E a Toyota despertou! Para o carro autônomo.

A Toyota já avalia a compra de empresas de tecnologia para não perder o bonde no desenvolvimento de veículos autônomos. Quem disse isso foi o seu presidente, Akio Toyoda, na quarta-feira, 14, acrescentando que seus investimentos nessa área deverão ser maiores do que os de seus rivais, informou o site Automotive News.

Em reunião anual de acionistas Toyoda admitiu que levou mais tempo que os concorrentes para se envolver em projetos de carros autônomos e veículos elétricos e, por causa disso, seria mais agressivo na expansão nessas áreas. Ele fez seu mea culpa e disse que preferiu se concentrar, até agora, nos segmentos em que a Toyota é forte.

De acordo com Toyoda a indústria automobilística está passando por grandes mudanças, e as questões e as ideias que hoje permeiam o debate do futuro podem afetar a companhia amanhã: “Estamos investindo US$ 9,1 bilhões anualmente em pesquisa e desenvolvimento, expandindo o investimento e comprando participação em empresas, mas isso pode não ser suficiente. Precisamos considerar todas as nossas opções, incluindo fusões e aquisições para sobreviver no futuro”.

Em 2016 a Toyota fez investimento adicional de US$ 1 bilhão em um instituto de pesquisa de inteligência artificial e criou parcerias tecnológicas com Microsoft e Uber Technologies. Também trouxe para dentro de seus domínios fornecedores de tecnologia, como a Nvidia, para desenvolver softwares para seus sistemas de condução autônoma. A montadora planeja lançar seu primeiro modelo autônomo em 2020.

Enquanto isso, a rival Nissan deverá lançar o seu modelo antes disso.

A Toyota ainda não fez um grande investimento em aquisição de companhias de tecnologia, assim como fez a General Motors, que se associou à empresa de serviços de viagem Lyft, e a Ford, que comprou o serviço de compartilhamento de carros, a Chariot. No fim do ano passado ela criou uma divisão de carros elétricos, entrando tardiamente em um mercado no qual GM, Nissan, Volkswagen e outras montadoras já possuem ofertas de modelos.

Brasil de fato no fim da recessão?

A economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre com relação ao quarto trimestre de 2016, garante o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pelo levantamento esta foi a primeira alta do PIB, Produto Interno Bruto, após oito trimestres consecutivos de queda. No entanto na comparação com o mesmo período do ano anterior o PIB recuou 0,4%.

A alta do PIB teria sido puxada pelo bom desempenho da agropecuária, que cresceu 13,4% com relação ao trimestre anterior, com safra recorde de soja e boa colheita de milho. Já a indústria cresceu 0,9% diante do desempenho de outubro a dezembro do ano passado, mas caiu 1,1% com relação ao primeiro trimestre de 2016.

Vicente Koki, analista chefe da Diamond Mountain Investimentos, disse que o bom resultado do agronegócio foi um ponto fora da curva, ajudado por excelentes safras: “A crise política contamina o mercado e não sabemos se o atual governo irá se manter ou se teremos uma mudança, o que pode gerar novas políticas econômicas”.

Para Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil & CEO para a América Latina, o crescimento do PIB, após dois anos de queda, é um sinal positivo, pois esse é um dos principais indicadores da economia. Mas, ele ressaltou, o PIB em alta ainda não se refletiu no mercado de veículos comerciais: “Esperamos que as reformas estruturais sejam rapidamente decididas para termos aquele impulso de confiança que nosso mercado precisa e também para aquecer de vez a demanda do mercado interno”.

O agronegócio tem um reflexo direto no segmento de transportes, pois os caminhões são necessários para o escoamento da produção. Segundo Agostinho Celso Pascalicchio, professor da Universidade Mackenzie, a demanda reprimida por caminhões e a elevada idade da frota podem impulsionar as vendas: “O resultado positivo mostra uma reversão dos dois anos anteriores de recessão, mas a recuperação será lenta”.

Para Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, a tendência de recuperação da economia vem se confirmando, mesmo em meio a um ambiente político incerto: “A economia voltou a crescer após oito trimestres seguidos de queda. Os indicadores positivos refletem diretamente em nosso setor, pois ampliam a confiança do consumidor”.

Investimentos – A manutenção do crescimento econômico é questionável quando se analisa os indicadores dos investimentos, que caíram 1,6% com relação ao quarto trimestre de 2016 e 3,7% no comparativo com o primeiro trimestre de 2016 – ao aumentar a produção a empresa investe em bens de capital.

