Compartilhamento é solução para o trânsito?

Durante o Fórum Mobilidade, realizado na quinta-feira, 20, em São Paulo, promovido pelas revistas Quatro Rodas e Superinteressante, o compartilhamento de veículos foi considerado uma das alternativas mais viáveis para melhorar a mobilidade urbana. Nesse sentido a General Motors apresentou o programa Maven, por enquanto disponível apenas para seus funcionários.

Para seu diretor, Péricles Mosca, o compartilhamento de carros será cada vez mais comum nos grandes centros urbanos “para não ficarmos presos no trânsito. Em Nova York, por exemplo, é compatível o uso da ferramenta, do aplicativo, mas não no interior do Kansas”.

Ele lembrou que os veículos são conectados pela plataforma tecnológica On Star, que permite acompanhar o trajeto do carro, avisar sobre acidentes e abrir e fechar as portas. Em caso de roubo o veículo é encontrado em duas horas.

Outra forma de compartilhamento é a do aplicativo Pegcar, que permite que pessoas compartilhem seus próprios carros. No Brasil desde 2015 o serviço já conta com mais de 25 mil usuários e quinhentos veículos. Com atuação em São Paulo, Paraná e Minas Gerais o objetivo é ampliar ainda mais a capilaridade da rede, segundo seu fundador, Conrado Ramires: “Cada pessoa que compartilha carro evita de doze a catorze veículos em circulação nas ruas. O sistema permite, ainda, ao usuário, uma renda extra: há quem ganhe até R$ 1,5 mil por mês”.

O aplicativo Bynd procura conectar pessoas que têm rotas compatíveis para compartilhar a carona solidária. Como clientes estão empresas como Mercado Livre, pois o foco é a carona corporativa, de acordo com o co-fundador Gustavo Gracitelli: “Segundo a CET em São Paulo 62% das pessoas vão de carro para o trabalho e 64% vão sozinhas. Queremos conectar pessoas com perfis e interesses semelhantes”.

Guilherme Telles, diretor do Uber, disse que o aplicativo de transporte de passageiros é um dos que mais cresce em número de usuários no Brasil. Ele, que participou de um dos painéis do evento, contou que o País já é o segundo em volume de negócios, depois dos Estados Unidos: “Em São Paulo 20% dos usuários utilizam o uber pool, em que os clientes dividem a corrida. Já em São Francisco, na Califórnia, esse número é de 50%. O compartilhamento diminui a quantidade de veículos nas ruas em 10%, melhorando o trânsito. Mas essa modalidade ainda é pouco utilizada no País”.

Mais pimenta para up! e Saveiro

O Fox ganhou mais dois companheiros na Linha Pepper, up! e Saveiro, que agora também têm versões com o apelo esportivo dessa linha que entrou no portfólio da Volkswagen em 2014. Os modelos chegam às concessionárias até o fim deste mês.

O Fox Pepper é oferecido com o motor 1.6 MSI de até 120 cv, que pode ser associado ao câmbio manual de seis marchas ou à transmissão I-Motion, de trocas de forma automática. A Saveiro Pepper está disponível nas carrocerias de cabine estendida e dupla, sempre com a motorização 1.6 de até 104 cv e câmbio manual de cinco marchas. O up! Pepper traz a motorização 1.0 TSI de até 105 cv e transmissão manual, também com cinco marchas.

Segundo a Volkswagen essa série especial está disponível nas cores Preto Ninja, Branco Cristal, Prata Sirius e Vermelho Flash. Para trazer ainda mais diferenciação as capas dos espelhos retrovisores externos têm cores diferentes da carroceria. Ela conta, ainda, com adesivos nas laterais das portas dianteiras e na tampa do porta-malas com o nome da versão – pintada de preto.

Internamente os modelos da linha trazem ambientação escurecida. Forro de teto, para-sóis, colunas e acabamento do espelho retrovisor são pretos, pretendendo conferir ainda mais esportividade à cabine do compacto. Volante é multifuncional, revestido em couro, e a alavanca de câmbio e as saídas de ar no painel são em vermelho. O logotipo Pepper aparece nas soleiras das portas e nos bancos revestidos de couro sintético Native.

O up! Pepper será vendido a partir de R$ 57,9 mil e o preço da Saveiro Pepper partirá de R$ 67 mil 810, a cabine estendida, e R$ 71 mil 90 o modelo cabine dupla. A VW não informou o preço do Fox nessa configuração.

