio Valiatti, CFO e diretor de relações com investidores, o ajuste foi feito para adequar o quadro ao mercado atual, seguindo estratégia adotada nos últimos três anos. O CEO Francisco Gomes Neto definiu que, embora os resultados tenham sido melhores, o trimestre foi ainda difícil. Ele acredita que os dois próximos períodos deverão ter situação mais favorável.

Valiatti também confirmou que a Marcopolo adotou política para recuperação dos preços e está conseguindo resultados, mas aquém dos esperados. Segundo ele as margens seguem apertadas, em especial nos urbanos. Mesmo com aumento de 29,5% na receita líquida, para R$ 554,6 milhões, o lucro líquido cedeu 63,6%, para R$ 3,2 milhões, com margem de 0,6%. No primeiro trimestre de 2016, a margem foi de 2,1%.

Receita externa eleva participação

O mercado externo foi, mais uma vez, o responsável pelo cenário mais favorável nos números da Marcopolo. Das 2 mil 10 unidades vendidas, 1 mil 195 foram para clientes no Exterior e 815 ficaram no Brasil. A partir do Brasil foram exportados 579 ônibus, alta de 104,6%. As operações em outros países entregaram 615 unidades, crescimento de 113,9%. Destaque para a fábrica do México, com evolução de 246%, resultado do novo acordo firmado, no ano passado, com a sócia Mercedes-Benz, que permite o encarroçamento de outras marcas de chassis. Também contribuiu a variação da moeda mexicana. O CEO Francisco Gomes Neto, no entanto, estima recuo nos próximos meses, mas tem convicção de resultado positivo no ano.

Ele tem visão semelhante para as operações localizadas na África do Sul, Argentina, Austrália, China e Índia. Para a Colômbia a projeção é de estabilidade e, no caso do Egito, reafirmou o desejo da empresa de reduzir sua participação como sócia.

Da receita líquida total o mercado interno participou com R$ 149,8 milhões, queda de 22,2%. As exportações somaram R$ 203,8 milhões, alta de 107%. As unidades da África, Austrália, China e México totalizaram R$ 201 milhões – a do México participou com 50% deste total, aumento de 263%.

No mercado interno, sem incluir os modelos Volare, a Marcopolo elevou sua participação para 46,8%, com destaque para os modelos rodoviários e micro-ônibus, que tiveram elevações de 16 e 35 pontos porcentuais, respectivamente. Pelos dados da Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, a produção total foi de 2 mil 434 unidades, das quais 1 mil 68 seguiram para o Exterior.

Protótipo Nissan usa etanol em célula de combustível

A Nissan demonstrou na terça-feira, 9, em São Paulo, a possibilidade de utilizar etanol como matriz energética para veículos que serão movidos a eletricidade, uma das alternativas mais inteligentes do ponto de vista de emissões e eficiência. Essa tecnologia cumpriu sua primeira etapa de testes no Brasil no protótipo e-NV200 SOFC, esta última sigla representando a novidade da célula de combustível de óxido sólido, na tradução do inglês.

A combinação de etanol com a água reagindo no calor para criar hidrogênio, que é convertido em eletricidade para os motores, dá-se por meio de uma célula de combustível e-Bio – e pode parecer uma solução complexa (veja imagem abaixo). Mas é pura química condensada em reformadores e pilhas de célula de combustível, tecnologias já bastante testadas pela indústria automotiva. Trocando em miúdos: em países nos quais a infraestrutura de abastecimento está estabelecida, basta mais alguns poucos anos de desenvolvimento para equacionar pequenos problemas de tamanho e peso desse sistema e, claro, custos acessíveis ao consumidor, para que um veículo etanol/hidrogênio/eletricidade possa ganhar as ruas.

Não por acaso o Brasil foi escolhido para os primeiros testes em campo feitos pela Nissan no mundo.Como disse Ricardo Abe, gerente de engenharia da Nissan, “temos a infraestrutura e, o melhor, etanol com água em abundância”.

Essa é uma das quatro tecnologias que a Nissan desenvolve para um futuro não tão distante. A partir de 2020 veículos com essas soluções poderão ser lançados, sem estar descartada qualquer uma das quatro opções. A questão para a Nissan passa pela matriz energética de cada país, de cada região. Abe disse que o veículo elétrico faz mais sentido para lugares onde a infraestrutura, ou as tomadas para recarga, já estão instaladas: “No Japão, por exemplo, temos oitenta estações de células de hidrogênio. Apesar de ser necessária muito mais infraestrutura para o hidrogênio, essa é uma solução que pode ser usada lá no futuro. Não aqui no Brasil, onde o etanol é uma alternativa à gasolina já consolidada”.

