ZF firma joint venture para produção de autônomo

A ZF firmou joint venture com e.GO Mobile por meio da sua subsidiária Zukunft Ventures para entrar no segmento de veículos autônomos. A meta da nova empresa, batizada de e.GO Moove e sediada em Aachen, Alemanha, consiste em desenvolver, produzir e vender veículos de transporte autônomos. O primeiro protótipo foi apresentado recentemente no campus da RWTH Aachen University.

Stefan Sommer, CEO da ZF, disse que a joint venture colocará a companhia mais perto do objetivo de ser um player importante nesta tecnologia: “Os veículos autônomos e conectados desempenharão um papel significativo em áreas urbanas e metropolitanas”.

A ZF é um dos principais fornecedores automotivos de sistemas eletrificados e dispõe em seu portfólio tecnologias para chassis e transmissão para esse tipo de veículo. Günther Schuh, fundador e CEO da e.Go Mobile disse que com a joint venture a produção de autônomos pode dar um passo à frente: “Veículos de transporte acionados eletricamente devem ser desenvolvidos de forma a ser altamente interativos e, ao mesmo tempo, produzidos a um baixo custo”.

A e.Go Mobile já instalou uma infraestrutura dentro do conceito de Indústria 4.0 no campus da universidade de Aachen. Lá a nova companhia poderá fabricar veículos aptos à homologação, e desenvolvê-los para uma produção em larga escala.

Geely, que controla Volvo Cars, compra Lotus

A fabricante Geely, que controla a divisão de carros da Volvo, anunciou na quarta-feira, 24, a compra de 51% da Lotus. O negócio foi fechado com a Proton, que detinha o controle da companhia. Os 49% restantes foram vendidos para a Etika Automotive. A Geely também adquiriu 49% da Proton, desviando outros interessados, como o Grupo PSA Peugeot Citroën, a Renault e a Suzuki. As informações são do site Automotive News.

A Proton faz parte do conglomerado DRB-Hicom, a maior fabricante de veículos da Malásia, controlada pelo magnata Syed Mokhtar Al-Bukhary. A companhia foi criada em 1983 pelo antigo primeiro-ministro Mahathir Mohamad para integrar o plano de industrialização daquele país e, por isso, é vista como uma bandeira do crescimento econômico na Malásia.

Por detrás da compra da Lotus o plano da Geely, segundo o site Automotive News, é ter em seu portfólio marca de esportivos de luxo como acontece em outras companhias como Volkswagen, que tem Porsche, Lamborghini e Bugatti. Outro fator que pode ter motivado a compra é a conhecida tecnologia de chassi leve, que poderia ajudar a Geely a cumprir as rigorosas regras de economia de combustível que estão sendo estabelecidas em diversos mercados em todo mundo.

Com duas fábricas na Malásia, em Shah Alam e em Tanjung Malim, a Proton opera capacidade combinada de 350 mil veículos por ano. A empresa fez tentativa de venda em 2007 – mas fracassou diante da recusa do governo malaio em permitir compradores estrangeiros no seu controle.

Segurança – No Brasil a Volvo prepara o lançamento da versão mais atual do modelo XC 60, que deve chegar ao mercado no segundo semestre com tecnologias novas em segurança.

Serão três novos recursos, segundo a empresa: assistência automática em manobras, sistema City Safety atualizado com suporte à direção e o sistema anticolisão chamado de mitigação de pista oposta.

Argentina legaliza produção de ônibus elétricos

Depois de ter reduzido a burocracia para a importação de carros elétricos e híbridos o governo argentino deu outro passo para abrir o mercado de transporte para energias limpas. Segundo o Flash de Motor, da Venezuela, a CTS Auto, subsidiária da BYD, recebeu autorização para operar uma fábrica para a produção de ônibus elétricos.

Isaac Attie, porta-voz da CTS, disse que a companhia projeta investimento de US$ 100 milhões na primeira fase do projeto, valor que poderá crescer dependendo do mercado. O executivo, no entanto, não informou onde será estabelecida a fábrica. Pelo decreto divulgado pelo governo a empresa deverá iniciar as obras “em até 180 dias” e a produção de ônibus deverá começar em 2019.

