Hidrover já opera em Flores da Cunha

As áreas administrativa, financeira e comercial da Hidrover, empresa com origem em Caxias do Sul, RS, já estão funcionando em nova sede, na vizinha Flores da Cunha. Em reunião com o prefeito Lídio Scortegagna os diretores falaram sobre a atual situação de mercado, sobre a transferência das atividades da empresa e o andamento das obras da fábrica.

A expectativa é a de que toda a produção, hoje concentrada em Caxias do Sul e em Rio do Sul, SC, seja transferida até o fim do semestre. Quando começar a operar a Hidrover empregará mais de duzentas pessoas, sendo que a maior parte trabalhadores florenses.

O investimento total na nova estrutura passa dos R$ 45 milhões, incluindo a compra do terreno de 18 hectares. A Hidrover fabrica cilindros hidráulicos, principalmente para a linha amarela – máquinas agrícolas e caminhões –, atuando também com sistemas hidráulicos.

Com a chegada de novas oportunidades no mercado de trabalho a Prefeitura planeja, em parceria com o Senai, a vinda da Carreta Escola para qualificação profissional, principalmente na área metalmecânica. Os cursos devem ser oferecidos em setembro. A Hidrover é a segunda empresa do setor automotivo que mantinha operações em Caxias do Sul e se transferiu para Flores da Cunha. A primeira foi a Keko Acessórios.

Bosch investe no México de olho nos Estados Unidos

Com investimento de US$ 80 milhões o Grupo Bosch abrirá nova fábrica em Querétaro, México, em dezembro, na forma de uma unidade de sistemas de direção. As informações são do Flash de Motor, da Venezuela.

A empresa, hoje, tem fábrica de sistemas de direção no Kentucky, Estados Unidos, com 1,5 mil empregados, mas para aumentar a sua capacidade de produção na América do Norte decidiu construir essa nova unidade no México para suprir também o mercado dos Estados Unidos.

A fábrica entra em operação no fim do ano e gerará seiscentos empregos em 2019, quando chegará a usar a sua capacidade máxima de produção. Em Querétaro serão produzidas colunas de direção eletricamente assistidas e outros produtos.

Gonzalo Simental, vice-presidente de finanças da Bosch no México, disse que com essa nova unidade a empresa estará mais próximas dos clientes mexicanos: “Atualmente nosso foco é Querétaro, mas teremos uma presença muito importante em Bajío e, sobretudo, porque nos dará uma aproximação maior com nossos clientes”.

Em março, durante a Campus Party 2017, ele destacou o acesso que a empresa terá a partir de Querétaro a diferentes clientes no corredor de Bajío, como Volkswagen, General Motors, Mazda, Honda, Toyota e depois a fábrica da BMW em São Luis Potosí.

Hoje a Bosch conta com 450 empregados em seu centro de engenharia de Jalisco, e o objetivo é chegar a 1 mil funcionários em 2020.

Tesla se prepara para o Model 3

A Tesla está expandindo suas operações de serviços e contratando técnicos à espera da demanda que será criada pelo Model 3, seu novo sedã. As vendas do carro mais barato da Tesla começam este mês e devem atrair centenas de milhares de novos consumidores. Segundo o jornal The Detroit New para recebê-los a companhia está abrindo cem novos centros de serviços no mundo ao longo do ano que vem, elevando a rede para 250 casas. As novas revendas serão em áreas onde está a maioria das reservas feitas para o modelo.

A Tesla está ainda adicionando 350 vans à sua frota de serviços, a maior parte nos Estados Unidos. As vans servem para levar os técnicos para reparar os carros em caso de necessidade. Elas são equipadas com ferramentas, peças de reposição, máquinas de café expresso, sanduíches e brinquedos infantis.

A empresa conta com trinta vans, usadas principalmente quando o cliente mora longe de um centro de serviço. Há seis meses a companhia começou essa operação na região de São Francisco, Califórnia, para aliviar o movimento em seus centros de serviço. A alta satisfação dos clientes com a novidade fez com que a Tesla oferecesse o serviço móvel em mais lugares. A Tesla informou que está contratando 1,4 mil novos técnicos para a equipe dos centros serviços e para as vans.