A tecnologia surpreende pela eficiência. Ao volante é como se conduzíssemos um veículo elétrico, ou seja, sem qualquer ruído de motor a combustão. No tanque de combustível bastam 30 litros de etanol para que o e-NV200 tenha autonomia para mais de 600 quilômetros, entregando 5 KW de potência, segundo a Nissan. De acordo com a fabricante o custo do quilômetro rodado também é vantajoso: utilizando gasolina o custo é de R$ 0,30 e com a nova tecnologia seriam R$ 0,10.

Quando o assunto é emissão de CO2 na atmosfera a solução é imbatível: “Todo o processo gera pequena emissão, mas isso é anulado no ciclo produtivo do etanol com cana-de-açúcar”.

Agora o e-NV200 SOFC vai para o Japão continuar seu ciclo de desenvolvimento. Além das necessárias evoluções para transformar esse protótipo em um veículo de escala produtiva e comercial, a Nissan também espera boas notícias que podem vir do Rota 2030, que estuda fórmulas de incentivo para a produção de veículos elétricos e híbridos no País. O engenheiro Abe prefere não entrar nessa seara, pelo menos por enquanto: “Desenvolvemos tecnologias pensando apenas nos benefícios que podem trazer para a sociedade. Mas qualquer apoio para a introdução de soluções mais limpas e eficientes é bem-vindo”.

Mark Fields em corda bamba

A diretoria da Ford, e os acionistas, está aumentando a pressão sobre Mark Fields, o seu principal executivo. Querem que Fields explique melhor a queda no valor de mercado da companhia. Segundo o Flash de Motor, da Venezuela, também querem explicações sobre o plano de Fields para tirar a Ford dessa situação.

Os diretores se reuniram esta semana antes da reunião anual dos acionistas e questionaram Fields sobre sua estratégia para a Ford. As ações da companhia continuam desacelerando. Segundo o Flash de Motor os papeis caíram 35% desde que Fields assumiu a presidência, em julho de 2014.

Os investidores têm se mostrado indiferentes ao plano de Fields de aplicar milhões de dólares em novas tecnologias como os carros autônomos. Isso porque em seu principal negócio a Ford tem tido mais problemas do que sua rival General Motors, em um momento em que o mercado de automóveis dos Estados Unidos cai depois de sete anos de crescimento. O faturamento do primeiro trimestre da Ford caiu 42%, enquanto a GM acelera as vendas e teve receita recorde no período.

“Nós estamos com um pé no hoje e um pé no amanhã”, Fields disse à Bloomberg em 27 de abril sobre a sua dupla estratégia de investir no futuro, em carros autônomos, enquanto defende a Ford no mercado, principalmente nos Estados Unidos.

Mike Moran, porta-voz da Ford, disse em comunicado enviado por e-mail que não comentaria a reunião do conselho: “Não vamos compartilhar detalhes de nossas reuniões ou discussões por razões competitivas. Também não vamos comentar rumores ou especulações”.

Inflação é a menor desde julho de 2007

O IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, de abril apresentou variação de 0,14% e ficou abaixo dos 0,25% de março. De acordo com dados do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a inflação no acumulado do ano está em 1,10%, porcentual bem inferior aos 3,25% de igual período de 2016. E se a comparação for pelos últimos doze meses o índice foi de 4,08%. Em março a inflação era de 4,57%. É a menor taxa de inflação desde julho de 2007, quando o IPCA se situou em 3,74%. Em abril de 2016 o IPCA foi 0,61%.

Segundo o IBGE o maior impacto para a redução do IPCA no mês passado foi a queda nas tarifas de energia elétrica. As contas de luz ficaram 6,39% mais baratas no período. Os preços dos combustíveis também recuaram, 1,95% em abril.

A energia elétrica, portanto, levou à redução nas despesas com habitação, e a queda foi de 1,09%. O IBGE destacou também a alta de 2,63% nos preços do gás de cozinha, reflexo de parte do reajuste de 9,8% em vigor desde 21 de março.

