Estabilidade em vendas de veículos está próxima

As vendas de veículos diminuíram o ritmo de queda e, em abril, a média diária cresceu 7% com relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com dados da Anfavea foram comercializadas 8 mil 716 unidades por dia. Nos dezoito dias úteis do mês as vendas chegaram a 156 mil 900 unidades, queda de 17,1% com relação a março. Na comparação com igual período do ano passado a retração é de 3,7%.

Considerando apenas a média diária, Antonio Megale, presidente da Anfavea, considera que a estabilidade nos licenciamentos está próxima: “Em maio, poderemos ver a virada da curva e voltarmos a crescer. Teremos mais dias de vendas, 22 ao todo, e isso pode contribuir”. Segundo ele, abril foi prejudicado pela quantidade de feriados e pela greve geral no último dia do mês.

“Tivemos 18 dias de vendas como em fevereiro e mesmo assim, nossa média diária foi melhor. Se não tivesse ocorrido esses eventos, os licenciamentos teriam crescido.” No mês passado, os emplacamentos foram de 156,9 mil veículos, queda de 3,7% no comparativo com o abril de 2016. Com relação a março, o declínio foi de 17,1%.

Megale ressaltou que em abril os grandes frotistas foram às compras e responderam por um volume expressivo nos licenciamentos: “Isso não é usual. Esses clientes geralmente compram à vista ou usam linhas de financiamento. Com isso, o volume de veículos financiados continuou em um patamar de 51%. O normal é 60%”.

Segundo ele, a redução da taxa Selic tem contribuído para uma melhoria nos juros praticados pelas instituições financeiras: “Os primeiros sinais estão chegando. Agora esperamos uma maior flexibilidade na concessão de crédito pelos bancos”.

No acumulado do ano, foram vendidas 628 mil 930 veículos ante 644 mil 250 no mesmo período de 2016, o que representou queda de 2,4%.

Exportações batem recorde histórico no quadrimestre

O desempenho de exportações de veículos continua a ajudar a indústria reduzir a ociosidade no setor. De janeiro a abril deste ano foram embarcadas 232 mil 192 unidades, alta de 64,2% com relação ao mesmo período ano passado. Este resultado rendeu à indústria recorde histórico no volume de vendas para outros países. Nesse ritmo, o ritmo no quadrimestre foi o melhor dos últimos dez anos, que apurou média de 148,5 mil. Os dados são da Anfavea.

Em abril, as exportações atingiram 58 mil 753 veículos, aumento de 48,1% no comparativo com a mesma base do ano passado. Os embarques de automóveis e comerciais leves totalizaram 221 mil 687 unidades, aumento de 66,2% com relação ao mesmo período do ano passado. Já as exportações de caminhões avançaram 43,3% com 8 mil 313. Somente o setor de ônibus que reportou recuo de 3,5% no período com volume 2 mil 192.

Em valores as exportações somaram US$ 4 bilhões 605 milhões, alta de 52,6% com relação aos US$ 3 bilhões 18 milhões alcançados no mesmo período do ano passado. É o melhor desempenho desde o quadrimestre de 2013: US$ 4, bilhões.

Do total dos veículos embarcados de janeiro a abril, 68% foi para Argentina, 13% para o México e 6% Chile. Colômbia e Uruguai absorveram 4% cada um. Segundo Antonio Megale, presidente da Anafavea, novos acordos com a Colômbia, que já está em vigor, e com o Peru, que está em fase de ajustes para aprovação, favorecerão ainda mais o desempenho externo. “Hoje pagamos imposto de 7% para embarcar veículos para o Peru e este acordo prevê que não haja mais encargos.”

Ainda de acordo com Megale, com o cenário atual do desempenho das exportações, de cada três veículos fabricados no País um é exportado: “Há muito mais potencial para crescer, contudo, ainda precisamos ganhar competitividade e isto só será possível se resolvermos algumas questões, como a logística”.

Venda de máquinas segue forte em abril

O desempenho de máquinas agrícolas e rodoviárias segue na contramão dos outros segmentos da indústria, apesar de uma pequena derrapada no resultado de abril. As vendas no mês passado, 3 mil 400 unidades, tiveram retração de 7,7% com relação a março. É a primeira vez em 2017 que isso acontece. No entanto, quando comparado com as vendas de abril do ano passado o crescimento é de 14,3%.