Pascalicchio, da Universidade Mackenzie, ressaltou que os investimentos têm efeito multiplicador na manutenção do crescimento do PIB a médio e longo prazo: “Eles são essenciais para aquecer a economia e diminuir a capacidade ociosa da indústria”.

Para a Abimaq, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, é necessária uma política de incentivos no curto prazo para sustentar o crescimento do PIB no primeiro trimestre. João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da entidade, disse, em nota, que essas medidas podem fazer com que o País deixe definitivamente a recessão fazendo com que o crescimento registrado no primeiro trimestre não seja, de fato, um “falso positivo”.

Segue indefinido plano de recuperação da Guerra

Foi adiada, mais uma vez, agora para 4 de julho, a decisão sobre a aprovação, ou não, do plano de recuperação judicial da Guerra, fabricante de implementos rodoviários de Caxias do Sul, RS. Convocada para a quarta-feira, 30, a assembleia foi suspensa a pedido de um grupo de credores, com aval do acionista minoritário, Marcos Guerra, que apresentou plano alternativo ao que foi proposto pelos sócios majoritários há mais de um mês.

O plano, elaborado por advogado representante legal do grupo, traz diferenças principalmente com relação à possibilidade de venda dos bens da companhia para liquidar as dívidas. Também melhora a forma de pagamento dos débitos trabalhistas. A aprovação do plano daria sustentação ao ingresso de R$ 60 milhões por parte de investidores, que já protocolaram a proposta.

Mais de setecentos credores têm valores a receber da Guerra, que tem dívida consolidada estimada em R$ 200 milhões. Desde a metade de maio a empresa está com atividades paralisadas e salários em atraso – a recuperação judicial vem desde julho de 2015.

Em 2008 a Guerra era a segunda colocada no ranking nacional de emplacamentos de implementos rodoviários, com participação de 15%, algo próximo a 8 mil veículos. No ano passado fechou na quarta posição, com 9,9% de participação, equivalente a perto de 2,3 mil unidades emplacadas. No primeiro trimestre de 2017 caiu mais uma posição: tem 3,9% dos emplacamentos, o que representa 190 veículos num universo de 4 mil 905 unidades colocadas no mercado nacional.

Primeiro autônomo made in Brazil é caminhão

A Volvo apresentou, na quarta-feira, 31, em Maringá, PR, o seu primeiro caminhão autônomo produzido no Brasil: foi desenvolvido no centro de engenharia Volvo a partir de tecnologias já disponíveis no grupo. Gilberto Ribas, seu vice-presidente de engenharia, disse que o sistema foi um trabalho conjunto com especialistas da Suécia: “É um sistema extremamente avançado, desenvolvido a partir de tecnologias já disponíveis comercialmente para aumentar a eficiência da operação de transbordo de cana”.

O semipesado VM, modelo escolhido para receber o sistema, foi testado em uma operação sucroalcooleira. Segundo a empresa o VM Autônomo foi projetado para eliminar a perda de produtividade provocada pelo pisoteamento de soqueiras, que são os brotos da cana, pelo caminhão, durante a colheita – o que causa prejuízos que podem chegar a 12% da produção anual de cana-de-açúcar. O caminhão autônomo, sozinho, elimina 4% dessa perda.

Segundo a empresa o desenvolvimento ocorreu em pouco mais de um ano e foi testado nas lavouras da Usina Santa Terezinha, do Grupo Usaçucar, de Maringá. Conduzido autonomamente o caminhão roda ao longo das linhas da plantação sem atropelar as soqueiras.

Paulo Meneguetti, diretor financeiro e de suprimentos da Usaçucar, disse que não esmagar os pés de cana remanescentes na colheita era uma reivindicação antiga da empresa: “O pisoteamento de soqueiras é atualmente o principal malefício da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, maior inclusive que os problemas provocados pelo clima e por pragas”.

Mineração – Recentemente o Grupo Volvo também apresentou caminhão autônomo que opera na mineradora sueca Boliden, especializada na extração de zinco, bronze, alumínio e ouro. O veículo, um FMX, roda por si só transportando cargas de 25 toneladas dentro da mina de Kristineberg, no Norte da Suécia.

Foi o primeiro caminhão autônomo testado em operação subterrânea, a 1,3 mil metros abaixo do nível do solo.

O veículo faz parte de projeto para o desenvolvimento de tecnologias com o objetivo de melhorar o transporte e a segurança em minas.

Wílson Lirmann, presidente da Volvo para a América Latina, disse que a companhia gradualmente lança tecnologias autônomas no transporte comercial.