A pequena queda no grupo Transportes, 0,06%, foi influenciada pelos combustíveis, 1,95%, pois o litro da gasolina ficou mais barato 1,75% e o de etanol 3,33%. Por outro lado houve, no grupo, pressão das passagens aéreas, com alta de 15,48%, e do transporte urbano, com 0,69%. A respeito dos ônibus foi registrado aumento de 7,73% na região metropolitana de Porto Alegre, onde o reajuste de 8% entrou em vigor a partir de 31 de março, e de 6,67% em Recife, região onde, a partir de 26 de março, deixou de ser concedido o benefício do pagamento de meia tarifa aos domingos.

As despesas com saúde e cuidados pessoais subiram 1%, tendo os medicamentos na liderança dos principais impactos no índice do mês. Isto porque os preços aumentaram 1,95%, gerando impacto de 0,07 ponto porcentual. Refletiram o reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando de 1,36% a 4,76%, conforme o tipo do medicamento.

Em alimentação e bebidas a variação foi positiva em 0,58%, com aumento nos preços de vários produtos, como tomate, 29,02%, e batata-inglesa 20,81%.

5G movimentará US$ 2,4 trilhões em 2035

A tecnologia de telecomunicações 5G, mais rápida do que a 4G e ainda inédita nas redes do País, gerará no mundo oportunidades de negócios no valor de US$ 2,4 trilhões no setor automotivo em 2035. Desse valor US$ 506 bilhões terão como origem negócios de fornecedores da cadeia automotiva e outros US$ 467 bilhões serão gastos pelas fabricantes de veículos. De acordo levantamento feito pela Qualcomm, fabricante de equipamentos na área de telecom, os investimentos estarão concentrados basicamente em projetos de carros autônomos e sistemas que conectarão os veículos à internet.

O setor automotivo é um dos que mais utilizarão aplicações da rede de 5G, apontou a empresa. O volume de negócios esperado pelo setor nos próximos dezoito anos representa 20% de tudo aquilo que a tecnologia deverá gerar no mercado global, coisa de US$ 12,3 trilhões. Para que essa projeção se torne realidade o levantamento sugere que medidas estruturais sejam tomadas pelas maiores cidades no sentido de difundir as aplicações da rede ultrarrápida. Dentre elas a mais crítica é a exigência ou incentivo da construção de redes de fibra óptica próximas às rodovias.

De acordo com Hélio Oyama, diretor de marketing de produto da Qualcomm, espera-se que em 2019 o 5G entre em operação comercial em países avançados, como Japão e Coreia do Sul. No setor automotivo o executivo apontou que as primeiras aplicações serão feitas na comunicação dos carros: “O 5G é tecnologia que transfere dados à velocidade de 1 milissegundo. Logo o que se espera é que seus primeiros testes em veículos seja no sentido de estabelecer comunicação. E, a partir daí, surgirão aplicações em torno disso”.

No Brasil, disse o executivo, o 5G ainda é algo distante. Ele afirmou que, além de uma regulamentação para a internet ultrarrápida, serão necessários investimentos na infraestrutura pela qual passará o sinal da internet: “Precisamos de mais antenas e de uma rede de fibra óptica maior, mas antes de tudo de uma regulamentação que defina as características do modelo brasileiro para o 5G”.

As oportunidades se darão em três áreas específicas. A primeira: no desenvolvimento de novas ferramentas de entretenimento e monitoramento de veículos. O estudo indica que empresas de tecnologia, conteúdo e de software serão as maiores beneficiadas pelo uso do 5G em veículos. A segunda serão as próprias fabricantes, que terão o controle da comunicação dos veículos. Ou seja: uma vez detentoras da tecnologia que torna viável a comunicação com um automóvel, por exemplo, ela poderá negociar sua exploração comercial com outras empresas.

Por último o 5G estimulará o surgimento de novos modelos de negócios de transporte compartilhado. De acordo com o estudo a rede de dados 5G aumentará a atratividade de serviços como o do Uber, por exemplo. Isso porque poderá acelerar a criação de ferramentas que sejam mais moldáveis às necessidades das pessoas.

MAN está confiante na retomada

Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America, afirmou na quarta-feira, 10, que espera uma forte recuperação do mercado em 2019. Disse que em 2020 o setor pode voltar ao patamar das 150 mil unidades, alcançado em 2010. No ano seguinte o setor viveria seu melhor momento, com 174 mil emplacamentos, um recorde histórico.