A CTS Auto está na Argentina desde 2011 e Attie afirmou que seu presidente participou de encontros com autoridades do governo argentino para tornar viáveis políticas de mobilidade por meio do Ministério da Indústria e do Transporte. No ano passado o governo abriu licitação para a compra de quatrocentos ônibus elétricos, mas o processo foi cancelado: “Durante esses anos nos encarregamos de ações de promoção da empresa esperando para iniciar a produção. E homologamos o primeiro ônibus urbano elétrico do país”.

A partir de agora, segundo ele, a ideia é fabricar esses ônibus com a maior integração de peças locais possível apesar de reconhecer que grande parte dos componentes deverá ser importado, como as baterias e motores elétricos. Disse, também, que a BYD venderá sua produção a operadores privados de transportes, que servem prefeituras, governos estaduais e o federal. A produção, no futuro, tende a crescer – mas tudo dependerá do comportamento do mercado.

Pela autorização do governo a empresa poderá comercializar os ônibus no mercado interno e também em outros países. A BYD tem presença em catorze países na América Latina e dispõe, em seu portfólio, de veículos elétricos, híbridos e a combustão. Sua origem é a China e tem investidores estrangeiros, como Warren Buffet.

O anúncio da produção na Argentina se dá em um momento em que o presidente se encontra em missão oficial pela China e Japão em busca de novos investimentos e linhas de financiamentos. Attie confirmou que “o governo tem feito muitas ações na busca por novos aportes para a indústria. Isso gerou um clima mais favorável ao investimento”.

CTS Auto é a terceira empresa que consegue autorização para abertura de fábrica no país desde o atual governo assumiu, depois de Ralitor e Zanella.

Ford deve cortar 20 mil empregos

A Ford deverá cortar 10% de sua folha de pagamentos como parte de plano que prevê a retomada de seu valor de mercado, por meio de redução de custos de US$ 3 bilhões e do aumento de rentabilidade em sua operação global. Se confirmada, a medida atingirá 20 mil funcionários e deve acontecer até outubro. As informações são do The Wall Street Journal.

A Ford tem 200 mil funcionários no mundo inteiro, metade dos quais trabalhando na América do Norte.

Os cortes podem começar esta semana, disseram fontes ao jornal, sem indicar em quais fábricas e países aconteceriam. Já a agência Reuters informou que as demissões serão realizadas em unidades da América do Norte e da Ásia.

Assim que o assunto veio à tona na terça-feira, 16, a companhia emitiu comunicado no qual não aclara se, de fato, os cortes serão feitos. No documento a empresa afirma que seus esforços estão focados em oportunidades emergentes e que não comenta especulações: “Continuamos focados nas três prioridades estratégicas que incluem o fortalecimento dos pilares de lucro no nosso segmento, a transformação das áreas que tradicionalmente têm desempenho operacional menor e o investimento agressivo, mas com prudência, nas oportunidades emergentes”.

Segundo o Wall Street Journal profundos cortes de empregos nos Estados Unidos poderiam desencadear reação política, pois o presidente repetidamente disse que fabricantes de automóveis, como a Ford, são exemplos de empresas que criam postos de trabalho. Em abril Donald Trump pressionou a empresa a voltar atrás na decisão de produzir no México e de investir em fábricas no país. A Ford comprometeu-se a cancelar a construção de uma nova fábrica. Com o dinheiro economizado no México a empresa criará setecentos empregos em Michigan.

Além da pressão política há a pressão interna. Na semana passada Mark Fields, o seu presidente, foi questionado por integrantes da diretoria e por investidores sobre o fraco desempenho de ações da empresa em uma era de lucratividade recorde. A Ford lançou uma série de novos investimentos em tecnologia em sua gestão, incluindo um programa de US$ 4,5 bilhões em veículos elétricos e um projeto agressivo de automóveis autônomos.

Fields trabalhou para aliviar as tensões políticas mas não conseguiu, por outro lado, responder às preocupações dos investidores sobre a capacidade da Ford de enfrentar uma recessão ou encontrar novas fontes de receita. A fabricante registrou lucros substanciais nos últimos anos, incluindo a entrega de dois anos consecutivos de lucro recorde, mas seu valor de mercado afundou abaixo da fabricante de carros elétricos Tesla no início deste ano.

