Exportações ultrapassam volume histórico de 2005

As exportações de veículos já são recorde neste ano. Foram exportados de janeiro a julho 439 mil 586 unidades, alta de 55,3% no comparativo com o acumulado do ano passado. Com esse desempenho, Antônio Megale, presidente da Anfavea, já fala que 2017 deverá superar o ano de 2005, até então o melhor ano em embarques da história da indústria automotiva no País. De janeiro a julho de 2005, as montadoras exportaram 420 mil veículos. 

Megale creditou novamente o bom desempenho das exportações aos acordos comerciais na América Latina e também à aceitação dos produtos nacionais em novos mercados. O representante contou, ainda, que a indústria trabalha com uma meta de manter um nível mensal de 65 mil unidades exportadas: “O governo também percebeu a necessidade de estreitar os acordos comercias. A exportação é uma válvula de escape importante para regular a nossa indústria. Cada vez mais nossos produtos são aceitos nos países vizinhos e o esforço que as empresas têm feito para aumentar o volume exportado tem dado bons resultados”. Ele contou que hoje de 25% a 30% da produção é destinada ao mercado externo.

 

Ele comemorou, também, a assinatura do acordo automotivo com a Colômbia no mês passado: “É um mercado importante. A participação dos veículos brasileiros no mercado colombiano era de 3%. Já estamos em 5% e temos potencial para chegar a 10%. O acordo está em processo de internacionalização, acredito que termine nos próximos dois meses. Espero não morrer pela boca. Falei isso algumas vezes e não aconteceu”.

 

Em julho, foram exportadas 65 mil 722 unidades, volume 55,3% maior do que em julho do ano passado. Veículos leves representaram a maior parte dos embarques, com 61 mil 984 unidades de automóveis e comerciais leves. No acumulado do ano, foram 418 mil 113, alta de 56,7%. Caminhões, de janeiro a julho, foram 16 mil 588, 47,4% a mais do que no mesmo período de 2016. Só em julho, foram 2 mil 957. Em ônibus, nos sete meses do ano, leve queda de 0,4%, com 4 mil 885 unidades. Em julho, 781. Os principais destinos, em volume, foram Argentina, México, Chile, Uruguai e Colômbia.

 

Esse desempenho rendeu às fabricantes instaladas aqui R$ 8 bilhões 792 milhões 6 mil, outro recorde. A receita, divulgada pela Anfavea, inclui também os negócios envolvendo máquinas agrícolas e representou 52% mais do que o obtido em igual período em 2016. As exportações de veículos, isoladamente, renderam US$ 7 bilhões 320 milhões 168 mil, alta de 54,5%.

 

Segurança – As reprovações de veículos produzidos aqui em testes feitos este ano pela Latin NCAP, entidade independente que testa a segurança nos carros, não representam uma espécie de ameaça à reputação do produto nacional, segundo Megale. Para ele, reprovações como a do Chevrolet Onix e, mais recente, do Fiat Mobi, são um sinal de alerta no que diz respeito às divergências de critérios de avaliação utilizados pelas fabricantes e as instituições que realizam testes:

 

“Existem alguns institutos que fazem verificações e sua própria avaliação. Temos um pouco de preocupação com isso porque os protocolos destas instituições eles não são estáveis. Às vezes uma empresa que tira uma nota máxima em um item de segurança por causa de uma simples mudança de protocolo, ela cai nessa medição”.

 

Megale contou que é preciso levar em consideração quando se discute segurança nos veículos a questão do tempo de adoção de novos itens de segurança, e como isso pode aumentar o valor do veículo ao cliente: “Temos que agir com muita prudência porque produzimos carros para brasileiros, não produzimos para europeus. Os itens de segurança tem que ser gradualmente incorporados aos veículos, não podemos de nenhuma forma encarecer o preço dos veículos. Por isso que é importante a previsibilidade. Quando o projeto começa a ser feito já se sabe que quando ele entrar em produção, ele vai ter de atender a certas normas”.