Segundo Gustavo Schmitt, vice-presidente de vendas e marketing, a inclusão do up! e da Saveiro nessa linha mais esportiva faz parte da ofensiva da VW para conquistar market share no Brasil: “Esse movimento já começou. Em abril, com o lançamento do novo up!, realizamos oito eventos no Brasil para apresentar mais de perto o carro aos nossos revendedores”.

Ele contou que no mês passado a empresa levou os onze principais grupos de concessionários para a Alemanha para conhecerem planos, estratégia e táticas da companhia para até 2025: “Antes disso já havíamos mostrado a oitenta grupos a nossa ofensiva de produtos. Essa aproximação com a rede é fundamental para ganharmos mercado”.

O quanto o terceiro lugar incomoda a VW

A Volkswagen do Brasil deu início à sua ofensiva para voltar ao topo do mercado brasileiro. Hoje a montadora, que durante décadas sustentou o primeiro lugar no ranking, amarga a terceira posição, ficando atrás de General Motors e Fiat, com 12,60% de participação. David Powels, seu presidente, foi categórico: “Ser o terceiro no Brasil não é o lugar da Volkswagen”.

Ele disse que, no ano que vem, pelo menos a segunda posição será alcançada – e a liderança até 2020

“Começamos a ofensiva quando traçamos nossos planos para a operação. Com os novos produtos que serão lançados no ano que vem, o novo Polo e o Virtus, já daremos um grande passo. A matriz quer que sejamos rentáveis. Liderança de mercado é uma consequência. Mas estar em terceiro ou quarto lugares não é realmente o ideal para a Volkswagen”.

Powels contou que uma das táticas é renovar toda a linha de produtos no Brasil em três anos. Isso inclui, ainda, a entrada em segmento que a VW namora, o de SUVs:

“Temos projetos para São José dos Pinhais e para São Bernardo do Campo. E está também nos planos a produção de um modelo novo na Argentina. Esse é um segmento que vem crescendo no País. Consumidores de hatches médios e sedãs estão migrando para os utilitários esportivos”.

De acordo com dados da Fenabrave até junho foram comercializados 182 mil 331 SUV’s no mercado brasileiro, mais de 10% das vendas totais no Brasil no período.

O Fox, segundo o presidente, também será reformulado, ficará mais alto e ganhará características de utilitário esportivo: “As mulheres gostam de carros altos. A posição de dirigir mais elevada é uma das modificações que vamos fazer no modelo”.

Outra tática, contou Powels, é tornar o portfólio mais simples: há dois anos existiam 347 combinações possíveis na gama de produtos Volkswagen. Isso foi reduzido para menos de cem e, até dezembro de 2018, a meta é chegar a 93 possibilidades: “Em 2019 podemos reduzir ainda mais. Isso nos ajuda na diminuição de custos tanto na produção quanto na revenda. O estoque do concessionário fica mais justo. O Brasil é muito diferente do mercado europeu, por exemplo, e o brasileiro não gosta de esperar muito para receber o carro. Ele quer comprar e já sair com o automóvel. E com um portfólio mais simples isso é mais fácil”.

Segundo ele essa simplificação na gama foi uma demanda das empresas concessionárias, por meio da sua entidade, a Assobrav: “Essa aproximação com a rede de concessionárias é importante nesse momento de recuperação de mercado. Hoje, temos 545 lojas com 237 grupos, uma rede grande para o volume que fazemos hoje mas ideal para quando tivermos toda a linha renovada. Estamos preparados para a nossa ofensiva”.

No ano passado a VW vendeu 228 mil 473 unidades e, até junho, 100 mil 206, segundo dados da Anfavea.

“Esse ano devemos crescer em mercado no Brasil e na América Latina. Esperamos chegar 430 mil veículos vendidos na região e 300 mil no País. E mesmo assim não fecharemos o ano no azul. É impossível lucrar no mercado de hoje. Todo mundo perderá dinheiro este ano.”

Segundo Powels a operação brasileira apresenta prejuízo desde 2015.

Exportação – A produção no Brasil, também crescer este ano, afirmou o presidente> a expectativa é fabricar mais de 400 mil veículos nas três fábricas que mantém no Brasil. No ano passado esse volume chegou a 335 mil unidades e em 2015 a 425 mil veículos. Isso para abastecer os 28 países que compõem a região América do Sul e Caribe: “Temos plano para exportar 150 mil veículos este ano. Em 2016 os embarques totalizaram 106 mil unidades”.

