Caminhão elétrico MAN será testado pela Ambev

A principal atração da MAN na Fenatran 2017 é o e-Delivery, caminhão elétrico ainda na fase de protótipo, que integrará a frota da Ambev já no ano que vem — a Ambev é um dos principais clientes da MAN. Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN, contou como surgiu o interesse da Ambev:

 

“Vendemos, há pouco tempo, 405 caminhões para a Ambev e durante as negociações a empresa demonstrou interesse em veículos não poluentes, com menor nível de ruído, e nós oferecemos o nosso protótipo do caminhão elétrico para ser testado na sua frota, a partir de março”.

 

A MAN tem apenas duas unidades do e-Delivery. Enquanto uma é testada no uso diário no Brasil a outra é aprimorada pela empresa na Alemanha, para que os testes estejam finalizados a partir de 2020, quando a MAN terá tecnologia pronta para produzir o modelo em série. Mas há um caminho a percorrer até a produção em série:

 

“A partir de 2020 teremos condições de entregar este caminhão para qualquer cliente, desde que os testes, todos, sejam positivos, e que a gente encontre uma equação econômica viável, com o cliente colocando o preço máximo e que seja possível produzir o caminhão com custo abaixo desse valor. Por isso ainda é um protótipo, pois é preciso chegar a essa adequação de preço e custo. Mas fatores como tecnologia nacional e plataforma modular podem ajudar nessa conta”.

 

Porém, caso a Ambev tenha interesse em compor a sua frota com algumas unidades do e-Delivery, a MAN já tem capacidade para produzir o modelo: “Se depois de seis meses de testes, por exemplo, a Ambev decidir que precisa de mais dez ou vinte unidades, nós conseguiremos atender com uma produção especial, chamada internamente de SDE”.

 

A tecnologia utilizada no e-Delivery é nacional, desenvolvida em parceria com a Eletra, que forneceu o powertrain do caminhão, motor e câmbio, e baterias. Empresas parceiras da Eletra fornecem esses componentes, que são centralizados e fornecidos para a MAN. Engenheiros das duas empresas trabalharam juntos para tornar viável o produto do ponto de vista técnico. No futuro, com produção em série, a MAN fará o e-Devilery na mesma plataforma que produz o Delivery com  motor a combustão, como já existe na produção de automóveis, utilizando uma plataforma modular. É um projeto totalmente desenvolvido em Rezende, RJ.

 

A MAN notou que essa parceria com a Ambev não tem exclusividade, pois pretende atender a outras empresas no futuro, de outros segmentos, como o de logística: “A gama de clientes potenciais é altamente expressiva também em outros segmentos, como o de logística, com a JSL, que já é nossa cliente e que opera dentro dos principais centros urbanos do Brasil. Concorrentes da Ambev também poderão usar o caminhão elétrico”.

 

A unidade e-Delivery que ficará com a Ambev tem motor de 80 kW, ou 109 cv, torque de 49,8 kgfm, câmbio automático e autonomia de 200 quilômetros, segundo a MAN. Para uma recarga completa da bateria são necessárias três horas, e uma recarga rápida, de 30%, é feita em 15 minutos.

Randon intensifica projeto de internacionalização

Em busca da meta de ter em torno de 30% da sua receita gerados por vendas externas a Empresas Randon, de Caxias do Sul, RS, investiu em torno de R$ 9 milhões na construção de novo parque fabril na China, em Pinghu, Província de Zhejiang. Tem 15 mil m² de área construída, o que representa mais do que o dobro da atual, que tinha 6 mil m². O anúncio foi feito na segunda-feira, 16, em São Paulo, durante a Fenatran.

Os investimentos contemplam, ainda, novos equipamentos e incremento de 2,5 vezes na área de produção, que passa de 4,5 mil m² para 11 mil m², onde serão produzidas lonas e pastilhas de freio para veículos comerciais, e que gerará até duzentos novos empregos nos próximos anos. O objetivo da Fras-le é triplicar o faturamento na China em quatro anos, garantiu Sérgio Lisbão Moreira de Carvalho, diretor presidente da Fras-le e COO de Autopeças:

“É um desafio que a empresa decidiu enfrentar para crescer no mercado local e transformar a unidade em plataforma de exportação para os países da região Ásia Pacífico”.