 

O presidente da Anfavea disse que o desenho do Rota 2030, a nova política industrial para o setor, leva em consideração a adoção de novos itens de segurança e testes a serem implementados no Brasil de forma gradual. Isso para que as empresas tenham tempo para se adequarem em seus próximos lançamentos.

 

Argentina – Outro tema que parece não criar preocupação nas fabricantes de veículos daqui é o decreto baixado na Argentina que exige a antecipação das multas às montadoras que extrapolaram o coeficiente flex estabelecido no acordo automotivo. O Brasil pode exportar US$ 1,5 para cada US$ 1 importado da Argentina livre de impostos:

 

“É a primeira vez que isso acontece. Essa é uma questão de governos, expressamos a nossa preocupação porque são nossas próprias empresas. Mas, da mesma forma que o flex está desequilibrado hoje, porque nós estamos exportando mais pra Argentina, quando os investimentos feitos aqui no Brasil terminarem, isso vai gerar novos produtos e provavelmente teremos uma reversão desse quadro”.

 

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Fabricantes já usam 70,9% da capacidade

A indústria de máquinas e equipamentos está recuperando sua capacidade instalada. Em junho o NUCI, Nível de Utilização da Capacidade Instalada, chegou a 70,9%, alta de quase 2 pontos porcentuais no comparativo com maio. Se comparado ao mês de junho de 2016 a alta foi maior – 4,5 pontos porcentuais, quando atingiu 66,4%. Os dados fazem parte do levantamento da Abimaq.

O crescimento do NUCI foi impulsionado por dois grupos setoriais que apresentaram desempenho positivo no ano, de acordo com Maria Cristina Zanella, gerente de economia e estatística da Abimaq:

“O setor de máquinas para agricultura cresceu quase 12% no primeiro semestre em função da supersafra. Já o setor de máquinas para a indústria de transformação cresceu 8% por causa da reposição de componentes, manutenção e substituição de equipamentos sem condições de uso. Mas ainda não há sinais de investimentos para a ampliação ou a modernização do parque industrial”.

No acumulado do primeiro semestre as exportações alcançaram R$ 4 bilhões 80 milhões, alta de 2,3% se comparadas às do mesmo período do ano passado. Só em junho elas atingiram R$ 752,7 milhões, o que representou aumento de 6,8% com relação ao mês anterior.

Quatro dos sete setores fabricantes de bens de capital registraram aumento das vendas para o mercado externo, com destaque para máquinas para logística e construção civil, com alta de 24%, e máquinas para agricultura, com acréscimo de 43%.

As exportações para a América Latina cresceram 17,9% na comparação com o primeiro semestre de 2016, passando de R$ 1 bilhão 540 milhão para R$ 1 bilhão 820 milhões. Só para o Mercosul as exportações cresceram 28,5%, passando de R$ 669 milhões para R$ 861 milhões. Para os Estados Unidos, segundo maior mercado, as exportações aumentaram 11,6%, de R$ 669 milhões para R$ 747 milhões.

Já as importações somaram R$ 6 bilhões 50 milhões no semestre, o que representa recuo de 27,9% na comparação com o primeiro semestre do ano anterior. Com relação a junho de 2016 a queda foi ainda maior, 56,7%, mas se comparado a maio houve alta de 9,8%.

Mesmo com a alta nas exportações e queda nas importações a balança permanece negativa em R$ 1 bilhão 97 milhões, tendência que deve permanecer no ano:

“Apesar de o real ter se valorizado em quase 14% no primeiro semestre quando comparado com o mesmo período de 2016, as empresas exportadoras ainda mantêm suas vendas com margens reduzidas, o que deve ser reproduzir ao longo do ano. Com relação às importações, ainda que o câmbio se mantenha favorável, os altos índices de ociosidade da indústria de transformação, combinados com as incertezas crescentes do cenário político, têm inviabilizado qualquer decisão de investimentos”.

