Peru demanda mais carros brasileiros

As exportações de automóveis para o Peru foram as que mais cresceram no mês passado. Em junho foram enviadas para lá 1 mil 221 unidades, ante 302 exportadas no mesmo período do ano passado. Os embarques superaram o desempenho dos tradicionais parceiros comerciais do Brasil, como México e Argentina, de acordo com dados do MDIC.

O cenário é reflexo da aproximação comercial promovida pelo governo brasileiro com o país andino por meio de acordo firmado em abril de 2016. O Peru hoje representa o quinto maior mercado dos veículos brasileiros e, em junho, o fluxo de mercadorias rendeu US$ 12 milhões às fabricantes nacionais. O valor é tímido comparado às receitas da Argentina – US$ 563 milhões, no mês – mas a expectativa em torno do país é de aumento da demanda por veículos por duas razões: projeção de crescimento 3% do PIB em 2017, acima da média da região, e realização de obras de infraestrutura.

Hoje os veículos mais importados pelo país são da Hyundai, 17,9%, Toyota, 11,9%, e Nissan, 10,6%, segundo dados da AAP, Associação Automotriz do Peru. A Toyota, por exemplo, exporta o modelo Etios desde julho do ano passado e anunciou para setembro os embarques do novo Corolla brasileiro. À época do seu lançamento, em março, Rafael Chang, presidente da companhia, disse que o Peru, ao lado de Chile e Colômbia, forma “um mercado interessante de 3 mil veículos por ano”.

Com relação aos ônibus o Peru também apresentou o maior crescimento das exportações em junho. Foram enviadas 54 unidades, alta de 57% na comparação com o volume embarcado em junho de 2016. O país tem se destacado como o principal comprador de ônibus brasileiros por causa da demanda regional por veículos rodoviários e urbanos. Em abril, por exemplo, a Neobus anunciou a venda de cinquenta unidades equipadas com chassis Volvo para um operador de transporte local. Em caminhões foram exportadas ao Peru 195 unidades em junho, queda de 17% na comparação com junho do ano passado, quando foram exportadas 246 unidades.

América Latina – Em junho as fabricantes brasileiras exportaram 72 mil 960 veículos, o que gerou negócios no valor de US$ 967,8 milhões. Foram 69 mil 287 automóveis, 3 mil 490 caminhões e 183 ônibus. A Argentina segue como principal parceiro comercial: recebeu 73% do volume dos carros exportados, 57% dos caminhões e 61% dos ônibus.

Em junho do ano passado o setor exportou 51 mil 893 unidades, trazendo aos seus cofres US$ 652,9 milhões.

Campo já representa 12% das vendas

A safra recorde de 232 milhões de toneladas continua a dar boas notícias, agora para o segmento de máquinas e equipamentos. Isso porque os agricultores brasileiros usam retroescavadeiras e pás-carregadeiras no campo na hora de preparar o solo para o plantio e também na colheita. De 2012 a 2016 a agricultura foi responsável por 7% dos negócios e no primeiro trimestre deste ano essa participação pulou para 12%, segundo dados da Abimaq.

Essas máquinas são adaptadas para desempenhar diferentes funções na construção e na agricultura, de acordo com Paula Araújo, gerente de marketing da New Holland Construction para América Latina:

“A pá carregadeira, por exemplo, conta com opcional de caçamba mais leve para aumentar a quantidade do carregamento de bagaço de cana. As adequações são realizadas na fábrica dependendo da necessidade do cliente”.

Para ela o crescimento nas vendas para a agricultura foi impulsionado pela mecanização da produção:

“O bom desempenho da agricultura traz a necessidade de mecanizar os processos para economizar tempo e aumentar a produção”.

Paula Araújo contou, também, que a pá-carregadeira é utilizada para construção de barragens e de açudes, carregamento de materiais e abertura de curvas de nível para o plantio em linhas com diferentes altitudes do terreno, sendo bastante comum na cultura de algodão e milho.

