Parceria KBB e Itaú concorre com a tabela Fipe

A KBB, Kelley Blue Book, empresa de precificação de carros novos e usados dos Estados Unidos, firmou parceria comercial com o portal iCarrros do banco Itaú. A novidade, anunciada no 27º Congresso & ExpoFenabrave, entrará em operação em outubro. Esta é a primeira iniciativa no Brasil da empresa que também, este ano, fincou sua bandeira em Portugal.

A empresa chega ao País apostando na retomada do setor automotivo, após três anos consecutivos de quedas nas vendas, segundo Dan Ingle, vice-presidente de desenvolvimento de negócios internacionais da companhia:

“Acreditamos que o mercado brasileiro tem um enorme potencial de crescimento. O País é a maior economia do hemisfério Sul e o nono maior mercado automotivo do mundo. Os números da Fenabrave mostram alta de 4,25% na venda de carros no primeiro semestre deste ano”.

A empresa quer trazer para o Brasil toda a sua experiência acumulada praticada no mercado dos Estados Unidos, onde duas em cada três pessoas usam o site kbb.com no processo de compra e venda de veículos, de acordo com Rodnei Bernardino, diretor do Itaú Unibanco: “A KBB tem décadas de experiência neste segmento e suas informações são muito mais precisas do que a tabela Fipe”.

Com a ferramenta o consumidor identificará todas as variações do preço de um carro, tanto na compra quanto na venda, mensurando, por exemplo, como o conteúdo e a quilometragem interferem no valor dependendo da região do País em que ele é negociado.

Uma equipe de analistas gera informações mais precisas para a negociação dispondo de milhares de dados sobre preços de carros novos e cotações de usados, com base em transações reais e não em valores de venda anunciados. Para veículos novos há informações de preços de todas as versões dos modelos, bem como os valores determinados por fabricantes e importadores. Já para os usados, há preços praticados por agências, concessionárias e pessoas físicas.

Fundada na década de 1920 a KBB é integrante do Grupo Cox Automotive, qur obteve faturamento global de US$ 18 bilhões em 2016.

Randon fecha semestre com lucro

A Randon, de Caxias do Sul, RS, encerrou o primeiro semestre de 2017 com indicadores mais positivos, mesmo que inserida em cenário de baixo crescimento. De um lado houve aumento na produção de caminhões, especialmente suportada pela exportação crescente, o que beneficiou o segmento de autopeças. De outro, embora o mercado de implementos ainda enfrente quedas tanto em produção quanto em vendas, a Randon ganhou participação de mercado graças à estratégia iniciada, no ano passado, com o lançamento de novos produtos como o basculante, e ao reforço em sua estrutura de vendas.

O que disse o presidente da Empresas Randon, David Randon?: “É preciso deixar a crise para trás, reinventando a condução dos negócios”.

A receita bruta total, com impostos e antes da consolidação, somou R$ 1,9 bilhão no semestre, queda de 6,4% sobre igual período do ano passado. A receita líquida consolidada, de R$ 1,3 bilhão, foi 8,5% menor na mesma base de comparação. Já o segundo trimestre somou receita líquida de R$ 730 milhões, em alta de 4,8%, e bruta de R$ 1 bilhão, incremento de 5,1%. No acumulado de seis meses o lucro líquido consolidado somou R$ 20,6 milhões contra prejuízo de R$ 2,7 milhões no mesmo período de 2016.

No semestre a empresa entregou 4 mil 999 implementos rodoviários, declínio de 9,7%, e o segmento de vagões tem forte resultado negativo: no semestre as vendas somaram 438 unidades ante 1 mil 155 no período semelhante de 2016.

O crescimento da produção de caminhões beneficiou a divisão de autopeças da Randon, que teve alta 5,7% na receita líquida com relação ao segundo trimestre de 2016. As vendas para montadoras voltaram a representar quase metade das receitas da divisão de autopeças, revertendo cenário dos últimos trimestres em que haviam perdido representatividade.

