Colômbia assume compromisso por mobilidade limpa

A Andemos, Associação Colombiana de Veículos Automotores, celebrou a publicação do decreto 1 116, do Ministério de Comércio, Indústria e Turismo, em que se estabelece a taxa de 0% para veículos elétricos e 5% para híbridos. As informações são do Flash de Motor, da Venezuela.

 

O benefício tarifário se aplicará a partir deste ano e valerá até 2027 para a importação anual de veículos elétricos e híbridos. De acordo com o decreto de 2017 a 2019 serão 1,5 mil veículos elétricos e 1,5 mil híbridos, de 2020 a 2022 será permitida a importação de 2,3 mil elétricos e de 2,3 mil híbridos e a partir daí 3 mil unidades de cada tipo até 2027.

 

Oliveiro Enrique García Basurto, presidente da Andemos, disse que a iniciativa é um esforço do governo para consolidar o apoio à mobilidade elétrica: “É importante ter em conta a metodologia de implementação. Agora as marcas deveriam redobrar os esforços para acelerar o ritmo de importação desses veículos e, assim, fortalecer o processo de adoção dessas tecnologias no país”.

 

O decreto complementará o já aprovado benefício de 5% do IVA para o segmento. Estas iniciativas colocam a Colômbia na posição de ser o primeiro país a implementar os compromissos do COP21.

 

Segundo García Basurto o país tem dado um passo importante para o desenvolvimento da mobilidade: “O decreto visa a diminuir o impacto das emissões de frota de 2,6 milhões de veículos de mais de vinte anos que circula em nossas estradas e que geram 18 milhões de toneladas de CO2, segundo cálculos da Andemos. Se trabalharmos nesta linha teremos gradualmente mais veículos limpos e seguros em nossa frota”.

 

Segundo informe do Departamento Nacional de Planejamento o custo das mortes e enfermidades atribuídas à degradação ambiental vem aumentando na Colômbia. Em 2010 a contaminação do ar urbano foi valorada em 5,7 bilhões de pesos, 1,12% do PIB, e em 2014 essa cifra mais do que duplicou, para 12 bilhões de pesos, 1,59% do PIB. Em 2014 foram detectados 59 milhões de casos associados a enfermidades por contaminação do ar urbano, e 8,6 mil mortes por problemas respiratórios.

Volare e BYD criam ônibus elétrico

A fabricante de ônibus Volare desenvolveu em parceria com a chinesa BYD um modelo de micro-ônibus elétrico para aplicação urbana. De acordo com a empresa, uma unidade do veículo está em testes na cidade de Santos, SP.

 

O objetivo da empresa no projeto era desenvolver a carroceria com dimensões e peso reduzidos de modo a obter mais espaço interno e melhorar o desempenho mecânico. Coube à BYD equipar o veículo com um powertrain movido 100% a eletricidade.

 

O novo veículo tem 9,15 metros de comprimento, 3,38 metros de altura e 2,36 metros de largura. A capacidade é de 45 passageiros. São dois motores no veículo de 90 kW de potência.

 

Foto: Divulgação

Exportações já crescem 7,5% no ano

As exportações de autopeças totalizaram US$ 4 bilhões 50 milhões no acumulado de janeiro a julho, com crescimento de 7,5% diante do resultado do mesmo período de 2016. Só em julho as vendas externas alcançaram US$ 638,2 milhões, alta de 17,2% no comparativo com julho de 2016, quando chegaram a US$ 544,7 milhões.

Os dados foram divulgados pelo Sindipeças no Relatório da Balança Comercial.

De acordo com o levantamento a indústria brasileira de autopeças exporta para 175 países, sendo que a Argentina continua sendo seu principal destino, com participação de 30,7%: as vendas crescem mês a mês e chegaram a somar US$ 1 bilhão 241 milhões no acumulado janeiro-julho, alta de 20%. Na sequência vêm Estados Unidos, com US$ 674milhões, alta de 8,4%, e México, com US$ 3653 milhões e alta de 2,0%.

Segundo Fernando Trujillo, consultor da IHS Markit, a alta nas exportações para a Argentina foi puxada principalmente pelo aumento na produção em fábricas Ford e Toyota.

