De motoristas a passageiros

A popularidade dos veículos autônomos certamente gerará oportunidades de negócios que crescerão de US$ 800 bilhões em 2035 para US$ 7 trilhões em 2050, segundo pesquisa da Strategy Analytics divulgada pela Intel na segunda-feira, 12. O levantamento, Economia de Passageiros, explora o potencial econômico que surgirá com os veículos autônomos, quando os motoristas se tornarem passageiros.

As empresas devem começar a contemplar os veículos autônomos em suas estratégias a partir de agora, segundo afirmou Brian Krzanich, CEO da Intel, por comunicado: “Menos de uma década atrás ninguém considerava o potencial do mercado de aplicativos ou da economia de compartilhamento. Queremos despertar as pessoas para a quantidade de oportunidades que surgirão quando os carros autônomos se tornarem os dispositivos de geração de dados móveis mais poderosos que usamos e as pessoas trocarem a direção por outra ocupação durante o percurso”.

No momento a Intel mantém parceria com a BMW. Como resultado colocarão quarenta veículos autônomos nas ruas da Europa e dos Estados Unidos no segundo semestre. Por enquanto não há previsão do desembarque deste tipo de veículos no Brasil, que depende do desenvolvimento da tecnologia 5G. O que há no País é um caminhão autônomo da Volvo que trabalha em algumas atividades em lavoura de cana.

Para 2050 a projeção é que o uso comercial da mobilidade como serviço, MaaS, Mobility as a Service na sigla em inglês, deverá gerar US$ 3 trilhões em receitas, 43% do total da economia de passageiros. A receita esperada com o aumento do uso de novos aplicativos pelos consumidores é de US$ 200 bilhões.

Ganhos substanciais – De acordo com a pesquisa o tempo gasto pelos motoristas no trânsito também deverá diminuir, graças à presença de sensores espalhados pelas cidades. Por sua vez os motoristas economizarão mais de 250 milhões de horas de deslocamento por ano nas cidades mais congestionadas do mundo. Os carros autônomos serão mais seguros. A estimativa é a de que 585 mil vidas poderão ser salvas de 2035 a 2045. Os governos também reduzirão em até US$ 234 bilhões os custos relacionados a acidentes de trânsito.

São vários os tipos de serviços a ser gerados com essa nova forma de mobilidade. A conveniência prevê serviços sobre rodas como salões de beleza, aulas de idiomas, clínicas de saúde, serviços de hotelaria, vendas remotas. Já os produtores de conteúdo e mídia desenvolverão conteúdo personalizado para combinar com períodos curtos e longos de deslocamento. Publicitários de agências terão novas possibilidades para apresentar anúncios baseados na localização de veículos.

Experiência no Brasil – Um dos polos educacionais que investe em pesquisa e desenvolvimento de veículos autônomos é o ICMC, Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, da Universidade de São Paulo, em São Carlos, SP. Em 2009 o instituto desenvolveu um veículo autônomo movido a eletricidade. Dois anos depois os pesquisadores utilizaram esta tecnologia em um Fiat Palio Adventure. Em 2015 o instituto firmou parceria público-privada com a Scania, para o desenvolvimento de um caminhão autônomo.

São muitas as vantagens do caminhão autônomo, segundo Fernando Osório, professor do ICMC e do LRM, Laboratório de Robótica Móvel: “Não haveria a parada para descanso do motorista, o que aumentaria a capacidade de transporte e a produtividade. A segurança é outro fator, pois os sensores dos veículos têm uma visão mais apurada do que o ser humano. Estes veículos, contudo, não gerarão desemprego, pois dependeriam da presença do motorista, assim como o piloto e o copiloto nos aviões”.

De acordo com ele foi um projeto pontual: “A Scania pediu uma solução de baixo custo. A empresa tinha muito interesse em continuar com o projeto, que foi interrompido por causa da crise econômica. Atualmente, continuamos com nossas pesquisas e estamos prospectando novas parcerias”.

Crescem vendas de veículos no Chile em maio

As vendas de automóveis no Chile cresceram 24,6% em maio com relação ao mesmo período do ano passado, resultando no quinto mês de crescimento consecutivo. Foram comercializadas 29 mil 910 unidades, patamar que o mercado daquele país atingira em 2011 e 2012. No acumulado do ano o país vendeu 135 mil 337 unidades, volume 16% maior do que o registrado em 2016.