Onix aventureiro chega à Colômbia

A General Motors iniciou a exportação para a Colômbia, a partir do Brasil, do Chevrolet Onix Activ, versão aventureira do carro mais vendido aqui. A companhia já envia o modelo para Argentina, Paraguai e Uruguai.

De acordo com a GM o modelo exportado tem algumas diferenças com relação à versão vendida no Brasil, lançada em 2016: é equipada com motor de 1,4 litros e 98 cv de potência, câmbio manual de cinco marchas e sistemas de navegação e entretenimento ChevyStar MyLink. O brasileiro é mais potente, com 106 cv, e dispõe de transmissão com seis marchas.

O Onix Activ já está nas 25 concessionárias Chevrolet na Colômbia a partir da quinta-feira, 10. Em entrevista para o site Flash de Motor, da Venezuela, Jaime Gil, vice-presidente de vendas da General Motors Colômbia, disse que “o consumidor busca um carro com o qual se identifique, como conectividade e baixo consumo de combustível, que são atributos encontrados no veículo”.

O site ainda indica o valor do veículo: US$ 17 mil 650.

Em julho o mercado colombiano fechou com 18 mil 625 mil unidades vendidas, alta de 6,2% na comparação com julho de 2016. A Chevrolet foi líder naquele mercado no primeiro semestre, com 29 mil 175 unidades vendidas, e a Renault foi a segunda colocada, com 26 mil 744 unidades.

No Brasil os dados de vendas do Onix somam todas as suas versões. Até julho, segundo a Fenabrave, foram emplacadas 98 mil 469 unidades, o que o tornou o carro mais vendido no País. O concorrente Renault Sandero, que possui a versão aventureira Stepway, foi o quarto mais vendido, com 45 mil 530 unidades.

Ford demite no ABC e produção para

A Ford demitiu 364 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, que estavam com os seus contratos de trabalho suspensos temporariamente, em lay off, na quinta-feira, 10. Em comunicado a empresa informou que as dispensas foram realizadas em razão da queda do mercado nos últimos anos e que, por isso, ajustou sua folha de pagamento:

“Nos dois últimos anos a Ford adotou uma série de medidas para administrar o excesso de empregados decorrente da redução do volume de produção em São Bernardo do Campo, tais como PPE, PDV, suspensão temporária do contrato de trabalho, lay off, e férias coletivas. Entretanto, devido à necessidade de adequar os níveis de mão-de-obra às demandas de mercado, estamos fazendo o desligamento dos funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo que estavam em lay off”.

Alexandre Colombo, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e funcionário da Ford, observou que os funcionários da estamparia ficaram parados na sexta-feira, 11, em protesto pelas demissões anunciadas no dia anterior. Segundo ele a Ford teria descumprido acordo de estabilidade em vigor desde 2015 e que terminaria em janeiro de 2018: “Os demitidos foram classificados como excedentes pela montadora. Mas todos os funcionários tinham estabilidade garantida até 2018. Por isso, na semana que vem, se não acontecer alguma reunião com a empresa, paralisaremos a fábrica novamente”.

Em 2015, á época do acordo de estabilidade, a Ford alegava que tinha cerca de oitocentos empregados a mais em seu quadro de funcionários ali, no ABC, contando os que tralhavam na produção e nas áreas administrativas. Colombo disse que, durante os últimos dois anos, a Ford abriu programa de demissão voluntária e muitos se aposentaram.

Hoje a Ford tem cerca de 3 mil funcionários, contando com os 364 demitidos. Colombo contou, ainda, que para este ano a Ford programou a produção de até 12 mil caminhões e de 36 mil carros: “Com um turno de trabalho a empresa pode fabricar até 110 mil veículos. A produção caiu muito este ano e, por isso, estamos com essa tática de parar áreas essenciais e assim paralisar todo o processo”.

Ele contou, também, que em 14 e 15 de agosto a companhia programou parada de produção para ajustar os seus estoques.

No ano passado, de acordo com a Anfavea, a Ford produziu, em todas as suas fábricas no País, 219 mil 519 veículos. Em 2015 foram 240,5 mil unidades. Em São Bernardo do Campo fabrica caminhões e o New Fiesta, tanto a versão hatch como sedã.