A evolução das exportações para a China atingiu índice recorde diante do total, 35% no janeiro-julho. Representam, contudo, apenas 1,6% do total exportado. De acordo com o relatório “a China é o maior produtor de automóveis do mundo, com 20 milhões de veículos por ano. Para aumentar nossas exportações de autopeças é preciso aumentar nossa produtividade e reduzir custos com produção, matéria prima, logística e mão de obra” 

Balança Comercial – As importações de autopeças, de 143 países, também cresceram, com alta de 9,9% de janeiro a julho com relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 7 bilhões 156 milhões. A maior parte provém dos Estados Unidos, que cresceram 0,8% até julho, alcançando R$ 871 milhões. Já as da China aumentaram 28,9%, chegando a R$ 840 milhões.

Com os resultados de exportações e importações o déficit na balança comercial em autopeças aumentou 13% até julho com relação ao ano passado, para US$ 3 bilhões 110 milhões. Mesmo com a melhora no desempenho no segundo semestre o consultor Trujillo não acredita que a balança comercial fechará o ano com superávit: “Um dos objetivos do programa Inovar-Auto era fortalecer a indústria automotiva como um todo, mas ficou evidente que as montadoras foram mais incentivadas do que a indústria de autopeças”.

Carros premium ocupam vanguarda tecnológica

As novas tecnologias são, em sua maioria, testadas em veículos premium. Durante o Seminário AutoData Os Novos Desafios da Indústria Automotiva Brasileira, João Oliveira (à dir.), diretor comercial da Volvo Cars Brasil, e Henrique Miranda (à esq.), executivo da BMW no Brasil, falaram que o futuro dos veículos passam pelas tecnologias desenvolvidas por essas empresas.

 

A Volvo Cars, Oliveira afirmou, mantém um programa que visa a acabar com as mortes e diminuir o número de feridos gravemente em seus carros até 2020: “Para isso estamos desenvolvendo muitas tecnologias de veículos autônomos. Em 2018 cem carros desse tipo rodarão na Suécia, em testes, que serão realizados com famílias. Dados mostram que 90% dos acidentes automobilísticos são causados pelo homem e, se conseguirmos reduzir essa intervenção humana, poderemos chegar à nossa meta”.

 

A Volvo, contou Oliveira, também tem como meta aumentar o uso de motores híbridos e elétricos em seus carros: “Nosso plano é produzir, a partir de 2019, somente carros mais limpos. Não estamos mais preocupados somente em desenvolver o produto e, sim, no impacto social que os automóveis têm sobre as pessoas. E, aí, estamos falando sobre eficiência energética e sobre carros autônomos”.

 

Essa também é a tônica nos centros de desenvolvimento da BMW. Henrique Miranda disse que os BMW já contam com SIN cards, que conectam o veículo a uma central: “Conseguimos acabar com a revisão programada. Temos acesso a todos os dados do veículo e sabemos quando, e o que, precisa de manutenção. É algo importante porque o concessionário se prepara para receber aquele cliente, o que dá mais confiabilidade ao serviço”.

 

Com o SIN card conecta-se, também, o carro à residência, contou Miranda: “Levamos a casa do cliente para dentro do seu carro e temos todas as informações necessárias arquivadas na nuvem. Acreditamos que o futuro da indústria passa pela eletrificação e pelo compartilhamento de veículos. E essa é uma grande oportunidade para as fabricantes de veículos premium, de atrair aquele cliente que não pensa em ter um automóvel, mas quer se ligar às empresas que pensam como ele: preocupadas com o meio ambiente e a mobilidade urbana”.

 

Foto: Maurício de Paiva

Rota 2030 aproxima Brasil e Argentina

A nova política industrial para o setor automotivo pode aproximar ainda mais o Brasil e a Argentina. Foi o que o presidente da Anfavea, Antônio Megale, disse durante o Seminário AutoData Os Novos Desafios da Indústria Automotiva Brasileira, nesta segunda-feira, 21. Ele afirmou que no âmbito do Rota 2030 os governos estão discutindo a harmonização das legislações técnicas para o setor automotivo de cada país:

 

“Este é o primeiro passo. Nesta semana haverá uma reunião de representantes do governo argentino e do setor automotivo de lá com os grupos de estudo do Rota 2030. Pensar uma indústria regional é importante até para as negociações do acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia. Precisamos estar afinados para podermos competir no mercado global”.

 

Megale afirmou que o segundo passo acontece de forma natural, pois as empresas já usam os dois países como bases produtoras para a região: “Mas o custo ainda é alto, pois há diferenças na legislação que impedem o ganho de competitividade regional. Equacionando esse e outros pontos as empresas poderão usar o parque fabril dos países até para a regulação dos seus estoques e fazer da região base de exportação global”.

