Argentina vende 22,6% a mais de automóveis em julho

A venda de automóveis na Argentina atingiu seu sétimo aumento consecutivo no ano. Em julho as vendas subiram 22,6% com relação ao mesmo mês do ano passado, com 78 mil 25 veículos emplacados. As informações são do Flash de Motor, da Venezuela.

Já o volume acumulado do ano mostra o emplacamento de 531 mil 423 unidades, o que representou aumento de 30% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o relatório publicado pela Acara, associação que reúne as concessionárias do país.

A projeção é a de que as vendas alcancem em torno de 1 milhão de unidades até o fim de dezembro, melhorando inclusive os números de 2016, impulsionados pelas vendas de picapes.

O comunicado de Acara, no entanto, fez referência ao peso dos impostos sobre os automóveis, segundo o presidente Dante Álvarez, presidente da associação: “As concessionárias sofrem uma grande perseguição fiscal, o que contribui para um retorno que não é sustentável. Precisamos de uma reforma tributária que atenda às necessidades nosso setor”.

Daniel Herrero, presidente da Toyota Argentina, antecipara, em entrevista ao site Infobae, que os impostos representam até 55% do preço de venda final em alguns veículos.

Motos – Os resultados das vendas de motos também foram bastante positivos para o mesmo período. Com mais de 50 mil unidades vendidas em julho os emplacamentos cresceram 46,9% com relação a julho de 2016. Apenas nos sete meses deste ano foram vendidas 372 mil 592 motos, o que representou aumento de 50,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Para Gustavo Bassi, presidente do segmento de motos da Acara, a estimativa é manter esse crescimento: “O mercado deverá manter essa demanda, nos encaminhando para uma situação cada vez mais formal e estável”.

Mercedes-Benz revê projeções para 2017

O mercado de caminhões fechou o primeiro semestre com desempenho de vendas 16% menor do que o de mesmo período no ano passado, com 21 mil 457 unidades, e este cenário, construído em meio a incertezas promovidas pela política e pela economia, fez a Mercedes-Benz reduzir de 10% para 3%, na melhor das hipóteses, sua projeção de crescimento de mercado para 2017. A esperança da companhia são os negócios gerados na Fenatran, que ocorre em outubro, demandas pontuais no agronegócio e na área de bebidas.

Em janeiro Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas da companhia, anteviu o crescimento com base nas medidas anunciadas pelo governo, como as reformas tributária e trabalhista e as novas regras do Finame, principal linha de crédito do BNDES para o setor. As expectativas, no entanto, foram diminuindo na mesma proporção em que caíam os licenciamentos no semestre: “Não estou mais tão otimista, pois matematicamente ficará muito difícil de acontecer. Existe uma recuperação com relação ao ano passado, mas ainda estamos com um desempenho menor”.

Em janeiro, de acordo com dados da Anfavea, foram 2 mil 947 os caminhões emplacados no País. Em fevereiro, com menos dias úteis, foram 2 mil 614. Em março houve uma reação, 4 mil 104 unidades emplacadas, seguida de nova queda em abril, 3 mil 469, e de novo aumento no volume em maio, 4 mil 105, e junho, 4 mil 218. Para Leoncini o ritmo mensal para o ano tende a se manter até 4,5 mil unidades por mês até dezembro, num patamar que, segundo ele, foi verificado ao longo do ano passado.

O executivo disse que este ano haverá um fenômeno atípico nas vendas para clientes que atuam no agronegócio. Historicamente essas empresas compram caminhões em novembro e dezembro, com os emplacamentos feitos em janeiro, para que operem na colheita. Este ano a companhia percebeu que os principais clientes do segmento anteciparão suas compras porque se encerram os ciclos de suas frotas atuais:

“Novos caminhões entrarão no segundo semestre. No agronegócio, apesar do preço da soja e do milho, ainda há movimento de compra de equipamentos dentro da cadeia, mesmo com o que houve no segmento de carne. Há demanda. Eles vêm sentindo o volume do mercado e já estão pensando em movimentos de renovação de frota. Em alguns segmentos, nós sabemos, haverá uma reação. Como o de bebidas, em que há pouco tempo algumas empresas fizeram concorrência para o transporte. Pode ser que isso estimule a compra de caminhões”.