Al-Ko, do Grupo Dexko, chega para disputar mercado

A Al-Ko, fabricante de eixos e chassis para semirreboques leves, começou a operar no Brasil no fim de julho de olho em um naco de mercado com potencial de venda de 100 mil semirreboques por ano. A unidade que instalou em Atibaia, SP, atualmente serve como centro de distribuição de componentes, mas no primeiro semestre do ano que vem será finalizada, ali, a instalação de linha de produção que terá trinta funcionários.

De acordo com Arndt Budweg, gerente de vendas para América do Sul, o mercado brasileiro tem potencial para absorver um volume de semirreboques leves superior aos pesados, os quais atualmente vivenciam um momento delicado em função da queda das vendas de caminhões: “Em 2016 foram 25 mil semirreboques pesados licenciados no País. No segmento de leves foram quase 120 mil e ainda há demanda reprimida”.

Dados da Anfir, a associação dos fabricantes de implementos rodoviários, da qual a Al-Ko já é associada, apontam que de janeiro a julho houve retração de 17,95% nos emplacamentos na comparação com o mesmo período em 2016.

Na contramão dos implementos para veículos pesados, que dependem das vendas de caminhões, o segmento de leves está em franca expansão no Brasil, disse Budweg: “Na América do Sul existe uma demanda por 150 mil unidades de reboques, sendo o Brasil o principal mercado. As maiores oportunidades estão em empresas que atuam na área náutica e em prestadoras de serviço de infraestrutura, como as que fazem manutenção em estradas e redes de energia elétrica”.

O CD de Atibaia possui 1 mil m² e foi alugado pela Al-Ko em janeiro, quando começaram os trabalhos para nacionalizar a empresa, um processo que durou seis meses e envolveu, afora a busca por espaço, a obtenção de licenças para funcionamento: “Optamos por começar em um lugar alugado para avaliar o mercado e, mais adiante, expandir a operação em um espaço próprio”.

A Al-Ko faz parte do Grupo Dexko, que surgiu a partir de joint-venture com a Dexter, dos Estado Unidos, que tem um portfólio complementar. Na Alemanha, seu país de origem, a Al-Ko emprega 2,5 mil funcionários e dispõe de oferta mais ampla do que a da filial brasileira: acessórios para trailers, peças plásticas e amortecedores.

Exportação da Toyota aumentará 14% este ano

Em um cenário de vendas em baixa a Toyota opera na contramão das demais fabricantes. Este ano sua produção deverá aumentar 2,5% na comparação com a do ano passado, puxada pela exportação, que crescerá 14%. Hoje a Toyota é a sétima maior empresa exportadora do Brasil.

Segundo Steve St. Angelo, CEO da Toyota para América Latina e Caribe e chairman da Toyota do Brasil e da Argentina, em 2017 50 mil carros serão exportados pela unidade brasileira, contra 44 mil em 2016. Deste total 42 mil terão seguido para a Argentina, sendo 60% do modelo Corolla e 40% do Etios.

Em 2014 a empresa começou a exportar para Paraguai e Uruguai e em 2016 para o Peru. Este ano iniciou exportações para Costa Rica e Honduras. A estimativa é iniciar o mesmo processo para a Colômbia ainda este ano, ancorado no fechamento de acordo comercial fechado pelos dois países em julho.

O Brasil também recebe quase metade dos veículos produzidos pela unidade Toyota da Argentina. Por lá a fábrica passou por remodelação, com investimento de US$ 800 milhões, o que está aumentando gradativamente a produção de 90 mil para 150 mil veículos/ano. Este ano a unidade argentina deve produzir 100 mil carros, sendo que 45 mil serão embarcados para o Brasil. Em novembro a fábrica começará a produzir a Innova, uma minivan de oito lugares para o mercado argentino.

Não há uma fórmula mágica para o bom desempenho da empresa, reconheceu St. Angelo: “Não temos uma receita. Buscamos um crescimento sustentável com a certeza de que nossos clientes estão satisfeitos Não é fácil ser lucrativo no Brasil. Para cada projeto desenvolvemos um plano de negócios para aumentar nosso desempenho”.