 

Segundo ele, uma política regional poderia aumentar a capacidade de produção e, assim, tornar o Mercosul um jogador importante no mercado mundial: “Poderemos fabricar de 6 a 7 milhões de veículos por ano. Poderíamos ser um dos maiores fabricantes no mundo. Mas, para isso, precisamos pensar primeiro o regional”.

 

Medida provisória – Megale esclareceu que o Rota 2030 deverá ser criado por meio de uma medida provisória até novembro: “Temos seis grupos de trabalho e muitos já concluíram os estudos. O arcabouço do programa estará pronto para substituir o Inovar-Auto já em janeiro do próximo ano”.

 

No último dia 14, o ministro do Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços, disse, durante um evento na fábrica de Volkswagen, em São Bernardo do Campo, SP, que em até três meses, o Rota 2030 estará lançado. Neste mesmo dia, o presidente da VW, David Powels, afirmou não acreditar nesse prazo, pois há muitas divergências nas discussões do novo programa.

 

Megale, mais otimista, disse que algumas diretrizes podem ser aprovadas nesse período: “O que causa discussão é a questão tributária. Ainda não está definido se haverá mudança nas regras do IPI, e, se isso ocorrer, o Rota 2030 tem que ser apresentado até o dia 3 de outubro para começar a vigorar no primeiro dia de janeiro”.

 

Sempre quando há mudança nas regras tributárias é necessário 90 dias para as empresas e o governo se adaptarem às normas. “As discussões têm evoluído. Estamos agora na fase final, por isso acredito que a MP esteja publicada a tempo. Até porque, o governo pode depois publicar os decretos para pormenorizar a medida provisória”.

 

O que deve ser publicado até novembro, segundo Megale, são as metas de eficiência energética para os próximos 15 anos, e quais as suas etapas, as regras para segurança veicular para até 10 anos, a simplificação tributária, as medidas para o fortalecimento da cadeia de autopeças: “Com previsibilidade poderemos aumentar a competitividade e sermos um jogador importante no cenário mundial. O Rota 2030 nos dará isso”.

 

Foto: Maurício de Paiva

Ford abre PDV e readmite 80 funcionários

Os funcionários da Ford no ABC Paulista aceitaram a proposta da empresa para equacionar as demissões de 364 empregados ocorridas no dia 13 de agosto. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em assembleia realizada nesta sexta-feira, 18, ficou acordado que retornarão à fábrica 80 funcionários do total de demitidos.

 

Ao restante será oferecido um PDV, Programa de Demissão Voluntária, que pagará o valor referente a 83% do salário por ano trabalhado, com acréscimo de R$ 30 mil àqueles metalúrgicos com até 10 anos de fábrica. Aos trabalhadores que possuem restrição médica, o valor pago será referente a 140% do salário por ano trabalhado, mais R$ 7,5 mil.

 

Como os trabalhadores tinham estabilidade até janeiro de 2018, garantida pelo acordo coletivo firmado em 2016, àqueles que não aderirem ao PDV a montadora pagará o valor de cinco salários referentes a esse período, de agosto a dezembro de 2017. José Quixabeira de Anchieta, coordenador do Comitê Sindical na Ford, disse que a empresa foi irredutível e informou que haverá mais um corte no volume produzido em setembro: “Foi um processo muito difícil e o resultado não atende a tudo, mas entendemos que foi o possível de construir. Com muito esforço conseguimos o retorno dos 80 trabalhadores”.

 

Em 2015, á época do acordo de estabilidade, a Ford alegava que tinha cerca de 800 empregados a mais em seu quadro de funcionários, contando os que tralhavam na produção e no administrativo. Nos últimos dois anos, ela abriu um programa de demissão voluntária e muitos se aposentaram. Hoje, a Ford tem cerca de 3 mil funcionários, contando com os 364 demitidos. Alexandre Colombo, diretor executivo do sindicato e funcionário da Ford, disse que para este ano a montadora programou uma produção de até 12 mil caminhões e 36 mil carros: “Com um turno de trabalho a empresa pode fabricar até 110 mil veículos. A produção caiu muito este ano, por isso, estamos com essa tática de parar áreas essenciais e assim paralisar todo o processo”.

 

No ano passado, de acordo com a Anfavea, a Ford produziu, em todas as fábricas no País, 219 mil 519 veículos. Em 2015 foram 240,5 mil unidades. Em São Bernardo do Campo, ela fabrica caminhões e o New Fiesta nas versões hatch e sedã.

 

Foto: Divulgação

Rota 2030 sairá só em novembro

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, disse na segunda-feira, 14, que a nova política industrial do setor automotivo, o programa Rota 2030, deverá ser apresentada em dois ou três meses – a expectativa, quando foi lançada, em 18 de abril, era a de que estaria concluído em agosto.

