Mercedes-Benz faz megavenda para a Raízen…

A Mercedes-Benz anunciou na quinta-feira, 25, em São Bernardo do Campo, SP, a venda de 524 caminhões para operações fora-de-estrada da Raízen, principal fabricante de etanol do Brasil e, também, maior exportadora individual de açúcar derivado de cana-de-açúcar do mundo. A operação foi considerada a maior venda da montadora realizada no Brasil ao longo dos últimos nove anos, ou seja, desde 2008.

Os caminhões foram adquiridos por um pool de oito empresas que hoje centralizam as operações de transporte da usineira. Dessas 524 unidades 238 são do modelo extrapesado Axor 3344S 6×4 e 286 unidades do modelo semipesado Atego 2730, também 6×4. Segundo a Mercedes-Benz a maior parte da venda utilizou recursos de financiamento do Finame, mas a operação envolveu também outros tipos de operações, como leasing operacional e locação. As entregas começaram em abril e continuarão até setembro.

Para Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas, marketing e peças e serviços para caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, esta venda expressiva é importante porque representa o resultado do ótimo relacionamento que a fabricante tem com a Raízen: “Neste caso específico desenvolvemos e aprimoramos várias soluções destinadas para o transporte canavieiro. A opção pelos nossos caminhões mostra que o caminho de trabalharmos junto aos clientes está correto”.

Leoncini afirmou que a Mercedes-Benz continua acreditando que o mercado brasileiro de caminhões deverá iniciar processo de recuperação de vendas este ano, mesmo com a nova crise política desde a semana passada: “Ainda não tivemos nenhum reflexo nas negociações que estamos tendo com os nossos clientes. Até agora ninguém nos procurou para cancelar contrato ou pedir adiamento. É lógico que tudo pode mudar na semana que vem ou no início de junho, mas hoje continuo apostando em crescimento das vendas no mercado brasileiro de 6% a 10% com relação ao ano passado”.

O executivo contou que boa parte das consultas que já estão sendo feitas parte, principalmente, das grandes transportadoras: “São empresas que estão acostumadas a calcular seus custos e sabem que precisam começar a renovar suas frotas neste momento. Quando falamos de 6% a 10% de crescimento sobre o ano passado estamos falando de 3 a 4 mil unidades, porque a base de comparação é muito pequena”.

Ainda segundo Leoncini a companhia também está conseguindo melhorar o resultado das exportações neste início de ano: “Nossas exportações estão crescendo 24% em caminhões e 18% em ônibus. Este resultado, somado às vendas importantes como esta que conseguimos realizar com a Raízen, ajuda a manter nossa fábrica com ocupação média de 55%”.

Hoje a capacidade de produção da Mercedes-Benz no Brasil é de 80 mil unidades/ano, caminhões e ônibus.

Carro polui quatro vezes mais que o ônibus em São Paulo

O IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, realizou estudo que apontou os automóveis como os maiores poluidores na cidade de São Paulo. O resultado desse trabalho intitulado Inventário de Emissões Atmosféricas do Transporte Rodoviário de Passageiros, mostrou que os carros são responsáveis por 73% das emissões de poluentes e transportam 30% dos passageiros todos os dias. Já os ônibus levam 40% das pessoas que trafegam pela cidade e poluem menos, 3,1%, por causa das faixas exclusivas, os chamados corredores.

Os números mostram que um ônibus liberam 17 gramas de poluentes por quilômetro rodado, enquanto um veículo emite quatro vezes mais: 65,8 gramas. Para Marcelo dos Santos Cremer, integrante da equipe técnica do instituto, a solução para reduzir as emissões deve combinar tecnologias de motores mais eficientes com infraestrutura viária adequada para a cidade:

“Quando se desenha uma política de redução de emissões exigindo um ou outro tipo de tecnologia, os agentes envolvidos se deparam com questões econômicas que inviabilizam algumas alternativas. A mensagem que as regras devem passar às fabricantes e operadoras de transporte é que se alcance as metas de acordo com as possibilidades de cada empresa”.

Cremer cita o caso da última tentativa do município de São Paulo em ter um sistema de transporte mais limpo, no qual as empresas se viram em meio a uma série de regras sobre o tipo de combustível: “Com a exigência de biocombustíveis, as empresas se viram diante de um cenário financeiro que as fizeram abandonar o programa municipal”.