Vendas caem nos Estados Unidos

As empresas fabricantes de veículos nos Estados Unidos registraram, em julho, queda nas vendas ainda mais acentuada do que havia sido previsto por analistas, o que reforça as dúvidas de que a indústria será capaz de manter o nível recorde alcançado nos últimos dois anos.

As vendas caíram 15% para a General Motors e 10% para a FCA. Para a Ford a queda chegou a 7,4%, com exceção de picapes – só as vendas de automóveis diminuíram 19%.

Mas a Toyota cresceu 3,6% nas vendas em julho, impulsionadas pela forte demanda do crossover RAV4. Nissan e Honda superaram as estimativas dos analistas, embora as vendas tenham caído em julho: o novo cupê Q60 apresentou aumento de venda para Nissan Infiniti, e as vendas do crossover Honda HR-V saltaram quase um terço na comparação com julho do ano passado.

Depois de sete anos de crescimento as quedas nas vendas de automóveis fez os investidores rejeitarem as ações das companhia produtoras. A redução com as despesas em veículos e autopeças têm freado o crescimento econômico em cinco dos últimos oito trimestres, de acordo com o Departamento de Comércio.

As ações da maioria das grandes montadoras têm arrastado os indicadores de desempenho das cotações das ações da bolsa este ano. As ações da GM caíram 3,7% e as da Ford baixaram 3,1% após a divulgação dos dados. As exceções são Chrysler e Tesla – esta última teve uma boa aceitação de seu sedã Modelo 3.

Estoques – A GM, que projetou vendas de 16,9 milhões para este ano, disse que seu estoque de veículos é suficiente para 104 dias de vendas, bem acima da meta de setenta dias. Os estoques estão cheios e os descontos, que corroem os benefícios, podem até crescer ainda mais no segundo semestre para manter aceso o setor – nem que seja a uma velocidade reduzida.

Como consequência as fabricantes mantiveram os incentivos para vendas durante julho, ao contrário do habitual, quando são suspensos após o feriado de 4 de julho, segundo Thomas King, vice-presidente da consultoria JD Power.

O incentivo para veículos aumentou, em média, para US$ 279 em julho com relação ao mesmo mês do ano anterior. Isso significa que as fabricantes estão promovendo mais descontos para movimentar suas vendas e não estão sendo totalmente compensadas pela venda de modelos mais lucrativos.

Até 2040, um terço da frota mundial será elétrica

Um terço da frota mundial de veículos leves será de elétricos até 2040. É o que estima uma pesquisa da Bloomberg New Energy Finance, BNEF. Esse tipo de veículo, segundo o levantamento, representará 54% das vendas de carros novos no mundo. Em alguns países, o percentual das vendas será ainda maior: 67% das vendas de carros novos na Europa e 58% na China e nos Estados Unidos. No entanto, existem muitos entraves, principalmente no Brasil, para o carro elétrico ser uma alternativa ambientalmente viável e segura.

Segundo a pesquisa, a crescente queda do preço das baterias de íon de lítio permitirá que os fabricantes abaixem os preços dos elétricos, o que deve ocorrer de 2025 a 2029. Desde 2010, os preços das baterias de íons de lítio caíram 73% por kWh. O levantamento apontou que, até 2030, os preços devem ser ainda menores.

Os baixos custos operacionais também devem impulsionar as vendas, conforme destaca Colin McKerracher, analista em transportes avançados da BNEF: “Esperamos que veículos de grande utilização, como táxis, Ubers e comerciais, façam primeiro a transferência para os elétricos devido à economia atrativa. Os investimentos iniciais serão compensados pelo baixo custo operacional ao longo do uso por uma extensa quilometragem”.