Antonio Megale, presidente da Anfavea, disse que: “Apesar da pequena queda este mês a tendência continua positiva”. A avaliação dele está apoiada nas vendas acumuladas de 13 mil 200 unidades, expressivo aumento de 33,1% com relação a janeiro-abril de 2016.

Percebe-se uma recuperação depois de um 2016 desastroso, o pior dos últimos dez anos. Mas o setor ainda não está totalmente confiante de que este é um resultado sustentável. E o argumento reside na média histórica de vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias. Estudo realizado pela Anfavea mostra que na última década foram negociadas, em média, 17 mil 900 unidades nesse segmento. Megale ressaltou que: “É possível retornar aos patamares históricos”.

O mercado voltando às compras ainda por causa da safra recorde mantém as fábricas produzindo em ritmo que justifica o otimismo para este setor. Foram 5 mil máquinas agrícolas e rodoviárias, aumento de produção de 25,1% com relação a abril do ano passado. No entanto, o menor número de dias úteis em função dos feriados de abril reduziu o desempenho produtivo em 9,3% na comparação com março. No acumulado, foram produzidos 18 mil 66 máquinas, alta de 55,5% com relação ao mesmo período do ano passado.

Já as vendas para clientes fora do Brasil também continuam crescendo e contribuindo para menor ociosidade produtiva. De janeiro a abril foram exportadas 3 mil 200 unidades, aumento de 18,8% com relação a igual período do ano passado. Em abril as exportações somaram 950 unidades, resultado expressivo de 32,7% na comparação com mesmo mês de 2016. Porém, mais uma vez atrapalhado pelo menor número de dias úteis, o resultado ficou 8,6% abaixo do registrado em março. De janeiro a março, foram embarcadas 3 mil 206 unidades, aumento de 18,8% no comparativo com o quadrimestre de 2016.

Novo motor da Ford será importado da Índia e China

O Brasil foi escolhido pela Ford como o primeiro mercado do mundo a receber seu novo motor 1.5 litros de três cilindros flex, que será importado da Índia e China e não tem data para ser produzido no País. A primeira remessa já está aqui e vai equipar um modelo nacional que é mantido em sigilo pela fabricante. O que se sabe, no entanto, é que para produzir o motor por aqui, a empresa terá de investir nas suas fábricas de motores, em Camaçari, BA, e Taubaté, SP.

Segundo Enio Gomes, diretor de motores responsável pela região da América do Sul, o motor que vai atender ao mercado brasileiro será produzido em um primeiro momento na China e, depois, na Índia: “É um motor que demanda, além de fatores de mercado para justificar sua produção no Brasil, investimentos em novas ferramentas, que não dispomos ainda”.

Das duas fábricas, a mais nova é a da Bahia, inaugurada em 2010 e que demandou investimento de R$ 400 milhões. Sua capacidade de produção é de 210 mil unidades por ano. Em dezembro de 2016, a empresa alcançou a marca de 200 mil unidades produzidas do motor 1.0l. Em Taubaté, onde são feitos os motores Rocam, Sigma e Zetec, o último aporte foi feito em 2011, quando foram aplicados R$ 500 milhões na expansão da capacidade da fábrica.

O novo motor da Ford é um projeto liderado pela equipe de desenvolvimento da Índia, mas contou também com equipes da Alemanha e do Brasil. O projeto segue a tendência downsizing – motor compacto, baixa cilindrada e potência aumentada por meio de turbo – que ela mesma trouxe ao Brasil em 2014, com o TiVCT 1.0 litros três cilindros que equipam os modelos Fiesta e Ka. Essa versão é fabricada em Camaçari, enquanto que o motor Sigma 1.5l, lançado no País há três anos, é fabricado em Taubaté. Onde o novo motor será produzido também é um segredo.

De acordo com Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford do Brasil, embora o novo motor tenha a mesma cilindrada do seu irmão Sigma, ele não chega ao Brasil para substituí-lo. O executivo diz que ele faz parte de uma estratégia global da empresa baseada na produção de motores mais econômicos tanto em custo operacional quanto em preço final do veículo: “Sem dúvida é uma versão mais barata que tem um nível de emissão baixo, e isso atenderá às exigências de vários mercados do mundo que priorizam esta característica, como é o caso do Brasil”.