Já a retroescavadeira é uma máquina cheia de versatilidade e realiza trabalhos de escavação, assoreamento, cultivo, irrigação, limpeza e transporte de materiais. É utilizada em plantações de arroz, soja, milho e na pecuária.

A executiva citou negócios firmados pela New Holland Construction durante a Agrishow, o maior evento do agronegócio brasileiro. Um deles foi com proprietários da 3W Agronegócios, que mantêm atividades em Carrancas, MG, que compraram uma retroescavadeira.

Segundo um deles, Wilker Franco, a empresa, que já possui uma máquina em atividade, adquiriu o novo equipamento para ser usado na abertura de áreas de sua propriedade: “Nossa escolha foi baseada na produtividade, rapidez no giro, fácil operação e economia na operação”.
A 3W atua no plantio de milho, soja e feijão na região.

Exportação deve crescer mais de 35% este ano

A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, revisou suas estimativas para o resultado da indústria automotiva deste ano. As novas expectativas da entidade apontam um crescimento de 35,6% nas exportações, o que significa chegar ao fim deste ano com 705 mil unidades enviadas para outros países – a projeção anterior era de crescimento de 7,2%.

Essa mudança, em conjunto com a diminuição da participação de importados, levou a uma projeção melhor com relação ao crescimento da produção: saltou de 11,9% para 21,5%, alcançando 2 milhões 620 mil de unidades em dezembro. Para as vendas ao mercado interno a previsão manteve-se inalterada.

Para Antônio Megale, presidente da Anfavea, a revisão foi necessária em decorrência, essencialmente, do resultado positivo das exportações:

“Nossa ideia inicial para as exportações já era bastante relevante, mas com o aumento dos seus resultados, mês a mês, foi preciso rever nossos números para cima, o que é extremamente importante para o setor automotivo por impactar diretamente a produção. Entretanto, o resultado do mercado interno ainda apresenta estabilidade e não é suficiente para ocupar a capacidade ociosa que a indústria apresenta”.

Megale lembrou que as estimativas para os licenciamentos podem ser revistas em breve: “Observamos que as vendas de automóveis e comerciais leves estão com um viés positivo, deve ser maior do que os 4% que projetamos. Mas a falta de clareza no cenário macroeconômico e no político nos fez aguardar. Como bom mineiro, sou prudente. Vamos esperar mais um mês”.

A estimativa da Anfavea é a de vendas de 2 milhões 133 mil veículos, alta de 4% no comparativo com 2016. Até junho, de acordo com dados da entidade, os licenciamentos cresceram 3,7%: “No início do ano outras entidades estimavam que os emplacamentos aumentariam menos de 4%. Agora, elas já revisaram as suas expectativas e estão chegando ao porcentual que imaginávamos. Saímos na frente e vamos sair novamente, com a nova estimativa que será apresentada em breve”.

Mas será para baixo a revisão das vendas de caminhões e ônibus, disse Megale: “O desempenho no primeiro semestre não foi como esperávamos. O viés é negativo”.

Pela estimativa da Anfavea o crescimento será de coisa de 6,4%, com emplacamentos de 65,6 mil unidades.

Durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2017, realizado na segunda-feira, 3, Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, já revisara sua estimativa de vendas de caminhões e ônibus. Segundo ele, para chegar ao mesmo patamar de licenciamentos do ano passado, o segundo semestre terá de crescer 33% sobre a primeira metade do ano. A sua projeção, então, é de mercado de 50 mil caminhões e 11 mil ônibus: “Isso é bom? Não. Estamos com números da indústria de 1999, do século passado, muito aquém do que gostaríamos”.

As projeções da Anfavea para o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias não foram alteradas.

Máquinas agrícolas mantêm alta

O mercado de máquinas agrícolas fechou o semestre com números bastante positivos. De acordo com o balanço divulgado pela Anfavea na quinta-feira, 6, o segmento teve alta de 21,8% na venda de tratores e colheitadeiras com relação ao acumulado de janeiro a junho de 2016. Ao todo foram comercializadas 21 mil 327 unidades, ante 17 mil 512 nos no período compatível do ano passado.