 

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GM atrai sistemistas no Rio Grande

O anúncio de investimento, de R$ 1,4 bilhão, na fábrica da General Motors em Gravataí, RS, para a produção de nova família de veículos que chegará em 2020, atraiu a atenção de seus fornecedores para o município gaúcho. Segundo o governo do Estado “seis multinacionais” que estariam envolvidas no desenvolvimento desses veículos têm em mãos projetos avançados para se instalar na cidade.

 

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, durante o ano e meio em que a GM articulou novo investimento na região, em parceria com o governo, os novos fornecedores buscavam terrenos próximos ao seu complexo industrial. Há dúvidas sobre a instalação dentro do condomínio industrial ou nos seus arredores.

O secretário disse que algumas dessas empresas cogitam fornecer para fabricantes sistemistas na condição de tier 2 ou 3 – o que não pode acontecer dentro de espaços GM: “O Estado mantém programa de incentivo que tem como objetivo aquecer cadeias produtivas como a de autopeças. Isso fez com que parte das empresas interessadas em se instalar aqui estudem a possibilidade de fornecer para mais de uma companhia”.

Dentro ou fora as empresas chegaram pelas mãos do Fundopem RS, principal programa estadual de fomento que, se não libera recursos para os projetos incentivados, permite às empresas financiarem o ICMS incremental mensal a partir de sua operação. Este ano o governo lançou o Programa Mult, com pacotes de incentivos específicos para o setor automotivo. Serão beneficiárias, por exemplo, empresas que investirem na expansão de fornecedores ou que se instalem no Estado.

O condomínio industrial de Gravataí foi inaugurado em 2000 e começou com dezesseis fornecedores instalados ao redor das linhas da GM. Atualmente são 21 empresas que fornecem componentes para Prisma e Ônix, este o veículo mais vendido do Brasil no primeiro semestre, com 98 mil 469 unidades. O segundo colocado, o Hyundai HB 20, vendeu 60 mil 460 unidades, segundo a Fenabrave.

O investimento, cujo anúncio foi feito na quinta-feira, 3, é parte do plano da empresa de investir R$ 13 bilhões no Brasil de 2014 a 2019. De janeiro a julho saíram da fábrica de Gravataí 73% dos 185 mil automóveis de passeio Chevrolet emplacados no País. Atualmente a unidade conta com 2,8 mil funcionários.

A empresa não revelou quantas novas vagas serão abertas, mas a expectativa, segundo o governo do Estado, é a de que os novos veículos demandem abertura de vagas nos novos fornecedores, ainda que a tendência seja a de que a nova linha absorva funcionários que já trabalham ali.

 

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Disal agora tem Agendamento On-Line

A Disal Tecnologia, braço de tecnologia do Grupo Disal, lançará sua nova ferramenta Agendamento On-Line durante a 27ª ExpoFenabrave, que será realizado em São Paulo em 8 e 9 de agosto. O serviço, que estará disponível no site das concessionárias parceiras da Disal, permite ao consumidor marcar o serviço desejado como, por exemplo, a revisão, agendando data, horário e até escolhendo o consultor de sua preferência para realizar o trabalho. A facilidade é a não exigência da digitação dos dados do chassi do veículo mas, sim, a de sua placa, apenas.

Ao fim do agendamento a confirmação é feita por SMS e por e-mail. Também ficam disponíveis o custo do serviço e as condições da concessionária.

A nova tecnologia pode reduzir em, no mínimo, 25% os custos operacionais das concessionárias que envolvem linhas de telefone, computadores e postos de trabalho, de acordo com Roberto Prado, diretor de operações da Disal Tecnologia:

“A ferramenta é bem mais econômica porque cerca de 80% dos agendamentos, tanto as prospecções quanto os receptivos, são feitos por telefone”.