O executivo afirmou que nos 26 da região, excluindo Brasil e Argentina, a Volkswagen detinha 2% de participação nas vendas. Só nos primeiros três meses deste ano a empresa conquistou fatia de 3,2%:

“É mercado de 1,6 milhão de veículos por ano, quase como o Brasil, e ter um crescimento desse quilate mostra o nosso esforço para melhorar a utilização de nossa capacidade produtiva no País”.

O plano, segundo Powels, é deter 5% de participação até 2019 e, até 2027, mais de 10% das vendas no Caribe e na América do Sul.

Mercedes-Benz expande lojas de seminovos

As vendas de caminhões seminovos da SelecTrucks, braço de revenda da Mercedes-Benz, alcançaram 423 unidades no primeiro semestre do ano, 51,07% a mais do que o volume vendido em idêntico semestre do ano passado. O crescimento, que representou mais do que o dobro do volume de 2016, se deu em função das demandas do mercado de reposição, e isso fará com que a empresa aumente a capilaridade de suas lojas pelo País, a começar pelo Nordeste.

Segundo Ari de Carvalho, diretor de vendas da companhia, há planos para lojas próprias no Ceará, Pernambuco e Sergipe até o fim do ano. Com a adição dos novos espaços serão oito as unidades que vendem caminhões seminovos. Hoje há unidades em Betim, MG, Curitiba, PR e em três cidades de São Paulo, Campinas, Limeira e Mauá.

A empresa estuda se os novos pontos de vendas serão lojas próprias ou unidades de negócios instaladas dentro de concessionários, como acontece em Campinas e Limeira. O vice-presidente de vendas, Roberto Leoncini, contou que havia uma preferência, na companhia, em expandir as vendas por meio de estabelecimentos próprios. No entanto, por causa dos trâmites legais, como obtenção de licenças para entrar em operação, há hoje uma tendência inclinada à estratégia de expansão por meio da rede. Há 92 concessionárias Mercedes no Brasil.

O executivo aponta a SelecTrucks como um importante complemento para as vendas de seus veículos, ainda que o volume de negócios fechados por ela seja menor do que outros canais, como o consórcio e o Banco Mercedes-Benz: “O papel da Selectruck neste jogo aumentou porque no ano passado os operadores de caminhões usados estavam sem capital e o nosso serviço, por estar atrelado à companhia, manteve o nível de negócios a preços competitivos. Enxergamos que o negócio de seminovos tem potencial no Brasil para ocupar mais espaço no nosso segmento”.

Desde que foi inaugurada, em agosto de 2013, com a unidade de Mauá, o SelecTrucks é responsável pela compra, estoque, manutenção e venda de seminovos, apoiando os concessionários na negociação com os clientes. O portfólio é divulgado por um site. Ela adequou-se às características do mercado brasileiro usando os mesmos conceitos e padrões do TruckStore, modelo de negócio de caminhões usados utilizado pela Daimler em países da Europa e também nos Estados Unidos e na África do Sul.

À prova de hackers

Um dos desafios do setor automotivo é conciliar a crescente conectividade nos veículos com o aumento dos casos de ataques cibernéticos. Para proteger seus veículos de hackers a indústria aumentou seus investimentos em segurança cibernética em cerca de 25% ao ano até 2025, de acordo com levantamento realizado pela empresa de segurança para plataformas digitais Iderto e pela Frost&Sullivan.

O estudo indica que as fabricantes de veículos e seus principais fornecedores investirão US$ 82 bilhões até 2020 em tecnologias avançadas, que incluem ferramentas de segurança cibernética.

Hoje a conectividade é bastante limitada, mas a com a adoção de sistemas de rede 4G e 5G abrir-se-ão as portas para novos ataques, de acordo com Gabriel Ricardo Hahmann, diretor de vendas da Iderto para Cone Sul, Brasil e Colômbia:

“Um ataque pode interferir nos dispositivos como entretenimento, mas também nos componentes do veículo como freio e direção, o que possibilita ao atacante poder controlar o carro remotamente, e ainda coletar os dados do usuário pelo sistema de bordo”.

Segundo ele as áreas que propiciam maiores riscos a ataques de hackers são trava e direção, integração com smartphones, comunicação sem fio com rede via satélite e celular e veículos que utilizam chave presencial.

ATAQUES – Diversos casos de ataques de hackers foram registrados nos últimos anos. Em 2015 dois pesquisadores de segurança de computadores descobriram que o sistema interno do Nissan Leaf poderia ser hackeado remotamente com o uso do aplicativo de celular da própria Nissan: “Como o Nissan Leaf é um carro elétrico o hacker poderia drenar toda a energia da bateria. Era como se drenasse todo o tanque de combustível. Após ser detectado o problema foi corrigido”.