De forma gradual a companhia mais do que dobrou seu market share no mercado brasileiro em cinco anos, passando de 3,2% em 2012 para 8,9% agora.

A Toyota lidera as vendas no segmento de híbridos com o modelo Prius – de janeiro a junho as vendas do Prius cresceram 460% na comparação com o mesmo período do ano passado: “Na América Latina o volume é baixo porque as pessoas ainda estão tomando consciência dos benefícios dos veículos híbridos para o meio ambiente e para o consumo de combustível. Pois, diferentemente dos veículos elétricos, os híbridos não precisam de uma infraestrutura para o carregamento da bateria”

Centro de visitantes – A Toyota inaugurou na sexta-feira, 11, seu Centro de Visitas na fábrica de São Bernardo do Campo, SP. O espaço faz parte do projeto São Bernardo ReBorn, iniciado em 2015, que totalizou investimento de R$ 70 milhões na revitalização da unidade, inaugurada em 1962 – é a primeira fora do Japão.

Com investimento de R$ 5 milhões o espaço de 750 m² levará os participantes a uma viagem pela história da empresa por meio de uma linha do tempo interativa. O local expõe veículos icônicos como o jipe Bandeirante e uma unidade da primeira geração do Corolla produzido em 1968, um simulador de direção do Prius e um auditório para cem pessoas. O local, que contará com visitas monitoradas, será aberto ao público em janeiro de 2018.

Sprinter faz 20 anos e ganha série limitada

A Mercedes-Benz terá edição especial para comemorar os 20 anos da Sprinter no Brasil: a série, limitada a vinte unidades, será lançada na Fenatran, em São Paulo, em outubro. O Brasil é o quinto maior mercado da Sprinter no mundo, com 127 mil unidades comercializadas em vinte anos anos – no mundo, 3,3 milhões já foram negociadas.

A edição limitada é uma estratégia da empresa, de acordo com Jefferson Ferrarez, diretor de vendas e de marketing de vans: “Sabemos que será um sucesso, mas ainda estamos discutindo a ideia de aumentar a produção, pois a fábrica da Sprinter está localizada na Argentina”.

A fábrica, inaugurada há sessenta anos, exporta para Estados Unidos, Canadá e América Latina, com exceção do México, que importa da Mercedes-Benz da Alemanha. Segundo o diretor não há risco de a empresa ultrapassar o volume para importação e exportação de veículos, conforme prescreve o acordo automotivo com o Brasil. Se uma empresa ultrapassa esse limite recebe multa.

“Não corremos o menor risco porque o Brasil importa vans da Argentina, mas exporta caminhões e ônibus. E esse total é por valor. Por enquanto não pensamos em produzir vans no Brasil, pois já fabricamos caminhões, ônibus e automóveis.”

Modelo – A edição limitada contará com três modelos: chassi com cabina, com preço sugerido de R$ 127 mil, furgão street por R$ 148 mil, e van de passageiros por R$ 186 mil para veículo com quinze lugares e R$ 208 mil para veículo com vinte.

Os modelos ganharam itens de segurança inéditos como assistente de partida em rampa e câmera de ré. Desde 2012 os veículos da linha Sprinter dispõem de ESP, o programa eletrônico de estabilidade, que será uma exigência legal a partir de 2022 e cujo objetivo é ajudar o condutor a ter controle sobre o veículo.

A empresa tem investido em segurança e tecnologia, disse a gerente de projetos de vans Ana Paula Teixeira: “O painel é um verdadeiro computador a bordo, com funções como o alerta de desgaste de pastilhas de freio. Os novos modelos contam com 25 grandes funções de segurança, como a tecnologia exclusiva cross wind system, que permite que o veículo mantenha sua trajetória mesmo com uma forte rajada de vento”.

Mercedes-Benz dobra participação em vans

Em cinco anos a Mercedes-Benz mais do que dobrou sua participação no segmento de large vans com sua linha Sprinter – mesmo com a queda nas vendas totais de veículos no mercado brasileiro.