A empresa, em 2013, mostrou a a eficiência do sistema Platooning, comboio de veículos conectados eletronicamente. Os caminhões se deslocam próximos, um atrás do outro, diminuindo o gasto de combustível e reduzindo o arrasto, que corresponde a até 25% do consumo total. Usando tecnologia sem fio os veículos automaticamente copiam a velocidade e as frenagens do líder do comboio.

Boa nova chegou

Junho chegou com boa notícia para o setor automotivo: as vendas de veículos, em maio, cresceram 16,77% no comparativo com o mesmo período de 2016. Foram licenciadas 195 mil 568 unidades no mês passado e no acumulado do ano os emplacamentos chegaram a 824 mil 455 veículos, alta de 1,57%. Os dados foram divulgados na quinta-feira, 1º, pela Fenabrave, Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores.

Outra boa notícia foi o crescimento das vendas de caminhões em maio, com o licenciamento de 5 mil 437 unidades. No consolidado do ano, janeiro a maio, no entanto, o segmento apresentou queda de 17,87%, com a venda de 22 mil 185 caminhões. Em ônibus os emplacamentos somaram 1 mil 318 unidades, alta de 2,97%, e no acumulado do ano os licenciamentos chegaram 4 mil 903, recuo de 15,04%.

Em automóveis e comerciais leves a elevação, em maio, foi de 17,26% no comparativo com o mesmo mês do ano passado: 190 mil 131 unidades. No acumulado o crescimento foi de 2,24%, chegando a 802 mil 270.

De acordo com a Fenabrave a média diária de vendas, para automóveis e comerciais leves, cresceu 2,1% no comparativo de abril para maio, passando de 8 mil 465 unidades para 8 mil 642 em maio. Alarico Assumpção, presidente da Fenabrave, disse, em comunicado, que essa média de vendas diárias deve sustentar o crescimento estimado para este ano: “Nossa expectativa é de aumento de 2,04% este ano”.

A General Motors manteve a liderança de vendas no mês passado, com 17,69% de participação e 33 mil 643 veículos. A Fiat, que deteve 13,64% e vendas de 25 mil 925 unidades, ficou no segundo lugar no ranking da Fenabrave. A Volkswagen ficou em terceiro, com 24 mil 389 licenciamentos e 12,83% de market share. A Ford vendeu 18 mil 725 veículos e deteve 9,85% de participação.

No acumulado do ano a GM vendeu 142 mil 208 unidades, o que lhe rendeu 17,73% do market share. Durante o Seminário AutoData Tendência de Negócios, realizado em São Paulo na quarta-feira, 31, o presidente Carlos Zarlenga disse que este é o décimo-oitavo mês consecutivo de liderança aqui:

“Valeu a pena continuar investindo. Estamos 1 ponto porcentual acima do segundo colocado. Quando olhamos somente as vendas do varejo essa distância passa para 5 pontos porcentuais. Continuamos otimistas para este ano: nossa programação de produção não mudou”.

De janeiro a maio a Fiat se manteve na segunda posição com vendas de 107 mil 10 unidades e 13,34% de participação. A VW licenciou 102 mil 9 veículos, o que lhe rendeu 12,72% de participação. Ford e Hyundai quase empataram em volume de vendas no período, 75 mil 651 e 75 mil 340, respectivamente.

Bosch é a campeã do Ranking AutoData de Qualidade e Parceria

O Ranking AutoData de Qualidade e Parceria chega à sua quarta edição, que este ano tem a Bosch como campeã. Outros destaques empresariais foram NGK, Maxion Wheels, Magneti Marelli, Schaeffler, Pirelli, Grupo Continental, Mahle, thyssenkrupp e 3M, que completaram, pela ordem, a lista dos dez principais fornecedores deste ano.

O ranking, que foi divulgado na quarta-feira, 31, durante o Seminário AutoData de Compras Automotivas, Tendência de Negócios, é construído por meio de estudo da presença e da frequência dos fornecedores dos diversos grupos e segmentos nos prêmios do setor automotivo brasileiro ofertados pelas montadoras de veículos, pelas principais entidades representativas do setor, como o Sindirepa, Sindicato da Indústria da Reparação, e também pela AutoData Editora no triênio 2015/2017.

O objetivo principal do Ranking é divulgar, e tornar público, todos os anos, pela ordem de importância, o nome das cinquenta principais empresas fornecedoras do setor automotivo brasileiro em termos de qualidade e parceria na opinião das montadoras e entidades de classe do setor. O objetivo do ranking é servir como um termômetro da evolução de cada fornecedor e de sua imagem no País.

