Produção de máquinas agrícolas cresce 35,2% no ano

A safra recorde continua dando frutos para o setor de máquinas agrícolas. A produção de equipamentos cresceu 35,2% no acumulado deste ano, quando foram fabricadas 34 mil 420 unidades frente às 25 mil 459 unidades do mesmo período do ano passado. Os números também são favoráveis na comparação da produção de julho de 2016 e julho de 2017, com alta de 13%, subindo de 4 mil 978 unidades para 5 mil 625 unidades.

 

Para Antônio Megale, presidente da Anfavea, os bons ventos devem continuar no segundo semestre, mesmo com o período de entressafra: “O crescimento irá permanecer nos próximos meses, pois as expectativas são positivas do ponto de vista climático”.

 

As exportações têm forte parcela de responsabilidade no aumento da produção. As vendas para o mercado externo aumentaram 40,9% nos sete meses de 2017 com relação ao mesmo intervalo de 2016, quando passaram de 5 mil 221 unidades para 7 mil 357 unidades. Ao comparar os meses de julho de 2016 e 2017, as exportações subiram 75,9%, passando de 755 equipamentos para 1 mil 328.

 

A maioria das exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias, 28%, segue rumo aos Estados Unidos, seguido pela Argentina com 20%, Chile com 5%, Peru com 4% e México com 3%. A Argentina, que também vive um momento favorável no agronegócio, tem aumentando a compra de equipamentos brasileiros:

 

“Na Argentina, a safra também será recorde, acima de 140 milhões de toneladas. O país está incentivando a produção agrícola comprando nossas máquinas que apresentam alto nível de tecnologia”.

 

Vendas internas – As vendas no mercado interno subiram 17,1% no acumulado do ano. De janeiro a julho de 2017, foram vendidas 25 mil 244 unidades ante 21 mil 554 unidades comercializadas no mesmo período do ano anterior. Já na comparação de julho de 2016 e julho de 2017, as vendas diminuíram 2,6%, caindo de 4 mil 42 unidades para 3 mil 935 unidades.

 

No acumulado deste ano, o maior destaque das vendas foram os tratores de rodas, cujas vendas cresceram 21% nos sete meses do ano quando foram comercializadas 21 mil 547 unidades frente às 17 mil 814 unidades em igual período do ano passado.

 

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Fôlego para o segmento de caminhões

A produção de caminhões segue acelerada. Nos sete meses, o crescimento foi de 19%, chegando a 43 mil 223 unidades. Na comparação com julho de 2016, a alta foi 41,5% passando de 5 mil 91 para 7 mil 202. Boa parte do crescimento na produção deve-se à exportação, que aumentou 47,4% no acumulado de janeiro a julho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, subindo de 11 mil 256 unidades para 16 mil 588 unidades. 

A Argentina é o principal destino dos caminhões fabricados no Brasil, respondendo por 60% das exportações. Na sequência estão Chile com 12%, Peru com 8%, África do Sul com 4% e Colômbia com 4%. As exportações também têm aumentado para a África, Oriente Médio e Rússia.

Já as vendas continuam em queda, embora o desempenho tenha melhorado com relação ao início do ano. No mês, foram comercializadas 4 mil 535 unidades, o que representa declínio de 3,2% no comparativo ao mesmo mês de 2016. Já no acumulado de janeiro a julho, os licenciamentos atingiram 25 mil 990 caminhões, o que representa queda de 14,1% frente às 30 mil 272 unidades. 

A cada mês, o segmento apresenta uma leve melhora, de acordo com Luiz Carlos de Moraes, vice-presidente da Anfavea: “A queda das vendas no acumulado do ano é de 14,1%, metade da verificada durante o ano de 2016, quando atingiu 30,6%. Esperamos uma recuperação no segundo semestre com crescimento de 3% a 6%”. 

Ociosidade – A alta da produção, porém, não conseguiu baixar a taxa de ociosidade nas fábricas que hoje ultrapassa 70%. Para Antônio Megale, presidente da Anfavea, o segmento será impulsionado pelas iniciativas da Rota 2030, que promoverá a renovação da frota, de olho na diminuição da emissão de poluentes: 

“As emissões de um caminhão Euro 0 equivale a cerca de 40 caminhões Euro 5. O custo operacional é o maior gasto nos caminhões. Um veículo que precisa ser constantemente reparado gera um custo grande e afeta a competitividade da empresa”. 