Assim como suas lojas, que pertencem à companhia e não a concessionários franqueados, o modelo de serviço da Tesla não é usual. Elon Musk, CEO da empresa, disse diversas vezes que ao contrário das concessionárias tradicionais a Tesla não pretende lucrar com os serviços e reparos, em parte porque carros elétricos não precisam trocas regulares de óleo ou de outras manutenções comuns em carros movidos a gasolina. O valor cobrado pela empresa para reparos fora da garantia nos centros de serviço é o mesmo do cobrado nas vans.

Metade do preço – Com preços a partir de US$ 35 mil o Model 3 custa cerca de metade dos outros dois modelos da empresa. A Tesla não disse quantas pessoas fizeram a reserva reembolsável de US$ 1 mil. Disse apenas que espera produzir 500 mil veículos em 2018, ante 84 mil no ano passado.

A empresa não divulgou por completo como será o plano de garantia para o novo modelo. Seus outros carros, o S e o X, oferecem garantia de quatro anos e 80 mil quilômetros. Para a bateria, a garantia é de oito anos sem limite de quilometragem.

Enquanto outras marcas de luxo, como Lincoln e Genesis, retiram os veículos dos clientes para levá-los aos centros de serviços, a Tesla não quer ver os carros em seus centros de serviço se o reparo puder ser feito remotamente. A companhia diz que 80% dos consertos, inclusive a troca de pneus e a correção de falhas eletrônicas, podem ser feitos sem a necessidade de levantá-los, o que faz com que os serviços possam ser feitos pela van. Isso deixa os centros de serviço livres para reparos mais complicados, que requerem um elevador, como problemas de motor ou bateria.

O sistema não é perfeito. Em fóruns online clientes têm reclamado de longas esperas por serviços e da dificuldade de usar lojas de reparos locais por elas não serem certificadas pela Tesla.

Do ABC para a terra de Gagarin

A busca constante por novos mercados, para não depender tanto das vendas internas, está sempre desafiando o planejamento das montadoras instaladas aqui. Na Scania, por exemplo, o volume exportado já representa 70% de sua produção em São Bernardo do Campo, SP. Este ano já conquistou os embarques de cabines para fábricas na Holanda e, no mês passado, exportou seiscentos caminhões para a Rússia. Em 2016 os envios para a Rússia não ultrapassaram trinta unidades.

Segundo a empresa a fábrica opera em modelo global de produção e sempre exportou, mas a partir de 2015 passou a direcionar a maior parte do seu volume para outros mercados como forma de mitigar a queda no mercado brasileiro. Dos seus principais mercados estão África do Sul e Chile no segmento de caminhões. E no segmento de ônibus Argentina e México. De acordo com comunicado da empresa “a partir deste ano também estamos atendendo à demanda de novos países europeus como, por exemplo, a exportação de cabines para Holanda”.

O volume para a Rússia representou cerca de 20% do total de caminhões exportado pelas montadoras no mês passado e foi motivo de comemoração de Antônio Megale, presidente da Anfavea, durante a divulgação dos resultados do setor para junho e para o semestre, na semana passada: “Foi um dos destaques para o mês”.

Ao todo foram embarcados 2 mil 784 caminhões em junho, alta de 62% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. No resultado consolidado do semestre as exportações totalizaram 13 mil 631 unidades, crescimento de 45,4%.

Contratação – Com o aumento do volume exportado, a Scania anunciou, em maio, a contratação de quinhentos funcionários temporários para a produção. O seu quadro de empregados vai saltar de 3,2 mil para 3,7 mil. A Scania informou que as contratações foram pontuais em áreas de produção, não havendo, portanto, relação com contratações para as novas instalações que estão em construção – como a fábrica de soldagem, em obra desde junho de 2015 e ainda não foi finalizada.

A nova unidade conta no plano de investimentos anunciados em 2016, de R$ 400 milhões. Afora este aporte, foi divulgado para este ano, período em que empresa comemora seus 60 anos no Brasil, R$ 2,6 bilhões em recursos para modernização da fábrica e expansão de sua rede de concessionários até 2020.

Financiamentos aumentam 7,4% no semestre

Os financiamentos de veículos cresceram 7,4% no primeiro semestre, com 2 milhões 425 mil 796 unidades, carros, motos e caminhões. Os dados fazem parte do levantamento da B3, empresa que agrega BM&FBovespa e Cetip. Desse total o número de veículos novos financiados foi 845 mil 217 unidades, queda de 3,9% com relação ao mesmo período de 2016, 879 mil 133.