Segundo dados da ANAC, a associação nacional de fabricantes de veículos daquele país, a Chevrolet foi a empresa que mais vendeu, 2 mil 783 unidades. Hyundai, 2 mil 611, Kia, 2 mil 551, Toyota, 2 mil 286 unidades e Suzuki, 2 mil 157, formam o grupo das cinco empresas que mais venderam no mês.

O mercado de caminhões teve incremento de 6% no volume de vendas com relação a maio do ano passado: foram 1 mil 32 unidades, a maior parte delas veículos pesados importados do Brasil, cujas fábricas atendem clientes chilenos que atuam nas áreas de mineração e florestal. No acumulado do ano foram vendidas 5 mil 77 unidades, o que representa crescimento de 8,5% com relação ao volume comercializado nos cinco primeiros meses de 2016. A Mercedes-Benz foi a que mais vendeu no período: novecentas unidades.

Já no segmento de ônibus o mercado vendeu em maio 167 unidades, 16,8% a mais na comparação com maio de 2016. No acumulado foram vendidas 979 unidades, 14,5% a mais do que foi vendido no ano passado. Neste segmento a Mercedes-Benz foi a empresa que mais vendeu: 564 unidades.

Intercâmbio à vista na parceria Renault-Intel

O intercâmbio praticado pelas fábricas da Renault pode dar início ao desenvolvimento dos primeiros projetos de conectividade em veículos no Brasil. No mês passado companhia comprou a área de pesquisa e de desenvolvimento da Intel, na França, como estratégia para acelerar os trabalhos neste campo sob a ótica automotiva. E os frutos desses estudos podem refletir na operação brasileira e inserir a equipe nacional de engenharia em projetos globais.

Segundo a Intel quatrocentos seus funcionários serão incorporados à Renault. Esta nova equipe, especialista em desenvolvimento de softwares para veículos, deverá estabelecer conexão com centros de pesquisa Renault espalhados pelo mundo. No Brasil, existe desde 2008 o Centro de Design da América Latina, em São Paulo, espaço no qual são desenvolvidos projetos ligados a futuros veículos.

De acordo com Olivier Murguet, presidente da Renault nas Américas, a operação brasileira tem potencial para contribuir com o desenvolvimento de aplicações que estarão inseridas nos veículos conectados: “Mais do que conectar veículos os projetos envolvendo carros autônomos precisam contar com pessoal especializado em conteúdo, ou seja, em programas que possam melhorar a navegação dos motoristas. O Brasil é um celeiro de programadores que podem nos ajudar neste sentido. E a empresa tem a cultura de fazer intercâmbio de ideias”.

A Intel tem participado de diversos projetos de veículos autônomos nos Estados Unidos e na Europa, tendo costurado parcerias com fabricantes e com empresas fornecedoras. Isso se deu porque seu carro-chefe, os processadores, é parte fundamental nos sistemas que tornam autônoma a direção. Em maio, por exemplo, a empresa trabalhou em conjunto com a Delphi na criação de protótipo autônomo. Há, também, pareceria com a BMW para a construção de quarenta veículos de teste automatizados até o fim do ano.

A conclusão do negócio na França, que depende da aprovação das autoridades que fiscalizam a concorrência, será feita até o fim de junho. As empresas não informaram o valor da transação. A Renault era vista como pioneira em eletrônica embarcada com o sistema R-Link, que combina várias aplicações de conectividade. Este sistema, no entanto, ficou obsoleto no momento em que Apple e Google desenvolveram a sua própria solução de sincronização de smartphones com automóveis.

A expectativa da empresa é retomar as pesquisas em conectividade e dominar as tecnologias para veículos autônomos, no sentido de cumprir a meta estabelecida de vender modelos desta categoria até 2020.

Michelin nacionaliza por mercado de reposição

O cenário favorável às vendas no segmento de reposição, e os sinais de retomada dos licenciamentos de ônibus, fizeram a Michelin ampliar a oferta de pneus para transporte urbano e de cargas no Brasil. Para atacar os dois nichos tropicalizou uma linha vendida na Europa, ou seja, adaptou um produto do seu portfólio global para as características regionais. No caso da linha Incity, anunciada na terça-feira, 13, o mercado brasileiro demandou durabilidade maior e promessa de economia em custos operacionais dos transportadores.