Em maio o ciberataque global causado pelo ransonware WannaCry forçou a Renault a suspender a produção em várias de suas unidades na França. No Brasil a fábrica de São José dos Pinhais, PR, foi afetada pelo vírus: “Esse caso é quase um sequestro eletrônico em que o hacker tem acesso às informações criptografadas da empresa e pede um resgate”.

Já no mês passado o mesmo WannaCry atacou a fábrica da Honda em Sayama, Japão, que produz 1 mil veículos por dia. O sistema operacional de controle da produção da fábrica deixou de responder e suas atividades foram suspensas temporariamente. Além dessa fábrica a empresa também sofreu ataques em unidades na América do Norte, Europa e China.

Toyota inicia exportaçõs do Corolla

A Toyota planeja para setembro a exportação do Corolla para Chile e Colômbia, mercados que hoje são atendidos por unidades produzidas nos Estados Unidos. O automóvel mais vendido do País em sua categoria, e que teve versão mais recente lançada por aqui em março, é considerado peça fundamental na estratégia de expansão da empresa na região, que quer aumentar as exportações em 6,4% neste ano.

De acordo com seu vice-presidente executivo, Miguel Fonseca, desde abril está em curso o plano comercial nos dois mercados: “As remessas começam no segundo semestre, mais precisamente em setembro, e são resultado de um trabalho da área de vendas de fortalecer as qualidades do veículo produzido aqui. Contaram a favor os acordos bilaterais”.

Em abril Brasil e Colômbia validaram acordo de livre comércio no setor automotivo, o qual deverá entrar em vigor em janeiro de 2018 e colocar a Colômbia, por causa do tamanho do seu mercado, como um dos principais parceiros comerciais em automóveis do País ao lado de Argentina e México. Até junho foram exportados para a Colômbia 11 mil veículos, segundo dados da Anfavea.

A expectativa da Toyota é a de que as primeiras unidades do Corolla exportadas provoquem um salto de 43,5 mil para 46,5 mil no volume exportado neste ano. Na Colômbia a Toyota fechou o semestre na oitava posição em volume de vendas: 4 mil 28 unidades, alta de 18% com relação ao primeiro semestre de 2016.

Modelo de entrada da empresa na região o Etios é exportado para seis países: Argentina, Costa Rica, Honduras, Paraguai, Peru e Uruguai. Até abril houve crescimento de 16% no total exportado, com 15 mil 681 veículos ante 13 mil 473 em igual período de 2016. Do total 10 mil 441 unidades correspondem ao modelo Etios, aumento de 29% com relação às 8 mil 46 exportadas no período de janeiro a abril do ano passado. Em 2016 saíram das fábricas de Indaiatuba e Sorocaba, SP, 43,5 mil unidades, ante 39,8 mil em 2015. Desse total o Etios representou o maior volume, 25 mil unidades.

A Anfavea revisou suas estimativas para as exportações. As novas expectativas da entidade apontam um crescimento de 35,6%, o que significa chegar ao fim deste ano com 705 mil unidades enviadas para outros países. A projeção anterior era de crescimento de 7,2%. Até junho, os embarques totalizaram 72 mil 828 veículos.

Vendas nos Estados Unidos aceleram produção no México

A produção e a exportação de veículos mexicanos apresentaram, no primeiro semestre, aumento de 12,6% e de 14%, respectivamente, com relação ao mesmo período do ano passado, alcançando cifras recordes, revelou a Amia, Associação Mexicana da Indústria Automotiva. As informações são do Flash de Motor, da Venezuela. A venda de veículos no mercado interno também cresceu 2,9% de janeiro a junho.

A produção chegou a 334 mil 606 unidades em julho, volume superior em 4,9% no comparativo com o mesmo mês de 2016. No semestre foram produzidos 1 milhão 880 mil veículos, segundo dados da Amia.

As exportações, conforme a entidade, “também registra cifras recordes, tanto para o mês quanto para o acumulado do ano”. De janeiro a junho foram exportados 1 milhão 510 mil veículos, aumento de 14% com relação ao mesmo período do ano passado. Já em junho o crescimento foi de 12% sobre maio: “Os dados de exportação por região no primeiro semestre mostram um maior crescimento para os Estados Unidos, América Latina e Europa”.