A Ford vem ampliando constantemente sua força de trabalho assalariada e sindicalizada desde a crise financeira de 2008. Embora muitos funcionários tenham sido contratados para a empresa atender à demanda externa, Fields também promoveu contratações para apoiar novos empreendimentos da empresa na área de tecnologia. Estes novos projetos incluem a unidade Ford Smart Mobility, no Vale do Silício, Califórnia, onde vários gigantes da tecnologia desenvolvem carros para compartilhamento e veículos autônomos.

Quase 60 mil vagas abertas em abril?

O País pode ter registrado a abertura de quase 60 mil vagas de emprego formal em abril a se dar crédito a dados divulgados na terça-feira, 16, pelo Ministério do Trabalho e Emprego e coletados em pesquisa pelo Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
Seria o primeiro resultado positivo para o mês de abril nos últimos três anos. Segundo dados do Caged em abril do ano passado, o mercado de trabalho formal tinha registrado a perda de 62 mil 844 postos de trabalho – para este ano o saldo de contratações divulgado foi 59 mil 856.

De acordo com a pesquisa o setor de serviços teria registrado melhor resultado em abril, com um saldo de 24 mil 712 contratações, seguido pela agropecuária, 14 mil 648, indústria de transformação, 13 mil 689, e comércio, 5 mil 327.

Três das cinco regiões brasileiras teriam registrado melhora no nível de emprego formal durante abril: Norte e Nordeste não acompanharam a tendência de retomada das contratações, apresentando resultados negativos.

No Sudeste o saldo positivo de postos de trabalho teria chegado a 46 mil 39. Já as regiões Centro-Oeste e Sul teriam contabilizado, respectivamente, 10 mil 538 e 5 mil 537 contratações acima do total de desligamentos. Nas regiões Norte e Nordeste as demissões teriam superado as contratações. Na primeira o número total de desligamentos, 43 mil 950, teria superado em 1 mil 139 o número de admissões, e no Nordeste as demissões, 147 mil 170, teriam superado em 1 mil 119 vagas o total de contratações.

Autopeças: melhora o nível de atividade.

O aumento da produção de veículos nos primeiros meses do ano tem sido um alívio para as empresas produtoras de autopeças: de acordo com dados da pesquisa conjuntural do Sindipeças em março utilizaram 62% da sua capacidade instalada. Esse índice não era alcançado desde setembro de 2015. Em março do ano passado o nível de atividade chegou a 54%, oito pontos porcentuais a menos.

Segundo a entidade o que acelerou as máquinas foi justamente as encomendas das fabricantes de veículos instaladas aqui. Em março as montadoras produziram 234,7 mil unidades, alta de 5,5% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a março a produção acumulada de veículos chegou a 609 mil 84 unidades, aumento de 24% com relação ao mesmo período do ano passado.

O bom desempenho em março elevou o faturamento das empresas em 18,03% frente ao resultado do mesmo período do ano passado. As vendas para as montadoras puxaram a alta na receita, com aumento de 39,29% no período. As encomendas das montadoras representaram 63,5% do faturamento de março.

As exportações trouxeram forte recuperação em março, chegando a 15,9% do faturamento do mês. Segundo o Sindipeças o crescimento das vendas ao Exterior pode ser atribuído à maior estabilidade do câmbio, que operou nos últimos quatro meses a uma taxa média de R$ 3,13 a R$ 3,19 com relação ao dólar. A normalização das relações com a Argentina, principal destino das vendas do setor, também contribuiu para a melhora.

No acumulado do primeiro trimestre as vendas para montadoras cresceram 35,45%, o que não ocorria há dois anos. Em 2015 e 2016, em comparação a igual trimestre do ano anterior, o faturamento para as montadoras encolheu 22,36% e 23,62%, respectivamente.

Para o ano o Sindipeças estima que o faturamento chegue a R$ 64,8 bilhões, o que representa elevação de 2,7% no comparativo com a receita de 2016, R$ 63,1 bilhões. De acordo com comunicado da entidade para um faturamento desse nível é necessário que as fábricas operem com 68% da capacidade instalada: “Com a utilização de março é possível atingir esse patamar. Mas ainda não é um nível confortável. O ideal é trabalharmos com ociosidade menor do que 30%”.

