Rota 2030 sairá só em novembro

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, disse na segunda-feira, 14, que a nova política industrial do setor automotivo, o programa Rota 2030, deverá ser apresentada em dois ou três meses – a expectativa, quando foi lançada, em 18 de abril, era a de que estaria concluído em agosto.

 

“Com o Rota 2030 conseguiremos aumentar a competitividade das empresas e do País e o valor da produção.”

 

Segundo ele as discussões do setor com o governo estão pautadas em cinco tópicos: promover a integração competitiva às cadeias globais de valor, melhorar o ambiente de negócio, eficiência energética, segurança veicular e aumento da produção brasileira.

 

O Rota 2030 sucederá ao Inovar- Auto, a política industrial que termina no fim deste ano. Para entrar em vigor já em janeiro de 2018 o projeto teria que ser aprovado até setembro, pois há etapas propostas que devem ser informadas ao setor produtivo até noventa dias antes de sua vigência. O presidente da Volkswagen eseu CEO para a América do Sul, David Powels, disse não acreditar que o lançamento da nova política industrial ocorra novembro:

 

“Estamos trabalhando muito forte nos grupos de trabalho, assim como outras montadoras. Vai ser difícil concluir essas discussões nos próximos três meses. Mas o ponto positivo do Rota 2030 é que a indústria quer ter a certeza do futuro, busca previsibilidade para investir. Esse plano deve vigorar por quinze anos e isso nos dá essa segurança”.

Promessa: terceiro turno de volta à VW Anchieta!!

Com a chegada do Novo Polo, marcada para novembro nas concessionárias do País, nasce também mais uma nova Volkswagen – este é, pelo menos, o projeto da companhia, que está no Brasil há sessenta anos e que, agora, quer novamente se reinventar. Para isso o presidente David Powels disse que foram investidos na unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, R$ 2,6 bilhões para prepará-la para os novos tempos, que são do Novo Polo e do sedã Virtus.

 

Esse valor faz parte do pacote de R$ 7 bilhões destinados à operação brasileira até 2020.

 

Quando a linha de produção estiver a todo vapor a VW abrirá um terceiro turno de trabalho:
“Em dois ou três meses abriremos o terceiro turno, mas não vamos contratar. Temos de duzentos a trezentos funcionários em regime de lay off. Antes de contratações usaremos todas as alternativas”.

 

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC 687 empregados da empresa entraram em lay off este mês.

 

Hoje a fábrica tem cerca de 8 mil funcionários e dois turnos de trabalho. Por lá é produzida a Saveiro e já foi iniciada a montagem do Novo Polo. O presidente Powels afirmou que dois modelos da nova plataforma, MQB, serão montados na unidade: outros dois, um SUV e uma picape, serão produzidos em São José dos Pinhais, PR: “A renovação total de nossa linha acontecerá até 2020. Ela começa com o Novo Polo. Estamos trabalhando, há dezoito 18 meses, para construir essa nova Volkswagen”.

 

Os recursos já foram praticamente gastos, com o desenvolvimento do Novo Polo e do Virtus, com a preparação da linha para receber os novos veículos e com a nacionalização de peças. Segundo o executivo a meta é ter 75% de peças nacionais no Novo Polo: “Importamos componentes eletrônicos porque no Brasil não há escala de produção desses equipamentos. E trazemos o câmbio da Argentina”.

 

Ele destacou, também, os acordos coletivos que foram assinados em todas as unidades da VW no Brasil, que tornaram viável os investimentos por aqui: “São acordos para cinco anos, com foco no futuro, que ampliaram a flexibilidade e a produtividade. Isso demonstra a maior maturidade na relação da empresa com os empregados”.

 

Mercado – Essa nova empresa, segundo ele, é a sua aposta para ganhar mercado no Brasil onde, hoje, a VW ocupa uma incômoda terceira posição. Powels já declarou que este não é o lugar para a empresa: “2017 marcará a virada de página da Volkswagen aqui”.

 

Powels notou que este ano as vendas de automóveis e comerciais leves devem crescer de 5% a 7% e que, em 2018, outros 8%: “O mercado será melhor, mas não teremos um milagre, pois a recuperação será lenta. Estaremos preparados para ganhar participação com os novos produtos: o Novo Polo chega em novembro e o Virtus no primeiro trimestre do ano que vem”.