Segundo a Ford, esse motor obteve nota A, a maior, em consumo no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, PBEV. Ele oferece, de acordo com a empresa, maior potência específica do mercado – 91,5 cv/litro – entre os modelos naturalmente aspirados. A fabricante informou ainda que ele é 10% mais leve, adotando bloco de alumínio.

Híbridos receberão incentivos do governo via Rota 2030

A nova política industrial para o setor automotivo, que vai substituir o Inovar Auto e é chamada de Rota 2030, está sendo desenhada de forma a garantir incentivos fiscais às empresas que apostarem na produção de motorização elétrica ou híbrida, segundo Marcos Pereira, ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, MDIC. Os benefícios, no entanto, podem não contemplar todos os elos da cadeia automotiva. O ministro classificou como “difícil” uma desoneração para o segmento de autopeças.

O governo vai incluir no Programa, que tem até o dia 31 de maio para ser apresentado ao setor, medidas que beneficiam projetos de veículos eletrificados. O ministro disse, durante evento de lançamento de novo motor da Ford, na sexta-feira, 5, em São Paulo, que os incentivos irão contemplar produção de motores sem distinção de tamanho volumétrico: “A ideia é incentivar a produção de veículos elétricos e híbridos aqui. A redução de impostos, sobretudo o IPI, hoje está baseada na potência do motor, no tipo de combustível que ele utiliza. O foco agora é na eficiência energética, não importa o tamanho volumétrico do motor. Vamos universalizar”.

O segmento de autopeças, que inclusive é descrito na apresentação do Rota 2030 como um dos setores-chave da nova política industrial, não deverá passar pelo mesmo caminho dos incentivos às fabricantes responsáveis pela manufatura de veículos. Para o ministro, o governo desconsidera qualquer tipo de incentivo fiscal às autopeças: “Desoneração hoje em dia é uma palavra difícil. Não é impossível, mas para esta nova política, a grande chance é de que não haja nada neste sentido para o setor de autopeças”.

Marcos Pereira atribuiu aos governos anteriores a queda na competitividade das autopeças, e disse que são necessárias reformas para que o setor atinja os níveis de competição desejáveis no contexto da nova política industrial: “Autopeças se tornaram pouco competitivas ao longo dos anos por causa de uma série de burocracias, de medidas de taxação que foram implementadas, de regras pouco previsíveis adotadas pelos governos anteriores, sobretudo pelo governo dos últimos treze anos, e agora a nossa ideia é modernizar, reformar, facilitar para melhorar o ambiente de negócios”.

Inovar Auto – O ministro Marcos Pereira, do MDIC, explicou que no novo documento gestado em Brasília estarão presentes “as coisas boas” do Inovar Auto, programa de política industrial que se encerra em dezembro deste ano: “A nacionalização é algo que, com certeza, será mantida na nova política. Foi nosso maior ganho nos últimos anos poder trazer ao País tecnologia de ponta”.

Sobre o julgamento pelo qual o País passa junto a Organização Mundial do Comércio, OMC, que considerou o Inovar Auto uma ferramenta protecionista, o ministro acredita que o Brasil não sofrerá sanções da entidade: “O Brasil foi condenado, mas cabe recurso. A expectativa, segundo o Itamaraty, é de que dificilmente haverá uma mudança na apelação e os julgadores deverão manter o País dentro da entidade”.

Anfavea entrega pleito da indústria ao Presidente

Antonio Megale, presidente da Anfavea, disse que no encontro com o presidente Michel Temer, semana passada, os representantes das montadoras entregaram documento do que pode vir a ser a nova política industrial do setor. Segundo ele, a agenda da indústria é abrangente e aborda temas como apoio à cadeia de autopeças, a localização do desenvolvimento de tecnologias, a evolução das relações trabalhistas, eficiência energética, segurança, inspeção veicular, logística e tributação. Todos esses itens com metas de longo prazo e avaliação ao longo do percurso.

Megale ressaltou que a prioridade é a recuperação da base de fornecedores: “As autopeças sofreram muito com a queda do mercado e muitas não têm condições financeiras para suportar a recuperação”.