Em 2009, a prefeitura de São Paulo instituiu o Ecofrota, uma política setorial cuja principal meta era chegar a 2018 com 100% da frota de ônibus movida a combustíveis alternativos na cidade. Entretanto, há menos de um ano do prazo só 211 dos 14 mil 607 ônibus que circulam na cidade usam biodiesel. O custo alto para a aquisição dos veículos inviabilizou a troca da frota. Questões ligadas ao custo operacional menor e a redução das emissões, de acordo com Cremer, ficaram em segundo plano.

O técnico do IEMA disse que neste caso específico uma alternativa seria acrescentar outras ações relacionadas ao espaço viário, como a expansão dos corredores de ônibus: “O estudo mostra que nos locais onde foram implantados os corredores a velocidade média dos veículos aumentou e, como consequência, é reduzido o consumo de combustível”.

Atualmente os automóveis e comerciais leves que circulam em São Paulo ocupam 88% do espaço das vias. E os ônibus usam apenas 3% das vias.

Mercedes-Benz lança opcionais off-road para linha Atego

A Mercedes-Benz também aproveitou a visita da imprensa especializada na tarde de quinta-feira, 25, à fábrica de São Bernardo do Campo, SP, para apresentar ao mercado uma nova configuração, mais robusta e resistente, do seu caminhão semipesado Atego. A versão foi criada especialmente para atender às necessidades de aplicações que possam envolver transporte fora de estrada, rodoviário e urbano numa mesma operação.

A ideia dessa configuração é, a partir de agora, oferecer aos transportadores a possibilidade de equipar seus caminhões com uma série de itens que já estavam disponíveis somente para a versão especial para off-road. Batizada de pacote robustez a novidade estará disponível nos modelos 4×2 e 6×2 tanto para as cabinas do tipo standard como também para as de configuração estendida.

Este pacote contempla o para-choque dianteiro tripartido, que permite ângulo de entrada maior, grade metálica de proteção do farol, nova posição de luz de seta colocada mais atrás da cabina, primeiro degrau da cabina em metal e nova posição do suporte para placa. Os caminhões poderão também ser equipados com pneus 295/80R22.5, mais altos do que os convencionais.

Este conjunto de opcionais foi desenvolvido, na verdade, sob encomenda para a Via Lácteos, empresa do Paraná especializada no transporte de leite. Esta empresa possui frota de 480 caminhões, transporta mais de 1,1 bilhão de litros de leite por ano e já comprou vinte unidades do modelo Atego reforçada com os opcionais.

A Mercedes-Benz acredita que esta nova opção poderá representar diferencial importante para o mercado de agora em diante, afirmou o gerente de produto Marcos Andrade: “O Brasil é País muito grande e formado por imensa quantidade de pequenas cidades que são interligadas por estradas ainda não pavimentadas. E o seu tráfego básico é realizado por modelos semipesados”.

Rede Ford Caminhões adota consórcio como ferramenta de vendas

A rede de concessionários de caminhões Ford lança seu consórcio próprio em parceria com o Consórcio Nacional Unifisa: a Abrafor, Associação Brasileira dos Distribuidores Ford Caminhões, já está qualificando a rede para a venda do consórcio Redefor: as vendas serão oficializadas a partir de junho, quando serão liberadas as primeiras cotas, disse o presidente Paulo Matias.

Segundo ele com a alta no mercado de consórcio para veículos comerciais, houve a necessidade da Abrafor oferecer também a modalidade a seus clientes: “Entendemos agora é a hora de oferecer um produto diferenciado, capaz de se encaixar no bolso do transportador autônomo e do empresário do setor rodoviário de cargas, com vistas ao planejamento de renovação ou ampliação de frota”.

Segundo dados da ABAC, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, no segmento de veículos pesados as adesões, no primeiro trimestre, cresceram 8%, com mais de 9 mil cotas vendidas com relação ao mesmo período do ano passado. No período o aumento dos negócios foi de 5,6%, chegando a R$ 1 bilhão 320 milhões.