 

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Exportações serão sustentáveis no longo prazo?

Em um ano em que o mercado doméstico está em baixa exportações passaram a ser a tábua de salvação da indústria automotiva. Só de janeiro a julho os embarques superaram os sete meses de 2005, o melhor ano das vendas externas no Brasil: foram exportados 439 mil 586 veículos, alta de 55,3% no comparativo com 2016

 

Na Volvo Bus Latin America, por exemplo, 70% da produção de ônibus são destinadas ao mercado externo. E, segundo o seu presidente, Fabiano Todeschini, a receita com as exportações é que sustentará seus resultados na região este ano:

 

“Apesar de todas as despesas que chegam com as exportações, como o custo logístico e o de produção, as vendas externas, queira ou não queira, serão rentáveis este ano”.

 

Em 2011, com o mercado interno demandante, 40% da produção eram exportados. Naquela época a fábrica de Curitiba, PR, produzia dez chassis de ônibus por dia. Hoje o ritmo não ultrapassa cinco veículos/dia.

 

Os maiores mercados para a Volvo no segmento de ônibus são Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Este ano ela conquistou vendas importantes, para Panamá e Tunísia. Todeschini disse que para o Panamá foram enviadas duzentas unidades e, no ano que vem, mais trezentas. E para a Tunísia foram exportados sessenta ônibus articulados:

 

“A exportação cresceu muito porque o mercado interno está ruim. A partir do momento em que as vendas internas voltarem, os embarques devem diminuir a sua participação na produção. Essa relação, de 70% do volume produzido serem exportados, não é sustentável no longo prazo”.
Olivier Murguet, presidente da Renault para a America Latina, também acredita que depender muito do mercado externo não é sustentável para o Brasil. Segundo ele o custo Brasil, que inclui as despesas cambiais, logísticas, com a burocracia, deixa o País menos competitivo do que outros países da região, como Colômbia e México:

 

“Há três anos usamos a unidade da Colômbia como base de exportação de Duster, Logan e Sandero. O Brasil perdeu esse negócio por não ser competitivo. O negócio aqui não pode ser construído no longo prazo com base na exportação, pois isso é muito frágil. Nós, da Renault, apostamos no mercado interno”.

 

No ano passado 36% do que a Renault produziu no Brasil foram destinados às exportações e, no primeiro semestre, o crescimento foi de 63%: “As empresas estão fazendo o trabalho delas, mas há muito caminho a percorrer do lado de fora da fábrica para deixar o Brasil mais competitivo internacionalmente”.

 

Transantiago – A Volvo Bus Latin America está de olho na nova licitação para o sistema de transporte de Santiago, Chile. Todeschini disse que pelo projeto serão comprados 2,2 mil ônibus, todos eles dotados de motor Euro 6, noventa veículos elétricos e outros noventa com atributos especiais.

 

Ele esclareceu que os negócios com empresas do Chile devem ocorrer só no ano que vem: “Essa licitação é para descentralizar o transporte na cidade. Até hoje eram quatro empresas que operavam o sistema em Santiago. A proposta agora é para seis operadores, sendo que pode ser de qualquer lugar do mundo. Não é prerrogativa ser chilena”.

 

Caso a Volvo forneça para as empresas ganhadoras Todeschini disse que os veículos serão importados da Suécia pois, no Brasil, não há produção de motores Euro 6: “Todo o negócio será fechado pela Volvo Bus America Latina. Não pagaremos o imposto de importação desses chassis porque quando um produto é importado destinado à exportação não se cobra a taxa pois entramos no regime de drawback”.

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Volvo investe em novo motor

Por enquanto o novo motor, nacionalizado, equipa apenas o chassi B8R, de ônibus urbanos de 15 t, produzido pela Volvo Bus Latin America. Mas provocou a contratação de mais engenheiros e de novos fornecedores e investimento em produto de promete ganhos maiores de eficiência. O equipamento novo foi desenvolvido na Suécia e nacionalizado aqui. O presidente Fabiano Todeschini disse, na terça-feira, 8, que a ideia é dispor de uma família de motores para todos os veículos fabricados no Brasil:

 

“A nacionalização do motor faz parte do investimento de R$ 1 bilhão para a operação na região. Demoramos cerca de um ano nesse processo, e uma das vantagens é que aumentamos os índices de peças nacionais no motor e atingimos um pouco mais de 60% de nacionalização, índice exigido pelo BNDES para o Finame. Esse motor é muito mais eficiente com relação ao consumo e à manutenção do que o seu antecessor”.

