Agências de risco avaliam cenário político desafiador

As alegações envolvendo o presidente Michel Temer podem prejudicar a perspectiva de crédito do Brasil. Duas das maiores agências de classificação de risco, Moody´s e a Fitch, avaliaram que os escândalos políticos ameaçam a recuperação da economia do País.

Segundo relatório da Moody´s as reformas, propostas pelo Governo, “que são críticas para a melhora da força fiscal do país, provavelmente serão interrompidas.” Tramitam no Congresso propostas para reformas da Previdência e Trabalhista.

A Moddy´s ressaltou que ainda é muito cedo para avaliar os desdobramentos das revelações. No entanto, a visão sobre o que pode ameaçar a perspectiva estável do rating Ba2 continua sendo a mesma quando revisou de negativa para estável a nota do Brasil, em março de 2017:

“Um ressurgimento da desarticulação política e, ainda, a interrupção do momento favorável às reformas que ameace a implementação das reformas fiscais e o cumprimento do teto dos gastos públicos, especialmente atrasos na aprovação da reforma da previdência, exercerão pressão negativa sobre os ratings”.

Já a Fitch reafirmou os ratings de longo prazo do Brasil em BB, em moedas estrangeira e local. A perspectiva dos ratings é negativa. Segundo a Fitch a classificação de risco do País é “limitado pela fraqueza estrutural de suas finanças públicas e pelos episódios repetidos de instabilidade política”, que têm consequências negativas para a economia.

A agência ainda afirmou que a perspectiva negativa reflete as incertezas sobre a recuperação econômica do País, que ainda pode ser rebaixado se não houver freio da dívida pública.

Toyota aumentará produção na Argentina

A Toyota está expandindo a produção da picape Hilux e do SUV SW4, na unidade de Zárate, Argentina. A expansão de 30% da capacidade, segundo a empresa, representa incremento de 34 mil unidades a mais por ano. A expansão da capacidade se dará até dezembro de 2017. O aumento trará 300 novos empregos naquela unidade. Com a ampliação da produção, a marca também planeja elevar o volume das exportações em 50%, sendo 70% direcionado para 21 países na região da América Latina e Caribe.

A fábrica da Toyota em Zárate produz, atualmente, cerca de 97 mil veículos por ano, sendo 77 mil Hilux e 20 mil SW4. Com a expansão na linha de produção dos modelos, a capacidade deve chegar a algo como 131 mil unidades/ano, em dois turnos de trabalho. A fábrica ainda tem o potencial para atingir 140 mil unidades/ano, em sua capacidade plena. Hoje, a Toyota emprega cerca de 5 mil pessoas em Zárate.

Steve St.Angelo, CEO da Toyota para América Latina e Caribe e Chairman da Toyota do Brasil e Argentina disse que a expansão só foi possível pela mudança na lei argentina que prioriza a produção no país: “Esta é uma ótima notícia e representa outro passo fundamental no posicionamento da Toyota na Argentina e na região da América Latina como base de exportação dos modelos Hilux e SW4”.

O anúncio foi feito durante encontro no Japão do presidente argentino, Mauricio Macri, e o Chairman da Toyota Motor Corporation, Takeshi Uchiyamada. A companhia não informou quanto será gasto na expansão, mas assegurou que o aporte realizado para esta nova etapa é o mais recente de uma série de investimentos feitos pela marca na região e que totaliza mais de R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos.

Em 2002, a Toyota iniciou o plano para expandir sua operação na Argentina, quando a empresa anunciou investimentos a fim de tornar a fábrica de Zárate referência em produção e exportação de comerciais leves. A estratégia foi consolidada em 2005, com o lançamento do projeto que deu origem à produção local da picape Hilux e da SW4. Desde 1997, a fabricante produziu mais de um milhão de unidades.

Scania quer conectar seis mil veículos até o final de 2017

Dos 4 mil 626 caminhões e ônibus que a Scania licenciou desde maio do ano passado, duas mil unidades estão hoje conectadas ao serviço de telemetria da empresa. Está em curso estratégia que envolve a rede de concessionários e o departamento de serviços conectados que tem como meta oferecer esse serviço até o final do ano seis mil veículos.