Uma das propostas que podem trazer competitividade aos fornecedores é o refinanciamento dos débitos das empresas: “O Refiz é importante para as companhias devedoras. Outra ideia é a garantia para empréstimos e isso pode ser feito com os contratos firmados com as montadoras”.

Ele também disse que está em estudo linhas de financiamento para empresas que tenham viés tecnológico: “São propostas viáveis para recuperar a capacidade dos fornecedores e aumentar a competitividade de toda a cadeia”.

Com relação à carga tributária, o dirigente reforçou que a indústria não levou ao Presidente da República qualquer proposta de redução de impostos, mas um pedido de simplificação tributária: “Isso também é uma forma de melhorar a competitividade. Esses ajustes são necessários para o País”.

Megale levantou um argumento importante para sensibilizar o governo: os departamentos responsáveis pelos cálculos de tributação dentro das empresas equivalem a quase a 80% do pessoal que trabalha no desenvolvimento de novos veículos. “Em algumas empresas o número de pessoas na diretoria tributária é dez vezes maior do que na engenharia. Algo que precisa ser feito.”

Vendas de importados rolam ladeira abaixo

As vendas de veículos importados continuam ladeira abaixo: de janeiro a abril foram licenciados 8 mil 128 unidades, queda de 36,1% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Já em abril os emplacamentos somaram 2 mil 44, recuo de 28,4% com relação a abril de 2016. Os dados foram divulgados pela Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores.

José Luiz Gandini, seu presidente, disse que o segmento poderá diminuir a perda no faturamento este ano se o governo liberar as cotas não usadas desde o início da adoção desse sistema em 2012. Com o Inovar Auto cada importadora pode trazer ao Brasil até 4,8 mil veículos sem o pagamento do IPI majorado em 30 pontos porcentuais.

Pelos cálculos da Abeifa e de Gandini a cota não contemplada tem cerca de 15 mil veículos:

“O governo está sensível a isso. Até porque as exportações de veículos têm crescido nos últimos meses. A balança comercial do setor está superavitária. Por isso não há qualquer sentido em frear as importações”.

Na sua avaliação “a recuperação comercial do setor de importados, além de salvar a rede de concessionárias, contribuirá efetivamente com o recolhimento de impostos. A venda de importados está represada há pelo menos cinco anos”.

Participações – Em abril a participação das associadas à Abeifa foi de 1,34% nas vendas totais de automóveis e comerciais leves, 152 mil 383 unidades. No acumulado do ano o market share foi de 1,33%, 8 mil 128 unidades, do total de 612 mil 220.

O total de veículos importados, em abril, somou 17 mil 135 unidades, com as associadas à Abeifa sendo responsáveis por 11,93%. O acumulado janeiro-abril mostra 68 mil 90 veículos importados – 11,94% por empresas associadas à entidade.

As associadas à Abeifa BMW, Chery, Land Rover e Suzuki produziram localmente, de janeiro a abril, 4 mil 184 unidades, aumento de 54,6% no comparativo com o mesmo período de 2016. Em abril foram fabricadas 1 mil 128 veículos, alta de 34,1% com relação a abril do ano passado.

Indústria requer adequar-se às demandas dos consumidores

O presidente da Volvo Cars, Håkan Samuelsson, disse que a empresa está mudando seu modelo de negócios para atender às demandas da sustentabilidade e que a indústria automobilística deve fazer o mesmo. Durante reunião patrocinada pela ONU, Organização das Nações Unidas, em Gotemburgo, Suécia, o executivo destacou os projetos da companhia em carros elétricos.

Samuelsson foi o anfitrião da ONU Global Compact Nordic Network, encontro que reúne empresas e especialistas para discutir desenvolvimento sustentável. Ele afirmou que as expectativas e demandas dos clientes estão mudando e que a indústria terá que mudar com eles. Sustentabilidade não é mais um simples exercício, mas um fator que pode definir negócios:

“Nossos clientes querem carros mais seguros, mais sustentáveis e convenientes. Podemos atender a essa demanda, ser uma força para a mudança e fazer nosso negócio ao mesmo tempo. Estou confiante de que nossa próxima geração de veículos, totalmente autônomos, eletrificados e conectados, ajudará a tornar as cidades do futuro mais limpas, seguras e inteligentes”.