Temporada de caça aberta ao Range Rover Velar

O presidente Frédéric Drouin considerou-o o premium nec plus ultra da companhia nesses tempos contemporâneos, juntando no mesmo ser – o SUV Range Rover Velar – tecnologia e design. Poderia ser um lugar comum mas o bicho é bonitão e esconde lá os seus segredos, disponíveis para estróinas com R$ 383,1 mil a R$ 513,9 mil disponíveis para esbanjar – ou para garantir seus sonhos e pecados.

Já foi visto em Genebra, Suíça, e em Nova York, arrancando ais da torcida. E será lançado no mercado global até julho.

No fim da manhã da terça-feira, 16, em São Paulo, a Jaguar Land Rover escolheu o restaurante MIS, acoplado ao Museu da Imagem e do Som, para reunir a imprensa especializada e informar que o Velar certamente estará disponível nas suas concessionárias brasileiras a partir da terça-feira, 31 de outubro. Mas que os interessados já podem efetuar suas reservas e montar seu novo SUV no site da companhia, www.landrover.com.br, de acordo com suas escolhas e configurações: chegará em seis meses, pouco mais, pouco menos, exatamente ao gosto do freguês.

Ou seja: como lembrou o presidente Drouin o modelo Velar é totalmente configurável, com o preço de uma versão padrão sendo inflado de acordo com as escolhas do cliente: acabamentos internos e externos, pacotes de tecnologia e de conforto, aros das rodas, teto solar – tudo isso para “estabelecer novos níveis de refinamento, elegância e tecnologia”, como garante o texto do comunicado distribuído à imprensa.

Em outras palavras: “É a reunião do design arrojado com a tecnologia mais o novo sistema de entretenimento Jaguar Land Rover”.

Faz sentido anunciar os preços quase seis meses antes do lançamento oficial? Drouin, sempre otimista, exemplificou com a temporada de relativa estabilidade econômica que o País vive: “Realmente não vemos que corremos grandes riscos cambiais”.

Ele também não percebe grandes riscos que a chegada do Velar pode trazer à guisa de vendas canibalizadas: ele acredita que esse processo pode, sim, vir a acontecer em alguns casos, “mas sempre em família, envolvendo sempre veículos Land Rover”.

E o que é este Velar? Faz parte da família Range Rover, que por enquanto oferece os modelos Evoque, Sport e Range Rover. Para o Brasil estarão disponíveis quatro versões, basicamente encrustradas, do ponto de vista mercadológico, nas faixas de preço que separam o Evoque do Sport: R-Dynamic S, SE e HSE mais vinte unidades da série First Edition. A esse rápido festival de letrinhas correspondem, respectivamente, os preços de R$ 383,1 mil, R$ 405,4 mil, R$ 445,5 mil e R$ 513,9 mil, “para revolucionar o segmento de SUVs médios”, como diz o texto do comunicado.

Essas versões serão dotadas, sempre, do mesmo motor 3.0 Supercharged, de 380 cv, movidos à gasolina e de transmissão ZF de oito velocidades. Duas outras versões do Velar, a 2.0 Ingenium à gasolina, de 250 cv, e a Ingenium diesel, de 180 cv, estarão disponíveis para reserva e compra a partir daquele 31 de outubro: R$ 291 mil e R$ 311 mil.

Gabriel Patini, diretor de marketing de produto, contou que o modelo Velar divide plataforma com o Jaguar F-Pace, conhecida internamente como D7A. Evoque e Discovery utilizam a plataforma D8 e Ranger Rover, Sport e o futuro Discovery a D7U.

O Range Rover Velar é produzido na Inglaterra, na fábrica de Solihull, na região de Birmingham.

Plataforma AutoAvaliar começa sua carreira internacional

Após formar uma carteira com 1,7 mil concessionários no País a AutoAvaliar, que desenvolveu plataforma de avaliação de veículos para vendas pela internet, deu início ao seu processo de internacionalização. Até dezembro o plano é conquistar 160 revendas em Portugal, ou 20% do mercado.