Prado tem a convicção de que, ao oferecer essa facilidade tecnológica, a proposta é abrir um novo canal de relacionamento com o cliente, aumentando as oportunidades de negócios e, consequentemente, incrementando as vendas:

“Como a ferramenta é acessada no website da concessionária temos amplas possibilidades de realizar campanhas de marketing digital. Mas o objetivo não é substituir os outros canais de atendimento mais tradicionais mas, sim, oferecer uma nova opção aos clientes”.

 

 

Mobile First – A ferramenta é parte da nova plataforma de marketing digital que adota o conceito de Mobile First e oferece, para as concessionárias, várias ferramentas para captação de clientes na internet. Lançado em janeiro o recurso já atende cerca de cinquenta concessionárias de marcas como Volkswagen, Hyundai, Nissan, Fiat, Peugeot e Audi em todas as regiões do País.

Segundo a ferramenta Test my Site, do Google, o Mobile First está dentro do rol dos 20% com melhor desempenho e navegação mobile do segmento de sites de varejo e comércio, o que significa que as concessionárias que a utilizam a têm a possibilidade de reter 25% mais visitantes do que as outras.

 

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Mercedes-Benz expande lojas de seminovos

As vendas de caminhões seminovos da SelecTrucks, braço de revenda da Mercedes-Benz, alcançaram 423 unidades no primeiro semestre do ano, 51,07% a mais do que o volume vendido em idêntico semestre do ano passado. O crescimento, que representou mais do que o dobro do volume de 2016, se deu em função das demandas do mercado de reposição, e isso fará com que a empresa aumente a capilaridade de suas lojas pelo País, a começar pelo Nordeste.

Segundo Ari de Carvalho, diretor de vendas da companhia, há planos para lojas próprias no Ceará, Pernambuco e Sergipe até o fim do ano. Com a adição dos novos espaços serão oito as unidades que vendem caminhões seminovos. Hoje há unidades em Betim, MG, Curitiba, PR e em três cidades de São Paulo, Campinas, Limeira e Mauá.

A empresa estuda se os novos pontos de vendas serão lojas próprias ou unidades de negócios instaladas dentro de concessionários, como acontece em Campinas e Limeira. O vice-presidente de vendas, Roberto Leoncini, contou que havia uma preferência, na companhia, em expandir as vendas por meio de estabelecimentos próprios. No entanto, por causa dos trâmites legais, como obtenção de licenças para entrar em operação, há hoje uma tendência inclinada à estratégia de expansão por meio da rede. Há 92 concessionárias Mercedes no Brasil.

O executivo aponta a SelecTrucks como um importante complemento para as vendas de seus veículos, ainda que o volume de negócios fechados por ela seja menor do que outros canais, como o consórcio e o Banco Mercedes-Benz: “O papel da Selectruck neste jogo aumentou porque no ano passado os operadores de caminhões usados estavam sem capital e o nosso serviço, por estar atrelado à companhia, manteve o nível de negócios a preços competitivos. Enxergamos que o negócio de seminovos tem potencial no Brasil para ocupar mais espaço no nosso segmento”.

Desde que foi inaugurada, em agosto de 2013, com a unidade de Mauá, o SelecTrucks é responsável pela compra, estoque, manutenção e venda de seminovos, apoiando os concessionários na negociação com os clientes. O portfólio é divulgado por um site. Ela adequou-se às características do mercado brasileiro usando os mesmos conceitos e padrões do TruckStore, modelo de negócio de caminhões usados utilizado pela Daimler em países da Europa e também nos Estados Unidos e na África do Sul.

 

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Peugeot 208 é o carro mais econômico do País

O Peugeot 208 é o carro mais econômico do País, de acordo com o ranking do PBE, Programa Brasileiro de Etiquetagem, realizado pelo Inmetro. Roda 14,8 km com 1 litro de gasolina na cidade e 15,8 km na estrada. Já o seu consumo energético é de 1,39 megajoule por quilômetro, MJ/km. Esse é o indicador, de acordo com o Inmetro, que revela a eficiência energética dos veículos e as emissões de gases poluentes.