Ônibus – A venda de ônibus caiu 16,9% no acumulado de janeiro a julho. No período foram comercializadas 6 mil 139 unidades ante 7 mil 384 unidades no mesmo período do ano passado. Moraes, da Anfavea, disse que a expectativa do segmento é a venda que pode ser gerada com a licitação de ônibus urbanos na cidade de São Paulo: 

“É a maior frota do País. Essa licitação deve ocorrer em agosto e esperamos que comecemos a entregar os ônibus já neste ano. São 4 mil veículos que serão comprados. Será um bom negócio para o segmento”. A frota da capital paulista é de 14,7 mil ônibus. 

Já a produção cresceu 12,9% nos sete primeiros meses do ano ante o mesmo período do ano passado, passando de 10 mil 874 unidades para 12 mil 273 unidades. Já as exportações caíram 0,4% na comparação de janeiro a julho de 2016 e 2017, caindo de 4 mil 904 unidades para 4 mil 8885 unidades.

 

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Fabricantes na mira da ANP

A ANP, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, e as principais fabricantes de lubrificantes do País falam línguas diferentes quando entra em debate a qualidade dos produtos comercializados por aqui. Os pareceres bimestrais da agência, que apontam irregularidades em lubrificantes, seguem questionados pelas empresas.

Após nove meses operando em novo laboratório a ANP voltou a praticar o PML, Programa de Monitoramento de Lubrificantes, procedimento de avaliação realizado desde 2007 interrompido em setembro de 2014. Com o retorno das análises foram apontadas irregularidades em produtos Castrol, Chevron, Cosan e Total, empresas que estão no rol das dez maiores do segmento de lubrificantes no Brasil. Elas se defendem, em uníssono, dizendo que a ANP utilizou critérios equivocados na avaliação da composição dos produtos.

O PML, Programa de Monitoramento dos Lubrificantes, foi interrompido em função de reforma nos laboratórios do CPT, o Centro de Pesquisas Tecnológicas da ANP, e retomado em novembro de 2016. Após a reforma houve uma ampliação de 23% na área laboratorial e modernização na área administrativa. O PML acompanha sistematicamente a qualidade dos óleos lubrificantes comercializados no País, mas não possui caráter punitivo.

De acordo com Francisco Nélson Satkunas, conselheiro da SAE Brasil, durante algum tempo as empresas analisadas pela agência criticaram a capacidade de análise do laboratório e uma suposta falta de estrutura prejudicava a aferição das amostras de óleos lubrificantes analisadas:

“A ANP fazia as avaliações periodicamente e sempre houve divergência daquilo que era alegado nos boletins e pelos laboratórios das empresas. Havia a expectativa de que a expansão da estrutura melhorasse essa relação”.

Os óleos lubrificantes para o setor automotivo das marcas Havoline e Texaco, controladas pela Chevron, apareceram na lista de não conformidades da agência com problemas em seus registros: a empresa teria colocado no mercado produtos sem cadastro. Um modelo Castrol também figura na listagem pela mesma ocorrência. Um da marca Mobil – segundo mais vendido e controlado pela Moove, braço de lubrificantes da Cosan –, e um modelo de óleo da francesa Total aparecem na lista por insuficiência de aditivos na sua composição.

Para Denílson Barbosa, da área de controle de qualidade do laboratório da Total, as mudanças em procedimentos de análise que surgiram após a expansão prejudicaram a comunicação da ANP com as fabricantes, o que acarretou algumas notificações:

“No caso da notificação do nosso produto, sim, assumimos que houve equívocos no que diz respeito ao pacote novo de aditivos que passamos a utilizar no modelo apontado pela ANP em junho, mas há casos em que a agência utiliza critérios de avaliação distintos do mercado. Fora isso ela poderia entrar em contato com a empresa listada antes de divulgar o boletim”.

A Cosan, por comunicado, disse que os seus produtos cumprem as especificações exigidas pela ANP para a sua categoria. Ela informa, também, que a resolução da agência em 2014 não limitava a publicação de múltiplos números de registro com a mesma marca comercial, “o que levou a um erro na análise do programa”.

A Chevron, também por meio de nota, disse que julga improcedentes os apontamentos feitos pela ANP: “Todas as informações que se encontram no rótulo de seus produtos estão alinhadas com o processo de registro submetido e aprovado pela ANP”.