A empresa acredita que as semelhanças dos mercados de veículos seminovos nos dois países tornará viável o cumprimento da meta. Daniel Nino, diretor da AutoAvaliar, disse que nesses mercados o processo de venda é longo, “pode chegar até a um mês e meio, mas com a plataforma esse tempo pode ser reduzido para três semanas”.

Nino contou que o mercado português de seminovos é controlado por empresas de leilão – diferente do Brasil, onde existe rede de seminovos estruturada. Dessa forma o processo de venda, segundo ele, demanda ferramentas de precificação mais precisas por causa do modelo de leilão adotado: “Carro usado, em Portugal, é vendido em leilões. Existem muitas empresas que operam este tipo de negócio que demonstraram interesse em acelerar um processo que hoje é lento”.

O executivo explicou que Portugal, apesar de ser um mercado considerado pequeno com relação ao brasileiro, representa uma porta de entrada para a empresa na Europa: “São 200 mil veículos produzidos por ano, é comparável a produção média mensal do Brasil atualmente. São oitocentas concessionárias no país todo, mas a oportunidade de costurar negócios, sobretudo com a Espanha, é real e pode nos inserir no contexto europeu”.

O produto da empresa que será vendido no mercado de Portugal é o AutoAction, que faz avaliação e comercialização online de automóveis. A nova plataforma entrará em operação na semana que vem, em projeto piloto, no Grupo Santogal, uma das maiores empresas multimarcas de Portugal. Incialmente o sistema será utilizado pelas concessionárias na forma de aplicativo de avaliação e cotação. Num segundo momento integrará, também, um canal de vendas de veículos seminovos para repasse via leilão online.

No Brasil a empresa fatura uma média mensal de R$ 2 milhões e a previsão é ter, logo nos primeiros doze meses de operação em Portugal, participação de aproximadamente 10% no segmento de seminovos. No primeiro trimestre a empresa registrou no Brasil cerca de 15 mil carros vendidos pela internet, o que representa uma média de 1automóvel comercializado a cada 7 minutos.

Banco Paccar perto de sair do papel

A DAF, que vende seus caminhões aqui desde 2010, mantém os seus planos para o Brasil: abrirá um banco em 2019 – e o processo já está avançado junto ao BC, Banco Central. A empresa prepara plano de negócios que deverá ser entregue em trinta dias à instituição. Essa é a última etapa antes da abertura definitiva do Banco Paccar.

João Petry, diretor de serviços financeiros da DAF Caminhões Brasil, afirmou que até dezembro o BC deverá dar o parecer para abertura do negócio, “e a partir daí poderemos estruturar o banco para iniciar a operação em janeiro de 2019. Nesse período o BeCê fará, também, sua auditoria para avaliar se estamos cumprindo o plano de negócios. Estamos trabalhando nesse projeto há dois anos”.

Para a abertura do banco a DAF desembolsará R$ 100 milhões. O valor será gasto na contratação de mão de obra e em sistemas e para formar o seu capital de giro. O executivo contou que o BC exigiu um plano de negócios para cinco anos de operação: “O banco deve começar a operar com cerca de vinte funcionários em Ponta Grossa, no Paraná, onde está localizada a fábrica da DAF. Em cinco anos deveremos ter cinquenta empregados”.

O banco é uma das etapas traçadas pela Paccar, dona da marca DAF, para o Brasil. Petry ressaltou que com a sua abertura a empresa poderá aumentar as vendas no País: “Com a queda do mercado as negociações estão mais difíceis com os bancos de varejo. E quem tem um banco consegue bancar algumas taxas que as outras instituições não bancam. É mais uma ferramenta para o Brasil”.

Segundo o direto 60% dos financiamentos no segmento de caminhões pesados são realizados por bancos de montadoras, e o restante por bancos de varejo. Em 2011 e 2012 essa relação foi inversa: “Diante do aperto do crédito criamos uma área dentro da DAF para auxiliar o cliente na verificação dos documentos para o financiamento. Isso nos ajudou a diminuir o índice de rejeição. Hoje a possibilidade de recusa do crédito é menor nos bancos com os quais trabalhamos”.