O Volkswagen up! TSI, cuja eficiência energética é de 1,4 megajoule por quilômetro, roda 14,3 km/l de gasolina na cidade e na estrada o seu consumo é de 16,3 km/l. Com esse resultado ficou em segundo lugar de acordo com a aferição do Inmetro. O Citroën C3, que tem eficiência energética de 1,42 MJ/km, com 1 litro de gasolina percorre 14,3 km na cidade e 15,6 km na estrada.

No Inovar-Auto as empresas fabricantes se comprometeram a aumentar a eficiência energética de seus carros em, no mínimo, 13% e, consequentemente, diminuir a emissão de poluentes. Nissan, Audi e Ford já atingiram as metas acordadas em 2012, no início do programa que terminará em dezembro. Ao fim do programa será lançado um balanço, segundo Alexandre Novgorodcev, coordenador do PBE:

“Algumas montadoras estão correndo contra o tempo para cumprir a meta do Inovar Auto. A Renault lançará o Kwid, um carro bastante econômico. Ele roda 15,5 quilômetros com 1 litro de gasolina na estrada e 10,7 km na cidade. Outro exemplo é o Captur, com motor 1.6 equipado com câmbio CVT, que roda 10,7 quilômetros na estrada e 7,34 km na cidade com 1 litro de gasolina”.

No outro extremo do ranking estão os veículos que mais consomem combustível, os superesportivos. O Mercedes-Benz AMG G 63 tem consumo energético de 4,42 MJ/km e roda 4,8 km com 1 litro de gasolina na cidade e 5,5 km na estrada. Na sequência estão o Ferrari F12tdf, com consumo energético de 4,31 MJ/km e com gasto de combustível de 4,9 km/l na cidade e 5,8 km/l na estrada. O Ferrari F12 Berlinetta tem eficiência de 4,24 MJ/km e roda 4,7 quilômetros com 1 litro de gasolina nas ruas e 6,5 km/l na estrada.

Híbridos – Os veículos híbridos dominam o pódio dos veículos mais econômicos por combinar motores a combustão e elétricos, segundo o Inmetro. Na liderança da economia está o Toyota Prius, cuja eficiência energética é 1,15 MJ/km, que roda 18,9 quilômetros com 1 litro de gasolina na cidade e 17 quilômetros na estrada. Ele é seguido pelo Ford Fusion, com eficiência energética de 1,31 MJ/km, e pelo Volvo XC 90 T8, com 1,36 MJ/km.

Novgorodcev contou que o órgão já testou os carros elétricos que devem desembarcar no País até dezembro:

“Já testamos Nissan Leaf e os modelos Renault Twizy e Roen. Quando se fala em eficiência enérgica esses são os melhores”.

O ranking do Inmetro avalia o consumo de combustível e emissões de poluentes de 983 modelos de veículos de 35 marcas.

Ônix mantém liderança. Em vendas e nos financiamentos.

O Top 3 dos automóveis mais financiados no primeiro semestre do ano permanece o mesmo na comparação com o ano passado, de acordo com levantamento da B3, empresa que combina as atividades da BM&FBovespa e da Cetip. O Chevrolet Onix, com 47 mil 86 veículos, mantém a liderança na preferência dos financiamentos desde o fim de 2015. Na sequência vêm Hyundai HB20, com 30 mil 408 unidades, e o Ford Ka, com 25 mil 985 unidades. A novidade do levantamento são os SUVs Jeep Renegade e Hyundai Creta, e as picapes Toyota Hilux e Chevrolet S10, conforme destacou Marcus Lavorato, superintendente de relações institucionais da B3:

“O segmento de SUV está sendo o preferido do consumidor, com as montadoras lançando modelos desta categoria que têm o preço mais elevado”.

Segundo o levantamento as fabricantes mais tradicionais dominam o topo do ranking dos financiamentos de automóveis: General Motors com 97 mil 826 unidades, Volkswagen com 70 mil 281, Fiat com 63 mil 729 e Ford com 57 mil 926.