O resultado no Brasil pode parecer tímido comparado ao volume de veículos Scania conectados na Europa, que até abril chegou a 250 mil unidades. No entanto, a fabricante classifica como relevante levando em consideração que o serviço de telemetria passou a ser oferecido ao mercado brasileiro a partir de janeiro deste ano. Alex Barucco, responsável pela área de serviços conectados, disse que o aumento da adoção da telemetria no Brasil ocorreu mais rápido porque a Scania decidiu tornar o serviço um item de série a partir de maio do ano passado: “O caminhão saindo de fábrica com o módulo de comunicação instalado, como item de série, tornou mais fácil a aceitação do mercado sobre esta tecnologia que ainda é nova no Brasil. Desta forma, o investimento é apenas no serviço e não no equipamento, e isso atrai o cliente. O potencial que esta solução possui é de 50 mil veículos em circulação no Brasil”.

O módulo que equipa os caminhões e ônibus da Scania não é produzido na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, embora o desenvolvimento tenha sido feito internamente. Por meio de um chip da Vivo, similar aos utilizados em smartphones, o módulo consegue enviar aos clientes dados relacionados ao desempenho do veículo. O cliente acessa as informações em uma plataforma online da Scania mediante assinatura de um pacote de serviço que possui duas versões. A Vivo entrou como parceira na oferta pelo fato da Scania possuir um contrato global com a Telefónica, empresa que controla a operadora de telecom. O preço médio é de R$ 160.

A maior parte dos veículos conectados pela empresa, segundo Barucco, é composta por caminhões. Apenas 60 unidades de ônibus rodoviários possuem o módulo de telemetria ativado. O executivo disse que a empresa intensificou seus esforços no Brasil e nas demais operações, no segmento de serviços, que envolve além da telemetria, gestão de frotas e tacógrafos. Ainda que o seu maior negócio seja o de veículos comerciais. No quadrimestre, a fabricante licenciou 1 mil 408 caminhões, alta de 11,4%.

Segundo dados do balanço global da empresa de 2016, o setor de serviços representou 20% do faturamento, ficando atrás apenas do negócio de caminhões, que tem uma fatia 60%. Em 2015, serviços também representou 20% da receita.

Dívidas. Na Argentina montadoras acumulam US$ 600 milhões.

A flexibilização nos controles de cumprimento do acordo automotivo com o Brasil, e a valorização cambial, fizeram com que as fabricantes de veículos instaladas na Argentina acumulassem dívida de US$ 600 milhões com o Estado, por superar o limite das importações que são livres de imposto. Foi o que constatou o informe Observatório de Políticas Públicas da Universidade Nacional de Avellaneda, Undav, segundo a revista América Economia.

De acordo com o estudo as mudanças normativas inseridas há ano e meio no regime comercial e na flexibilização dos impostos internos dos veículos de maior valor agregado, influenciaram negativamente o desempenho do setor produtivo local. O coeficiente de intercâmbio flex, fórmula acordada com o Brasil e que tem vigência de quatro anos, estabelece que por 1 dólar que a Argentina exporta ao mercado brasileiro em veículos e autopeças pode importar US$ 1,50 livre de imposto.

O estudo considerou que “o incremento das vendas de veículos aconteceu, em maior medida, sobre as unidades do segmento de maior valor agregado e, por sua vez, ganharam prevalência as unidades importadas do Brasil em detrimento daquelas produzidas localmente”.

As exportações do setor automotivo argentino no primeiro quadrimestre do ano alcançaram US$ 1 bilhão 559 milhões, e as importações chegaram a US$ 3 bilhões 389 milhões. Essa corrente de comércio resultou em déficit comercial de US$ 1 bilhão 830 milhões. A balança comercial deficitária se explica pelo aumento nas importações de 37,3% no período. Já as exportações cresceram 4,4% de janeiro a abril.

O Observatório de Políticas Públicas da Undav assinalou que por falta de controle e de políticas de abertura comercial, as empresas importadoras excederam em 240% a cota estabelecida no acordo automotivo com o Brasil. Segundo o estudo as importações do complexo automotivo no primeiro trimestre apontaram aumento de quase 40% com relação ao mesmo período de 2016. No entanto, no mesmo período a produção local caiu pela segunda vez, consecutivamente.

O aumento das vendas em 2016, de 10,22%, foi acompanhado por uma queda na produção na mesma proporção, 10,23%. O recuo na montagem local foi coberto por uma avalanche de importações no ano, que alcançou alta de 45,45%. O estudo concluiu que “a tendência não parece ser revertida este ano, pois no primeiro quadrimestre foi registrada a diminuição da produção local em torno de 10%, enquanto as vendas cresceram 14,6%”. De acordo com o estudo, ao não regulamentar a forma de pagamento das penalidades às empresas que superaram a cota, o governo mantém um saldo a favor de US$ 600 milhões.