Os Estados Unidos receberam mais veículos mexicanos no primeiro semestre, 76,8% do total exportado, seguido pelo Canadá, com 8,4%, a América Latina, com 7%. As exportações para a Europa somaram 4,7% da produção.

Já as vendas ao mercado interno de janeiro a junho registraram incremento de 2,9% no comparativo com o mesmo período do ano passado, chegando a 743 mil 51 unidades. A Amia o considerou o melhor volume da história para o primeiro semestre. Dessas vendas 42% foram de veículos produzidos no México. Em junho foram licenciadas 127 mil 410 unidades, queda de 5,3% no comparativo com a mesma base do ano passado.

Vendas da Volkswagen crescem 4% em junho

A Volkswagen vendeu 512,7 mil veículos no mundo em junho, o que representou aumento de 4% no comparativo com o mesmo mês do ano anterior. Já as vendas globais atingiram 2 milhões 935 mil 100 unidades no primeiro semestre, leve aumento no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Jürgen Stackmann, chefe de vendas e marketing da Volkswagen, comemorou o resultado de junho, bem como no primeiro semestre do ano, além de um forte crescimento na China e em outras regiões consideradas chave para a empresa.

“Na América do Sul tivemos um forte crescimento, embora os lançamentos ocorram apenas no fim do ano. Nos Estados Unidos o Atlas teve trajetória de sucesso nos seus dois primeiros meses de vendas e nos ajudou a superar o crescimento do mercado. O Tiguan é um importante catalisador global e será lançado no mercado dos Estados Unidos no segundo semestre. Outros novos modelos, como Polo, Arteon e Tiguan Allspace, nos deram motivos para ter otimismo no segundo semestre.”

Na Europa as vendas, em junho, permaneceram estáveis, totalizando 163,5 mil unidades. Os maiores crescimentos foram sentidos na Áustria, com 10,7%, Dinamarca, 10,6%, Finlândia, 6,6%, e Suíça, 6%. Na Alemanha as vendas caíram 5,2%, afetando o desempenho na Europa Ocidental, que apresentou queda de 2,1%. O crescimento VW nas Europas Central e Oriental foi bastante significativo, atingindo 15,2% – o principal motivo para o aumento foi a Rússia, onde as vendas subiram 18,3%.

As vendas nos Estados Unidos alcançaram 27,4 mil unidades, 15% acima do mesmo mês do ano anterior. A VW agora tem presença em outro segmento chave daquele mercado com o lançamento do Atlas SUV, cujas vendas começaram em maio.

Na América do Sul a VW registrou aumento de 21,5% nas vendas. A Argentina alavancou boa parte disso, com 10,5 mil veículos, aumento de 46,9%. No Brasil, principal mercado sul-americano, as vendas alcançaram 21,4 mil unidades em junho, alta de 11,2%.

Na China as vendas continuam em alta. Foram vendidos 232,4 mil veículos em junho, representando aumento de 5,4%. O Magotan foi um dos responsáveis pela alta das vendas, com 18,3 mil unidades comercializadas, o que corresponde a aumento de 62,7%. Em seu terceiro mês de vendas o novo SUV Teramont alcançou 5,3 mil unidades. E o modelo Tiguan continua bastante procurado, com vendas de 27,3 mil unidades.

VW opera cinco dias por semana em Taubaté. Em agosto.

A fábrica da Volkswagen em Taubaté, SP, operará cinco dias por semana a partir de agosto. A empresa suspenderá a redução de jornada e de salário, que era de 25%. O PSE, Programa Seguro Emprego, foi adotado em maio e deveria terminar em outubro. Mas, com o bom desempenho dos modelos produzidos lá e a transferência da montagem do Gol, o retorno à operação normal foi antecipada. A VW mantém cerca de 4 mil empregados em Taubaté.

David Powels, seu presidente para o Brasil e CEO para a América do Sul, disse que com a melhora do mercado a produção na unidade será maior neste ano:

“Olhando para os resultados de maio e junho a expectativa para o ano cresceu, de 1 a 2 pontos porcentuais com relação à expectativa que tínhamos em janeiro. Esperamos que o mercado cresça de 4% a 5% em 2017. Já para 2018 estimamos elevação de 5% a 8%. Durante esse ano reduziremos, sim. nossa ociosidade, mas ainda não sabemos em que porcentual de forma precisa”.

Em Taubaté se produzirá só os modelos Gol, up! e Voyage.