A projeção otimista foi feita durante as apresentações do novo campo de provas da MAN em Resende, RJ, e do GTX 2018, nova versão do maior caminhão da empresa. Cortes lembrou que está na hora de as empresas renovarem suas frotas:

“Nossos clientes, que trocavam de frota a cada dois ou três anos, estão há seis sem trocar. O último ano de grandes compras foi 2011, são quase sete anos. E, mesmo que seja frota com níveis de ociosidade, de 2 milhões de caminhões, está ficando velha. A necessidade está aí”.

Cortes observou ainda que o frotista precisa vender a frota antes de uma desvalorização mais substancial: “Se você estudar o modelo de negócios de grandes transportadoras eles contam com o preço de revenda. E vender um seminovo é mais negócio do que vender um usado”. Ele percebe uma recuperação acontecendo já este ano:

“Apesar da queda de vendas de 24% no primeiro quadrimestre, com relação ao mesmo período do ano passado, as vendas diárias têm subido mês a mês”.

Foram vendidos 130 caminhões/dia em janeiro, 137 em fevereiro, 170 em março e 180 em abril: “É pouco, mas é um bom sinal”.

Apesar do crescimento a fábrica de Resende, que passou por grande redução de pessoal, segue trabalhando em um turno só e apenas quatro vezes por semana.

O executivo reafirmou o compromisso da matriz, na Alemanha, de investir no Brasil: “O negócio de caminhões é prioritário para a Volkswagen no mundo. E o Brasil é prioridade nesse negócio. A matriz disse que agora é hora de investir, não é hora de parar. E todo mundo deveria ter essa visão. Está barato investir no Brasil. Comprar empresas pode ser um bom negócio”.

Nos próximos cinco anos a área de caminhões da Volkswagen investirá R$ 1,5 bilhão no Brasil, “mas eles não estão dando dinheiro para nós. Nosso conceito aqui é autofinanciamento, self-founding. Temos permissão para ir ao BNDES e nos endividar a longo prazo. A mensagem que vem de lá não é se-está-em-crise,-para-tudo: é exatamente o contrári”.

Segundo Cortes a posição da matriz deve-se ao grande conhecimento que a empresa tem do Brasil: “Eles conseguem ver os negócios aqui em um período de uma década. Hoje nós estamos perdendo dinheiro, mas já ganhamos. No todo é um ótimo negócio”.

Em síntese é preciso estar pronto para quando a indústria voltar a crescer: “Estou na operação há vinte anos e posso garantir que os investimentos são de longo prazo. Se fizesse uma análise de curto prazo eu pararia todos os investimentos”.

Rota 2030 – Roberto Cortes mostrou-se esperançoso com o Rota 2030, a nova política industrial automotiva, que entra em vigor em 2018: “Estou há quarenta anos no setor e é a primeira vez que assisto a uma discussão séria de política de longo prazo. Estamos lutando para que o segmento tenha competitividade e previsibilidade até 2030. Pois não desejamos subsídios: a gente quer condição para competir. Se a taxa de juros continuar baixando não precisaremos de juros subsidiados”.

Ele garantiu que o discurso do setor está afinado até com os importadores: “Estamos falando a mesma língua. Até com o [José Luis] Gandini [presidente da Abeifa, a associação dos importadores]. Acabou esse negócio de cada um puxar a brasa para a sua sardinha”.

Ainda sobre a Rota 2030 Cortes defendeu a adoção de um programa de inspeção veicular: “Assim será preciso renovar a frota automaticamente sem a necessidade de um programa para a renovação de frota”.

Campo de provas de R$ 10 milhões

A MAN também mostrou, na quarta-feira, 10, seu novo campo de provas. Anexo à fábrica de Resende é, segundo a empresa, o mais completo campo de testes de veículos pesados do Brasil. Em área de 35,5 mil m2, equivalente a quatro campos de futebol, o complexo conta com 26 condições diferentes de rodagem, como paralelepípedos, pedras de rio, trilhos de trem, lombadas, asfalto remendado.

A diversidade e a intensidade dos obstáculos permitem simular em 1 quilômetro rodado o equivalente a 50 quilômetros na vida real. Verifica-se desgastes de peças, torção da suspensão, eficiência em frenagens, comportamento em aclives. A pista de avaliação de ruído é a única da América Latina com os padrões internacionais da norma ISO 10.844. A MAN dispõe de frota de cem caminhões e ônibus em testes por todo o país. Para Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America, “o novo campo de provas chega para dar ainda mais eficiência a esse trabalho”.