Matias contou que este ano a expectativa é a de que sejam comercializadas de oitenta a cem cotas por mês – o que representará negócios da ordem de R$ 12 milhões a R$ 14 milhões/mês: “Estou sendo modesto na projeção. Acredito que essa modalidade tende a crescer mais por dois fatores: a possibilidade de programação da renovação de frota e parcelas mais baratas do que no financiamento”.

O crédito no consórcio Redefor parte de R$ 125 mil 396 para os modelos F 4000 à linha Cargo, em grupos com prazos de até 120 meses e parcelas mensais a partir de R$ 1 mil 66 desde o início do grupo.

Matias afirmou que as parcelas no primeiro ano, menores, são reajustadas ano a ano: “No consórcio não há fundo de reserva e isso deixa a parcela mais barata. Temos um seguro que é cobrado 0,07% do valor de cada parcela”.

De acordo com ele os grupos mistos terão trezentos participantes e valores diferenciados, seguindo as normas em vigor do Banco Central. Isso é outro atrativo para os interessados, à medida que as contemplações, por sorteio via loteria federal e por lance, podem chegar à média mensal de quatro unidades.

Matias confirmou que os distribuidores de caminhões Ford já estão recebendo treinamento para a venda do consórcio: “Temos 450 funcionários em 118 concessionárias, e até 22 de junho todos estarão aptos para oferecer essa modalidade de comercialização”.

FCA elege seus melhores fornecedores da América Latina

A Fiat Chrysler Automobiles, FCA, anunciou seus melhores fornecedores na região da América Latina na sexta-feira, 26. O prêmio concedido pela fabricante, chamado Annual Supplier Conference & Awards, avaliou as parceiras da fabricante em categorias como compromisso na entrega de valor com inovação, qualidade, garantia, competitividade, entre outros.

Antonio Filosa, diretor de compras da companhia, disse que o mercado está mais desafiador no que diz respeito às demandas por mais velocidade e capacidade, e que é preciso reestruturar os modelos de funcionamento e processos de fornecimento. Durante o evento, que ocorreu em Belo Horizonte, MG, o executivo apresentou o novo programa de relacionamento do grupo com os fornecedores, chamado 4T.

Para o diretor global de compras da FCA, Scott Thiele, o movimento para impulsionar a competitividade dos fornecedores é uma prioridade para a empresa, que avaliará neste ano comprometimento, colaboração, comunicação e a competitividade de seus fornecedores: “Temos trabalhado como um time global para atualizar nossa visão estratégica. Essa conferência é uma oportunidade para compartilhar pontos estratégicos com todos eles”.

Os vencedores foram escolhidos com base numa avaliação dos indicadores de desempenho em 2016. Venceram AGC Vidros do Brasil, Usiminas, Maxion Wheels, Umicore Brasil, Denso Sistemas Térmicos, Sumidenso, NGK, Cequent, GME, N&C, Tora Transportes Industriais, Universidade PUC Minas, Delphi, Basf, Revestcoat e Denso Sistemas Térmicos.

VENCEDORES DO ANNUAL SUPPLIER CONFERENCE AND AWARDS 2017

Body: AGC Vidros do Brasil

Raw Material: Usiminas

Chassis: Maxion Wheels

Engine Systems: Umicore Brasil

Interior: Denso Sistemas Térmicos

Electrical: Sumidenso

Powertrain: NGK

Mopar: Cequent

Capex: GME

Services: N&C

Supply Chain Management: Tora Transportes Industriais

Innovation: Universidade PUC Minas

Value Optimization: Delphi Automotive Systems

Sustainability: Basf (Divisão: Tintas)

Supplier Integration: Revestcoat

Foundational Principles: Denso Sistemas Térmicos

MENÇÕES HONROSAS

Latam Spirit: Proma, Tiberina e Gestamp

Builders of Meaningful Relationship: Giuseppe Zippo (Denso), Thorsten Albrecht (Brose) e Jessika Aline Manuel (PMC)

Renault compra divisão de pesquisa da Intel

O Grupo Renault anunciou a compra da área de pesquisa e de desenvolvimento da Intel na França, que tem trabalhado, nos últimos anos, na criação de sistemas de conectividade para o segmento automotivo, fato que chamou da Renault. As instalações adquiridas ficam em Toulouse e em Sophia Antipolis, no Sul do país, ocupadas por quatrocentos funcionários.