Segundo Antônio Megale, presidente da Anfavea, esse resultado positivo se deve ao crescimento contínuo do agronegócio verificado no primeiro semestre: “Toda a cadeia foi beneficiada pela estabilidade do mercado agrícola. A tendência é que os números continuem positivos nos próximos meses”.

Em junho 4,1 mil unidades foram comercializadas, resultado estável tanto ante o mês passado como, também, quanto contra junho de 2016. A expectativa da Anfavea é a de que o ritmo de aquisições seja acelerado com a disponibilidade na oferta de financiamentos por parte do setor público.

Ana Helena de Andrade, vice-presidente para tratores da Anfavea, esclareceu que o Plano Safra 2017/2018 entrou em vigor efetivamente esta semana: “Obviamente o agricultor esperou pelo financiamento com a possibilidade de pagar 1 ponto porcentual de juros a menos”.

E o setor tem se preparado para isso. O balanço da entidade para junho registrou produção de 5,5 mil unidades, 18,5% a mais no comparativo com as 4,7 mil de junho do ano passado. No semestre o resultado foi superior em 41,4%, somando 29 mil unidades ante 20,5 mil no mesmo período de 2016.

Exportações – No mercado externo as vendas de máquinas agrícolas também registraram desempenho positivo. De acordo com a Anfavea somaram 5,7 mil unidades no acumulado de janeiro a junho, 28,5% a mais do que no mesmo período de 2016, quando foram embarcadas 4,5 mil unidades.

De acordo com o presidente da Anfavea o crescimento de equipamentos exportados é relevante e ainda pode progredir: “Há nove ou dez anos registramos volume de 15 mil unidades exportadas. Estamos longe do nosso potencial, mas acredito que ainda podemos crescer esse ano”.

Produção segue acelerada

As fabricantes de veículos instaladas no Brasil trabalham a todo vapor. A produção de veículos cresceu 23,3% no primeiro semestre, chegando a 1 milhão 263 mil unidades, volume que ainda está abaixo da média dos últimos dez anos, que foi de 1 milhão 503 mil veículos, perto do que foi montado em 2015. Os dados foram divulgados na quinta-feira, 6, pela Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Em junho foram produzidos 212 mil 281 veículos, alta de 15% com relação ao mesmo mês do ano passado. Antônio Megale, presidente da Anfavea, disse que o impulso para o crescimento nas linhas de montagem foi a queda da participação de veículos importados nos licenciamentos: essa fatia caiu 2 pontos porcentuais, e a alta nas vendas externas:

“Quando olhamos para os dados de maio vemos queda de 15%, mas isso é facilmente explicado por menos dias úteis em junho, foram dois a menos, e por três fabricantes terem concedido férias coletivas para ajustar a suas linhas de montagem para novos produtos”.

Com os ajustes feitos na produção em junho os estoques nas montadoras e nas concessionárias somaram 222 mil unidades, o que corresponde a 34 dias de vendas: “Estamos muito perto do nível ideal de estoque, que são para trinta dias. Mas, no mês que vem poderemos ver uma queda nesse giro. As fábricas estão ajustando a produção pois, historicamente, julho é melhor em vendas do que junho”.

Megale ressaltou, também, que esse ajuste na produção de algumas montadoras fez o nível de emprego ficar estável no mês passado. Pelos dados da Anfavea a folha de pagamento consolidada do setor automobilístico contava com 121,6 mil empregados: “O setor tem 12 mil 542 funcionários em algum programa de ajuste de produção, sendo que 9 mil 754 empregados estão inseridos no PSE, Programa Seguro Emprego, e outros 2 mil 788 em lay-off”.

A MAN Latin America anunciou na semana passada que voltou a trabalhar cinco dias por semana, dando fim a redução de jornada iniciada em 2015. Até então a linha de montagem operava quatro dias por semana. E a Nissan informou que abrirá um segundo turno de trabalho para a produção do Kicks e que contratou seiscentos empregados diretos e mais 1,2 mil indiretos.