Já os usados apresentaram alta de 14,6%, quando passaram de 1 milhão 379 mil 522 unidades para 1 milhão 580 mil 579.

Considerando as modalidades de financiamento, o CDC, crédito direto ao consumidor, foi a única categoria que avançou no primeiro semestre, além de continuar sendo a mais utilizada pelos consumidores, com 2 milhões 3 mil 569 unidades negociadas, alta de 11,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o consórcio recuou 7,1% ante os seis primeiros meses de 2016, com 366 mil 637 unidades.

O levantamento reflete o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, que mostra que a procura por crédito aumentou 2,1% no primeiro semestre deste ano no comparativo com o mesmo período de 2016.

Apesar do aumento pela procura os bancos mantêm postura cautelosa, aprovando apenas 40% das fichas de financiamento, de acordo com Antônio Megale, presidente da Anfavea, durante coletiva de imprensa na semana passada: “A entidade está conversando com bancos públicos para aumentar a concessão de crédito”.

Segundo ele o volume de financiamentos, em junho, foi de 49%, sendo que historicamente costuma ser superior a 60%.

Essa atitude mais conservadora por parte dos bancos é explicada pela alta taxa de inadimplência, que aumentou em 1,5 milhão de pessoas no primeiro semestre, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. A estimativa é a de que um total de 59,8 milhões de consumidores brasileiros estejam inadimplentes.

Esse panorama, contudo, pode mudar nos próximos meses, de acordo com o professor Antônio Jorge Martins, coordenador dos cursos da cadeia automotiva da Fundação Getúlio Vargas: “Os bancos estão segurando a concessão de crédito para as famílias reduzirem seus endividamentos. Sob a ótica da redução crescente da taxa de juros e a provável queda nas taxas de endividamento a tendência é a de que os bancos aumentem a concessão de crédito”.

CONFIANÇA – A precaução não é apenas de parte dos bancos. O índice de confiança do consumidor, que sinaliza os gastos e poupanças da população, caiu 1,9% de maio para junho, de 84,2% para 82,3%. A queda foi causada pelas incertezas políticas, de acordo com Viviane Seda, coordenadora da sondagem do consumidor do FGV IBRE, responsável pelo levantamento:

“A queda da confiança está atrelada a um menor ímpeto para compras e a uma perspectiva de piora das expectativas sobre as finanças familiares. Isso está relacionado não apenas com o nível de endividamento mas, também, à dificuldade da recuperação do mercado de trabalho com as altas taxas de desemprego”.

Mais perto do cliente

Para mais se aproximar do cliente a FCA, Fiat Chrysler Automobiles, reformulou o seu serviço de distribuição de peças para a rede de concessionários. Com a Mopar, o seu braço de pós-venda, investiu R$ 15 milhões em novo centro de distribuição em Hortolândia, SP.

De lá são enviadas 2 milhões de peças/mês para quatrocentas revendas Fiat, Jeep e Chrysler em oito estados, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, com peças vindas dos Estados Unidos, Europa e Betim, MG.

Francesco Abbruzzessi, diretor da Mopar para a América Latina, disse que com o novo centro a empresa consegue atender a mais de 50% da rede em todo o Brasil, que é composta de quase setecentas casas:

“Vivemos um processo de mudança de cultura dentro da FCA. Saímos do foco no cliente para o foco do cliente. E isso faz uma enorme diferença, porque damos ao cliente o que ele realmente quer. E um dos gargalos que identificamos foi a falta de peças na hora em que o cliente precisa. A logística é parte fundamental nessa estratégia”.

Para dar certo a Mopar uniu toda a operação de distribuição de peças das marcas Fiat, Jeep e Chrysler em dois armazéns e dividiu a atuação de cada espaço. Antes, a companhia operava dois centros: Betim cuidava da Fiat e o de Louveira, SP, se dedicava a Jeep e Chrysler:

“Esses centros cuidavam do País inteiro, e com isso o tempo de trânsito da peça era, em média, de 4,3 dias. Unindo a operação das marcas e dividindo a atuação, Hortolândia com oito estados e Betim com o restante, conseguimos reduzir esse indicador em 34%. Hoje, em média, uma peça sai do armazém e em até dois dias está em seu destino”.