O número de veículos elétricos na frota mundial poderia ser ainda maior se não fosse o seu maior entrave: a falta de locais para carregamento da bateria. Segundo McKerracher, a infraestrutura adequada será uma missão para governos, empresas de energia, fabricantes de automóveis e outros investidores do setor privado:

“Ainda assim, a maior parte do carregamento será realizada em residências e muitos consumidores já têm a capacidade de carregar os automóveis com um investimento mínimo. Os custos operacionais serão mais baixos e os consumidores com carregadores residenciais poderão começar todos os dias com um ‘tanque cheio”.

Solução brasileira – O consumo europeu é o responsável por inflar as projeções do número de veículos elétricos de acordo com Renato Romio, Chefe da Divisão de Motores e Veículos do Centro de Pesquisas do Instituto Mauá de Tecnologia: “Como a Europa não tem outra fonte de combustível renovável, a melhor solução é a eletricidade para baixar os níveis de emissão de gás carbônico. O governo europeu, inclusive, dá subsídios para a compra de elétricos”.

Ele acredita que cada país deve buscar sua própria solução por combustíveis menos poluentes. O Brasil, por exemplo, deveria investir prioritariamente em veículos híbridos – misto de motor à combustão e elétrico –, tendo o álcool como combustível, pois já desenvolveu toda a tecnologia para a sua produção:

“O álcool é bem menos poluente que a eletricidade usada para rodar o veículo elétrico na Europa. O gás carbônico que sai pelo escapamento é recapturado durante o cultivo de cana de açúcar”. Outra razão é que os veículos elétricos e suas peças de reposição serão importados, o que não irá desenvolver os centros de tecnologia automotiva no Brasil.

A falta de locais para carregar a bateria também poderá restringir a circulação dos veículos elétricos aos centros urbanos. Romio lembra, porém, que a Europa já conta com postos de carregamento em estradas.

Inúmeros acidentes têm acontecido nos últimos anos com os carros elétricos da Tesla: “A tensão elétrica nesses carros é mais alta, em torno de 600 volts, o que pode gerar curto-circuito. No entanto, as normas de segurança para os elétricos estão aumentando e, consequentemente, sua tecnologia, o que não irá atrapalhar a adoção desses veículos”.

Aumento do diesel encarece frete de commodities

O aumento da alíquota do PIS/Cofis sobre os combustíveis para melhorar a arrecadação e atingir a meta de déficit fiscal de R$ 139 bilhões para este ano, impactará o valor dos fretes no País. O transporte de grãos e commodities poderá ficar até 6% mais caro que o transporte de outros produtos.

Para Lauro Valdivia, assessor técnico da ANTC, a Agência Nacional de Transporte de Cargas, a alta do frete será de 4% de forma geral, mas alguns segmentos verão os custos subirem mais do que outros em função da alta no diesel – em média o preço chegará a R$ 3,54: “Os produtos da cesta básica como um todo ficarão mais caros porque as empresas que os transportam já não tem margem para absorver este aumento”.

A alta da alíquota anunciada na quinta-feira, 20, foi maior do que o esperado pelo setor de transportes, que agora visualiza um tempo maior para a esperada recuperação econômica. Marinaldo Barbosa dos Reis, diretor de abastecimento e distribuição do Setcesp, o Sindicato das empresas de transporte de São Paulo, disse que a medida atrasará uma renovação de frota esperada para o primeiro semestre de 2018 nas empresas do estado:

“Embora o setor como um todo esteja descapitalizado para fazer investimentos, algumas empresas previam renovação de frota no ano que vem. Com a alta da alíquota, voltam à gaveta os projetos. Eles poderiam cortar de custos se pensarmos que caminhões novos consomem menos combustível”.

O modal rodoviário é o predominante no Brasil – 60% das mercadorias são transportadas por caminhões, segundo a ANTC. De acordo com a entidade, o combustível representa 40% do custo de um frete e o aumento geralmente é repassado para o preço.

Fora o mercado interno, o aumento poderá ter impacto também no mercado externo. Os caminhões que transportam carga para a exportação são maiores e o combustível ultrapassa a média de 40% no custo do frete. Nas cidades, a porcentagem cai, e o combustível de pequenos caminhões chega a representar 10% do custo.