A Castrol, até o fechamento desta edição, não se pronunciou.

 

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Caminhoneiros protestam por aumento no diesel

Caminhoneiros fizeram protestos em estradas do País na terça-feira, 1º, contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis, o que encarecerá o valor do frete. O diesel ficou até R$ 0,46 mais caro por litro. Foram registrados atos em rodovias de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina e Espírito Santo, alguns deles com bloqueio de pistas.

Como a margem de lucro do transporte é pequena, representando em média 5% do valor do frete, o reajuste de combustível compromete os rendimentos tanto dos caminhoneiros como das transportadoras, de acordo com Lauro Valdívia, assessor técnico da NTC&Logística, entidade que representa os empresários do transporte de cargas. O valor do frete caiu 2,89% no primeiro semestre, segundo pesquisa com cerca de dois mil associados da entidade.

Segundo ele o volume dos fretes está em queda desde 2014 e apenas em 2016 as receitas das transportadoras caíram em torno de 20%:

“As transportadoras não têm capital para investir em novos veículos. Prova disso é que as vendas de caminhões despencaram e representam apenas um terço daquelas de 2013. Se tivermos uma retomada na economia há o grande perigo de faltar caminhões, pois muitas transportadoras fecharam ou diminuíram de tamanho”.

Prova disso é que a NTC reunia 160 mil transportadoras cadastradas, que hoje são 117 mil 360.

Repasse – O aumento do diesel costuma provocar um efeito dominó no encarecimento do frete: caminhoneiros repassam o custo para as transportadoras que, por sua, vez, o transferem para seus clientes. No entanto, com a diminuição do volume de negócios, as transportadoras se encontram em uma sinuca de bico: repassar ou não esse custo adicional aos seus clientes.

“As transportadoras não têm como assumir mais esse aumento sem repassar para seus clientes. Outras, no entanto, podem escolher arcar com esse custo para manter a clientela e diminuir outras despesas. Mas após três anos de crise as empresas não têm onde cortar mais despesas”.

 

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Protestos paralisam turno da GM

A General Motors suspendeu na terça-feira, 8, seu primeiro turno de produção na fábrica de Gravataí, RS, por causa de protestos realizados por caminhoneiros, no Estado, contra o aumento dos combustíveis promovido pelo governo federal. De acordo com Valcir Ascari, presidente do sindicato dos metalúrgicos local, a paralisação comprometeu o fornecimento de componentes à fábrica. A companhia, por comunicado, justificou a suspensão citando preocupações com a segurança dos transportes.

“Devido ao clima de insegurança causado pelas manifestações e paralisações promovidas pelos caminhoneiros a GM se viu obrigada a cancelar sua produção no complexo de Gravataí”, afirmou a nota divulgada. O sindicato informou que, por ora, não há informações sobre novas paralisações ao longo desta semana.

Desde a semana passada caminhoneiros protestam nas rodovias federais gaúchas. Na segunda-feira, 7, foram registrados protestos em ao menos cinco rodovias. Na região Sul do Estado, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, ao menos dez veículos foram apedrejados durante os protestos em diferentes pontos das BR-116 e BR-392.

Em Gravataí é produzido o carro mais vendido do País, o Chevrolet Onix, e o sedã Prisma. De janeiro a julho foram emplacadas 98 mil 469 unidades Onix, de acordo com dados da Fenabrave, e o Prisma foi o sexto mais vendido, com 37,5 mil licenciamentos.

Na quinta-feira, 3, a GM anunciou investimento de R$ 1,4 bilhão para a expansão da fábrica em Gravataí, que produzirá uma nova família de veículos. Com a ampliação a unidade se tornará a mais importante da empresa na América Latina, que possui fábricas, em São Paulo, em São Caetano do Sul e São José dos Campos.

Afora a expansão a empresa passará a ter um número maior de fornecedores de componentes na região. Segundo o governo do Estado seis multinacionais que estariam envolvidas no desenvolvimento desses veículos têm em mãos projetos avançados para se instalar na cidade. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia durante o ano e meio em que a GM articulou novo investimento na região, em parceria com o governo, os novos fornecedores buscavam terrenos próximos ao seu complexo industrial. Há dúvidas sobre a instalação dentro do condomínio industrial ou nos seus arredores.