O Ranking AutoData de Qualidade e Parceria e sua relação de cinquenta empresas representam o que de mais importante e competente aconteceu no setor automotivo no triênio 2015/2017 em termos de relacionamento dos fornecedores com as montadoras, e foi retirado de uma lista de quase trezentas empresas mencionadas nos diversos prêmios ofertados ao longo dos últimos doze meses.

Para se chegar ao resultado atribuiu-se notas diferenciadas com relação aos diversos patamares de prêmios concedidos no setor. As notas obedeceram a uma ordem lógica de importância. Assim, primeiro foram levados em conta os títulos de caráter global, depois os reconhecimentos como empresa do ano – os chamados melhores dos melhores –, os prêmios específicos de categoria e, por fim, certificados e menções.

Os prêmios do Sindirepa, por serem os únicos que refletem o mercado de reposição, tiveram notas diferenciadas, assim como o Prêmio AutoData, que é considerado especial. Nos casos em que a soma levou ao empate de pontos o critério de desempate foi a posição do ranking anterior.

VW quer reduzir impacto ambiental de suas fábricas até 2025

A Volkswagen reduziu o consumo de energia, água e outros insumos utilizados na produção de veículos em uma média de 29%, informou a companhia. Por meio do programa Think Blue Factory, sua operação global consome 23,5% menos energia e o volume de água usada nas fábricas caiu 27,5%. A meta da empresa é reduzir o consumo destes e outros recursos em 60% até 2025.

Foram utilizados 5,3 mil processos para reduzir o consumo de água e energia na produção. Dezesseis áreas de pintura passaram por melhorias e o consumo de energia das fábricas caiu em média 15%. Oito plantas fora da Alemanha consomem 100% da energia utilizada de fontes renováveis. Foram poupados € 130 milhões nos últimos seis anos, segundo a empresa.

A meta estabelecida está alinhada com o Acordo Climático de Paris e nas Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, dos quais a Volkswagen é signatária. De acordo com Liendel Chang, diretor de produção ambiental, até o momento a empresa vem reduzindo em 20% diversos indicadores estabelecidos na política ambiental, como redução de emissões de CO2, utilização de energias limpas e redução do uso da água: “No futuro, esse conjunto de medidas vai reduzir o impacto ambiental da produção em 60% na operação global e em 40% na Alemanha”.

Do final de 2016 até agora, a Volkswagen chegou a uma média de consumo de energia de 23,5% menor. O gasto de água caiu 27,5%. Já a emissão de CO2 foi reduzida em 28,6%, a geração de resíduos, em 58,6% e a emissões de solventes foi 7,6% menor.

Autopeças exportam 7,8% a mais para a Argentina no quadrimestre

A Argentina continua sendo o principal destino das autopeças brasileiras. Os negócios com o país somaram US$ 638 milhões 137 mil de janeiro a abril, valor 7,8% superior ao mesmo período do ano passado. Com isso, a Argentina foi responsável por 29,9% das exportações brasileiras. Os dados foram divulgados pelo Sindipeças.

O aumento dos embarques para a Argentina pode ser explicado pelo custo de produção maior por lá quando se comparado ao Brasil. Uma peça produzida em fábricas argentinas é 35% mais cara que a mesma produzida por aqui.

No total, as exportações de autopeças até abril somaram US$ 2,1 bilhões, alta de 2% com relação ao mesmo período de 2016. Já as importações totalizaram US$ 4 bilhões e avançaram 13,9% na mesma base de comparação. Assim, o déficit comercial do setor atingiu US$ 1,87 bilhão, superando em 31,5% o observado para o mesmo período do ano passado.

Os principais mercados para as exportações de autopeças continuam sendo Argentina, Estados Unidos, México e Alemanha, ao passo que Estados Unidos, China, Alemanha e Coréia do Sul foram os principais alvos das compras feitas pelas empresas do setor aqui instaladas.

Câmbio – Se no quadrimestre houve alta, as exportações recuaram em abril, exibindo queda de 12,7% frente ao mês anterior, assim como no ano passado quando recuou 6,7%. No mesmo período, as importações apresentaram comportamento mais irregular, aumentando e diminuindo em meses alternados.

A reação mais intensa das importações no comparativo anual deve estar associada ao comportamento do cambio, que apresentou valorização de 17,9% nos quatro primeiros meses do ano. No acumulado em 12 meses, as exportações totalizaram US$ 6,6 bilhões e as importações, US$ 12,3 bilhões. Com esses resultados, o déficit alcançou US$ 5,7 bilhões no período.