 

Todeschini observou que fornecedores tornaram-se parceiros da Volvo a partir do novo motor: “Será, também, exportado e, em cidades com altitudes elevadas, o motor será mais potente. Conseguimos reduzir em 3% o consumo de combustível e em 4% o custo de manutenção. Há mais peças disponíveis, o que facilita o pós-venda. Esse modelo faz parte de nossa estratégia de produção de veículos a partir de uma plataforma global”.

 

O novo motor tem versões de 250 cv e de 330 cv.

 

Mauro Martins, líder de projetos de manufatura, resgatou a realidade de que o desenvolvimento do motor a partir de parceria global trouxe diversos benefícios:

 

“Nós nos valemos de sinergias e de boas práticas, locais e globais, que replicamos na nossa planta para aumentar ainda mais os nossos níveis de qualidade”.

 

Hoje são produzidos em Curitiba os motores de 8, 11 e 13 litros, caixas de câmbio I-Shift e motores industriais de 13 litros.

 

Chassi global – Todeschini contou que o do chassi foi projeto liderado pela engenharia brasileira e desenvolvido em conjunto com a França e a Índia: “É um chassi que se adapta bem nas cidades brasileiras. A intenção é oferece-lo em cidades que prezam por um veículo com motor traseiro, como São Paulo, Campinas, Curitiba, Brasília e Porto Alegre”.

 

O B8R é um chassi com vocação de aplicação urbana, pelo menos por enquanto, segundo Todeschini. Ele disse que esse modelo substituirá o B7R no Brasil e na América Latina: “Mesmo com ganhos de eficiência conseguimos manter o preço dos veículos. Não reajustamos os valores com as novas tecnologias. Esperamos, com isso, fazer grandes negócios”.

 

Com o novo motor de 250 cv de potência, 950 Nm de torque, novas gerações de caixa de cambio Voith e ZF disponíveis e novas relações de diferencial, o veículo garante desempenho superior ao do seu antecessor no transporte de passageiros. Equipado de série com sistema de freios a disco EBS 5, suspensão eletrônica e volante com ajuste de altura e profundidade, oferece segurança e conforto ao motorista e aos passageiros. O modelo possui configuração de eixo 4×2 e está disponível nas versões com pisos alto e baixo.

 

Mercado – Todeschini observou que o mercado de ônibus, principalmente os pesados, acima de 15 toneladas, não se recuperará nos próximos dois anos. Segundo ele no segmento de urbanos a situação ainda é pior:

 

“Há perspectivas de novas licitações nos próximos meses, como em São Paulo. Mas esses veículos só devem começar a rodar no ano que vem. Este ano devemos manter o ritmo de queda apresentado até julho, 40% de retração em pesados e 15% no mercado total”.

 

Um dos entraves, segundo ele, é a falta de caixa das prefeituras no Brasil: “Os prefeitos até querem renovar a frota dos ônibus municipais, mas eles não têm capacidade financeira para comprar o veículo mais equipado. Então optam por ônibus mais simples. Conforto e segurança do passageiro estão sendo deixados de lado por falta de dinheiro…, e essa situação deve perdurar por mais um tempo. Nos próximos anos veremos recuperação, mas ainda tímida”.

 

O segmento de ônibus rodoviários segue a mesma tendência – falta de capacidade de financiamento das empresas de transporte rodoviário: “Muitas estão com capacidade de crédito tomada e precisam fazer caixa antes de qualquer coisa. O que acontece é que as renovações são postergadas até diminuir o nível de endividamento. O setor de transporte, como um todo, precisa de previsibilidade e estabilidade jurídica para voltar a crescer”.