Jim Hackett é o novo presidente da Ford

A Ford informou na segunda-feira, 22, que Jim Hackett será o novo presidente da companhia a partir de 1º de junho. Ele sucederá a Mark Fields, que estava há 28 anos na empresa e anunciou ontem sua aposentadoria, informou o site Automotive News. O executivo vivia um momento de pressão à frente da Ford nos últimos meses, sobretudo quando a empresa perdeu valor de mercado ficando atrás da Tesla.

Bill Ford, presidente executivo da companhia, disse por meio de comunicado que Hackett “é o CEO certo para liderar a Ford neste período de transformação da indústria automobilística”. A afirmação de Ford, herdeiro de Henry Ford, é análoga ao fato de o novo presidente ter liderado a subsidiária da empresa na área de mobilidade, a Ford Smart Mobility.

Mark Fields, 56 anos, estava sofrendo pressão dos acionistas por causa da queda no preço das ações da empresa e a queda nos lucros registrados no ano passado. Os integrantes do conselho questionaram sua estratégia para o futuro da empresa, de investimentos pesados na tecnologia de veículos autônomos e elétricos.

Desde que Fields assumiu como CEO da empresa, em julho de 2014, o preço das ações caiu quase 40%. Na semana passada a Ford anunciou que reduzirá 1,4 mil postos de trabalho assalariado na América do Norte e na Ásia como medida de redução de custos. A expectativa é cortar US$ 3 bilhões em sua folha de pagamento.

Se Fields passou 28 anos na Ford Hackett está na empresa há pouco mais de um ano. Antes foi CEO da empresa de móveis Steelcase, de Michigan, por quase duas décadas antes de abandonar o cargo no início de 2014.

Além do cargo de presidente a Ford anunciou mudanças também em outras áreas: Jim Farley foi nomeado vice-presidente executivo e presidente de mercados globais. Anteriormente, serviu como presidente da Ford Europa, Oriente Médio e África. Farley retornará à sede da Ford nos Estados Unidos. Entre suas novas funções, Farley vai presidir a marca de luxo Lincoln.

Joe Hinrichs, que antes era presidente para a região das Américas, foi nomeado vice-presidente executivo e presidente de operações globais. Raj Nair continuará a atuar como chefe de desenvolvimento de produtos da Ford. Marcy Klevorn foi nomeado para presidente da Ford Mobility. Paul Ballew também foi nomeado vice-presidente do departamento de dados. Mark Truby substitui Ray Day como chefe de comunicações.

Toyota já exporta Etios para o Caribe

A Toyota exportará o modelo compacto Etios para a região do Caribe, ela informou na segunda-feira, 22, por meio de comunicado. O modelo sedã, com câmbio manual e motor 1.5 a gasolina, será embarcado para a Costa Rica – e a versão dotada de câmbio automático para o mercado de Honduras. Estes mercados até então eram abastecidos por fábricas da Europa e dos Estados Unidos, e passar a atender a região faz parte da estratégia Toyota de aumentar as exportações a partir daqui, como informou o presidente da empresa, Rafael Chang, em março, durante lançamento do Corolla 2018.

Com a adição destes dois mercados o Etios passa a ser comercializado em sete países, incluindo Argentina, Brasil, Paraguai, Peru e Uruguai. A Toyota do Brasil registrou, nos quatro primeiros meses, crescimento de 16% no total de unidades exportadas, com 15 mil 681 veículos ante 13 mil 473 em igual período de 2016. Do total 10 mil 441 unidades correspondem ao modelo Etios, aumento de 29% com relação às 8 mil 46 exportadas no acumulado de janeiro a abril do ano passado.

Estratégia – A expectativa da empresa é a de aumentar as exportações na América Latina em 6,4%. Rafael Chang disse, em março, que o objetivo para este ano é manter a base de crescimento, e que a empresa estuda a viabilidade de novas oportunidades de negócios no Chile, na Colômbia e no Peru, mercados que, juntos, teriam um potencial de vendas de 3 mil unidades por ano.

Em 2016 saíram das fábricas de Indaiatuba e Sorocaba, SP, para Argentina, Paraguai e Uruguai e 43,5 mil unidades, contra 39,8 mil em 2015. Desse total o Etios, modelo de entrada da empresa na América Latina, representa o maior volume, 25 mil unidades.

VW escolhe Amvian para fornecer bancos para o Polo

A Amvian, fabricante de estruturas de bancos automotivos, iniciou em março a produção de componentes para a pré-série do modelo Volkswagen Polo, que tem lançamento marcado para outubro. Para atender à demanda inicial a fornecedora investiu em equipamentos de soldagem para acelerar a entrega. Mais: sua fábrica, em Atibaia, SP, por exemplo, inaugurada em janeiro, foi construída às pressas por causa do contrato firmado com a VW em agosto.