O condomínio industrial de Gravataí foi inaugurado em 2000 e começou com dezesseis fornecedores instalados ao redor das linhas da GM. Atualmente, ali, estão 21 empresas fornecedoras de componentes.

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Neo Rodas eleva sua capacidade

A Neo Rodas aumentará sua produção em 1 mil rodas de alumínio por dia com sua nova célula de usinagem, que começará a operar este mês. Hoje, são fabricadas 3 mil unidades diárias. A máquina, uma IMT, é única no Brasil e totalmente automática, o que conferirá maior qualidade ao produto e mais competitividade à empresa.

Comprada por R$ 5 milhões tornou-se a maior aquisição da Neo Rodas este ano, em que a empresa pretende investir R$ 15 milhões em máquinas de laboratório, fornos de fusão, máquinas de fundição e também na infraestrutura da fábrica. Para o ano que vem a meta de investimento chega a R$ 18 milhões.

A capacidade de produção da Neo Rodas totaliza 1,2 milhão de rodas por ano. No primeiro semestre a produção chegou a 330 mil rodas, o que representou aumento de 33% com relação ao mesmo período do ano passado. Para o segundo semestre a estimativa é a de aumentar a produção em, no mínimo, 40%. Boa parte desse crescimento será impulsionada pelos lançamentos de veículos como Fiat Argo, Mitsubishi ASX, Lifan X60 e os novos modelos Volkswagen Polo e Virtus.

O foco da empresa – que hoje ocupa a terceira posição do ranking, depois de Maxion Wheels e de Mangels – é atingir a vice-liderança no fornecimento de rodas de alumínio no Brasil em 2019, de acordo com o CEO Alexandre Abage:

“Queremos impulsionar o crescimento com novos negócios. Estamos em negociação com montadoras instaladas aqui e temos trabalhado fortemente para aumentar nossas exportações para América do Sul e Europa. Nossos investimentos são feitos com capital próprio, o que dá garantia muito grande aos nossos clientes”.

A ideia da Neo Rodas é manter-se como fornecedora OEM, e não pretende produzir para o mercado de reposição. No Brasil a empresa produz para BYD, FCA, Hyundai CAOA, Mitsubishi e Volkswagen. Já suas exportações são realizadas por meio da General Motors para Chile e Argentina, para a Volkswagen na Argentina e para a Lifan no Uruguai.

 

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BorgWarner investe US$ 200 milhões em tecnologia elétrica

A BorgWarner anunciou acordo para a aquisição da Sevcon, fabricante de componentes para carros elétricos, por US$ 200 milhões. Segundo balanço da companhia, referente ao desempenho de junho, o negócio está sujeito à aprovação das autoridades fiscais do Reino Unido, onde fica a sede da Sevcon. A conclusão do negócio deverá ser realizada até dezembro.

 

A Sevcom chamou a atenção por seus trabalhos no campo da eletrificação, área na qual atua desde 1988, quando firmou os primeiros acordos de desenvolvimento em parceria com algumas fabricantes de veículos. Para James Verrier, presidente da BorgWarner, a empresa possui tecnologias complementares a projetos da Sevcon: “Esta aquisição suporta nossa estratégia para fornecer tecnologia líder para todos os tipos de sistemas de propulsão, combustão, híbrido e eletricidade”.

 

A Sevcon surgiu em 1961, em Gateshead, Inglaterra. De lá para cá abriu unidades na Alemanha, China, Estados Unidos, França e Itália. No setor automotivo, participou do desenvolvimento do elétrico Renault Twizy, em 2012. Atualmente é fornecedora da SGMW, joint-venture chinesa criada por General Motors e Shangai Automotive que vende veículos Wuling.

 

A empresa, que possui capital aberto na Nasdaq, a bolsa de valores composta em sua maioria por companhias de tecnologia, registrou no segundo trimestre receita de US$ 15,7 milhões, volume maior do que o registrado no ano passado, US$ 13,2 milhões. As vendas da companhia cresceram 19% no período na comparação com o segundo trimestre do ano passado.

 

Na área de veículos elétricos a BorgWarner vem ampliando sua oferta de componentes. Seu portfólio tem transmissões, motores e sistemas de arrefecimentos específicos para veículos movidos a eletricidade. A aquisição da Sevcon demonstra que a empresa segue a tendência de fusões e aquisições com empresas de tecnologia, comum no setor automotivo nos últimos anos.