Gol é o modelo mais exportado da VW. De janeiro a junho aproximadamente 42 mil unidades foram embarcadas, registrando aumento de 98% com relação ao mesmo período de 2016. O Voyage é o segundo, com mais de 14 mil unidades, O up! é o quarto modelo da lista. DE acordo com comunicado da empresa “com Gol, Voyage e up! a unidade de Taubaté será ainda mais relevante e forte para a nossa estratégia”.

PSE em outras unidades – Segundo a VW as fábricas de São Bernardo do Campo e São Carlos, SP, e a de São José dos Pinhais, PR, manterão o PSE até que outra decisão surja.

Em São Bernardo do Campo a companhia passará a produzir dois novos modelos da plataforma MQB: o Polo, que chega ao mercado no último trimestre do ano, e o Virtus, previsto para o primeiro semestre de 2018. A Saveiro, que é o seu terceiro veículo mais exportado, continuará a ser produzida na unidade de São Bernardo. E a unidade do Paraná continua com o Golf: “Dessa forma conseguiremos ter ainda mais produtividade em nossas unidades, com um maior foco logístico e maior eficiência”.

thyssenkrupp encolherá no mundo

No dia em que o CEO mundial da thyssenkrupp está no Brasil, para sua visita anual às fábricas sul-americanas e para participar do seu fórum regional, a companhia anunciou a intenção de reduzir os gastos em suas operações no mundo com processos, estruturas gerais e administrativas em € 400 milhões. Esse custo anual chega a € 2,4 bilhões. As medidas para atingir a meta devem ser adotadas nos próximos três anos, até setembro de 2020. O plano de demissões ainda está em estudo, mas o grupo já anunciou que “apesar dos esforços a adoção das medidas de ajuste não será possível sem redução de pessoal”.

A estimativa é que de 2 mil a 2,5 mil dos 18 mil empregos administrativos do grupo sejam afetados, sendo metade na Alemanha.

Com um programa de eficiência iniciado em 2011/2012 a thyssenkrupp já obtivera economia anual de € 1 bilhão. A empresa afirmou, no entanto, que a economia não foi suficiente para gerar fluxo de caixa sustentável. Giovanni Pozzoli, CEO da empresa na América do Sul, acredita que o anúncio não afetará o Brasil: “Perto dos efeitos já causados pela crise do mercado, esse corte deve ter um efeito imperceptível”.

Segundo Pozzoli as seguidas quedas nas vendas nos últimos anos são muito mais impactantes do que o corte anunciado.

José Carlos Cappuccelli, CEO da fábrica da thyssenkrup em Campo Limpo Paulista, SP, disse que cortes no Brasil ainda dependem dos estudos que serão feitos nos oitenta países onde a empresa está presente. Aqui a companhia possui onze unidades, em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Nas diversas áreas, do chão de fábrica ao setor administrativo, são 8 mil funcionários. Segundo Cappuccelli a medida já vem sendo trabalhada há muitos meses e não causou surpresa: “A verdade é que as empresas precisam se adaptar ao mercado”.

De 2016 e 2017 a fábrica em Santa Luzia, MG, fez um corte de 90% dos funcionários, de seiscentos para 58:

“Nossa vantagem em Campo Limpo é que estamos sempre atualizados, com alta tecnologia nas linhas, e fazendo o necessário para sobreviver. É a única forma de se manter nesse mercado. Não é preciso os dedos sequer de uma mão para contar quantas forjarias estão trabalhando no Brasil. Nós sempre fizemos a lição de casa. Então pode ser que não aconteça nada aqui”.

O executivo diz que nós últimos três anos, em Campo Limpo, que conta com força de trabalho de 2,5 mil pessoas, a empresa já demitiu e recontratou quatrocentas. Com o mercado interno em baixa a unidade paulista, que fabrica principalmente virabrequins para veículos pesados, exporta 65% de sua produção.

DIREÇÃO ELÉTRICA – Heinrich Hiensinger, CEO global da companhia, voltou a dizer na terça-feira, 11, que a empresa deverá produzir sistemas de direção elétrica em São José dos Pinhais, a partir de 2018 A fábrica fornece colunas de direção convencionais para Fiat, General Motors, Renault e Volkswagen. Como a thyssenkrupp tem contrato com outras montadoras em diversas partes do mundo e as empresas no Brasil precisam aumentar seu índice de nacionalização, há a possibilidade, observa Cappuccelli, de outras marcas, como BMW e Mercedes-Benz, passarem a comprar o sistema a ser produzido no Paraná:

“É uma evolução natural da indústria. Se quiser ter produto de última geração para equipar os novos carros que estão saindo da linha de montagem tem que se adaptar”.