 

Governo legaliza isenção fiscal estadual

O presidente da República sancionou na terça-feira, 8, a lei complementar 160, que trata da legalização de benefícios fiscais concedidos por estados a empresas e indústrias naquilo que se habituou considerar guerra dos portos ou guerra fiscal, segundo informações da Agência Brasil. O texto tramitou por mais de três anos no Congresso Nacional e foi aprovado em julho. A lei já foi publicada no Diário Oficial da União.

O texto trata da regularização de incentivos, isenções e benefícios fiscais oferecidos pelos estados e pelo Distrito Federal ao longo dos anos em desacordo com a legislação vigente. As unidades da Federação buscaram, com isso, atrair empresas e indústrias para gerar empregos e crescimento econômico. A competição dos estados por esses investimentos, com o uso dos incentivos como instrumento, é conhecida como guerra fiscal. A prática está em análise pelo STF e foi condenada pelo Confaz, o Conselho Nacional de Política Fazendária.

De acordo com o texto não é mais necessário que um Estado obtenha concordância unânime dos integrantes do Confaz para conceder um incentivo fiscal: a partir de agora será necessária a anuência de dois terços dos estados. Esse total deverá ser distribuído nacionalmente, com pelo menos um terço dos estados de cada região do país concordando com a concessão.

A concessão de novos incentivos fiscais, e a prorrogação dos que já estejam em vigor, só poderá ter vigência por um prazo determinado, a depender do setor de negócios beneficiado. O prazo pode chegar a até quinze anos no caso de setores como agropecuário, indústria e transporte urbano. O ponto mais polêmico é o paragrafo 8º do artigo 3º, segundo o qual os estados poderão aderir a isenções e a incentivos e a benefícios fiscais concedidos por outra unidade federativa da mesma região.

Foram vetados pelo presidente os artigos 9º e 10º do documento após serem ouvidos os ministérios da Fazenda, da Justiça e Segurança Pública e a Advocacia-Geral da União. Na mensagem em que expõe as razões do veto o presidente disse que os dois artigos foram vetados “por não apresentarem o impacto orçamentário e financeiro decorrente da renúncia fiscal”.

Receita da Marcopolo cresce 23% no semestre

O faturamento da Marcopolo, fabricante de carrocerias para ônibus de Caxias do Sul, RS, aumentou 23,6% no primeiro semestre deste ano com relação ao mesmo período em 2016, para R$ 1 bilhão 295 milhões. Para a companhia o desempenho é reflexo da melhora no mercado de ônibus rodoviários de janeiro a junho.

 

No semestre o lucro bruto e o ebtida, lucro antes dos impostos, cresceram, respectivamente, 8% e 0,8%, e alcançaram R$ 171,4 milhões e R$ 48 milhões. No período o lucro líquido recuou 43,8%, para R$ 29,2 milhões. No primeiro semestre de 2017 a Marcopolo produziu 541 unidades de ônibus rodoviários para o mercado interno, 29,1% a mais do que no mesmo período de 2016.

 

Para José Antônio Valiati, diretor financeiro da Marcopolo, o cenário denota a retomada dos negócios da empresa: “Ainda estamos distantes dos volumes históricos realizados no mercado brasileiro, porém o desempenho do segundo trimestre ensaia o que pode ser uma retomada gradual, especialmente no segmento de ônibus rodoviários”.

 

Para o presidente Francisco Gomes Neto o desempenho também é reflexo de melhorias aplicadas à competitividade: “Fizemos a nossa lição de casa e agora estamos ainda melhor preparados para atender com mais efetividade a demanda brasileira, na medida de sua recuperação”.

 

No mercado brasileiro a produção da Marcopolo, incluindo exportações, foi de 3 mil 933 unidades. O valor está bem abaixo do recorde conquistado no primeiro semestre de 2013, 9 mil 121 unidades. As exportações no primeiro semestre aumentaram 38,2% com relação ao mesmo período do ano passado – de 1 mil 84 para 1 mil 498 unidades. A produção no segmento de rodoviários apresentou crescimento de quase 40% com relação ao primeiro semestre de 2016, 1 mil 445 unidades contra 1 mil 49. Em contrapartida no segmento de urbanos houve queda de 24,7% no mesmo período: 1 mil 113 unidades contra 838. O segmento de micro-ônibus também apresentou crescimento forte de volumes, com aumento de 341,1% – de 175 para 772 unidades. A unidade de negócios Volare, empresa do Grupo Marcopolo, registrou crescimento de 54,7% no semestre – de 574 para 888 veículos fabricados.