De acordo com Nour Bouhassoun, presidente da companhia para a América do Sul, os novos pneus serão produzidos nas fábricas de Campo Grande e Itatiaia, RJ, que hoje trabalham em três turnos e possuem capacidade instalada para produzir 1 milhão 855 mil pneus por ano:

“Utilizamos capacidade próxima dos 100%. As vendas para o mercado de originais diminuíram, ao passo que na reposição o crescimento é significativo, o que manteve nossa produção longe da ociosidade”.

O executivo disse que 80% das suas receitas atuais são obtidos na reposição. No ano passado esta fatia foi de 70%.

Vender pneus que tenham como principal apelo comercial a durabilidade é uma resposta da empresa ao contexto brasileiro, onde os clientes, mais conservadores com relação a aportes em renovação de frotas, investem em sua manutenção. Antes do lançamento da Incity a Michelin atendia aos segmentos de caminhões leves, semileves e ônibus com duas opções da linha X Multi. A nova gama de pneus, ao contrário desta, possui tecnologia que prolonga sua vida útil em 10%.

Bouhassoun disse que as duas linhas serão mantidas em produção e justificou a estratégia com o argumento de que atendem perfis de cliente diferentes: “São duas linhas que, apesar de serem direcionadas aos mesmos segmentos, atendem a públicos com demandas distintas. O lançamento é para transportadores que buscam redução de custos operacionais, clientes que possuem grandes frotas e precisam aumentar o tempo da troca do pneu”.

A tecnologia importada pela Michelin aumenta de três para cinco o número de sulcos conforme o pneu vai sendo utilizado, além da borracha utilizada dispor de uma série de reforços químicos para suportar os diferentes terrenos.

Antes de iniciar a operação comercial, já em curso no País, a empresa testou 20 mil unidades do modelo em clientes com o objetivo de avaliar o seu desempenho no mercado. O retorno da pesquisa, de acordo com Renato Silva, gerente de marketing de produto, demandou modificações em sua concepção ainda que tenha recebido referências positivas: “A equipe nacional de engenharia trabalhou na busca de materiais que respondessem bem ao perfil de condução do motorista brasileiro, que é diferente do europeu. As modificações sugeridas nos levaram a utilizar materiais mais resistentes na banda de rodagem”.

Apesar de representarem menos oportunidades em termos de volume de vendas, o segmento de originais, sobretudo de ônibus urbanos, é visto pela Michelin como um filão a ser explorado no Brasil. A quantidade de licenciamentos voltou a aumentar no ano passado, e novos projetos de mobilidade urbana também atraíram as atenções da empresa para investir no desenvolvimento de produto para atender à demanda local, disse o presidente Nour Bouhassoun.

Dados da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, foram 16 mil 792 unidades emplacadas no ano passado e 11 mil 161 em 2015.

Outro foco da estratégia de expansão do portfólio para caminhões semileves e ônibus são as exportações a partir da produção brasileira. Mercados como Argentina, Chile e Colômbia, segundo o executivo, têm demonstrado aumento nas vendas de veículos dessas duas categorias, o que implicará, no futuro, maiores demandas de manutenção. O executivo afirmou que, hoje, cerca de 30% da produção de pneus são destinadas aos países vizinhos e também para o México.

Com pouco rock?n roll BNDES não é mais o mesmo

“Eu tenho a impressão de que nós participamos de uma grande festa com sexo, drogas e rock’n roll e acordamos no dia seguinte nos perguntando ‘O que nós fizemos?’ ” A frase é de Ricardo Ramos, diretor do BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Ele respondia aos pedidos de mais crédito feitos pelos representantes do setor automotivo durante seminário promovido na terça-feira, 13, pela Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Segundo Ramos o crédito farto via BNDES viciou e trouxe muitos problemas à economia brasileira.

Segundo o presidente Antônio Megale, da Anfavea, o setor sempre se beneficiou da oferta de condições de juros muito subsidiados, “e agora estão repensando essa visão. Há uma nova diretriz no governo federal. Essa nova política foca mais na sustentabilidade. Entretanto, quando a gente fala do setor de caminhões, a participação do BNDES é fundamental. Há uma discussão sobre a existência do futuro sem o BNDES. Nós achamos que, nesse futuro próximo, ainda não. Precisamos do BNDES”.