O prazo médio de financiamento do primeiro semestre permaneceu semelhante ao do mesmo período do ano passado: para veículos novos é de 36,8 meses, contra 36,6 meses, e para veículos seminovos é de 43 meses, contra 42,2 meses – com entradas maiores. São prazos distantes daqueles que chegavam a cem meses com zero de entrada durante o boom de vendas no mercado automotivo de alguns anos atrás.

Lavorato afirmou que os financiamentos longos ficaram no passado: “O número de veículos financiados está correlacionado com o nível de atividade de emprego e a confiança do consumidor. Hoje temos nível recorde de desemprego de quase 13% e um patamar muito baixo do índice de confiança do consumidor, aliados à instabilidade da conjuntura econômica”.

 

USADOS – Quando se fala em usados o Volkswagen Gol foi o carro mais financiado no primeiro semestre: manteve a primeira posição com 102 mil 982 unidades financiadas. O segundo lugar continuou com o Fiat Palio, que atingiu 69 mil 164 unidades.

O levantamento da B3 reúne os veículos comercializados por crédito direto ao consumidor, CDC, leasing e consórcio, inclusive aqueles contemplados e não quitados.

Powershift com os dias contados

Desde 2016 a Ford enfrenta a ira de seus clientes que compraram veículos com a transmissão automatizada de seis velocidades e dupla embreagem, batizada como Powershift. O caso foi parar no Procon, que notificou a companhia. Ao assumir os diversos problemas a Ford iniciou uma campanha de troca do componente, que vem se intensificando nos últimos meses.

O que disse Antônio Baltar Jr., diretor de marketing, vendas e serviços da Ford?:

“Estamos substituindo de 4 mil a 4,5 mil transmissões por mês nos modelos EcoSport, Fiesta e Focus. E estendemos a garantia de três para cinco anos ou 160 mil quilômetros. Essa política vai continuar até termos todos os clientes satisfeitos”.

Trata-se de um defeito global. A Ford sofreu ações de consumidores na Austrália e nos Estados Unidos por causa de trepidação incomum e diversos outros problemas, os mesmos relatados no Brasil. A Ford garante que tem em prateleira o componente em quantidade suficiente para uma campanha global de substituição. Diante desse cenário a Powershift começa a dar adeus.

O novo EcoSport, lançado primeiro no Brasil, já aposentou a transmissão de dupla embreagem. Uma nova caixa automática convencional passa a ser a opção. É o que deve acontecer com os outros dois modelos, Focus e Fiesta.

Vendas do Eco – Antônio Baltar considera essa uma página virada, pelo menos quando o assunto é o EcoSport. Ele acredita que a receita do novo produto, mais equipado, com um motor de três cilindros e a transmissão convencional, além dos preços que não foram significativamente alterados, vai surpreender o consumidor:

“Quando comparado com os concorrentes o EcoSport é muito mais equipado. E levando esse padrão de equipamentos para os outros SUVs a diferença de preço para o Eco aumenta em mais de R$ 5 mil. Isso pode influenciar na decisão de compra”.

A rede está começando a receber o novo SUV enquanto ainda tenta negociar as últimas 1 mil unidades do EcoSport 2017: “A normalização dos estoques virá quando tivermos 4 mil veículos na rede. Isso acontecerá até meados de agosto, quando esperamos entregar as primeiras unidades aos clientes”.

Grupo PSA conclui compra de Opel e Vauxhall

O Grupo PSA, que controla as marcas Peugeot, Citroën e DS, finalizou na terça-feira, 1º, a compra da Opel e da Vauxhall, empresas que pertenciam à General Motors. O anúncio do negócio foi feito em março. Com a aquisição o grupo tornou-se o segundo maior fabricante de automóveis europeu, com participação no mercado de 17% no primeiro semestre de 2017.