Com inauguração programada para 30 de novembro a nova Fras-le Asia terá capacidade para produzir anualmente até 5 milhões de peças em pastilhas e até 10 milhões de unidades de lonas, num aumento gradual. Inicialmente serão 1 milhão 750 mil pastilhas e 4 milhões de lonas.

A Fras-le atua no mercado chinês desde 2001. A partir de 2006 passou a atendê-lo por meio de operação comercial fixada no país até a instalação da fábrica, em 2009.

Moreira de Carvalho também reconheceu investimento na Colômbia, onde a empresa terá um centro de distribuição. E antecipou que a Fras-le avalia outras ações, o que inclui planos de aquisição.

No segmento de implementos rodoviários o COO de Montadoras, Alexandre Gazzi, confirmou para março o início das operações de joint-venture no Peru, a partir de acordo firmado com o grupo chileno Epysa. O mercado peruano, o terceiro maior na América do Sul no segmento de implementos, absorve de 5 mil a 6 mil unidades anuais. Será instalada uma fábrica na Capital, Lima, para fabricação, montagem e venda de semirreboques da marca Randon, com capacidade para produzir até 1 mil unidades ao ano.

Gazzi disse que o atendimento aos mercados externos deverá seguir esta linha de ação, considerando questões logísticas e de custo: “Não dá mais para continuar produzindo tudo em Caxias do Sul e mandando para esses mercados. Precisamos nos tornar mais competitivos”.

Ele também anunciou a retomada das obras da nova fábrica em Araraquara, SP, para produção de modelos canavieiros e basculantes, além de vagões ferroviários. O início operacional está programado para o primeiro semestre do ano que vem. O projeto, que foi interrompido em função da crise, não sofreu mudanças, sendo mantida a construção de 25 mil m². A empresa já investiu R$ 70 milhões em terraplenagem e edificações, de um total estimado em R$ 100 milhões até a conclusão. Para a primeira etapa serão recrutados 120 trabalhadores para as funções de montadores soldadores, pintores e almoxarifes.

Crescimento de 5% – O diretor presidente da Empresas Randon, David Randon, projetou para 2018 expansão de 5% a 10% nos negócios, dependendo do segmento. Acredita que o primeiro semestre será mais intenso, pois o segundo ainda é uma incógnita por causa das eleições. Para 2017 estima desempenho semelhante ao do ano passado.

Para Randon medidas já adotadas, como redução de juros, definição de políticas de financiamento por parte do BNDES e aprovação da reforma trabalhista, são essenciais para a retomada da economia. Mas reconhece que é preciso avançar, como na questão da previdência:

“Acredito que à frente o crescimento venha a ser mais rápido. Há investidores querendo trazer recursos para o Brasil, mas seguem cautelosos”.

A Empresas Randon participam da Fenatran com todas as suas operações. A área de autopeças tem dezessete novos produtos e no setor de implementos são cinco as novidades.

 

Foto: Marcelo Moojen/Moojen Arquitetura

DAF ingressa no segmento off road

Primeiro ele manifestou otimismo com a recuperação da economia brasileira e com o aumento da participação DAF no mercado doméstico de caminhões. Depois o presidente Michael Kuester anunciou novos produtos para o segmento off-road, com o aporte de R$ 50 milhões no desenvolvimento dos modelos CF85 e XF 105. Suas vendas foram iniciadas na Fenatran, com entregas programadas para 2018.

 

Outro novo produto apresentado é XF105 4×2 para os segmentos de cegonha, químico, baú e sider.

 

Kuester ainda confirmou investimnento de R$ 100 milhões na ampliação da oferta de peças para reposição: são mais trinta linhas com coisa de oitocentos itens. Outra iniciativa, que exigiu R$ 200 milhões, foi a ampliação da rede, para 33 unidades, sendo 23 concessionárias e dez postos de atendimento.

 

Esta estrutura cobre cerca de 85% do mercado nacional, e o objetivo é alcançar 45 pontos visando atender todo o país.

 

A DAF também ganhará o suporte do Paccard Financial, que iniciará operações junto à matriz da empresa, em Ponta Grossa, PR. De acordo com o presidente são mais R$ 100 milhões investidos. O início do atendimento depende apenas de liberações burocráticas:

 

“Desde que chegamos ao Brasil já investimos mais de R$ 1 bilhão. Queremos, no curto prazo, ser um dos líderes do mercado“.