Made in Taubaté

O modelo Gol, da Volkswagen, será produzido apenas na fábrica de Taubaté, SP, a partir do fim deste mês. Com isso essa unidade concentrará a produção de três modelos líderes de exportação: Gol, que ocupa a liderança, Voyage, que está na segunda posição, e up!, que ocupa o quarto lugar.

Dessa forma a unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, focará a fabricação dos próximos lançamentos: o novo modelo do Polo que chega ao mercado no último trimestre do ano, e Virtus, que será lançado no primeiro semestre de 2018. A unidade manterá a produção da Saveiro, que é o terceiro VW mais exportado.

As mudanças fazem parte dos planos de dotar a marca de nova posição no Brasil, de acordo com David Powels, presidente e CEO da Volkswagen do Brasil e América do Sul, em evento na fábrica de Taubaté na quarta-feira, 5:

“2017 representa uma virada de página para a Volkswagen do Brasil. Estamos reinventando a marca com várias iniciativas, com portfólio voltado para o futuro e relevante para o mercado sul-americano”.

Segundo ele o portfólio inclui produtos novos fabricados no Brasil e também produtos premium importados, com o objetivo de atingir mais clientes. Powels adiantou que a Volkswagen lançará duas novas SUVs nos próximos anos.

A empresa investe R$ 7 bilhões no período 2016-2020 no mercado brasileiro, em desenvolvimento de produtos e reestruturação das fábricas. Os lançamentos são uma tentativa de resgatar a liderança das vendas: ninguém gosta de perder market share: “Queremos um reposicionamento da marca no Brasil. As primeiras mudanças ocorrerão em seis meses”.

Prova disso é que a empresa não pretende aumentar a produção do Gol. Segundo Powels as fábricas da Volkswagen estão com capacidade ociosa de 45%. A de Taubaté, por exemplo, tem capacidade produtiva para 1,3 mil unidades/dia, mas produz novecentas. Os funcionários trabalham em dois turnos.

Para alavancar as vendas a empresa tem apostado nas exportações: no ano passado 125 mil veículos foram embarcados. Para este ano a projeção é chegar a 160 mil. O Gol corresponde à metade das exportações, que se destinam principalmente para Argentina e México.

Gol – A empresa celebrou o marco de 8 milhões de unidades produzidas do Gol – o carro mais produzido, mais vendido e mais exportado da história da indústria segundo a Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. A cada minuto um Gol é produzido.

Dos 8 milhões de unidades fabricadas 6,6 milhões foram comercializadas no mercado interno e o restante exportadas para mais de sessenta países. O compacto foi líder de vendas no setor automotivo por 27 anos e foi sucedido em 2014 pelo Chevrolet Onix.

Mais um brasileiro chega com um novo Silva

Com o lançamento do Nissan Kicks nacional a Nissan também aproveitou para apresentar o seu novo presidente: Marco Silva. Assim como o SUV Silva é brasileiro. Nasceu em São Paulo há 50 anos e, depois de passagens por vários lugares do mundo, ele recebeu a incumbência de seu conterrâneo, Carlos Ghosn, de tocar a operação brasileira da Nissan. Com isso, ele, que ia em média nove vezes ao Japão por ano, já participou de cinco reuniões na matriz somente até junho. Quase uma por mês:

“O desafio maior é explicar ao board o que acontece na economia brasileira. Agora, com a saída do Carlos da presidência da Nissan, tenho mais trabalho. Ele entendia mais o comportamento do mercado brasileiro e da política por aqui. Mas o interessante é que, mesmo com toda a turbulência que estamos vivendo no Brasil, a direção da Nissan mantém todos os projetos. Prova disso é a abertura do segundo turno na fábrica de Resende para a produção do Kicks”.