Repasse incerto – Ainda que a nova alíquota tenha provocado aumento do preço do diesel, não é o maior valor praticado nos últimos tempos, lembrou Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva da consultoria Ilos. Ela afirma que o aumento do imposto é uma notícia ruim para o segmento de transportes porque muitas acabarão absorvendo o aumento: “No entanto, outro aspecto importante é a nova política de preços da Petrobras. O preço do diesel que está na bomba atualmente não é o maior dos últimos anos, o que dilui o impacto da alta do imposto”. De acordo com dados da ANP, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a última medição semanal de junho nas refinarias o preço do diesel foi de R$ 2,997. Em junho do ano passado, o valor foi de R$ 3,013.

Sai o acordo com a Colômbia. Enfim.

Os governos do Brasil e da Colômbia assinaram na sexta-feira, 21, acordo de complementação econômica que beneficiará as relações de comércio exterior dos dois países, principalmente de veículos e autopeças. Antiga reivindicação da Anfavea o acordo poderá ser fator de incremento de embarques para o mercado colombiano, um dos que mais crescem na América Latina.

Segundo o MDIC o novo acordo ampliará as preferências pactuadas nos setores têxteis e siderúrgicos, permitindo a desgravação total das alíquotas do Imposto de Importação aplicadas a esses segmentos e possibilitará, em breve, a entrada em vigor do acordo automotivo assinado em 2015.

O acordo automotivo, além de zerar alíquotas de importação, prevê a concessão de 100% de preferência para veículos dos dois países, com cotas anuais crescentes. No primeiro ano serão 12 mil unidades, no segundo 25 mil, e a partir do terceiro 50 mil unidades.

Para o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços o acordo automotivo com a Colômbia é de grande importância para a indústria brasileira: “A Colômbia é um excelente mercado para os veículos fabricados no Brasil devido à proximidade geográfica. Todas as empresas instaladas aqui, que possui o maior parque industrial automotivo da América do Sul e um dos maiores do mundo, serão beneficiadas com esse acordo”.

O ministro disse ainda que o acordo também proporcionará maior agilidade nas tomadas de decisão e colaborará para a criação de um novo cenário para as relações econômicas e comerciais na região latino-americana.

Em 2016 as exportações brasileiras para a Colômbia cresceram 5,7% com relação ao ano anterior, passando de US$ 2 bilhões 115 milhões para US$ 2 bilhões 235 milhões. No mesmo período as importações brasileiras da Colômbia diminuíram 23,7%. Assim a balança comercial com a Colômbia resultou em superávit de US$ 1 bilhão 327 milhões para o Brasil em 2016. No ano anterior o superávit foi de US$ 926 milhões.

No ano passado a pauta de exportações brasileiras para a Colômbia foi formada, principalmente, por produtos manufaturados, 88% do total. Os principais produtos brasileiros exportados para a Colômbia em 2016 foram automóveis, 5,5%, óleos brutos de petróleo, 5,5%, polímeros de etileno, propileno e estireno, 4,9%, pneumáticos, 4,5%, preparações para a elaboração de bebidas, 3,6%, produtos laminados planos de ferro ou aços, 3,5%, veículos de carga, 2,7%, medicamentos para medicina humana e veterinária, 2,7%, partes e peças para veículos automóveis e tratores, 2,3%, motores para veículos automóveis e suas partes, 2,1%.

Na Alemanha cresce a polêmica do cartel de montadoras

A revista semanal Der Spiegel, da Alemanha, publicou que Audi, BMW, Daimler, Porsche e Volkswagen formaram cartel, desde os anos 90, para acordar questões relacionadas a tecnologia, custos, fornecedores e, inclusive, às emissões de gases poluentes nos veículos movidos a diesel. A BMW assegurou, em nota, que seus carros “não são manipulados e cumprem todos os requisitos legais, incluindo os modelos diesel”. As informações são do Flash de Motor, da Venezuela.

Segundo a revista as empresas definiam o tamanho dos tanques para o AdBlue, solução de ureia utilizada para reduzir as emissões de óxidos de nitrogênio, NOx, para limitar os custos. Eram tanques pequenos que, ao fim, se comprovou que eram insuficientes para diminuir as emissões.