 

O diretor comercial da DAF, Luís, Gambim, disse que os dois novos caminhões visam a atender aos emergentes segmentos de cana de açúcar e florestal. Observou que a produção de cana, no ano passado, no Brasil, chegou a 650 milhões de toneladas, e a de celulose alcançará 11 milhõe em 2017. O CF85, que servirá ao segmento de cana, estará disponível em três opções de cabine: Day Cab, com teto baixo, Sleeper Cab, com teto baixo e cama, e Space Cab, com cama e teto alto. A opção maior ainda tem como opcional o Skylight, faróis de teto que proporcionam maior visibilidade durante operações noturnas em campo.

 

A linha XF105, para o setor florestal, está disponível em duas opções de cabine: Comfort Cab e Space Cab, ambas com cama e agregando todos os opcionais e diferenciais da linha CF. Os dois modelos também contam com o primeiro degrau de acesso à cabine reforçado, o que aumenta sua durabilidade. O modelo florestal pode ser equipado também com sistema de exaustão vertical.

 

Os dois modelos são equipados com motor Paccard MX 13, de 12,9 litros – o CF85 tem potência de 460 cv e o XF105 de 520 cv. O motor tem bloco em ferro fundido vermicular, seis cilindros em linha e é fabricado na unidade de Ponta Grossa. A embreagem Sacks Heavy Duty e a transmissão ZF ASTronic automatizada de 16 marchas são preparadas para uso severo: ambos têm PBTC de 125 toneladas e CMT de até 175 toneladas.

 

De acordo com Gambim o XF105 off road atende à nova legislação que permite PBTC de 91 toneladas, em rodotrens de 11 eixos, uma solicitação do setor sucroalcooleiro.

 

O projeto dos caminhões off road da DAF começou há mais de dois anos e acumula 300 mil quilômetros rodados em testes na operação. A primeira etapa consistiu na instalação de mais de duzentos sensores em um caminhão, que circulou por fazendas de diversos estados. O diretor de desenvolvimento, Ricardo Coelho, definiu essa etapa como fundamental por ter possibilitado a coleta de dados sobre as operações off road no Brasil.

 

A linha ainda passou por testes de durabilidade acelerada em pistas especiais antes de seguir para campo em operações de grandes clientes. Atualmente, são quatro caminhões: na Cevasa-Cargil e na Biosev, duas das maores processadoras de cana de açúcar do país, e na Klabin e na Expresso Nepomuceno, em duas operações de madeira.

 

Foto: Divulgação

Volvo vê a saída do túnel

O presidente do Grupo Volvo global, Martin Lundstedt, e Claes Nilsson, CEO da Volvo Trucks, manifestaram otimismo com a recuperação da economia brasileira. Ambos participaram de encontro com a imprensa, no domingo, 15, durante a Fenatran, em São Paulo. Lundstedt recordou que picos e vales existem em todas as economias, e que o Brasil dá sinais efetivos de retomada. Para ele o País é um dos que mais tem potencial para crescer no longo prazo.

Presente em 194 países a Volvo, segundo ele, tem somente 1,5% de suas vendas com origem na Suécia. O Brasil é líder em vários segmentos, como mineração, agricultura e transporte de longa distância: “Continuaremos a investir aqui, onde as tecnologias são facilmente absorvidas”.

Nilsson retornou um pouco no passado: estava na presidência do grupo na América Latina quando a crise começou mas, em momento algum, a Volvo deixou de acreditar na recuperação: “Percebe-se que o Brasil está saindo do fundo do poço. Temos sinais saudáveis de recuperação”.

Wilson Lirmann, presidente da companhia na América Latina, seguiu na mesma linha ao observar que a retomada já está em andamento no mercado local. E apontou que a região tem oferecido boas oportunidades, como os mercados da Argentina, Peru e Chile.

No estande da Volvo estão expostos onze caminhões, como o modelo Performance Edition, edição especial do FH, que dá início à comemoração dos 90 anos da Volvo Trucks. É uma série limitada de veículos exclusivos, repletos de novas tecnologias e com configuração única. Um dos primeiros modelos da Volvo, o Série 2, produzido em 1928, está exposto ao lado do primeiro caminhão autônomo produzido na América Latina. Já testado em operação real e considerado comercialmente viável para o setor de transporte no Brasil, destina-se ao segmento sucroalcooleiro.