O CD de Hortolândia tem 42 mil m² e gerou cerca de trezentos empregos, diretos e indiretos. Em Betim a estrutura é maior, quase o dobro, e movimenta a mesma quantidade de peças do novo armazém, disse Abbruzzessi: “Este é, com toda a certeza, um dos CDs mais eficiente e mais moderno da Mopar no mundo”.

Em Hortolândia a MOPAR tem como parceiro logístico a DHL e inicia as operações com a metodologia do WCL, World Class Logistics. O WCL, composto por vinte pilares, é usado globalmente pela Mopar para aprimorar a qualidade do serviço, reduzindo perdas e desperdícios e garantindo melhor segurança de trabalho. A unidade utiliza, também, o conceito chamado HomeBase, que visa à maior produtividade dentro da operação: rapidez na separação, embalagem e expedição.

Segundo o executivo a ideia é adotar em Betim todas as práticas contidas na gestão do estoque em Hortolândia: “Ainda não temos o estudo concluído, mas devemos melhorar muito a eficiência do armazém antigo e torná-lo moderno. Até o fim do ano que vem esse CD estará reformado”.

O centro de Hortolândia faz parte de uma estrutura de mais de cinquenta unidades semelhantes da Mopar em todo o mundo, que dispõem de mais de 500 mil peças e acessórios para os mais de 70 milhões de veículos atendidos ao redor do mundo.

Gestão de estoque – Abbruzzessi contou também que a Mopar está adotando novo sistema de gestão de estoque em toda a rede de concessionárias das marcas, Fiat, Jeep e Chrysler. Segundo ele o sistema interliga o estoque da revenda com os CDs no Brasil:

“Com isso conseguimos saber exatamente qual peça tem giro mais rápido e em quanto tempo demoramos para abastecer esse ponto de venda. É um ajuste mais fino para atender ao cliente, porque, se o carro quebra, ele não quer esperar muito tempo para o conserto. Ele quer o carro pronto o mais rápido possível”.

Concessionárias dobram lucros com pregão eletrônico

Para expandir seus negócios e aumentar as margens de lucro, as concessionárias de automóveis estão recorrendo ao pregão eletrônico. De acordo com a AutoAvaliar, empresa que realiza essa modalidade de negócios, o lucro com a venda de usados via pregão online em sua plataforma foi de R$ 42 milhões 641 mil, mais que o dobro do acumulado no mesmo período do ano passado, R$ 20 milhões 322 mil.

Os custos administrativos são o principal fator de impacto nos ganhos das concessionárias, de acordo com o diretor Daniel Nino, da AutoAvaliar. “Antes, a margem de lucro na venda do carro era de, no máximo, 5%. O comércio eletrônico permitiu a rentabilidade crescer para até 12%”.

Cerca de 120 mil carros são avaliados por mês pela plataforma, o que permite identificar os modelos mais buscados nas transações. Neste ano, os modelos HB20, da Hyundai, e Onix, da Chevrolet, ambos do ano de 2014, lideram a preferência. Ambos costumam ficar, em média, 13 dias no estoque das concessionárias.

Vários fatores contribuem para a rapidez na revenda: o preço de compra, o custo de manutenção, o valor do seguro, o quanto ele é econômico em termos de combustível. “As marcas premium, cujos modelos são vendidos por até R$ 300 mil, têm pouco volume de vendas e liquidez menor”.

O preço de um mesmo modelo pode variar até 20% dependendo da região de compra e venda, o que afeta a liquidez. “A tabela Fipe tem um preço nacional único para todo o Brasil. Pela nossa tabela, percebemos que alguns modelos são preferidos de acordo com a região. Os carros da Toyota, por exemplo: os modelos Etios e Corolla são preferidos nas capitais. Já no interior, onde impera o agronegócio, a preferência é pelo Hilux”.

USADOS EM ALTA – A plataforma aposta no segmento de veículos seminovos, que está apresentando forte crescimento no mercado automotivo. Em 2016 foram vendidos dois milhões de automóveis novos e dez milhões de usados, o que corresponde, em média, um novo para cinco usados. Só no primeiro trimestre, essa relação aumentou de um para seis. “A crise econômica e a dificuldade na concessão de crédito afetaram a venda de carros novos. Hoje, o consumidor também prefere um usado com mais conforto e tecnologia do que um novo sem opcionais”.