A BMW rechaçou categoricamente as acusações e reafirmou que sua tecnologia difere significativamente das de outras empresas. Disse, ainda, que ao contrário de outros fabricantes seus veículos a diesel utilizam uma combinação de vários componentes, o que permite cumprir a legislação e não ter que chamar seus carros para recall, como acontece com outras marcas.

No entanto a BMW observou, em comunicado, que melhorará, voluntaria e gratuitamente, o software dos motores Euro 5 para reduzir as emissões, ação inserida em plano de medidas que a indústria e as autoridades locais criaram, o Summit Diesel, programado para 2 de agosto.

Já a Volkswagen informou que realizará na quarta-feira, 26, reunião especial do conselho de supervisão para discutir alegações de cartel, disse uma fonte à Agência Reuters. Um porta-voz da VW confirmou a reunião extraordinária na quarta-feira, mas se recusou a falar mais sobre o assunto.

Grupo VW segue forte em caminhões e ônibus

As vendas mundiais de veículos pesados da Volkswagen Caminhões e Ônibus cresceram 8% no primeiro semestre. Foram comercializadas 96 mil unidades. Com isso, as três marcas do grupo. MAN, Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus, demonstram forte de tendência de crescimento na segunda metade do ano.

Segundo a Volkswagen, no primeiro semestre as vendas na MAN Truck & Bus chegaram a 41,7 mil veículos, alta de 5%. Já os licenciamentos de veículos da Volkswagen Caminhões e Ônibus foram apoiados pela demanda positiva das exportações, com 11 mil 750 unidades, 16% maior do que no ano anterior. Na Scania, as vendas aumentaram 8% com relação a janeiro a junho de 2016, alcançando 43 mil 610 caminhões e ônibus.

Andreas Renschler, CEO da Volkswagen Truck & Bus e integrante do Conselho de Administração do Grupo Volkswagen, disse que a tendência de desempenho positivo continua na segunda metade do ano, especialmente na América do Sul, China e na Rússia: “Estamos muito satisfeitos com o desenvolvimento de nossas vendas unitárias e o acúmulo adicional da Volkswagen Truck & Bus no primeiro semestre 2017”.

No setor de caminhões, as três marcas registaram um aumento nos números de vendas. Com um total de 87 mil 530 veículos, alta de 7% com relação ao mesmo período do ano anterior. Na União Europeia, as vendas foram de 53 mil 860 unidades, quase ao mesmo nível que em 2016.

Na América do Sul, as marcas registraram vendas de 13 mil 230 caminhões, aumento de 20% com relação ao ano anterior. Na Argentina, as reformas adotadas pelo governo e o impulso do setor agrícola levaram a um aumento significativo nas vendas. Na Rússia, sinais de recuperação econômica e queda das taxas de inflação geraram crescimento considerável nos negócios. O desenvolvimento positivo nas vendas na China teve uma contribuição importante para o crescimento de 47% nas vendas na região Ásia-Pacífico, segundo a VW.

O negócio de ônibus também se desenvolveu positivamente no primeiro semestre de 2017. As vendas de ônibus das marcas Volkswagen Truck & Bus totalizaram 8 mil 480 veículos, aumento de 12%.

Receita da Randon recua 8,5% no semestre

As Empresas Randon, de Caxias do Sul, RS, fecharam o primeiro semestre com receita líquida consolidada de R$ 1,3 bilhão, queda de 8,5% na comparação com igual período do ano passado. Os dados foram divulgados por meio de comunicado enviado à Bolsa de Valores de São Paulo. O faturamento bruto acumulado totalizou R$ 1,9 bilhão, recuo de 6,4%.

Em junho, a receita líquida somou R$ 246,9 milhões, alta de 17,8% sobre o mesmo mês de 2016. Com relação a maio, o resultado permaneceu praticamente estável, 0,5% de crescimento. Já o faturamento bruto somou R$ 353,6 milhões, elevação de 17,8% sobre junho do ano passado e de 0,5% com relação a maio.

A controlada Fras-le também publicou os números preliminares do semestre. A receita líquida apurada de janeiro a junho sofreu queda de 6,9%, totalizando R$ 392,4 milhões. Já o faturamento bruto chegou a R$ 592,2 milhões, recuo de 4,8%.