Em suas idas ao Japão, além de tentar decifrar os acontecimentos políticos e econômicos do Brasil, Silva negocia o novo plano de investimento para a América Latina. Ele também cuida de todo o planejamento financeiro dos países da região, menos o México. O plano atual, de US$ 2,5 bilhões, termina em meados de 2018 e teve o Brasil como seu maior destino, com a construção da fábrica no Rio de Janeiro, que demandou recursos da ordem de R$ 2,6 bilhões, e mais R$ 750 milhões para a linha do Kicks nacional:

“A definição do valor do novo ciclo sairá em dois ou três meses. É um planejamento para cinco anos, até 2022. O Brasil deve receber a maior parte dos recursos. Aqui, nossa estratégia será investimento em fábrica e em produtos”.

Silva não quis pormenorizar se o aporte maior será em nova linha de produtos, mas disse que espera chegar à capacidade instalada da unidade, que é de 200 mil veículos por ano, até 2022: “Viemos para ser grandes. O Brasil representa 45% do mercado da América Latina, mesmo com a queda que estamos vivendo nos últimos anos. Este ano produziremos quase 90 mil veículos em Resende. É o melhor ano para essa unidade”.

Em 2016 foram fabricados, ali, 55 mil carros.

Parte do desempenho da produção no Brasil é atribuída ao Kicks, que será montado por aqui este mês. Para se preparar a Nissan abriu um segundo turno de trabalho e contratou mais seiscentos funcionários diretos. Silva ressaltou que outros 1,2 mil empregados indiretos serão integrados a essa linha: “A transferência da produção do México para cá agora estava em nossos planos. Isso porque queríamos lançar o carro durante os Jogos Olímpicos e o Brasil foi o primeiro a ver o Kicks, apesar de ser mexicano até então. Vendemos toda a cota que importamos, cerca de 20 mil carros. Com a produção nacional a estimativa é a de que os licenciamentos do modelos alcancem 30 mil unidades no primeiro ano. É um sucesso da Nissan”.

O executivo disse que, agora, com a nacionalização da montagem do Kicks, a Nissan aumentará as importações da nova picape Frontier do México, até que a fábrica de Córdoba, Argentina, comece a produzir o modelo: “Temos uma cota de US$ 100 milhões por ano pelo acordo automotivo do Brasil com o México e, ao encerrarmos a importação do Kicks já aumentamos os volumes da Frontier. Essa é uma estratégia que foi pensada há muito tempo”.

Hoje a Nissan traz do México a Frontier e o sedã Sentra.

Se a Nissan considera que o Kicks é um sucesso no Brasil a empresa também aposta em repetir o desempenho nas vendas nos países da América Latina. Marco Silva ressaltou que o plano é exportar primeiro para a Argentina e depois disputar os outros mercados com a operação mexicana: “Temos condições de enviar o modelo para todos os países em que atuamos. Vamos em busca disso”.

Hoje a Nissan exporta March e Versa para todos os países da América do Sul, Costa Rica e Panamá.

Kicks já aumenta família

O Nissan Kicks, modelo mais vendido da Nissan no Brasil, amplia a quantidade de versões, passa a ter novos itens de série e mais equipamentos inéditos para o segmento e mais opções de cores em dois tons.

Ainda este mês chega às lojas a nova versão S, com câmbio manual de cinco marchas e preço começando em R$ 70,5 mil – a nova versão dispõe de gama interessante nos itens de série. O Kicks S equipado com transmissão automático CVT com modo Sport chegará às concessionárias por R$ 79,2 mil. O crossover brasileiro ganha também a versão SV – diferente da edição limitada SV Limited trazida para o Brasil do México –, equipada exclusivamente com câmbio XTronic CVT com modo Sport e sai por R$ 85,6 mil. Esta nova versão tem os mesmos equipamentos da versão S CVT com acréscimo da câmara traseira com imagem integrada à tela do rádio.

Completando a linha nacional a versão SL ganha novos equipamentos, que a diferenciam do modelo trazido até então do México: maçanetas cromadas, sistema multimídia Nissan Multi-App, retrovisores com rebatimento elétrico automático, que se recolhem com o desligamento do motor e se abrem com o acionamento da ignição, e quatro novas combinações de pintura externa 2-Tone, que se somam à conhecida cinza com teto laranja.