Para aumentar sua produção a Amvian recorreu ao mercado em busca de parceiros na área de automação. Em março foi contratada a Motoman para desenvolver, aqui, sistema de soldagem que já havia sido entregue à Volkswagen na África do Sul. Para Icaru Sakuyoshi, diretor da Motoman, ter participado de projeto semelhante ajudou a empresa a conquistar o contrato com a Amvian:

“Trouxemos ao Brasil equipamento que já havíamos utilizado no Exterior para demanda semelhante. Sua tecnologia torna o processo de soldagem quatro vezes mais rápido do que o método convencional, por arco elétrico. Essa característica foi determinante porque a Amvian tinha urgência em atender à Volkswagen com peças para o Polo, que será construído sobre a nova plataforma MQB”.

Foram investidos R$ 80 milhões na fábrica da Amvian, que possui 57 robôs e sistema de solda desenvolvido pela Motoman. De origem familiar a Amvian foi fundada em 1996 pelo empresário Arvind Pradhan, de origem indiana, que juntou as iniciais dos nomes dos três filhos para batizar a empresa: Amar, Vishal e Anne. A Motoman, braço de robótica da Yaskawa Electric, atende também globalmente ao segmento automotivo.

A Amvian foi escolhida pela Volkswagen em meio a uma crise de fornecimento instaurada em 2015, quando seu contrato com o Grupo Prevent após longa disputa comercial. Sem bancos a montadora teve de paralisar as linhas de montagem por várias semanas em três fábricas de automóveis – São Bernardo do Campo e Taubaté, SP, e São José dos Pinhais, PR – ao longo do ano passado. Ao todo 150 mil veículos deixaram de ser produzidos em razão das paradas, segundo a montadora.

Daimler investirá 500 milhões de euros em fábrica de baterias para carros elétricos e híbridos

A Daimler anunciou nesta terça-feira, 23, investimento de € 500 milhões em uma fábrica de baterias, em Kamenz, na Alemanha. O empreendimento faz parte da estratégia traçada para viabilizar os modelos elétricos e híbridos, como o Concept EQ, no portfólio até 2022. Será a segunda fábrica da empresa designada para produção de células de energia elétrica.

A nova unidade, que ficará sob o controle da subsidiária Accumotive, será construída em área de 20 hectares e começa a operar em 2018. Segundo a Daimler, serão contratadas 500 pessoas, totalizando mil funcionários no quadro de colaboradores da fábrica. O projeto, que foi apresentado à chanceler alemã Angela Merkel, conta com geração interna de energia solar e produção nos padrões da Indústria 4.0.

Para Markus Schäfer, diretor da divisão de carros da Mercedes-Benz, outra subsidiária da Daimler, a produção local se dá em um momento em que a indústria busca formas de viabilizar a eletrificação no setor automotivo de maneira massificada: “A produção local de baterias é um importante fator de sucesso em nossa ofensiva elétrica e um elemento crucial para atender de forma flexível e eficiente a demanda global de veículos elétricos.”

O Concept EQ é o primeiro de uma frota de mais de dez novos veículos elétricos que a Mercedes-Benz quer inserir até 2022, um movimento que vai demandar € 10 bilhões em investimentos nos próximos anos. Os novos veículos eléctricos, que podem ter configuração hatch e SUV.

A divisão de veículos comerciais da Daimler é a que vem impulsionando a eletrificação dentro da companhia já há algum tempo. Depois do lançamento da linha elétrica E-Cell para o furgão Vito, em 2011, todos comerciais leves da Mercedes-Benz passaram a sair de fábrica com baterias elétricas. A divisão de caminhões lançará uma pequena série do eCanter Fuso ainda este ano, a terceira geração do primeiro caminhão leve puramente eletricamente do mundo. A Mercedes-Benz está testando seu modelo de caminhão pesado eTruck Urbano. A unidade de ônibus, por sua vez, lançará em 2018 o modelo urbano 100% elétrico.

Revenda – Outro anúncio feito pela Daimler nesta terça-feira foi a compra de 15% da Lei Shing Hong, um dos maiores revendedores dos automóveis da Mercedes-Benz no mundo. A operação foi concluída após a aprovação das autoridades antitruste. Localizada na China, a LSH, como também é chamada, opera com cerca de 200 centros de vendas e serviços com foco na Ásia e na Austrália. Desde 2015, o LSH tem expandido sua presença internacional e agora também está presente na Europa com instalações na Alemanha e na Inglaterra.