Qualcomm testa sistema alternativo de recarga para carros elétricos

A empresa de tecnologia Qualcomm está desenvolvendo um sistema de recarga de veículos elétricos em parceria com a Renault. A ideia é colocar em prática uma alternativa à recarga por meio de cabos. Trata-se de um equipamento de indução elétrica capaz de captar eletricidade de um campo magnético. Os veículos recarregam as baterias simplesmente ao passarem por uma pista eletrificada, onde ocorre a transferência de energia. O sistema é similar ao usado no metrô.

O projeto faz parte de um plano financiado pela União Europeia de viabilidade tecnológica para veículos elétricos. De 2014 até agora, foram investidos € 9 milhões em ideias de recarga sem fio de 25 empresas de nove países da região. Elas formam um consórcio constituído por fabricantes, autopeças, empresas de serviços e instituições de pesquisa em infraestruturas viária, energética e automobilística.

Alexandre Brunaldi, da Qualcomm do Brasil, disse que o sistema de recarga por indução possui vantagens com relação ao carregamento por cabos. Na simulação feita pela Renault, o carro trafega por uma via eletrificada e é “abastecido”. Isso representa um avanço, segundo o executivo, porque o abastecimento de veículos elétricos é considerado um entrave à massificação do segmento.

Ainda que seja um sistema em fase experimental na Europa, e distante da realidade brasileira, o executivo afirma que a tecnologia de indução da Qualcomm é utilizada na Fórmula E e em veículos da série S550e, da Mercedes-Benz, nos Estados Unidos: “A recarga por indução já é comercializada como um item opcional nas concessionárias da Mercedes-Benz lá. No caso da Fórmula E, categoria de competição na qual diversas tecnologias voltadas para energia alternativa são aplicadas, o safety car é equipado com sistema Qualcomm de recarga sem fio, chamada Halo”.

O fornecimento para a Mercedes-Benz faz parte de um acordo firmado com sua controladora, a Daimler, de colaboração tecnológica em conectividade e meios de abastecimento de veículos elétricos ou híbridos. No teste mais recente do projeto com a Renault, dois veículos modelo Kangoo recarregaram 20 kW a uma velocidade de até 100 quilômetros por hora. A pista por onde ocorreram os ensaios foi construída na cidade de Versalhes, nos arredores de Paris.

Renovação de portfólio dará dianteira a Toyota e GM nos EUA

A Toyota e a General Motors são as fabricantes com melhor chance de ganhar participação de mercado nos próximos quatro anos, de acordo com o estudo Car Wars 2018-2021 do Bank of America Merrill Lynch. Uma das razões é o investimento que as empresas estão fazendo para renovar os seus portfólios. Conforme o relatório, 85% dos modelos da Toyota serão redesenhados de 2018 a 2021. Na GM, a taxa de renovação é de 84% para o mesmo período. Já a Ford Motor substituirá 83% de sua linha. As informações são do jornal The Detroit News.

De acordo com a publicação, a Toyota terá novas versões de modelos de alto volume, como o Camry e o RAV4. A GM prepara o lançamento de crossovers e de sua próxima geração de picapes e SUVs. Enquanto isso, a Ford tem lançamento previsto só em 2019 e 2020, com o novo Bronco e a Ranger. “Normalmente as montadoras que têm a uma linha mais nova ganham participação de mercado”, disse John Murphy, analista sênior de automóveis do banco.

Murphy acredita que Ford e Honda possam ganhar mercado a partir de 2020, quando a FCA, Fiat Chrysler Automobiles, a Nissan e as montadoras coreanas e européias perderiam participação. Mas o analista advertiu que o crescimento nas vendas das montadoras dependeria do tamanho do mercado dos Estados Unidos.

O Bank of America Merrill Lynch previu que as vendas por lá em 2017 devem girar em torno de 17,9 milhões de veículos. Uma previsão otimista. Isso porque a estimativa de vendas do mercado é de cerca de 17,1 milhões de unidades. No ano passado, as montadoras venderam um recorde de 17,47 milhões de carros, caminhões e SUVs nos Estados Unidos. Para o próximo ano, Murphy estima que as vendas devam alcançar dezoito milhões de unidades, abaixo de uma expectativa anterior de vinte milhões de veículos. Ele afirmou que as vendas podem cair para catorze milhões de veículos em meados da década de 2020. Mas esse declínio poderá acontecer já em 2021.