Em 2012 as vendas desse tipo de vans Mercedes-Benz atingiram 39 mil 215 unidades e a participação da empresa foi 14,9%, e de janeiro a julho deste ano chegaram a 9 mil 719 unidades e o market share é 32,9% – patamar que a empresa pretende manter até o fim do ano, segundo o diretor de vendas e de marketing de vans, Jefferson Ferrarez.

Mesmo com o crescimento da sua participação a Mercedes-Benz ocupa a vice-liderança no segmento de large vans. Hoje o Renault Master é o campeão de vendas, com 36% do mercado, seguido pela Mercedes-Benz Sprinter com 32,9%, pela Iveco Daily com 12,7% e pelo Fiat Ducato com 12,5%:

“Estamos 2 pontos porcentuais atrás da Renault, o que corresponde a cerca de trezentas unidades. Entendemos que a nossa estratégia está correta em oferecer tecnologia e conforto.”

Ferrarez acredita que as vendas de large vans serão impulsionadas pelo crescimento da urbanização. De 1997, ano do lançamento da Sprinter, a 2017 a população do País cresceu de 167,5 milhões para 207,7 milhões, de acordo com o IBGE. Como consequência a frota urbana circulante triplicou, passando de 20 milhões para 66 milhões. O uso das large vans se divide em 55% para transporte de passageiros e em 45% para o de cargas:

“Veículos menores são a melhor opção para operação logística nos centros urbanos porque são mais ágeis, confortáveis e econômicos em termos de combustível. E algumas cidades já aplicam restrição para veículos pesados, aumentando o transporte de cargas e pessoas”.

Uma novidade é que a Sprinter venceu a licitação de oitocentos furgões para transformação em UTIs móveis para atendimento no SAMU, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. O primeiro lote de 220 ambulâncias será entregue até setembro.

Estados – Os números de vendas da Sprinter obviamente variam conforme o Estado: no Maranhão sua participação é de 77,8%, em Minas Gerais de 28,0%, no Rio de Janeiro de 53,1%, e em São Paulo de 24,4%.

Essa diferença se justifica pelas variações no uso do veículo, segundo Ferrarez: no Nordeste o modelo é utilizado para transporte de pessoas para turismo, em São Paulo para transporte escolar, ambulâncias e unidades móveis de negócios como, por exemplo, food trucks:

“São Paulo é um mercado bastante competitivo, mas estamos desenvolvendo estratégias de crescimento. Nossa participação aumentou de 19% em 2016 para 24% em 2017”.

Promessa: terceiro turno de volta à VW Anchieta!!

Com a chegada do Novo Polo, marcada para novembro nas concessionárias do País, nasce também mais uma nova Volkswagen – este é, pelo menos, o projeto da companhia, que está no Brasil há sessenta anos e que, agora, quer novamente se reinventar. Para isso o presidente David Powels disse que foram investidos na unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, R$ 2,6 bilhões para prepará-la para os novos tempos, que são do Novo Polo e do sedã Virtus.

Esse valor faz parte do pacote de R$ 7 bilhões destinados à operação brasileira até 2020.

Quando a linha de produção estiver a todo vapor a VW abrirá um terceiro turno de trabalho:

“Em dois ou três meses abriremos o terceiro turno, mas não vamos contratar. Temos de duzentos a trezentos funcionários em regime de lay off. Antes de contratações usaremos todas as alternativas”.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC 687 empregados da empresa entraram em lay off este mês.

Hoje a fábrica tem cerca de 8 mil funcionários e dois turnos de trabalho. Por lá é produzida a Saveiro e já foi iniciada a montagem do Novo Polo. O presidente Powels afirmou que dois modelos da nova plataforma, MQB, serão montados na unidade: outros dois, um SUV e uma picape, serão produzidos em São José dos Pinhais, PR: “A renovação total de nossa linha acontecerá até 2020. Ela começa com o Novo Polo. Estamos trabalhando, há dezoito 18 meses, para construir essa nova Volkswagen”.

