Com o lançamento do Nissan Kicks nacional a Nissan também aproveitou para apresentar o seu novo presidente: Marco Silva. Assim como o SUV Silva é brasileiro. Nasceu em São Paulo há 50 anos e, depois de passagens por vários lugares do mundo, ele recebeu a incumbência de seu conterrâneo, Carlos Ghosn, de tocar a operação brasileira da Nissan. Com isso, ele, que ia em média nove vezes ao Japão por ano, já participou de cinco reuniões na matriz somente até junho. Quase uma por mês:
“O desafio maior é explicar ao board o que acontece na economia brasileira. Agora, com a saída do Carlos da presidência da Nissan, tenho mais trabalho. Ele entendia mais o comportamento do mercado brasileiro e da política por aqui. Mas o interessante é que, mesmo com toda a turbulência que estamos vivendo no Brasil, a direção da Nissan mantém todos os projetos. Prova disso é a abertura do segundo turno na fábrica de Resende para a produção do Kicks”.
Em suas idas ao Japão, além de tentar decifrar os acontecimentos políticos e econômicos do Brasil, Silva negocia o novo plano de investimento para a América Latina. Ele também cuida de todo o planejamento financeiro dos países da região, menos o México. O plano atual, de US$ 2,5 bilhões, termina em meados de 2018 e teve o Brasil como seu maior destino, com a construção da fábrica no Rio de Janeiro, que demandou recursos da ordem de R$ 2,6 bilhões, e mais R$ 750 milhões para a linha do Kicks nacional:
“A definição do valor do novo ciclo sairá em dois ou três meses. É um planejamento para cinco anos, até 2022. O Brasil deve receber a maior parte dos recursos. Aqui, nossa estratégia será investimento em fábrica e em produtos”.
Silva não quis pormenorizar se o aporte maior será em nova linha de produtos, mas disse que espera chegar à capacidade instalada da unidade, que é de 200 mil veículos por ano, até 2022: “Viemos para ser grandes. O Brasil representa 45% do mercado da América Latina, mesmo com a queda que estamos vivendo nos últimos anos. Este ano produziremos quase 90 mil veículos em Resende. É o melhor ano para essa unidade”.
Em 2016 foram fabricados, ali, 55 mil carros.
Parte do desempenho da produção no Brasil é atribuída ao Kicks, que será montado por aqui este mês. Para se preparar a Nissan abriu um segundo turno de trabalho e contratou mais seiscentos funcionários diretos. Silva ressaltou que outros 1,2 mil empregados indiretos serão integrados a essa linha: “A transferência da produção do México para cá agora estava em nossos planos. Isso porque queríamos lançar o carro durante os Jogos Olímpicos e o Brasil foi o primeiro a ver o Kicks, apesar de ser mexicano até então. Vendemos toda a cota que importamos, cerca de 20 mil carros. Com a produção nacional a estimativa é a de que os licenciamentos do modelos alcancem 30 mil unidades no primeiro ano. É um sucesso da Nissan”.
O executivo disse que, agora, com a nacionalização da montagem do Kicks, a Nissan aumentará as importações da nova picape Frontier do México, até que a fábrica de Córdoba, Argentina, comece a produzir o modelo: “Temos uma cota de US$ 100 milhões por ano pelo acordo automotivo do Brasil com o México e, ao encerrarmos a importação do Kicks já aumentamos os volumes da Frontier. Essa é uma estratégia que foi pensada há muito tempo”.
Hoje a Nissan traz do México a Frontier e o sedã Sentra.
Se a Nissan considera que o Kicks é um sucesso no Brasil a empresa também aposta em repetir o desempenho nas vendas nos países da América Latina. Marco Silva ressaltou que o plano é exportar primeiro para a Argentina e depois disputar os outros mercados com a operação mexicana: “Temos condições de enviar o modelo para todos os países em que atuamos. Vamos em busca disso”.
Hoje a Nissan exporta March e Versa para todos os países da América do Sul, Costa Rica e Panamá.
Kicks já aumenta família
O Nissan Kicks, modelo mais vendido da Nissan no Brasil, amplia a quantidade de versões, passa a ter novos itens de série e mais equipamentos inéditos para o segmento e mais opções de cores em dois tons.
Ainda este mês chega às lojas a nova versão S, com câmbio manual de cinco marchas e preço começando em R$ 70,5 mil – a nova versão dispõe de gama interessante nos itens de série. O Kicks S equipado com transmissão automático CVT com modo Sport chegará às concessionárias por R$ 79,2 mil. O crossover brasileiro ganha também a versão SV – diferente da edição limitada SV Limited trazida para o Brasil do México –, equipada exclusivamente com câmbio XTronic CVT com modo Sport e sai por R$ 85,6 mil. Esta nova versão tem os mesmos equipamentos da versão S CVT com acréscimo da câmara traseira com imagem integrada à tela do rádio.
Completando a linha nacional a versão SL ganha novos equipamentos, que a diferenciam do modelo trazido até então do México: maçanetas cromadas, sistema multimídia Nissan Multi-App, retrovisores com rebatimento elétrico automático, que se recolhem com o desligamento do motor e se abrem com o acionamento da ignição, e quatro novas combinações de pintura externa 2-Tone, que se somam à conhecida cinza com teto laranja.
Essa versão vem com o controle inteligente de chassi, que reúne avançados sistemas eletrônicos como o controle em curvas, o estabilizador inteligente de carroceria e o controle de freio motor. Ela é equipada também com dispositivo de visão 360º com sistema inteligente de câmaras, monitoramento de pontos cegos e painel de instrumentos TFT. O preço sugerido é de R$ 94,9 mil.
A Nissan terá, também, versão destinada para deficientes físicos que se enquadrará em todos os descontos de impostos previstos em lei. Ainda sem preço.