 

“Com o Rota 2030 conseguiremos aumentar a competitividade das empresas e do País e o valor da produção.”

 

Segundo ele as discussões do setor com o governo estão pautadas em cinco tópicos: promover a integração competitiva às cadeias globais de valor, melhorar o ambiente de negócio, eficiência energética, segurança veicular e aumento da produção brasileira.

 

O Rota 2030 sucederá ao Inovar- Auto, a política industrial que termina no fim deste ano. Para entrar em vigor já em janeiro de 2018 o projeto teria que ser aprovado até setembro, pois há etapas propostas que devem ser informadas ao setor produtivo até noventa dias antes de sua vigência. O presidente da Volkswagen eseu CEO para a América do Sul, David Powels, disse não acreditar que o lançamento da nova política industrial ocorra novembro:

 

“Estamos trabalhando muito forte nos grupos de trabalho, assim como outras montadoras. Vai ser difícil concluir essas discussões nos próximos três meses. Mas o ponto positivo do Rota 2030 é que a indústria quer ter a certeza do futuro, busca previsibilidade para investir. Esse plano deve vigorar por quinze anos e isso nos dá essa segurança”.

Promessa: terceiro turno de volta à VW Anchieta!!

Com a chegada do Novo Polo, marcada para novembro nas concessionárias do País, nasce também mais uma nova Volkswagen – este é, pelo menos, o projeto da companhia, que está no Brasil há sessenta anos e que, agora, quer novamente se reinventar. Para isso o presidente David Powels disse que foram investidos na unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, R$ 2,6 bilhões para prepará-la para os novos tempos, que são do Novo Polo e do sedã Virtus.

 

Esse valor faz parte do pacote de R$ 7 bilhões destinados à operação brasileira até 2020.

 

Quando a linha de produção estiver a todo vapor a VW abrirá um terceiro turno de trabalho:

 

“Em dois ou três meses abriremos o terceiro turno, mas não vamos contratar. Temos de duzentos a trezentos funcionários em regime de lay off. Antes de contratações usaremos todas as alternativas”.

 

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC 687 empregados da empresa entraram em lay off este mês.

 

Hoje a fábrica tem cerca de 8 mil funcionários e dois turnos de trabalho. Por lá é produzida a Saveiro e já foi iniciada a montagem do Novo Polo. O presidente Powels afirmou que dois modelos da nova plataforma, MQB, serão montados na unidade: outros dois, um SUV e uma picape, serão produzidos em São José dos Pinhais, PR: “A renovação total de nossa linha acontecerá até 2020. Ela começa com o Novo Polo. Estamos trabalhando, há dezoito 18 meses, para construir essa nova Volkswagen”.

 

Os recursos já foram praticamente gastos, com o desenvolvimento do Novo Polo e do Virtus, com a preparação da linha para receber os novos veículos e com a nacionalização de peças. Segundo o executivo a meta é ter 75% de peças nacionais no Novo Polo: “Importamos componentes eletrônicos porque no Brasil não há escala de produção desses equipamentos. E trazemos o câmbio da Argentina”.

 

Ele destacou, também, os acordos coletivos que foram assinados em todas as unidades da VW no Brasil, que tornaram viável os investimentos por aqui: “São acordos para cinco anos, com foco no futuro, que ampliaram a flexibilidade e a produtividade. Isso demonstra a maior maturidade na relação da empresa com os empregados”.

 

Mercado – Essa nova empresa, segundo ele, é a sua aposta para ganhar mercado no Brasil onde, hoje, a VW ocupa uma incômoda terceira posição. Powels já declarou que este não é o lugar para a empresa: “2017 marcará a virada de página da Volkswagen aqui”.

 

Powels notou que este ano as vendas de automóveis e comerciais leves devem crescer de 5% a 7% e que, em 2018, outros 8%: “O mercado será melhor, mas não teremos um milagre, pois a recuperação será lenta. Estaremos preparados para ganhar participação com os novos produtos: o Novo Polo chega em novembro e o Virtus no primeiro trimestre do ano que vem”.