De acordo com Nilsson em todo o mundo existem em torno de 600 mil caminhões conectados, dos quais 400 mil são Volvo. Notou que na Suécia há grande uso da conectividade na atividade de mineração, e Lundstedt acrescentou que a Volvo também investe na eletromobilidade de ônibus. Segundo ele já há 3 mil ônibus no mundo operando de forma autônoma.

Em linha com a tendência de serviços conectados a Volvo lança a Manutenção Inteligente, central de monitoramento conectada e de planejamento e agendamento de manutenções preventivas para os caminhões. O serviço serve para os veículos que tenham algum de seus planos de manutenção. Também lança a Gestão de Combustível, consultoria remota de consumo de combustível criada para reduzir gastos com diesel, que chegam a representar 50% dos custos do transportador.

 

Foto: Divulgação

Meritor expande oferta para comerciais leves

A Meritor anunciou na quarta-feira, 11, a produção nacional de dois modelos de eixos traseiros para aplicação em caminhões leves e semileves. Com essa expansão da oferta a empresa busca ampliar sua participação nos clientes tradicionais e procurar espaço em outros. Ambos os segmentos, caracterizados pelo peso de carga até 9 t, são vistos como promissores no ano que vem em termos de vendas, principalmente após lançamentos recentes de novos modelos de caminhões e micro-ônibus.

 

O mercado de caminhões vem reduzindo suas perdas ao longo do ano e deverá sair do vermelho no ano que vem, segundo estimativas do mercado. Com isso a aposta da Meritor é situar seu portfólio de forma a atender todos os segmentos. De acordo com Adalberto Momi, seu diretor de assuntos corporativos, o segmento de leves era atendido pela companhia com um produto superdimensionado, que requeria a nacionalização de uma nova linha de olho nas oportunidades que, acredita, surgirão em 2018:

 

“Acreditamos que, agora, é o momento de passar mensagem ao mercado: estamos trabalhando no mesmo ritmo que eles para trazer novidades ao País. Os eixos que passamos a produzir aqui são os produtos certos para um segmento que ganhará corpo já no próximo ano e necessitará de uma tecnologia mais atual”.

 

O discurso do executivo está alinhado com o que é possível observar no mercado. Por exemplo: o maior cliente da empresa no Brasil, a MAN Latin America, anunciou recentemente a nova linha de caminhões Delivery, produzida em Resende, RJ, onde, inclusive, a Meritor possui instalações no consórcio modular. A nova versão do leve V260, da JAC Motors, e o ônibus Soulclass, da Iveco, são outras amostras de que há uma certa inclinação do mercado ao investimento no segmento leve.

 

Para Momi o comportamento do mercado de leves tem um ciclo curto de renovação de frotas por causa das severidades impostas aos veículos no ambiente urbano: “Estamos falando de operações que demandam um ritmo alto de trabalho. São caminhões de entregas e ônibus de transporte de passageiros que funcionam todos os dias, 24 horas, em ruas com buracos, sob sol e chuva. A renovação dos veículos é mais rápida. Por isso acreditamos que 2018 será um ano favorável e as fabricantes demandarão soluções atualizadas para aumentar a robustez dos veículos.”

 

Os eixos MS-10X, para veículos comerciais leves com até 9 toneladas de carga, e o MS-11X, para os que comportam até 14, serão fabricados na unidade Meritor de Osasco, SP, e foram desenvolvidos pela equipe de engenharia da empresa na Índia, um dos maiores mercados mundiais de veículos semileves e leves. Alguns itens do conjunto são importados de lá, como o diferencial. Sua nacionalização depende do crescimento do mercado nos próximos anos, informou a companhia.

 

Este ano o setor de caminhões trabalhou para reduzir as perdas das vendas dos últimos anos. No Brasil, em 2017, foram produzidos até setembro 1 mil 870 caminhões semileves, alta de 2,9% na comparação com o volume do mesmo período no ano passado. No período foram produzidos 12 mil 445 caminhões leves, queda de 5,6%. Nos licenciamentos, de janeiro a setembro, foram 2 mil 486 semileves, 6,4% a menos do que no mesmo período de 2016, e 8 mil 96 unidades de leves, 20% a menos.