Prefeitura de SP quer quatro mil ônibus novos até 2020

A Prefeitura de São Paulo entregou à Câmara Municipal a nova versão do plano de metas para a cidade até 2020, o qual estipula, no âmbito da mobilidade urbana, a adição de quatro mil novos ônibus à frota do transporte público local e a construção de 72 quilômetros de corredores. A notícia serve de alento a um segmento da indústria automobilística que registrou desempenho negativo nos emplacamentos no primeiro semestre e vem buscando fôlego nas exportações.

O atual serviço de transporte foi contratado em 2003, na gestão da então prefeita Marta Suplicy, e venceu em 2013. Desde então, vem sendo renovado e, agora, a prefeitura deverá tirar do papel um processo licitatório para cumprir com os objetivos estabelecidos no documento. Atualmente, segundo dados da SPTrans, a frota da cidade de São Paulo é composta por 14 mil 607 ônibus. Com a saída de modelos com mais de cinco anos de uso, como diz o texto entregue à Câmara, e a chegada das novas unidades, deverão circular pela cidade por volta de 18 mil ônibus.

Para a Mercedes-Benz, fabricante que detém a maior fatia do mercado nacional de ônibus urbano e principal fornecedora da Prefeitura na última licitação realizada, a possibilidade de negócio envolvendo quatro mil ônibus é importante para dar impulso a um mercado em queda desde 2013. A empresa informou que “o cenário atual do segmento de comerciais leves demanda negócios de renovação de frota, e que a licitação é de suma importância para a metrópole”. Atualmente, 900 ônibus articulados que circulam pela cidade levam o chassi da fabricante.

No primeiro semestre foram licenciados 2 mil 268 ônibus da Mercedes-Benz no Brasil, 27% menos com relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, a fabricante segue líder no mercado de ônibus do País.

A Scania, por sua vez, enxerga incertezas no mercado de ônibus urbano até o final de 2017 por causa dos mandatos municipais que se iniciaram neste ano no País. A empresa acredita que não haverá renovação das frotas ou, se houver, incidirá em uma parte menor delas. Sobre o plano para a mobilidade de São Paulo até 2020, a companhia disse que será concorrente na próxima licitação de ônibus da capital, e que “trata-se de uma das maiores licitações de linhas urbanas do mundo”.

A Scania ocupou a quinta posição no mercado brasileiro de ônibus no primeiro semestre, com 249 ônibus licenciados. No entanto, foi a única fabricante que registrou desempenho positivo no período: 84,4% em relação a janeiro – junho do ano passado.

No primeiro semestre a produção de ônibus no Brasil cresceu 7,9%, na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, muito em função das exportações – no semestre totalizaram 2 mil 619 unidades, alta de 7,6% com relação ao primeiro semestre de 2016. De acordo com dados da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, entre janeiro e junho deste ano foram produzidos 9 mil 973 chassis de ônibus, ante 9 mil 239 em igual período de 2016.

Um recorte apenas do segmento urbano indica alta de 10% no semestre. Foram produzidos entre janeiro e junho, 7 mil 269 unidades de chassis urbano e, em igual período de 2016, 6 mil 611

GM deverá investir R$ 1,5 bilhão na produção de Gravataí

O plano da General Motors de ampliar a unidade de Gravataí, RS, para produzir um novo veículo terá detalhes revelados nos próximos dias. Segundo o jornal Zero Hora, a empresa e o governo gaúcho deverão anunciar oficialmente o projeto de um SUV compacto que pode chegar ao mercado em 2020. Para produzir o veículo, só a GM investirá cerca de R$ 1,5 bilhão, segundo o jornal. Procurada, a General Motors informou que não comenta o assunto. Já o sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí confirmou que a fabricante fará aportes na unidade para um novo produto que, inclusive, retomará o terceiro turno produtivo por lá.

A ampliação de Gravataí faz parte do planejamento de longo prazo da GM para o Brasil. Em agosto de 2014, a montadora anunciou a intenção de investir R$ 6,5 bilhões para produzir seis novos modelos. Tanto de veículos já fabricados em outras unidades da empresa no mundo quanto de novidades. Além do mercado interno, os automóveis seriam destinados a outros países emergentes.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, disse que a grande automação da linha dificulta o cálculo de quantos postos de trabalho serão criados com a produção do novo veículo. Hoje, estima o dirigente, apenas a GM tem cerca de 2,8 mil empregados. Contando com as empresas sistemistas que abastecem a fábrica de Gravataí, o número sobe para cinco mil. A expectativa, disse Ascari, é que o novo modelo permita contratações para o retorno do terceiro turno na unidade.