Esta aquisição será feita por meio da compra, pelo Grupo Renault, de empresa recém-criada pela Intel, para a qual será transferida a atividade de pesquisa e desenvolvimento, que integrará a diretoria de engenharia de sistemas da Renault. O foco dos estudos da empresa serão os sistemas embarcados.

A conclusão do negócio, que depende da aprovação das autoridades fiscais da França, será feita até o fim de junho. As empresas não informaram o valor da transação. Esta divisão da Intel atua na área de criação e desenvolvimento de sistemas aplicados à área automobilística, sobretudo sistemas conectados e de multimídia.

Para Carlos Ghosn, presidente da Renault, a aquisição, além da sinergia, se deu por causa da oportunidade de criar novos serviços no campo dos veículos autônomos: “Esta compra se insere totalmente na estratégia do grupo, que visa a oferecer novos serviços conectados”.

A Renault era vista como uma pioneira em eletrônica embarcada com o sistema R-Link, que combina várias aplicações de conectividade. Este sistema, no entanto, ficou obsoleto no momento em que Apple e Google desenvolveram a sua própria solução de sincronização de smartphones com automóveis. A expectativa da empresa é retomar as pesquisas em conectividade e dominar as tecnologias para veículos autônomos, no sentido de cumprir a meta estabelecida de vender modelos desta categoria até 2020.

Por que pagar impostos na hora de exportar?

O custo para se exportar, no Brasil, não são poucos. E isso, em muitos casos, dificulta os negócios. Um estudo da Becomex, especializada em gerenciamento integrado da área tributária e em operações internacionais, mostra que parte dessas despesas poderia ser diminuída se as companhias tivessem total conhecimento das regras tributárias do País.

De acordo com o levantamento mais da metade das empresas exportadoras pagam mais impostos do que deveriam por não aproveitar, corretamente, os benefícios fiscais e aduaneiros existentes. Na cadeia automotiva, por exemplo, há R$ 300 milhões em impostos a serem recuperados referentes às transações dos últimos dois anos.

Rogério Borili, vice-presidente da Becomex e um dos coordenadores da pesquisa, disse que há mecanismos, como o de recuperação ou isenção de imposto, o drawback, que prevê a devolução total ou parcial de tributos federais, II, IPI, PIS-Importação, Cofins-Importação e o adicional do frete da marinha mercante, AFRMM:

“Isso pode ser requerido quando os impostos são recolhidos na importação de matérias primas utilizadas na fabricação de mercadorias comprovadamente exportadas. É um incentivo às exportações, pois reduz os custos de produção dos produtos exportáveis, aumentando a competitividade no mercado internacional. É um recurso que está aí, e que não requer nenhuma regulamentação, e não é usado pela maioria das empresas”.

O estudo foi feito com base nos dados de comércio exterior da Siscomex, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

De acordo com dados divulgados pela Receita Federal nos últimos quatro anos o drawback correspondeu a 29% de todo benefício fiscal concedido pelo governo federal. Porém cerca de 25% das maiores empresas exportadoras do Brasil não fazem a requisição desse benefício, que pode gerar milhões de reais em, digamos, dinheiro novo para a companhia.

Segundo Borili no caso da indústria automotiva 40% da despesa com exportação correspondem à carga tributária. De 2015 a 2016 as exportações de veículos somaram cerca de US$ 20 bilhões:

“Neste ano o valor exportado será muito maior, pois vemos mês a mês recordes nos embarques. Pela regra as empresas podem requerer a recuperação dos impostos pagos até dois anos depois da exportação. Se ela pedir com base em maio deste ano, por exemplo, terá de contar a partir de maio de 2015. No entanto os meses de janeiro a abril de 2015 ela não receberá: perde dinheiro”.

Outro exemplo de benefícios que podem ser utilizados pelas empresas é o Reintegra que, segundo Borili, tem por objetivo reintegrar valores referentes a custos tributários residuais existentes nas cadeias de produção. Assim a empresa produtora e exportadora de bens manufaturados poderá reaver parcial, ou integralmente, o resíduo tributário existente na sua cadeia de produção.