Ramos argumentou que o BNDES não deve ser a única fonte de financiamento: “Foi ruim para o BNDES e para o setor de caminhões a gente se tornar monopolista. Devemos funcionar como uma fonte alternativa”.

Ele disse que o foco atual do banco está em áreas de “impacto mais abrangente para a sociedade”. Tecnologia e sustentabilidade, por exemplo: “Podemos ser um partícipe importante para o desenvolvimento de novas tecnologias. A questão do meio ambiente é cara para nós”.

Alcides Braga, presidente da Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, disse que não é segredo que o setor se acostumou a viver do BNDES: “Trabalho há 37 anos nesse setor, e há 35 a gente sempre teve o BNDES como um dínamo”.

Segundo Braga o banco não pode, “de uma hora para outra”, dizer que não é mais um ator importante: “O setor não está preparado para isso. Existe uma dependência, sim. E isso tem que ser encarado”.

Para Braga o BNDES deve prezar pelo desenvolvimento e não ser apenas um banco:

“É sua função natural e ele tem recursos para isso. O BNDES tem que dar crédito de 100% para quem não tem dinheiro para investir pelo menos nesse período de retomada”.

Braga contou que a Anfir nunca apoiou o “pacote de bondades” historicamente oferecido pelo banco, mas defendeu que essa nova postura pode enforcar ainda mais o setor: “Não é hora de pensar em caminhão verde ou de focar na indústria 4.0. Há uma carnificina no mercado!”.

Braga referia-se aos números mostrados minutos antes por Sérgio Zonta, vice-presidente da Fenabrave. Ele relatou que mais de 2 mil concessionárias fecharam as portas nos últimos anos, sendo duzentos de caminhões. O número de demissões nas revendas, segundo o executivo, passa de 127 mil:

“Nós acreditamos na necessidade de um redesenho profundo da área de canais de financiamento. Se analisarmos objetivamente vivemos totalmente do BNDES por um largo tempo. E isso acabou consolidando um só canal de financiamento. No passado tínhamos leasing, CDC, consórcio, que ao longo do tempo sumiram”.

Carlos Alberto Sisto, vice-presidente da Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, reclamou que o BNDES tirou muito o pé do acelerador nos últimos meses: “Estou há três anos no Brasil e não consigo enxergar a vida sem o BNDES. O BNDES diminuiu o valor financiado e a taxa de juros não parece cair. Isto está gerando uma angústia nos nossos clientes em um momento que o mercado já está retraído. A impressão que dá é que tiraram o sexo, as drogas e deixaram só um pouco de rock’n roll”.

Setor de caminhões vive drama, mas fala em recuperação

Presidentes e executivos das principais fabricantes de caminhões no Brasil não pouparam lamúrias durante seminário Caminhos para a Retomada, organizado pela Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. O evento aconteceu nessa terça-feira, 13, em São Paulo. “A situação e dramática”, disse Antônio Megale, presidente da Anfavea. “A indústria é capaz de fazer bem mais. Nossa ociosidade passa dos 80%.” Até maio, a perspectiva de retomada de 10% em 2017 não se confirmou. Em janeiro, a queda nas vendas com relação ao mesmo mês do ano passado foi de 33%. No acumulado, de janeiro a maio, o tombo diminuiu para 19,4%. Megale, no entanto, mostrou-se otimista para o segundo semestre. Ele acredita que a safra recorde de grãos deve impulsionar as vendas nos próximos meses. Além disso, o dirigente aposta na volta do crescimento do PIB e das obras de infraestrutura em todo o País.

Apesar dos números preocupantes, quando questionados sobre uma previsão para daqui a quatro anos, os dirigentes mostraram otimismo. Todos, a despeito da preocupação com a crise política, estimaram um mercado entre 100 mil e 120 mil unidades em 2021. O número representa um aumento de mais de 100% com relação ao volume vendido no ano passado, quando pouco mais de 50 mil caminhões foram emplacados. Para essa retomada, todos pontuaram a necessidade de uma política de previsibilidade econômica e incentivo à exportação. Os executivos acreditam que uma exportação entre 30% e 50% da produção é saudável para a empresa.