 

Foto: Divulgação

JAC mostra seu urbano V260

A Jac Motors lançou na quarta-feira, 11, o caminhão VUC V260, para aplicação 100% urbana, com capacidade de carga de 1,5 tonelada e que concorrerá diretamente com Hyundai HR e Kia Bongo. Segundo a Jac o lançamento foi feito nesse último trimestre para não correr o risco de a cota de importação, de 4,8 mil unidades/ano, ser ultrapassada. De outubro a dezembro pretende mensurar a aceitação do modelo para planejar o volume de importações da China no ano que vem.

 

A expectativa é a de que o Rota 2030 acabe com as cotas de importação e que seja possível voltar a importar volume maior do que a cota atual.

 

A expectativa inicial da Jac é vender de quarenta a cinquenta unidades/mês a partir de janeiro, mas a empresa adverte que esse volume poderá ser maior, dependendo da demanda do mercado e de como ficará a situação das cotas de importação.

 

O maior trunfo para atingir o número de vendas planejado inicialmente é o preço, R$ 69 mil 990, com ar-condicionado de série na única versão que virá para o Brasil. O caminhão fica, assim, até R$ 4 mil mais barato do que os concorrentes. O grande diferencial é o ar condicionado, oferecido como opcional pela concorrência e que deixa seus modelos até R$ 7 mil mais caros, segundo a Jac.

 

O segundo maior trunfo é motor, um 2.0 de 103 cv de potência e torque de 26,5 kgfm que consome até 7% a menos do que os 2.5 oferecidos pela concorrência. O diferencial, aí, é que os V260 em tese têm mais torque do que os outros, um ponto que a Jac destaca como “muito importante” à medida que seu modelo serve para aplicações urbanas, que requer força para sair carregado nas subidas e suportar o para e anda do trânsito nos centros urbanos.

 

O caminhão V260 estava disponível nas concessionárias apenas para encomendas, mas após o lançamento o modelo ficará exposto em showroom.

 

Foto: divulgação

Citroën lança furgão Jumpy e quer crescer no segmento de comerciais leves

A Citroën acompanha o movimento da Peugeot, marca sua companheira sob o guarda-chuva do Grupo PSA, e inicia sua ofensiva no segmento de veículos utilitários: o novo Citroën Jumpy é um furgão produzido sobre a plataforma modular EMP2, tem capacidade de carga de 1,5 tonelada e servirá no uso urbano principalmente nos centros das grandes cidades.

 

Segundo Paulo Solti, vice-presidente do Grupo PSA e diretor geral da Citroën do Brasil, o modelo se destacará no mercado pela versatilidade e por seu baixo custo de manutenção: “Estamos trazendo para o mercado brasileiro um produto inovador e muito versátil, mas que será conhecido também pela sua atratividade comercial e seu baixo custo de manutenção. Mais do que um novo produto ele dá início à abertura de uma nova fronteira comercial da Citroën no País, que passa a ter seu foco também na comercialização de veículos comerciais”.

 

Sob o capô o Jumpy tem motor diesel 1.6 turbo de 115 cv e 30 kgfm de torque, com cabeçote, bloco e cárter de alumínio e tecnologias como o coletor de admissão integrado ao cabeçote e menor emissão de poluentes — a Citroën garante que é o que existe de mais moderno em termos de eficiência:

 

“Estamos oferecendo ao mercado brasileiro o que há de mais moderno em termos de eficiência energética, alto desempenho e respeito ao meio ambiente”, disse o chefe de produto da empresa, Lucas Lins. “Este novo motor será, certamente, a nova referência tecnológica no segmento de veículos utilitários”.

 

O câmbio é manual de seis marchas.

 

A suspensão foi desenvolvida com exclusividade para o mercado regional, preparada para encarar lombadas, buracos e valetas. O Jumpy pode ser carregado pela sua porta lateral deslizante e pelas portas traseiras, com abertura até 180 graus. Com relação aos itens de série o Jumpy tem limitador e regulador de velocidade, controle de estabilidade, assistente de partida em rampas, indicador de fadiga, luzes de condução diurna e indicador de troca de marcha no tempo ideal.

 

De olho no pós-venda a empresa oferece o Compromisso Citroën Pro, que garantirá prioridade nos serviços nas concessionárias, como revisões realizadas no mesmo dia e a preço fixo, veículo reserva para uso pessoal, pagamento parcelado em até quatro vezes no cartão para todos os serviços e peças e serviço de reboque gratuito.