Essa versão vem com o controle inteligente de chassi, que reúne avançados sistemas eletrônicos como o controle em curvas, o estabilizador inteligente de carroceria e o controle de freio motor. Ela é equipada também com dispositivo de visão 360º com sistema inteligente de câmaras, monitoramento de pontos cegos e painel de instrumentos TFT. O preço sugerido é de R$ 94,9 mil.

A Nissan terá, também, versão destinada para deficientes físicos que se enquadrará em todos os descontos de impostos previstos em lei. Ainda sem preço.

Unidas testa venda de veículos no modelo feirão

A Unidas, empresa que atua no segmento aluguel e venda de veículos, iniciou um novo modelo de negócio para a venda de seminovos mais velhos do que aqueles que ela já comercializa em suas lojas no País. Há dois meses a companhia testa o comércio outlet em São Paulo, algo parecido com os feirões de carros que são comuns em áreas onde predominam clientes da classe C.

A empresa alugou, no bairro da Penha, na Zona Leste, espaço para a venda de carros com mais de três anos, unidades que a empresa envolvia em negócios com revendedores menores. Mesmo com a chegada da loja outlet ela continua destinando carros com esse perfil ao varejo, mas decidiu entrar na concorrência porque detectou oportunidade de diminuir o seu estoque criando condições interessantes para clientes com menor poder de compra.

De acordo com o diretor executivo Levi Fonseca crise econômica e acesso restrito ao crédito foram fatores que criaram o ambiente favorável à venda de veículos com quilometragem mais alta. Criando uma loja própria no segmento a Unidas, de acordo com o executivo, leva uma vantagem competitiva frente às pequenas revendedoras por ter estrutura mais robusta:

“Existe, hoje, uma faixa muito grande de clientes que buscam preços mais atrativos para comprar o primeiro veículo, por exemplo. Nossa estrutura de negócios nos permite chegar a descontos maiores do que o varejo localizado, e também a conceder garantias que não são comuns nesse nicho”.

Os veículos vendidos no outlet possuem garantia de câmbio e motor acima de três meses, segundo a empresa.

Com a nova loja a empresa passa a ter 24 unidades próprias no Brasil. O espaço comporta até 350 veículos em exposição e a meta de vendas projetada para o ano, de seminovos via outlet, é de 150 veículos por mês. Caso a empresa perceba que o modelo de negócio tem aderência na região onde foi instalada o plano é abrir mais uma unidade até o fim do ano. Uma meta mais ambiciosa estudada pela companhia é a expansão do modelo em franquias rumo ao Interior do Estado. Até junho a Unidas contava com 23 franquias na rede.

O mercado de seminovos tem direcionado a estratégia da empresa nos últimos anos. Isso porque vender carros é, hoje, o principal negócio da companhia, que entrou no mercado como locadora. No primeiro trimestre do ano, por exemplo, as vendas de seminovos alcançaram receita de R$187,9 milhões, um aumento de 29,9% com relação à receita obtida no mesmo período de 2016.

O aluguel de carros nas lojas próprias também cresceu no período, 34,9%, mas gerou faturamento inferior ao de seminovos, R$ 102,5 milhões.

O desempenho das locadoras tem sido melhor nos últimos anos na venda de seminovos, e isso tem provocado ruído no setor de concessionárias. Na segunda-feira, 3, durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas, realizado em Sorocaba, SP, Antônio Megale, presidente da Anfavea, reiterou um argumento recorrente quando perguntado sobre as vendas das locadoras: “Ainda é uma relação complexa porque temos um sistema de distribuição no modelo de concessionárias, e quando há muita venda direta a venda privada e isso desequilibra as finanças”.

Axalta inaugura fábrica de revestimentos. Na Argentina.

De olho no crescimento do mercado automotivo na Argentina a Axalta Coating Systems, que produz revestimentos líquidos e em pó, inaugurou em janeiro sua primeira fábrica ali. Com investimento superior a US$ 15 milhões a fábrica, de 27 mil m2, localizada em Escobar, na Província de Buenos Aires, também abriga laboratório e centro de armazenamento e distribuição.