 

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Ford demite no ABC e produção para

A Ford demitiu 364 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, que estavam com os seus contratos de trabalho suspensos temporariamente, em lay off, na quinta-feira, 10. Em comunicado a empresa informou que as dispensas foram realizadas em razão da queda do mercado nos últimos anos e que, por isso, ajustou sua folha de pagamento:

 

“Nos dois últimos anos a Ford adotou uma série de medidas para administrar o excesso de empregados decorrente da redução do volume de produção em São Bernardo do Campo, tais como PPE, PDV, suspensão temporária do contrato de trabalho, lay off, e férias coletivas. Entretanto, devido à necessidade de adequar os níveis de mão-de-obra às demandas de mercado, estamos fazendo o desligamento dos funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo que estavam em lay off”.

 

Alexandre Colombo, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e funcionário da Ford, observou que os funcionários da estamparia ficaram parados na sexta-feira, 11, em protesto pelas demissões anunciadas no dia anterior. Segundo ele a Ford teria descumprido acordo de estabilidade em vigor desde 2015 e que terminaria em janeiro de 2018: “Os demitidos foram classificados como excedentes pela montadora. Mas todos os funcionários tinham estabilidade garantida até 2018. Por isso, na semana que vem, se não acontecer alguma reunião com a empresa, paralisaremos a fábrica novamente”.

 

Em 2015, á época do acordo de estabilidade, a Ford alegava que tinha cerca de oitocentos empregados a mais em seu quadro de funcionários ali, no ABC, contando os que tralhavam na produção e nas áreas administrativas. Colombo disse que, durante os últimos dois anos, a Ford abriu programa de demissão voluntária e muitos se aposentaram.

 

Hoje a Ford tem cerca de 3 mil funcionários, contando com os 364 demitidos. Colombo contou, ainda, que para este ano a Ford programou a produção de até 12 mil caminhões e de 36 mil carros: “Com um turno de trabalho a empresa pode fabricar até 110 mil veículos. A produção caiu muito este ano e, por isso, estamos com essa tática de parar áreas essenciais e assim paralisar todo o processo”.

 

Ele contou, também, que em 14 e 15 de agosto a companhia programou parada de produção para ajustar os seus estoques.

 

No ano passado, de acordo com a Anfavea, a Ford produziu, em todas as suas fábricas no País, 219 mil 519 veículos. Em 2015 foram 240,5 mil unidades. Em São Bernardo do Campo fabrica caminhões e o New Fiesta, tanto a versão hatch como sedã.

 

Foto: Divulgação

 

De olho na privatização das estradas

A diferença dos investimentos público e privado nas rodovias brasileiras é um dos pontos identificados pelo estudo Transporte Rodoviário: Desempenho do Setor, Infraestrutura e Investimentos, divulgado pela CNT, entidade empenhada na privatização das rodovias brasileiras. O estudo avaliou os investimentos de 2004 a 2016 e mostrou que os recursos privados, por quilômetro, representam mais do que o dobro dos públicos.

 

Em 2013 as concessionárias brasileiras investiram, por quilômetro, o maior valor no período: R$ 447 mil. Em 2016, houve redução, para R$ 354 mil 460. Ainda assim o valor é 122,1% maior do que o recebido pelas rodovias federais geridas pela União em 2016, R$ 159 mil 600/km.

 

Bruno Batista, diretor-executivo da CNT, disse que “esse é um bom parâmetro de comparação. Esse investimento das concessionárias faz com que o nível de qualidade seja significativamente superior ao das rodovias mantidas pelo poder público”.

 

Na edição de 2016 da Pesquisa CNT de Rodovias a extensão concessionada com estado geral classificado como ótimo ou bom foi de 78,7%. Nas federais, sob gestão pública, foi de 42,7%.

 

O novo estudo da CNT mostra que, desde a década de 1990, o País adotou a alternativa de participação da iniciativa privada no provimento da infraestrutura de transporte via concessões. De 2004 a 2016 foram investidos R$ 49 bilhões 960 milhões pelas concessionárias.

 

Só em 2016 o investimento privado foi de R$ 6 bilhões 750 milhões, em 19 mil 31 km. Nesse mesmo ano as rodovias públicas federais receberam R$ 8 bilhões 610 milhões para investir em mais do que o dobro da extensão, 53 mil 943 km. A análise evolutiva mostra que o volume anual de aportes acompanhou a expansão do programa de concessões rodoviárias. Apesar disso o valor investido – por quilômetro de rodovia concedida –, que apresentou incrementos consecutivos de 2004 a 2013, registrou retração de 2014 a 2016.

 

Segundo o estudo esse resultado se deve à crise econômica e às dificuldades enfrentadas pelas novas concessionárias. Uma delas: a pesquisa a CNT destaca o financiamento das obras devido às mudanças na política econômica governamental, principalmente do BNDES.

Foto: Fotos Públicas – Antony Sappres