 

Na América do Sul a BorgWarner faturou US$ 90 milhões em 2016, ou 1% do volume total de vendas alcançado no mundo todo, US$ 9 bilhões 7 milhões. A empresa acredita que com suas ações no mercado de reposição no Brasil poderá dobrar o faturamento na região até 2020.

 

Segundo seu balanço financeiro o faturamento no semestre foi de US$ 4 bilhões 797 milhões, 4,3% maior do que o obtido no mesmo período do ano passado. O lucro foi de US$ 401 milhões, aumento de 21,1% no comparativo com o resultado de janeiro a junho de 2016.

 

A BorgWarner informou, por meio de comunicado, que o bom desempenho no mundo ocorreu pela melhora das vendas para o mercado de reposição: o aftermarket cresceu 7,8% no período.

 

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Venda cresce 3,4% e caminha para recuperação

De janeiro a julho deste ano foram emplacados 1 milhão 204 mil 260 veículos no País, a uma média diária de 9 mil veículos, apontaram dados da Anfavea divulgados na sexta-feira, 4. A quantidade de licenciamentos foi 3,4% maior do que a verificada no mesmo período em 2016. Para a entidade, o desempenho traduz a confirmação da retomada das vendas de automóveis e diminuição das perdas no segmento de caminhões.

 

Os emplacamentos de veículos leves, categoria que engloba automóveis e comerciais leves, totalizaram 1 milhão 172 mil 131 unidades no acumulado dos meses deste ano, 4% mais do que o volume registrado no mesmo período do ano passado. De acordo com Antônio Megale, presidente da Anfavea, os licenciamentos de janeiro a julho ocorreram de maneira uniforme pelo país, ou seja, o volume médio de licenciamentos foi considerado pela entidade similar em várias regiões: “Verificamos que as compras não se concentraram nos grandes centros, mas se espalharam em proporção similar em outras regiões, e isso é positivo para o setor”.

 

Dados da Anfavea mostraram que, em janeiro, houve crescimento dos emplacamentos em dois dos 27 estados do País, Minas Gerais e Rondônia. Em julho, 16 estados mostraram crescimento positivo, enquanto que 11 ainda se encontram em uma zona, dita pela entidade, de retração.

 

Importados – A participação dos veículos importados no volume de emplacamentos feitos no País nos sete meses do ano atingiu 11%, menor parcela dos últimos três anos. Para Megale, a diminuição da parcela destes veículos é resultado do Inovar-Auto e consequente construção de fábricas no Brasil. Fora esse dois fatores, ele creditou também a fatia menor à elevação de patamar do carro nacional em termos de qualidade na comparação com o importado.

 

Megale disse que a tendência para os próximos anos é de que a quantidade de importados nos emplacamentos seja de 15% ou 20%, o que ele considera o ideal para o setor automotivo brasileiro: “Nos próximos anos haverá o período de maturação dos investimentos feitos na Argentina, e então o Brasil passará a importar mais veículos daquele país. É um nível de importação considerado saudável”.

 

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Hyundai CAOA é a melhor em satisfação do cliente, diz pesquisa

Em três anos, a Hyundai CAOA saltou do 9º lugar para o topo no ranking da Customer Service Index, CSI StudySM, que mede a satisfação do cliente na pós-venda nas concessionárias, realizado pela consultoria global J.D. Power. Em 2014, primeiro ano em que o levantamento foi feito, a rede de concessionárias ocupou o 9º lugar, em 2015 ela passou para o 6º lugar e no ano passado conquistou a vice-liderança. 

Para alcançar o topo, a empresa traçou uma estratégia e investiu em ações de qualidade que seguem padrões internacionais, de acordo com Rogério Gonzaga, diretor de pós-venda da CAOA. 

Em 2014, a empresa implementou pesquisas para medir o nível de satisfação dos clientes. Após o atendimento na concessionária, o consumidor responde um questionário em um tablet. Posteriormente, ele responde outra enquete por telefone ou e-mail para medir o nível de satisfação com o serviço. 

Durante sua permanência na concessionária, o cliente aguarda em uma sala de espera com acesso à internet e estações de recarga de celular com o intuito de se sentir no escritório. Para se manter no topo, a empresa está investindo na área digital. Hoje, o cliente já faz agendamento pelo site e em breve será atendido por chat. 

