As vendas de automóveis novos no País cresceram 4,59% no primeiro semestre do ano, alcançando 847 mil 798 unidades. O desempenho positivo interrompeu o processo de queda nos negócios iniciado a partir de 2013, segundo dados da Fenabrave, a federação dos distribuidores nacionais.
Ainda que o crescimento seja considerado modesto pela entidade, e distante do recorde de 1 milhão 451 mil 461 unidades alcançada há quatro anos, o resultado é visto como indicador de retomada da confiança do consumidor e dos frotistas, algo inesperado em meio a cenário político conturbado e de ajustes em algumas áreas macroeconômicas verificados durante o atual governo, argumentou Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, na terça feira, 4.
A tendência, ele expôs, é a de manutenção do crescimento até o fim do ano e terá sustentação, dentre outros fatores, na chegada de novos veículos programada para este semestre, como o Fiat Argo, e o Renault Kwid: “A diminuição da inflação e da taxa de juros teve efeito direto, no período, nas vendas para pessoa física. O resultado das vendas não foi melhor por causa da restrição ao crédito, que persiste”.
O desempenho fez com que a Fenabrave revisasse suas projeções para o ano. No segmento de automóveis o crescimento esperado é de 4%, devendo o setor emplacar até dezembro coisa de 1,8 milhão de veículos – mais exatamente 1 milhão 755 mil 833. Em janeiro a projeção para o ano, neste segmento, era de crescimento de 2%.
Sobre os financiamentos, modalidade que representa a maior fatia nas vendas de veículos novos via concessionária, o representante da Fenabrave disse que de cada dez pedidos de financiamento, no período, feitos aos bancos, apenas um foi aceito: “Isso mostra como ainda o cenário é adverso às aquisições. O crédito é restrito e muitos brasileiros estão inadimplentes, ou seja, inaptos ao requerimento de capital para comprar um veículo novo”.
As vendas diretas, aquelas feitas a frotistas, aumentaram sua participação no mix de vendas de automóveis e serviram de alicerce para que o volume de vendas, no semestre, superasse o do ano passado. Dados da Fenabrave indicam que do total de veículos emplacados no período 23% foram vendidos de maneira direta. Ou seja, 194 mil 99 unidades foram vendidas diretamente às empresas.
O representante da Fenabrave acredita que esse nicho tem tendência de crescimento nos próximos anos, mesmo que as vendas feitas diretamente pelas fabricantes sejam mais atrativas ao cliente do ponto de vista fiscal: “Vendemos nos últimos dez anos 500 mil veículos diretamente às empresas, um volume considerado interessante se observarmos que as fabricantes conseguem oferecer mais vantagens na compra. É um segmento ainda a ser explorado”.
O veículo mais vendido do País continua sendo o Chevrolet Onix, da General Motors. O modelo encerrou o semestre com 83 mil 236 unidades vendidas. Na sequência vem o Hyundai HB20, com 51 mil 149 unidades, e o Ford Ka, 44 mil 650. Renault Sandero, 38 mil 867 unidades, e Volkswagen Gol, 36 mil 209, fecham o grupo dos cinco carros mais vendidos.
Outras frentes – A venda de comerciais leves no primeiro semestre de 2017 registrou alta de 2,25% com relação aos primeiros seis meses de 2016, atingindo 143 mil 677 unidades. Este segmento também vinha em queda acentuada desde 2013. Assumpção Júnior disse que esse segmento dá indícios de retomada, mas de forma diferente da observada no de automóveis: “Mais do que o de carros esse segmento depende muito do PIB para apresentar um crescimento significativo. Algo acima dos 2% projetados pelo Banco Central para o ano que vem”.
Nos segmentos de caminhões e ônibus o cenário de queda aferida nos últimos anos foi mantido. No semestre foram emplacados 21 mil 461 caminhões no País, queda de 15,6% com relação a idêntico semestre de 2016. O emplacamentos de ônibus caíram 7,25%, totalizando 6 mil 464 unidades