 

Nas unidades externas os destaques positivos ficaram por conta das operações da Polomex, no México, que produziu 742 ônibus nos primeiros seis meses de 2017 contra 378 unidades no mesmo período de 2016, aumento de 96,3%. A empresa acredita que o crescimento deve-se às mudanças no modelo de negócio da unidade e a uma linha mais nobre de produtos, sobretudo no segmento de rodoviários. A operação da Marcopolo na África do Sul aumentou em 53,5% os volumes fabricados com relação ao mesmo período de 2016. Já a unidade Superpolo, na Colômbia, cresceu 33,7%.

Presidente da Audi entra na mira

A promotoria pública de Munique, Alemanha, anunciou na segunda-feira, 7, que abrirá procedimento para investigar e, se for o caso, impor sanções econômicas à Audi devido à suspeita de manipulação de emissões de gases de seus veículos movidos a diesel. Caso venha a ser considerada responsável a multa, para a empresa, poderá ser de até € 10 milhões. A promotoria já abrira ações contras funcionários da companhia e, agora, investiga o presidente Rupert Stadler.

 

Os investigadores já haviam aberto, em março, procedimento penal pela suspeita de engano e publicidade enganosa contra a Audi nos Estados Unidos, caso que se ampliou recentemente para a Europa. A suspeita atual cai sobre a figura de Stadler, que teria escondido das autoridades estadunidenses informações sobre a fraude das emissões de gases poluentes.

 

Um diretor da companhia está em prisão preventiva, desde julho, acusado de ter ordenado que funcionários seus desenvolvessem software, e o instalassem, para manipular os testes de emissão de gases nos Estados Unidos. Em julho do ano passado a empresa reconheceu que alguns dos modelos diesel eram equipados com dispositivos ilegais.

 

Em junho promotores alemães ampliaram a investigação sobre uma possível fraude de emissão de poluentes em modelos Audi, que faz parte do Grupo Volkswagen, pivô do escândalo mundial conhecido como dieselgate. Uma comissão do governo alemão teria detectado software ilícito que frauda o controle de emissões nos modelos A7 e A8.

 

Após o início das investigações, também em junho, a Audi convocou cerca de 24 mil unidades destes modelos para recall, alegando que um software da transmissão estaria provocando poluição acima do permitido pela União Europeia. O ministro de Transportes da Alemanha afirmou que os modelos, equipados com motores de 6 e 8 cilindros movidos a diesel, emitem até o dobro de óxidos de nitrogênio que o permitido quando o volante é girado mais de 15 graus.

Na falta do que mais fazer… mau agouro sobre rodas!

Instituições especializadas na gestão de marcas sugeriram que a FCA mude critérios na escolha de nomes para seus veículos nos Estados Unidos. Reclamam que a fabricante batiza os carros com nomes agressivos para os seguidores da fé cristã, informou o portal Flash de Motor, da Venezuela.

A polêmica ganhou força com o lançamento do novo veículo da linha de alto rendimento Dodge Challenger, o SRT Demon, ou Demônio, na tradução livre. Chamou a atenção, também, a logomarca do veículo: as instituições acreditam que o nome e o símbolo são inadequados para um momento em que se busca a redução da mortalidade no trânsito dos Estados Unidos.

A Chrysler sempre utilizou denominações consideradas polêmicas por alas religiosas. Usou um pentágono, símbolo do satanismo para algumas religiões, como sua marca até integrar o grupo FCA. A sua divisão de picapes, a RAM, tem como símbolo um carneiro, figura também associada a culto satanista.

As pressões exercidas pelos críticos parecem ter surtido efeito. Há duas semanas uma das empresas do grupo registrou no departamento de patentes dos Estados Unidos o nome Angel, ou Anjo. A solicitação da companhia junto ao órgão federal indica que o nome será utilizado para “identificar veículos de turismo”.