Petry disse que, anos atrás, 50% dos pedidos de financiamento eram rejeitados, índice que hoje não ultrapassa os 30%. A DAF tem parcerias com os bancos Alfa, Bradesco e Itaú.

O executivo disse que 70% das suas vendas aqui são financiadas, 30% são pagas à vista e outros 10% por consórcio: “Como dependemos muito do financiamento temos sofrido com a falta de um banco próprio, pois é um trabalho extra encontrar instituição que ofereça taxas melhores para nossos clientes. Com o banco em operação teremos mais controle de todo o negócio”.

Petry observou que os diferenciais do Banco Paccar serão o relacionamento mais próximo com o cliente, investimentos em sistemas para garantir a maior agilidade no processo de aprovação de crédito e profissionais especializados no segmento de caminhões. Ele disse ainda que, com a operação do banco, as vendas financiadas da DAF no País devem aumentar em 10% já no primeiro ano: “De 15% a 20% dos caminhões DAF vendidos serão financiados por meio do banco. No quinto ano de operação a expectativa é a de que esse porcentual chegue a 30%, 40%”.

Hoje a DAF comercializa no País oitenta caminhões por mês. A expectativa da companhia é a de que sejam vendidas este ano 1,5 mil unidades: “Em 2019, com o banco em operação, devemos licenciar 3,5 mil caminhões para um mercado de 60 mil unidades”.

O Banco Paccar, no Brasil, trabalhará com CDC, Finame, leasing e financiamentos dos estoques da rede. No mundo a instituição existe desde 1960.

Mercedes-Benz cresce 150% na reposição

A Alliance Truck Parts, subsidiária da Daimler que atua no Brasil na área de reposição de peças para caminhões, ônibus e comerciais leves, registrou seu melhor quadrimestre histórico de vendas desde que abriu as portas, em 2014. Foram vendidas 23,6 mil unidades de janeiro a abril, alta de 150% com relação ao mesmo período do ano passado. Há quatro anos o volume não excedeu 3,5 mil peças.

O aumento das vendas se deu por causa do momento favorável à reposição no mercado doméstico. Maior fabricante de pesados do País a Mercedes-Benz – que também é controlada pela Daimler – foi a primeira a apostar na estratégia de investir em um modelo de negócio para o aftermarket. A concorrente MAN Latin America, em abril deste ano, lançou a linha Economy com o mesmo objetivo.

Para Mauro Santos, gerente do departamento de peças, a opção por criar uma gama de peças para a reposição que atendesse outras fabricantes além da Mercedes-Benz foi determinante para o desempenho do quadrimestre:

“O momento indica crescimento no segmento de reposição e nosso diferencial foi ter criado uma linha que abrange os veículos de outras fabricantes. Outro fator é a capilaridade da rede. Começamos com 34 concessionárias e hoje toda a rede tem nossas peças, e isso ajudou a massificar a linha”.

A MAN, com a sua linha Economy, atende apenas aos seus próprios veículos.

A Alliance constitui a terceira gama de peças da Mercedes-Benz, com 345 itens em catálogo. Depois dela existe a linha de originais e a de componentes remanufaturados, esta também destinada ao aftermarket. Santos disse que são 12 mil os clientes que a empresa tem em sua carteira por causa da família de peças mais baratas: “É um portfólio criado para disputar mercado em preço com os componentes produzidos no mercado paralelo. Além do preço temos como atrativo os seis meses de garantia”.

As peças da linha de reposição da Alliance são produzidas por fornecedores nacionais e armazenadas no centro de distribuição e logística da Mercedes-Benz, em Campinas, SP, onde também funcionam os escritórios pós-venda da empresa e a assistência técnica. Há um departamento integrado por vinte pessoas que trabalha na identificação das peças mais vendidas no mercado de pesados.

Nessa unidade está localizada, também, a linha de produção de peças remanufaturadas, como motores, câmbios e embreagens. A linha para reposição é composta por tambores, lonas, discos e pastilhas de freio, filtros de ar e de combustível e bombas d’água. A linha de acessórios possui defletores aerodinâmicos, rodas de alumínio com design exclusivo, tampas de estribo, geladeiras portáteis e de gavetas, TVs e estrelas iluminadas.