 

Equipes Opel e Vauxhall têm prazo de cem dias para elaborar plano econômico que acelere a integração das empresas ao grupo. A sinergia gerada pela nova estrutura da PSA com a participação de Opel e Vauxhall é avaliada em € 1,7 bilhão no primeiro ano, segundo comunicado da PSA. Paralelamente à operação a compra dos negócios europeus da GM Financial está em andamento, sujeita à validação de diferentes instâncias regulatórias, e deve ocorrer até dezembro.

 

Carlos Tavares, presidente do Grupo PSA, afirmou que a adesão das novas marcas inicia uma nova fase do desenvolvimento do grupo:

 

“Estamos assistindo hoje ao nascimento de um verdadeiro campeão europeu. Saberemos aproveitar a oportunidade de nos fortalecer mutuamente e de conquistar novos clientes graças à execução do plano de desempenho que a Opel e a Vauxhall colocarão em prática. A aplicação do plano Push to Pass continua a ser uma prioridade”.

 

O Push to Pass é plano de gestão iniciado no ano passado e que tem como objetivo o crescimento do faturamento do grupo em 10% até 2018.

 

A PSA registrou faturamento de € 29 bilhões 165 milhões no primeiro semestre, 5% maior do que o obtido no mesmo período do ano passado. O faturamento da divisão automotiva foi de € 19 bilhões 887 milhões, também em alta, de 3,6%, com relação ao primeiro semestre de 2016, principalmente devido aos novos modelos e à disciplina em matéria de preços da companhia.

 

O desempenho no semestre levou a empresa a manter as projeções para o ano anunciadas em janeiro: projeta crescimento de cerca de 3% no mercado automotivo na Europa e de 5% na China, na América Latina e na Rússia. Na América Latina manteve fatia de 3,9% de mercado registrada em 2016 na Argentina, Brasil, Chile e México.

 

Contratações – Com a aprovação do negócio a PSA anunciou também a nova estrutura de executivos. Christian Müller sucede a William F. Bertagni na vice-presidência de engenharia, com a responsabilidade de integrar a engenharia e os grupos motopropulsores em um único departamento, e Remi Girardon deixa de ser o vice-presidente de estratégia industrial do grupo para substituir Philipp Kienle na vice-presidência industrial.

 

Mais: Philippe de Rovira é o novo diretor financeiro da Opel no lugar de Michael Lohscheller, e Michelle Wen, diretora de gestão de fornecedores da Vodafone Procurement, integrará a equipe de direção da Opel em 1º de setembro em sucessão a Katherine Worthen, atualmente vice-presidente de compras.

Vendas de veículos seguem aceleradas

As vendas de veículos, de janeiro a julho, cresceram 3,38% em comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 1 milhão 204 mil 22 unidades, de acordo com balanço da Fenabrave divulgado na terça-feira, 1º. Em julho as vendas aumentaram 1,9% com relação a julho de 2016, totalizando 184 mil 838 unidades.

 

O desempenho no período mantém as expectativas da entidade para o segundo semestre, disse Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave:

 

“A projeções são positivas baseadas na maior oferta de crédito e na melhora dos índices de confiança”.

 

Ele também apontou os lançamentos de veículos como fatores que favorecerão os resultados até dezembro.

 

Os segmentos de automóveis e de comerciais leves apresentaram alta de 3,95% no acumulado do ano sobre o mesmo período de 2016, 1 milhão 170 mil 308 unidades ante 1 milhão 125 mil 868. Se comparados apenas os meses de julho de 2017 e de 2016 o resultado aponta alta de 2,33%.

 

As vendas de caminhões somaram 4 mil 525 unidades, o que representou queda de 3,35% em julho com relação à mesma base do ano passado. Já no acumulado o segmento continua em queda, de 13,7%, com licenciamentos de 25 mil 984 caminhões. Recuo também nas vendas de ônibus de janeiro a julho: foram emplacadas 7 mil 930 unidades, declínio de 11% no período.