Nos últimos anos, segundo o executivo, a empresa tem baseado sua estratégia corporativa no desenvolvimento de tecnologias focadas na sustentabilidade. Atualmente possui seis modelos de carros híbridos e pretende lançar mais um modelo eletrificado: “Reconhecemos as limitações do motor a combustão interna e o apetite pela mudança na sociedade. É por isso que temos um objetivo tão ambicioso quando se trata de eletrificação”.

Samuelsson apresentou o plano da Volvo para o mercado. Segundo ele a empresa deve entregar 1 milhão de carros eletrificados até 2025, e pretende usar energia limpa em todas as operações no mesmo ano. De 2004 a 2016 a fabricante reduziu em 70% as emissões de CO2 nas fábricas europeias.

Goldfajn vende, no Japão, a ideia de que queda da Selic promoverá confiança

Ilan Goldfajn, presidente do BC, Banco Central, disse na segunda-feira, em Tóquio, Japão, que a redução da taxa básica de juros, a Selic, contribuirá para a retomada do crescimento da economia brasileira. Ele participou da reunião bimestral de presidentes de bancos centrais do BIS, Banco de Compensações Internacionais, BIS, e de encontros com investidores institucionais.

Para ele várias reformas e ajustes aumentarão a confiança e reduzirão a percepção de risco associada à economia brasileira. Citou as reformas da previdência, a trabalhista e a da educação e a lei do teto dos gastos públicos. O presidente do BC lembrou que a Selic caiu de 14,25% ao ano, em outubro de 2016, para 11,25% ao ano na última reunião do Copom, Comitê de Política Monetária, em abril.

Goldfajn reforçou que o ritmo de cortes na Selic depende da evolução da atividade econômica, de fatores de risco e das expectativas para a inflação.

Focus – O mercado financeiro reduziu, pela nona vez seguida, a projeção para o IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, este ano. Agora a estimativa passou de 4,03% para 4,01%, de acordo com o boletim Focus, uma publicação elaborada semanalmente pelo BC.

A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta, que é 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018 a estimativa subiu de 4,30% para 4,39%.

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia este ano foi ajustada de 0,46% para 0,47%. Para 2018 a expectativa é a de que o PIB cresça 2,5% – a mesma projeção há sete semanas consecutivas

Receita da Marcopolo cresce com operações no Exterior

A Marcopolo faturou R$ 554,6 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 29,5% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados na segunda-feira, 8, e sua análise mostra que o que sustentou o bom desempenho da empresa foram as operações no Exterior e as exportações.

A receita obtida no Exterior foi de R$ 201 milhões, alta de 46,3%, e o faturamento com as vendas externas chegou a R$ 203,8 milhões, aumento de 107,1%. Já a operação no Brasil caiu 22,2% no período, passando de R$ 192,5 milhões para R$ 149,8 milhões.

Segundo a companhia o crescimento da receita líquida é reflexo do maior faturamento nas exportações e do crescimento de 246,5% em volumes faturados pela controlada Polomex, no México. A receita líquida também foi positiva em R$ 84,9 milhões pela consolidação da operação da Neobus.

De acordo com José Antônio Valiati, diretor de relações com investidores, controladoria e finanças, “o desempenho da Neobus só passou a ser incluído no balanço no segundo semestre de 2016. Mesmo assim sem a consolidação a receita líquida da Marcopolo foi maior 9,7%”.

No primeiro trimestre a companhia lucrou R$ 3,2 milhões, recuo de 63,6% no comparativo com o mesmo período do ano passado. A geração de caixa medida pelo Ebitda também caiu 66,7%, chegando a R$ 500 mil. De acordo com dados do balanço da Marcopolo de janeiro a março foram investidos R$ 9,3 milhões, valor bem inferior aos R$ 36,5 milhões aportados no primeiro trimestre de 2016.

A produção consolidada da Marcopolo foi de 2 mil 10 unidades no primeiro trimestre. No Brasil a produção atingiu 1 mil 394 unidades, 29,4% superior à do mesmo período do ano passado, enquanto que no Exterior a produção foi de 616 ônibus, 113,9 % superior às unidades produzidas no mesmo período do ano anterior.