Borili ressaltou que a possibilidade de reaver os tributos aumenta quando a fabricante de veículos inicia um trabalho em toda sua cadeia para verificar os benefícios fiscais e aduaneiros concedidos pelo governo à indústria: “Esse trabalho tem que ser feito muito de perto. Mas, ainda, há dificuldade de olhar a cadeia como um todo para usar esses recursos, pois há pouco envolvimento do fornecedor com as fabricantes de veículos”.

20% a mais de alumínio nos carros. Até 2025.

Ainda que tenha o custo de produção mais caro que o do aço o alumínio vem ganhando espaço nos veículos com a chegada dos motores de três cilindros e também pela busca por eficiência energética. A expectativa do setor produtor de alumínio é a de que sua quantidade aumente dos atuais 60 quilos por carro para 89 quilos até 2025. Se, antes, sua aplicação era relegada à composição de alguns componentes por ser um material leve, agora já é visto em partes estruturais nas quais antes predominava o aço.

Segundo dados da Abal, Associação Brasileira do Alumínio, hoje o setor de transportes, no qual está inserido o segmento automotivo e de implementos, é o segundo maior consumidor do alumínio beneficiado no País, depois do segmento de embalagens. O consumo do material caiu a partir de 2014, junto com a queda das vendas da indústria automobilística. De 249,7 mil toneladas o volume consumido pelo setor de transportes passou a 210,4 mil toneladas em 2015 e a 177,8 mil toneladas no ano passado.

No entanto a entidade acredita que nos próximos cinco anos o volume retome os patamares de crescimento registrados de 2003 a 2013, uma média de 7,6%. Isso se dará, de acordo com Kaísa Couto Machado, gerente da área técnica da Abal, por causa das tendências da construção de veículos e de políticas ambientais que estão sendo adotadas pelas principais fabricantes: “As montadoras estão mais atentas para o custo-benefício do material, ainda que sua produção tenha um preço mais alto. Mas ele se mantém à frente de outros insumos porque consegue reduzir mais o peso dos componentes e existe, também, a questão da reciclagem”.

No Brasil já se percebe a retomada da produção. O balanço do último trimestre da CBA, Companhia Brasileira de Alumínio, controlada pela Votorantim, mostrou que houve crescimento de 9% no volume de vendas com relação ao mesmo trimestre do ano passado. De janeiro a março o faturamento da CBA foi de R$ 1 bilhão 47 milhões. De acordo com dados da empresa 20% de sua produção foram destinados a clientes do setor automotivo.

Para Francisco Satkunas, da SAE Brasil, os primeiros movimentos das empresas já podem ser verificados atualmente. No Brasil ele cita o motor três cilindros do up!, da Volkswagen, e o novo motor 1.6 da Ford, que deverá equipar a próxima versão do Ecosport, que é feito de alumínio:

“Os modelos compactos já trazem mais alumínio porque isso é oferecido ao consumidor como um diferencial competitivo. Mas veremos o insumo nos modelos maiores, como os SUVs, que têm uma necessidade de eficiência no consumo de combustível muito grande. Hoje vemos mais componentes sendo feitos em alumínio, mas será comum no futuro sua presença em áreas estruturais”.

Satkunas estima que, com a redução de 10 quilos no peso do veículo, ele consome em média 7% menos combustível: “A Ford, nos Estados Unidos, percebeu isso e deu início a um processo de substituição do aço pelo alumínio em alguns componentes da Série F. Alguns veículos da BWM e da Land Rover também passaram a aplicar o material em áreas em substituição ao aço”.

Por isso ele acredita que o avanço do material nos projetos de veículos se dará por meio dos modelos da categoria premium. Isso porque a aplicação em si do alumínio nos carros demanda estruturas de produção que hoje só são possíveis em linhas que possuem equipamentos mais modernos. A explicação é que os robôs de soldagem, por exemplo, foram feitos para o uso do aço: “Sair disso provocará mudanças significativas e altos investimentos em novas máquinas”.

VW inicia embarques do novo up!

A Volkswagen do Brasil começou a exportar o novo up!. Foram enviadas mais de três mil unidades para a Argentina, Peru e Uruguai. Nos próximos meses, o modelo, lançado em abril, chega ao México, Colômbia e a Curaçao, no Caribe. David Powels, presidente e CEO da Volkswagen do Brasil e América do Sul, disse que o carro é um dos mais exportados da companhia:

“Desde o seu lançamento, em 2014, o up! já tem demonstrado sua vocação para as exportações. Já foram mais de cinquenta mil unidades exportadas para oito países na América Latina”.