João Pimentel, diretor geral da Ford Caminhões, afirmou que com um mercado abaixo de 100 mil unidades o setor não se sustenta. Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz, também acredita nessa recuperação, mas apenas se for colocado em prática um programa de renovação de frotas pelo governo federal. “Enquanto falam em Euro 6 e em modelos elétricos, há mais de 200 mil caminhões com mais de 30 anos rodando. Isto significa mais emissão de poluentes, menos segurança e um mercado parado.”

Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Bus Latin America, prevê que a produção pode chegar a 120 mil unidades em 2021. Ricardo Alouche, diretor da MAN Latin America, acredita que não é exagero pensar em 170 mil unidades a médio prazo. Marco Borba, da Iveco, também acredita que o País pode ultrapassar o recorde de 2012, quando 173 mil unidades foram vendidas. “O mercado está muito abaixo do potencial.” A marca dos 100 mil caminhões deve ser atingida em quatro anos, segundo Borba. Para ele, a atual crise econômica se deve muito à crise política. “Não é a primeira, mas essa já está durando quatro anos, com o mercado regredindo ano a ano. Ela parece mais duradoura do que as outras que atravessamos.”

Procuram-se ideias de impacto

A Ford anunciou um novo programa de mobilidade durante o Campus Party Brasília nesta quarta-feira, 14. A Ford Fund, seu braço filantrópico, e a Artemisia, organização sem fins lucrativos que fomenta negócios de impacto social no Brasil, lançaram Ford Lab: Mobilidade para Todos.

O programa irá identificar e selecionar startups que proponham soluções inovadoras que possam atingir principalmente a população de baixa renda. A ideia inédita do programa partiu da unidade brasileira da Ford e se alcançar bons resultados, a proposta é expandir para outras partes do mundo.

As inscrições estão previstas para agosto de 2017. Após receber os projetos, o programa irá selecionar três startups, que receberão um investimento de cerca de R$ 15 mil cada uma, e terão acesso a atividades, conteúdos e conexões com outros empreendedores do setor. A previsão é que os projetos sejam colocados em prática em torno de um ano.

A Ford Fund atua principalmente nas áreas de educação, mobilidade e comunidades, segundo Jim Vella, o seu presidente: “Nosso objetivo é fomentar empresas que tenham soluções de impacto social que podem ser reproduzidas em larga escala, tanto em contextos urbanos como rurais. A Ford não quer ser apenas uma fábrica de carros, mas dar retorno às comunidades”.

O programa conta com a parceria institucional do Ministério de Ciência, Comércio e Serviços, que procura conectar startups com pequenas e grandes empresas, segundo Igor Calvet, secretário de indústria e competitividade do ministério: “É importante conectar nossa realidade social com os novos aspectos de mobilidade automotiva como conectividade, veículos autônomos e eletrificação”.

A Ford é a única empresa do setor automotivo que tem participado de diversas edições da Campus Party em todo o Brasil. Ao participar destes eventos, a empresa pretende apoiar parcerias com novas gerações de empreendedores para melhorar a qualidade de vida, de acordo com Lyle Watters, presidente da Ford para a América Latina: “No início, também fomos uma startup. O Campus Party é uma incubadora de pensamentos pioneiros para projetos que unem inovação, empreendedorismo e tecnologia e o potencial brasileiro para startups é muito grande”.

Exportações da VW crescem 63% até maio

A Volkswagen do Brasil registrou, de janeiro a maio, aumento de mais de 63% nas exportações no comparativo com o mesmo período de 2016. Ao todo, foram 71 mil 86 unidades exportadas ante 43 mil 575 do ano passado. O aumento dos embarques supera os 61,8% de crescimento verificado pelo setor no período, que foi de 307 mil 558 unidades. Aliás, a VW obteve uma participação de 24%. A expectativa é de que as suas exportações cheguem a 150 mil veículos este ano.

David Powels, presidente e CEO da VW do Brasil e América do Sul, disse que a formatação da nova estrutura regional na região permitiu o trabalho mais eficiente e a atuação mais ativa nas decisões voltadas aos mercados da região:

“Essa estratégia ajuda também a tornar a marca Volkswagen mais conectada ao consumidor, ágil e competitiva, possibilitando conquistar uma participação mais forte principalmente nos mercados vizinhos ao nosso. O resultado deste trabalho já é refletido nos nossos volumes de exportação, que servem como um indicador bastante relevante do nosso nível de competitividade para atuar com veículos brasileiros em outros mercados”.