Segundo ele, o pós-venda é uma área estratégica para retenção do cliente que pode reverter em vendas futuras de automóveis: “O pós-venda é responsável por 10% do nosso faturamento, mas responde pela metade da rentabilidade”. No ano passado, o faturamento com pós-venda foi de R$ 600 milhões. 

As 130 oficinas administradas pelo pós-venda da Rede CAOA empregam 2 mil funcionários e atenderam 500 mil clientes no ano passado e a projeção é de crescimento de 3% sobre esse número para 2017.

 

Pesquisa – Pelo levantamento, essa foi a primeira vez, a Toyota foi perdeu a liderança no ranking e ainda empatou com a Mitsubishi na vice-liderança, seguida por Honda e Hyundai-HMB. A predominância de concessionárias asiáticas demonstra o foco dessas empresas na satisfação do cliente, de acordo com Fabio Braga, diretor de operações da J.D. Power do Brasil.

A pesquisa foi realizada com base nas avaliações de 4 mil 585 proprietários de veículos comprados de 2014 a 2016 e que utilizaram os serviços de pós-venda nos últimos 12 meses. A metodologia é utilizada em dezesseis países como Canadá, Estados Unidos e Japão: “O levantamento mostra as tendências e preferências do consumidor para as concessionárias, que podem monetizar os seus serviços. Já as montadoras podem comparar o nível de satisfação dos clientes em diferentes países”.

 

 

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Meritor volta a trabalhar seis dias por semana

A tímida melhora na produção de caminhões no primeiro semestre fez com que a Meritor retomasse sua operação normal no Brasil, de segunda a sábado. A fabricante de eixos reduzira a jornada de trabalho em sua fábrica de Osasco, SP, em 2015: na época o acordo com o sindicato dos metalúrgicos local determinava que a produção ficasse parada três dias úteis por mês.

 

Adalberto Momi, diretor geral da Meritor para a América do Sul, disse que os volumes de produção retornaram ao patamar normal:

 

“Fabricamos, em média, trezentas unidades por dia. Em 2016, no auge da crise, esse volume chegou a 150 eixos. Agora a economia começa a dar sinais, apesar de tímidos, de recuperação. Mesmo com todo problema político”.

 

A fábrica de Osasco tem ao todo 650 funcionários e, segundo Momi, o acordo de redução de jornada passou pelo não repasse do dissídio coletivo em 2015 e pela manutenção dos empregos:

 

“Com a volta da operação normal esse reajuste nos salários, que deveriam ser pagos em 2015, será pago agora”.

 

Ele não quis informar qual o porcentual de aumento nos salários. Ao todo a Meritor emprega no Brasil novecentos funcionários, em Osasco e em Resende, RJ.

 

Exportação – Uma das razões para a retomada da produção, contou Momi, foi o crescimento das exportações de caminhões no primeiro semestre. De acordo com dados da Anfavea de janeiro a junho os embarques somaram 13 mil 631 unidades, alta de 45,4%: “O mercado interno ainda não deu sinais de recuperação. O que está sustentando a produção no País é a exportação. E isso deve se manter em um ritmo satisfatório”.

 

A Meritor contabiliza a exportação em veículos montados, pois não exporta os seus eixos separadamente:

 

“Nossa expectativa é a de que o mercado se normalize em 2019, com produção de 110 mil a 120 mil caminhões. Em 2017 a produção de caminhões, no Brasil, deverá chegar 75 mil unidades, com vendas de um pouco mais de 45 mil”.

 

O executivo ponderou que, se essa estimativa se confirmar, novos investimentos para o Brasil deverão ser anunciados. Nos últimos três anos a Meritor aplicou US$ 15 milhões na operação local: “Ainda é muito cedo para saber se vamos, ou não, investir em larga escala por aqui. Para tornar viável a obtenção de novos recursos as reformas propostas pelo governo devem ser aprovadas, a economia tem que realmente se descolar da política e voltar a crescer. Se isso acontecer estará justificado novo investimento para a operação”.

 

Momi observou que na Meritor o exercício de análises econômicas são diários: “Há uma dose enorme de esperança de que a recuperação econômica se confirme, mas estamos contidos e com o pé no chão. Olhamos semana a semana, dia a dia como andam os negócios no Brasil. É um otimismo moderado”.

 

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