Produção de veículos em quinta marcha

A produção de veículos segue a todo vapor. De acordo com os dados da Anfavea, de janeiro a julho foram fabricados 1 milhão 488 mil 41 unidades, alta de 22,4% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O que puxou o desempenho foram as exportações, cujo volume no acumulado do ano foi o melhor em toda história da indústria automotiva no Brasil. 

 

Antônio Megale, presidente da Anfavea, disse que com as exportações em alta e os licenciamentos em rota de crescimento, a utilização da capacidade instalada deverá melhorar até dezembro, principalmente no segmento de automóveis e comerciais leves. Hoje, a indústria pode produzir até 5 milhões de veículos:

 

“Nossa estimativa é de uma produção de veículos de 2,6 milhões a 2,8 milhões de unidades. Isso vai nos levar a reduzir a ociosidade na indústria. Deveremos chegar a um nível menor que 50%. Hoje, estamos em 52% de ociosidade. Mas, o volume de caminhões e ônibus ainda é preocupante”. Em média, as fabricantes de veículos pesados produzem cerca de 30% de sua capacidade.

 

Em julho, a produção também cresceu com relação ao mesmo mês do ano passado. Foram fabricadas 224 mil 763 unidades ante 190 mil 612 veículos em julho de 2016: “Estamos entrando em uma certa estabilidade na produção. Isso acontece até para formar estoque para os próximos meses. Sazonalmente, agosto é um mês bom em vendas, justamente por ter mais dias úteis. Os estoques estão regulados para esse período”.

 

No mês passado, de acordo com os dados, os estoques somaram 217 mil unidades, o que equivale a 36 dias de vendas. Com esse volume, Megale disse que “o mercado está em um nível quase ideal. E isso vai se ajustar durante os próximos meses. Em geral, agosto é um mês bom de vendas”.

 

Com ritmo de produção crescente, Megale disse, ainda, que o nível de emprego na indústria teve uma leve melhora no mês passado, com crescimento de 0,2% com relação a junho: “Isso é reflexo de algumas contratações de algumas empresas”.

 

Até julho, as fabricantes de veículos e máquinas agrícolas tinham uma folha de pagamento de 125 mil 172 empregados. Na comparação com julho do ano passado, no entanto, o número de postos de trabalho na indústria caiu 1,3%. No mês passado, 12 mil 198 funcionários estavam em algum programa de flexibilização da produção, como lay-off e PSE, Programa Seguro Emprego. Em junho, esse número era de 12 mil 452 pessoas.

 

A Renault anunciou a contratação de mais setecentos funcionários para a sua linha de produção em São José dos Pinhais, PR. Esse aumento na folha de pagamento aconteceu pela abertura de um terceiro turno de trabalho para a produção do Kwid, o seu modelo de entrada. Ao todo, somente para o novo intervalo de trabalho, foram contratos 1,3 mil empregados.

 

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Indústria de ferramentaria pode receber os créditos de ICMS

A Anfavea em conjunto com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, assinaram um protocolo de intenções para a utilização dos créditos acumulados do ICMS no Estado de São Paulo para fomentar a indústria de ferramentaria, ligada ao setor automotivo.

 

Segundo Antônio Megale, presidente da Anfavea, foi criado um consórcio e com isso um documento que apoia a viabilização de regime especial para recuperação e capacitação da indústria de ferramentaria estadual.

 

Megale acrescentou que as montadoras poderão usar os créditos para a aquisição de bens de ferramentaria e equipamentos: “Isso vai estimular essa indústria, que nos últimos anos, reduziu sua capacidade e demitiu muito. Perderam competitividade”. Os recursos acumulados do ICMS são da ordem de R$ 5 bilhões.

 

Os créditos são acumulados quando as fabricantes compram autopeças de empresas do estado e, para isso, pagam a alíquota de 18% do ICMS. Quando vendem o produto acabado é cobrada uma taxa de 12% do imposto. Já nas exportações o ICMS não é cobrado: “Com a alta nas exportações nesse ano, o crédito do imposto aumentou muito. Usar esses recursos dessa forma é uma alternativa para recuperar a indústria de ferramentaria”.

 

Agora, a demanda será levada ao governo de São Paulo para colocar em prática a iniciativa: “Mas, não acredito que os recursos sejam liberados ainda este ano. Leva-se tempo para esse processo”.