Os recursos já foram praticamente gastos, com o desenvolvimento do Novo Polo e do Virtus, com a preparação da linha para receber os novos veículos e com a nacionalização de peças. Segundo o executivo a meta é ter 75% de peças nacionais no Novo Polo: “Importamos componentes eletrônicos porque no Brasil não há escala de produção desses equipamentos. E trazemos o câmbio da Argentina”.

Ele destacou, também, os acordos coletivos que foram assinados em todas as unidades da VW no Brasil, que tornaram viável os investimentos por aqui: “São acordos para cinco anos, com foco no futuro, que ampliaram a flexibilidade e a produtividade. Isso demonstra a maior maturidade na relação da empresa com os empregados”.

Mercado – Essa nova empresa, segundo ele, é a sua aposta para ganhar mercado no Brasil onde, hoje, a VW ocupa uma incômoda terceira posição. Powels já declarou que este não é o lugar para a empresa: “2017 marcará a virada de página da Volkswagen aqui”.

Powels notou que este ano as vendas de automóveis e comerciais leves devem crescer de 5% a 7% e que, em 2018, outros 8%: “O mercado será melhor, mas não teremos um milagre, pois a recuperação será lenta. Estaremos preparados para ganhar participação com os novos produtos: o Novo Polo chega em novembro e o Virtus no primeiro trimestre do ano que vem”.

Seminovos rendem R$ 2,5 bilhões às locadoras

Localiza, Movida e Unidas, principais nomes do segmento de locação de veículos no País, movimentaram R$ 2 bilhões 559 milhões 2 mil com vendas de automóveis seminovos no primeiro semestre, uma vertente de seus negócios que há muito supera as receitas com alugueis. Os balanços das companhias, referentes aos primeiros seis meses do ano, apontaram crescimento positivo nos desempenhos de cada uma no período.

A Localiza terminou o semestre com frota de 151 mil 750 carros em operação no País. Afora o tamanho do seu ativo a empresa despontou como líder do mercado em termos de ganhos com as vendas de veículos com mais de três anos de uso, que renderam R$ 1 bilhão 526 milhões 3 mil aos seus cofres da companhia – valor que é 16,6% maior do que o obtido no primeiro semestre do ano passado.

Os alugueis renderam valor inferior no mesmo período: R$ 1 bilhão 159 milhões 1 mil.

A empresa, que expandiu sua estrutura no mercado brasileiro a partir da compra da concorrente Hertz, no fim do ano passado, fechou o semestre com lucro líquido de R$ 249,5 milhões, o maior verificado no segmento de venda de seminovos e locação. O desempenho chamou a atenção até de uma empresa de gestão de ativos dos Estados Unidos, a BlackRock, que adquiriu 5,16% das ações ordinárias da Localiza na quinta-feira, 10.

A receita da Movida com a venda de seminovos chegou a R$ 719 milhões no primeiro semestre, crescimento de 45,3% na comparação com o primeiro semestre do ano passado – e os ganhos com locação atingiram R$ 486,5 milhões.

Já as vendas de seminovos da concorrente Unidas totalizaram R$ 413,8 milhões, crescimento idêntico ao da Movida no período, 45,3%, e a locação rendeu R$ 357 milhões. Para aumentar sua participação no segmento de seminovos a Unidas lançou, no mês passado, modelo de venda baseado nos feirões, com a abertura de espaço de vendas de carros usados em São Paulo e que poderá ser replicado pelo Estado por meio de franquias.

O desempenho das locadoras refletiu nas vendas diretas das montadoras no semestre e ajudou o setor a demonstrar recuperação nas vendas internas. Dados divulgados pela Fenabrave mostram que as vendas diretas de automóveis de passeio e utilitários leves crescem, este ano, mais de 27%, ao passo que, no varejo, maior canal de vendas das montadoras, o consumo recua 8,5% sob a influência negativa do avanço do desemprego.

Do total de veículos emplacados no período 23% foram vendidos de maneira direta. Ou seja: 194 mil 99 unidades foram vendidas diretamente às empresas.