O foco da fábrica é a produção de basecoats, vernizes e thinners para as montadoras de carros, caminhões e comerciais leves, assim como oficinas de repintura automotiva e indústrias. Inicialmente a capacidade de produção é de pouco mais de 8 milhões de litros por ano.

O aumento na demanda no segmento de tintas automotivas levou a empresa a expandir seus negócios, de acordo com Mateus Aquino, presidente da Axalta Brasil:

“Nossa participação no mercado argentino dobrou em cinco anos. Em 2012 atendíamos a três montadoras e, atualmente, são seis. Apostamos no crescimento do mercado automotivo argentino e queremos oferecer atendimento mais rápido aos nossos clientes”.

A fábrica instalada há 54 anos no Brasil recebeu investimento da ordem de US$ 30 milhões nos últimos cinco anos, envolvendo principalmente seu centro de pesquisa e de desenvolvimento:

“Nosso objetivo é aumentar a produção de tintas à base de água. A substituição dos solventes por água, como meio de diluição, aumenta a produtividade das tintas e causa menos impacto ambiental”.

No Brasil cerca de 60% da produção são voltados para as montadoras: “Atendemos a mais de 90% das montadoras instaladas aqui. Somos líderes do segmento automotivo de tintas no Brasil”.

A fábrica brasileira, que hoje exporta para países da América do Sul e China, pretende começar a exportar para a África do Sul.

A fábrica fornece tintas aplicadas nos veículos pelas montadoras e atende também ao segmento de veículos comerciais pesados como caminhões, implementos rodoviários e máquinas agrícolas, e aos segmentos de repintura automotiva.

México: vendas crescem no semestre.

As vendas de veículos leves no México, segundo maior parceiro comercial do Brasil no setor automotivo, cresceram no primeiro semestre. O volume de veículos vendidos no período foi de 743 mil 51 unidades, o que representa aumento de 2,9% com relação ao mesmo período de 2016. Em junho o volume foi de 127 mil 410 veículos, queda de 5,3% com relação a junho do ano passado.

Segundo dados da AMIA, a associação dos fabricantes mexicanos, nos primeiros seis meses de 2017 a Nissan segue como líder do mercado com fatia de 24,7% no total das vendas. A General Motors ficou em segundo lugar, com parcela de 16,6%. Volkswagen, 15,6%, Toyota, 6,9%, e Fiat Chrysler, 6,5%, fecham o grupo das cinco empresas que mais venderam no período.

Na comparação mensal as vendas em junho caíram 5,3%, registrando volume de 127 mil 410 unidades comercializadas – e isso refletiu no desempenho mensal das principais fabricantes. A GM vendeu 27,1% menos veículos em junho de 2017 com relação ao mesmo mês de 2016. A queda da Ford foi menor, 14,4%. FCA vendeu 3,2% menos e Nissan apresentou queda de 7,8%.

Colômbia – Visto como um mercado promissor para as exportações brasileiras por causa da assinatura recente de acordo comercial de livre-comércio, o mercado colombiano apresentou queda nas vendas de veículos no primeiro semestre: foram vendidas 113 mil 101 unidades – em junho do ano passado foram 117 mil 243 unidades. Apenas em junho foram vendidos 19 mil 841 veículos, 3,5% a menos do que o volume de junho do ano passado.

Por segmento foram vendidos na Colômbia 60 mil 989 automóveis em junho, queda de 4,9% com relação ao mesmo período do ano passado. Os Chevrolet foram os mais vendidos no país no primeiro semestre: 25 mil 182 veículos, volume 12,1% menor do que o obtido no mesmo semestre do ano passado. A Renault também apresentou queda no volume, 2,1%, totalizando 23 mil 85 unidades. A Nissan vendeu 9 mil 848 unidades, mas apresentou desempenho positivo, 22,8% a mais.