De janeiro a abril foram embarcadas 6 mil 542 unidades da primeira geração do up!. O carro é o quarto na lista de mais exportados pela Volkswagen, atrás do Gol, Voyage e Saveiro.

Powels disse recentemente que os contratos de exportação firmados pela companhia são importantes para sustentar a capacidade de produção da Volkswagen no Brasil:

“Temos plano para exportar 150 mil veículos este ano. Em 2016 os embarques totalizaram 106 mil unidades. O interessante é que não ganhamos novos mercados: na verdade estamos ampliando nossa participação em países onde tínhamos pouca atuação”.

O executivo afirmou que nos 26 países do Caribe e da América do Sul, excluindo Brasil e Argentina, a Volkswagen detinha 2% de participação nas vendas. Só nos primeiros três meses deste ano a empresa conquistou fatia de 3,2%:

“É um mercado de 1,6 milhão de veículos por ano, quase como o Brasil, e ter um crescimento desse quilate mostra o nosso esforço para melhorar a utilização de nossa capacidade produtiva no País”.

O plano, segundo Powels, é deter 5% de participação até 2019 e de 10% até 2027.

Investimentos – Recém-lançado no mercado nacional, o novo up! recebeu investimento superior a R$ 21,5 milhões, para a aquisição de bens de capital que modernizaram o processo produtivo da fábrica de Taubaté, SP onde o modelo é produzido.

Segundo a Volkswagen, o modelo exigiu atualizações na linha de produção, a começar pela estamparia – área onde são produzidas as peças de aço que compõe a carroceria. A prensa PXL ganhou um novo ferramental para produzir a tampa dianteira do carro.

Já na armação, setor onde as carrocerias são montadas, a alteração mais relevante foi na ilha de robôs utilizada para a montagem do conjunto da tampa dianteira. Esse processo que conta com doze robôs foi totalmente reprogramado para fazer a união da parte interna e externa da tampa.

Pintura e montagem final também sofreram modificações. Os robôs das cabines de pintura foram reprogramados para receber a nova cor oferecida para o up!: laranja habanero. Já na montagem final, os dispositivos que acondicionam os módulos front end, composto pelos faróis, radiador, condensador e o ventilador do veículo, foram adaptados, assim como os manipuladores usados pelos operadores na linha de produção.

Produção brasileira de aço cresce 26% em abril

As siderúrgicas brasileiras tiveram aumento na produção de aço em abril, insumo consumido em larga escala pelo setor automotivo. Segundo dados da Worldsteel, associação que reúne os produtores mundiais, saíram dos altos-fornos 2 milhões 895 mil toneladas, volume 26% maior que em abril do ano passado. No acumulado de janeiro a abril, a produção de aço bruto teve alta de 14,5%, atingindo 11,1 milhões de toneladas.

Segundo o Instituto Aço Brasil, grande parte do crescimento da produção em abril ocorreu por causa da entrada em operação da Companhia Siderúrgica do Pecém, CSP, no Ceará, em junho do ano passado. A usina é focada em exportações de placas.

Já as vendas internas recuaram 13%, totalizando 1 milhão 205 mil toneladas em abril. No acumulado, a queda foi de 3,6%, chegando a 5 milhões 170 mil toneladas.

Em abril, ante o mesmo mês do ano passado, as importações cresceram 36,6% em volume, para 153 mil toneladas, e 20,6% em valor, para US$ 152 milhões. Por sua vez, as exportações caíram 18,4% em volume para 826 mil de toneladas e aumentaram 19,3% em valor para US$ 457 milhões na mesma comparação.

China – O país produziu volume recorde de aço no mês passado. As siderúrgicas chinesas produziram 72,8 milhões de toneladas em abril, alta de 4,9% com relação a março, apontaram dados do NBS, o serviço nacional de estatísticas da China. A NBS disse que o país já atingiu 63,4% da sua meta de redução na produção de aço estipulada pelo governo como forma de não aumentar a oferta e provocar queda no preço do insumo. De janeiro a abril a produção somou 273,9 milhões de toneladas, alta de 4,6% sobre mesmo período do ano anterior.