Os países que mais receberam os da Volkswagen foram Argentina, México e Colômbia. Já o modelo mais exportado continua sendo o Gol, com 32 mil 158 unidades embarcadas, seguido pelo Voyage, com 13 mil 29 unidades, Saveiro, com 11 mil 825 unidades e up!, com 8 mil 441 unidades.

O desempenho até o momento em 2017, segundo a VW, reflete os primeiros resultados da criação da estrutura regional SAM, que engloba a América do Sul, América Central e Caribe, em um total de 29 países. “Essa divisão dá maior autonomia e força no desenvolvimento de soluções para as demandas dos clientes da Volkswagen nessas regiões, ajudando a ampliar a atuação da empresa nesses mercados”, informou a companhia.

Michelin já sabe o que fazer com a Levorin

Após nove meses do anúncio da compra da Levorin, fabricante de pneus e câmaras de ar para motos e bicicletas, a Michelin já demonstra o que pretende fazer. A princípio manterá a marca Levorin e aumentará a produção de pneus para motos urbanas nas fábricas de Guarulhos, SP, e de Manaus, AM, para atender ao mercado interno e às exportações. Produzir pneus de moto com a marca Michelin só em 2018, segundo o presidente da companhia para a América Latina, Nour Bouhassoun: “Muita dificuldade para se conseguir autorizações neste País”.

As metas destacam os esforços em ganhar mercado no segmento de duas rodas, sobretudo na reposição. Ainda que a Levorin tenha um contrato de fornecimento com a Honda em vigência, seu foco, nesse mercado, estará direcionado ao consumidor final:

“Nosso cliente número 1 não é a montadora, mas o cara que passa ali na rua de moto. Trazer a produção de Manaus para São Paulo? Não sei, estamos estudando isso”.

Segundo Bouhassoun o que está sendo visto como principal critério para a transferência da produção para São Paulo é o grande potencial do mercado de motos de baixa cilindrada. Feita esta avaliação, que deverá estar finalizada no ano que vem, a Michelin decidirá onde manter a produção da Levorin:

“Em São Paulo estão as oportunidades de negócio em volume e estaríamos mais perto delas. Mas a produção do Amazonas é importante por questões de escoamento pelos portos”.

Pesa ainda, nesta balança, o fato de a fábrica de Manaus ser a maior e mais nova da companhia. Fruto de investimento de R$ 120 milhões, possui 252 mil m² e foi inaugurada em 2011. Há também a questão do fornecimento da borracha, principal insumo dos pneus e câmaras. Bouhassoun disse também que há espaço para ampliação da produção em Manaus caso a empresa verifique uma demanda que justifique a construção de outros prédios dentro do terreno.

Na semana passada a Michelin começou a exportar os pneus de motos fabricados pela Levorin. Os primeiros embarques foram para Argentina e México, e a empresa deverá buscar mais mercados como uma resposta à baixa demanda no mercado de componentes originais, segundo o executivo da Michelin. Ainda que, em maio, a produção de motos tenha crescido 20,7% com relação abril, no acumulado do ano, em comparação com 2016, houve recuo de 2,5% no volume de produção, segundo dados da Abraciclo, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares.

Contagem regressiva para o Novo Polo

A contagem regressiva começou: na próxima sexta-feira, 16, a Volkswagen revelará o novo Polo, em Berlim, Alemanha. Essa última versão do carro é considerada maior, mais espaçosa, mais confortável e, segundo a VW, continuará a história de sucesso do modelo compacto que já vendeu mais de 14 milhões de unidades no mundo. Por aqui o Polo será apresentando no segundo semestre.

O novo Polo tem um design “confiante, desportivo e emocional”, disse Klaus Bischoff, chefe de design da Volkswagen Brand:

“Este modelo pode ser visto como o original, mas também como uma geração completamente nova. Um Polo com um design expressivo que torna o compacto mais alegre, limpo e exclusivo dentro de nossa gama de produtos. Este é um carro que se encaixa perfeitamente com nossos tempos, visual e tecnicamente”.