A negociação entre a fabricante e o governo gaúcho também passa por incentivos fiscais. Na semana passada, a Assembleia do estado aprovou projeto de lei que altera o Fundopem, programa de incentivo à indústria regional, e cria o Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul, o Integrar-RS. O mecanismo, segundo a secretaria de desenvolvimento do estado, não tem como objetivo beneficiar apenas uma empresa – no caso, a GM, – mas toda a cadeia de autopeças da região.

A unidade de Gravataí foi inaugurada em julho de 2000, após investimento de US$ 600 milhões para produzir o modelo popular Celta. A capacidade original era de 120 mil veículos por ano. Em 2004, a empresa anuncia a primeira ampliação ao custo de US$ 240 milhões para produção do sedã Prisma, lançado em 2006. A segunda expansão ocorreu em 2010 e demandou investimento de R$ 1,4 bilhão. A capacidade de produção foi elevada de 230 mil para 380 mil veículos por ano. O projeto era para a produção do Onix, que chegou ao mercado em 2012 e hoje é líder de mercado.

Aos 70 anos, Dana vai às compras e se renova

Aos 70 anos, a Dana, fabricante de sistemas de transmissão, vedação e gerenciamento térmico para veículos e máquinas, diversifica os seus negócios e para isso foi ás compras. No final do ano passado, ela adquiriu duas empresas e traçou planos para aumentar a participação no aftermarket em sua receita. A meta é passar de 8% para 15% já ao final de 2017.

Em novembro, a Dana comprou os negócios de transmissão de força e fluidos da empresa Brevini, em Limeira, SP, com o objetivo de duplicar seu mercado para sistemas de transmissão fora de estrada e também fornecer uma plataforma de tecnologias para veículos leves e comerciais, ajudando a acelerar as iniciativas de hibridação e eletrificação. Na época, a Brevini valia € 325 milhões e tinha uma dívida líquida de € 100 milhões.

Já em dezembro, ela foi novamente ao mercado e adquiriu as operações da Sifco em Campinas e Jundiaí, SP, por R$ 400 milhões. Com a compra fabricantes de componentes forjados e usinados, ela fortaleceu sua atuação nos mercados de componentes veículos fora-de-estrada e, aumentou também, a exportação desses itens.

Nos últimos cinco anos, a empresa investiu R$ 135 milhões na modernização de suas linhas de produção, de acordo com Luís Pedro Ferreira, diretor de relações institucionais e comunicações da Dana: “Temos uma extensa gama de produtos e queremos ampliar ainda mais nosso portfólio, nos preparamos para crescer e aumentar nossas exportações, que hoje alcança 21 países de cinco continentes. Estamos acompanhando a retomada do setor automotivo com os lançamentos de modelos e a volta da produção”.

História – Tudo começou com a venda de dois bisturis Solingen que trouxe na bagagem, o imigrante alemão Ricardo Bruno Albarus. Com o negócio, ele conseguiu o dinheiro necessário para abrir a Albarus, uma pequena oficina de mecânica de precisão em julho de 1947 em Porto Alegre, RS. Gradualmente, ele começou a produzir peças para a crescente frota de veículos que circulavam pelo País e que eram, à época, todos importados.

No ano seguinte, a Albarus começou a produzir cruzetas sob encomenda para o mercado de reposição para os veículos utilitários da marca Jeep. Pouco depois, a Ford, que ainda não possuía fábrica no País e importava seus veículos, encomendou a produção de mil cruzetas do cardan. O bom atendimento valeu a recomendação de contato com uma parceira da montadora, a fabricante dos Estados Unidos de eixos cardan Spicer Manufacturing Company, que anos depois viria a se chamar Dana.

A compra da Albarus foi o primeiro investimento da Dana fora dos Estados Unidos. Nos anos 70, a Dana assumiu o controle acionário da Albarus, e se tornou um dos mais importantes fornecedores de autopeças para as montadoras instaladas no Brasil.

No Brasil, a empresa tem operações em Gravataí, RS, Campinas, Diadema, Jundiaí, Limeira e Sorocaba, SP, com cerca de 3 mil funcionários. No mundo, ela possui unidades em 34 países e um total de 27 mil funcionários. Em 2016, o seu faturamento foi de US$ 5,8 bilhões.