Ao contrário do grupo, a Fras-le teve desempenho negativo em junho, com a receita líquida 5,2% inferior ao mesmo mês de 2016, totalizando R$ 70,3 milhões. Com relação a maio, a queda foi de 3%. O faturamento bruto mensal de R$ 110,2 milhões foi 1,7% inferior a junho de 2016 e 5% superior a maio.

Os resultados completos do semestre serão publicados em 8 de agosto pela Fras-le e, no dia seguinte, pelas Empresas Randon. Por se encontrarem em período de silêncio, determinado por lei, as diretorias não comentam os resultados preliminares.

Chery busca mercado com vendas diretas

Única empresa chinesa de veículos que instalou fábrica no Brasil a Chery aposta nas vendas diretas a clientes corporativos como estratégia para ganhar mercado após dois anos de produção local. Até junho 28% das suas 1 mil 250 unidades emplacadas foram vendidas de forma direta a pequenas e médias empresas. Um plano comercial em curso, que envolve contratos de fornecimento de pequenos lotes a locadoras de carros, pode elevar esta fatia para 35% até dezembro.

Na semana passada a empresa fechou o primeiro negócio com locadora. À Inova, de Santa Catarina, foi vendido lote de quinze unidades do QQ, veículo de entrada que passou por reformulação e teve um novo modelo lançado em abril. Segundo o contrato firmado a locadora fica com a responsabilidade de promover os veículos na região.

De acordo com o diretor de vendas Fábio Campos este modelo de negócio representa duas oportunidades: a primeira, aumentar a capilaridade de maneira mais rápida – e barata – da rede de concessionárias, que hoje tem 28 lojas. A segunda é popularizar o seu portfólio, visto pela empresa como pouco conhecido em mercados além dos grandes centros:

“É um contrato de fornecimento e também uma forma de se costurar parcerias com empresas que conhecem bem os mercados onde atuam. É um ganho de tempo em contexto de expansão da nossa oferta sem que haja investimento pesado em ações de marketing para desmistificar o veículo chinês”.

Henrique Sampaio, gerente de marketing da empresa, afirma que os veículos da Chery possuem características aderentes às demandas dos clientes corporativos – perfil de comprador que, para a empresa, vai dos grandes frotistas ao microempreendedor que compra um veículo utilizando o CNPJ da empresa para poder trabalhar: “São clientes que, mais do que outros fatores, buscam por veículos novos que tenham preço mais competitivo”.

Fora o esforço de vendas realizado diretamente nas locadoras a fabricante busca contratos por meio do sindicato que as representa, o Sindiloc. Na semana passada Campos reuniu-se com integrantes da entidade para divulgar as condições especiais oferecidas pela Chery às empresas que venham a renovar suas frotas.

O plano traçado pela empresa é fruto de processo de reestruturação pela qual a área comercial passou recentemente. A contratação dos executivos Campos e Sampaio, por exemplo, foi outra decisão no sentido de explorar melhor as oportunidades no segmento de clientes corporativos: ambos trabalharam durante dezesseis anos na área comercial da Volkswagen e Campos era o especialista da empresa nas negociações com clientes considerados chave e, também, com o governo.

As vendas diretas às empresas, fora ser um canal de vendas importante e que tem sua participação crescendo em todo o mercado – aumentou em 35% sua participação nas vendas do setor, segundo a Fenabrave, no primeiro semestre –, é vista pela Chery como uma forma de ocupar a linha de produção instalada em Jacareí, SP. A fábrica de US$ 530 milhões foi projetada para produzir 150 mil carros por ano, em três turnos. Hoje a capacidade está em 10 mil unidades por ano, com apenas um turno.

Com o eventual sucesso do método de buscar mercado para o QQ, a empresa produzirá o SUV Tiggo, ainda inédito no mercado brasileiro: “Sua produção tem início previsto para o segundo semestre, e acontecerá quando percebermos que há demanda e um caminho pavimentado pela modalidade de venda às locadoras com modelos QQ e Celar”.