São Paulo – A DHL Supply Chain vem executando, desde abril, a gestão de transportes da área de aftermarket da Nissan no Brasil e, com isso, integrou as operações de armazenagem do centro de distribuição de Itatiaia, RJ, sob sua responsabilidade há cerca de cinco anos, e a entrega de peças de veículos para as duzentas concessionárias Nissan no Brasil.
Ao colocar as duas operações sob o mesmo guarda-chuva foi possível diminuir em até 25% o tempo para que o produto chegue à revenda, afirmou Thiago Vitali, gerente sênior de pós-venda da Nissan, responsável pelo Centro de Distribuição de Peças.
“Há diferentes situações e realidades, mas a integração das atividades nos permitiu ter este ganho, em algumas localidades, com operações multimodais de transportes rodoviário e aéreo”, afirmou, sem dar pormenores acerca da economia gerada em valores absolutos.
É nítida a eficiência nos processos, assegurou Vitali. Não à toa foi o que motivou a integração da cadeia de suprimentos. Ele apontou que, por este motivo, foi possível adotar nova tecnologia da DHL que trouxe melhorias na rastreabilidade das peças, fornecendo informações em tempo real aos clientes.
“Estamos conseguindo focar na otimização das rotas de entrega e, assim, contribuir para a redução de emissões de CO2.”
O vice-presidente de operações da DHL Supply Chain, Daniel Tavares, estimou que, com a sinergia, somente a etapa de transição do provedor logístico do armazém para a transportadora reduziu-se em praticamente um dia. Ou seja, no caso de entregas de curtas distâncias é possível fazê-las em até um dia após o pedido.
“Quando se tem outra empresa a cargo do transporte ela precisa ir ao centro de distribuição, coletar todas as peças, levar para um armazém e separar os produtos por região. Enquanto que, ao cuidar da logística de ponta a ponta, podemos realizar este planejamento desde a origem.”
O executivo reforçou que a unificação das atividades permite que no momento em que a peça saia do centro de distribuição em Itatiaia ela já siga seu percurso de destino:
“Economizamos, portanto, uma etapa da cadeia, o que traz vários benefícios em custo, no tempo total de compra à chegada de uma encomenda ao cliente, e em qualidade, pois evitamos um manuseio adicional dos produtos, o que traz menor risco de eventual avaria ou desvio”.
Tavares contou que não foram necessárias aquisições de veículos para dar conta da nova operação com a Nissan: “Como fomos crescendo ao longo dos anos de certa forma todas as rotas que precisávamos atender para a Nissan já estavam estabelecidas. É como se as peças da montadora pegassem carona em um fluxo logístico que já tínhamos estabelecido”.
O CD da Nissan em Itatiaia, localizado a cerca de 10 quilômetros da fábrica, em Resende, RJ, possui em torno de 19 mil m2. É o único armazém da montadora no País, que possui parceria semelhante com a DHL em locais como México, Bélgica e França.
Volume de carga movimentada no setor avançou 166% nos últimos dois anos
De acordo com o vice-presidente de operações da DHL Supply Chain a área logística da companhia atende a nove clientes corporativos do setor, montadoras, concessionárias e fabricantes de peças. Sendo que dois deles são neste formato integrado de gestão e transporte, um deles empresa de autopeças e, outro, montadora.
“Nos últimos dois anos o volume de carga movimentada neste segmento cresceu 166%”, assinalou Tavares, ao lembrar que, no passado, esse tipo de trabalho era realizado pelas próprias fabricantes de veículos. Depois o bolo passou a ser compartilhado por diversos provedores mas, ao notar a possibilidade de adicionar valor com a gestão comum das atividades, tem havido mudança de cultura.
Globalmente o setor automotivo representa algo em torno de 15% a 18% do negócio total da divisão de supply chain da DHL, uma companhia de capital aberto que não pode fornecer pormenores nem informar este tipo de dado. Mas, garantiu, trata-se de algo crescente.