Divisão de caminhões VW no Chile inaugura área de usados

Inspirada pela experiência brasileira, a divisão de caminhões e ônibus da Volkswagen no Chile tem agora uma área especializada na venda de caminhões usados. Esse negócio já funciona no Brasil há seis anos, com troca de usados nas concessionárias. Desde 2015 a modalidade passou a ser feita em vendas diretas com grandes clientes.

No Chile, Patrick Petitjean, gerente geral da Holding Porsche, que controla as operações de diversas marcas no país, disse que a área foi formalizada para dar mais opção ao cliente local: “O objetivo desta divisão é entregar veículos que possam ser imediatamente integrados às frotas”.

Segundo ele, o mercado de caminhões no Chile é muito dinâmico: “e por essa razão a Porsche Chile decidiu oferecer mais uma alternativa a clientes que buscam um produto que atenda às necessidades tanto em termos de desempenho, quanto custo”.

No entanto, a holding chilena não informou quais os objetivos de vendas dessa nova modalidade de negócios. Mas espera ter futuro promissor, assim como mostram os resultados obtidos no Brasil.

Por aqui, a MAN observou no usado uma alternativa para recuperar margens, com a venda de caminhões novos em queda. Até abril, a MAN comercializou 109 caminhões novos no País, segundo dados da Anfavea.

Antonio Cammarosano, diretor de vendas de caminhões para o mercado nacional, disse que o segmento de usados tem crescido até oito vezes mais do que o mercado total de caminhões novos este ano. Em 2014 esse segmento crescia três vezes mais, na mesma comparação:

“De 10% a 15% dos nossos negócios com grandes frotistas envolvem caminhões usados. A estratégia dessas grandes empresas é a renovação de frota e não a ampliação, como aconteceu em 2011 e 2012”.
Em 2016 a MAN recebeu 541 veículos seminovos, originários de negociações envolvendo a troca de caminhões novos. O volume é 80% superior ao de 2015.

De acordo com o relatório da Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, em 2016 foram comercializados 332 mil 144 caminhões usados, uma média de 6,8 unidades para cada zero-quilômetro. A média é superior à registrada no ano anterior, de cinco usados vendidos para cada caminhão novo.

Cammarosano afirmou que essa tendência de aumento na venda de caminhões seminovos deve permanecer nos próximos anos. Segundo ele, com a economia “andando de lado” as empresas preferem reduzir os custos na compra de veículos novos utilizando a sua frota: “São necessidades de mercado. A compra e venda de usados também é interessante, principalmente nesse momento econômico”.

Scania abre 500 vagas temporárias na fábrica do ABC Paulista

O recorde histórico nas exportações de veículos registrado no quadrimestre refletiu na estratégia da Scania, que contratatará 500 funcionários temporários. O aumento do efetivo da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, é para atender à demanda dos países da América Latina, África e Oriente Médio, destino de 60% da produção. Até o momento foram contratados 400 empregados e os 100 restantes estão em processo de seleção e homologação. Os funcionários serão alocados nas áreas de montagem, logística e produção.

Com as contratações, o quadro de empregados da Scania vai saltar de 3,2 mil para 3,7 mil. Marcelo Gallão, vice-presidente de logística, disse, por comunicado, que a demanda por cabines na Holanda também determinou a expansão da força de trabalho dentro da empresa: “Pela primeira vez vamos exportar cabinas para nossa fábrica na Holanda. É o tipo de atividade que tem uma interdependência muito grande com infraestrutura e processos externos, o que exige previsibilidade da operação brasileira.”

Segundo dados da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, foram exportados de janeiro a abril 8 mil 313 caminhões, 43,3% a mais do que no primeiro quadrimestre de 2016. Do total, considerando os segmentos em que a Scania atua, foram embarcados 2 mil 925 unidades de pesados, alta de 23,8%, e 2 mil 855 semipesados, mais 63%. Os licenciamentos da empresa no Brasil no mesmo período foram de 1 mil 408 unidades.

A Scania informou que as contratações são pontuais em áreas de produção, não havendo, portanto, relação com contratações para as novas instalações que estão em construção – como a fábrica de soldagem, em obra desde junho de 2015 e ainda não foi finalizada. A nova unidade conta no plano de investimentos anunciados em 2016, de R$ 400 milhões. Afora este aporte, foi divulgado para este ano, período em que empresa comemora seus 60 anos no Brasil, R$ 2,6 bilhões em recursos para modernização da fábrica e expansão de sua rede de concessionários até 2020.