 

Foto: divulgação

Antonio Megale revela as expectativas da Anfavea para 2018

Durante o Congresso AutoData Perspectivas 2018, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, não pode participar pois estava no Congresso anual da OICA, Organisation Internationale des Constructeurs d’Automobiles.

 

Mas a AutoData fez uma entrevista por vídeo com o executivo, que revelou todas as expectativas da Anfavea para o ano que vem, que foi apresentado ao público do Congresso AutoData Perspectivas 2018 na primeira palestra do dia.

 

Para quem não participou do Congresso, publicamos o vídeo no nosso canal do Youtube e basta clicar no link abaixo para assistir: https://youtu.be/nK6mZE7ra7U

 

Foto: Maurício de Paiva

Estoque baixo de motos prejudica resultado

A indústria de motocicletas está cautelosa com relação ao futuro e a Abraciclo acaba de rever, para baixo, as suas expectativas para este ano. A produção deverá ser similar à do ano passado, 885 mil unidades, com vendas no atacado de 813 mil, menos 5,4% sobre 2016, e com vendas ao varejo de 860 mil, menos 4,4% diante de 2016. Antes a entidade projetava produção 2,5% superior, ou 910 mil, vendas no atacado de 825 mil unidades, uma queda de 4%, e no varejo 890 mil unidades vendidas, queda de 1,1%.

Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, acredita que um dos motivos para o desempenho de vendas aquém do previsto seja o baixo índice de estoque. Durante o painel de Motocicletas realizado no segundo diua do Congresso AutoData Perspecticas 2018, ele disse que “o nível de estoques de determinados modelos nas concessionárias é insuficiente para atender ao mercado, o que pode ter contribuído para limitar o crescimento das vendas no varejo”.

Apesar disso Fermanian acredita que, com a chegada do verão e com o pagamento do décimo-terceiro salário, o setor volte a apresentar resultados favoráveis: “Historicamente essa época do ano é sempre melhor”.

Mesmo com os números gerais desfavoráveis Femanian destacou o bom resultado dos nichos scooter e naked, que cresceram até 60% no ano: “Em scooter tivemos o melhor setembro de todos os tempos, com expectativa de atingir 50 mil unidades este ano”.

2018 – Diante da atual conjuntura Fermanian reconheceu que 2018 ainda é incógnita: “O mercado não está uma maravilha, mas poderíamos ter melhorado se não fosse a falta de produtos”.

Oscar Pires de Castro Neto, gerente comercial da Yamaha, e Marcos Paulo Monteiro, gerente geral comercial do segmento de motocicletas da Honda, que também participaram do debate, compartilham a opinião do presidente da Abraciclo. Para eles o mercado tende a apresentar sinais de recuperação gradual com a estabilidade da economia.

De acordo com Monteiro, da Honda Suzuki, “nosso planejamento visa à recuperação gradativa, pois o mercado não está saturado”. Ele acredita que o consumidor tem intenção de compra mas não consegue acessar o produto por falta de crédito.

Já para Castro Neto, da Yamaha, a ideia é quebrar paradigmas com a ampliação do número de consumidores de motocicletas: “Muitos ainda acham a motocicleta um veículo perigoso, mas sempre é possível elevar a idade média dos consumidores”.

Rota 2030 – O setor de duas rodas está ausente no programa Rota 2030, que foi criado, como lembrou o presidente da Abraciclo, por opção do governo, exclusivamente para a indústria de automóveis.

Mas Fermanian resgatou o fato de que as empresas do setor tem investido constantemente em tecnologias de segurança, como a inclusão de freios CBS e ABS, e a redução de níveis de emissões para atender ao padrão Promot 4 – “E já estamos estudando a adoção do Promot 5”.

Outra questão que permeou o debate foi a do compartilhamento de motocicletas. Apesar de ainda não haver, no Brasil, modelo de negócio definido, Monteiro, da Honda Suzuki, e Castro Neto, da Yamaha, são a favor: “Qualquer que seja o cliente, temos de estar prontos para atender”.

“A tendência não é de posse, mas de compartilhamento, e o negócio é mobilidade”, observou Monteiro. “A motocicleta tem que ser atrativa dentro da mobilidade.”

Os participantes do painel não acreditam que os modelos elétricos sejam prioridade para o Brasil. Segundo Fermanian, da Abraciclo, esta é uma realidade distante, e Monteiro, da Honda Suzuki, lembrou que já existem motocicletas bicombustíveis no mercado: “O etanol é uma alternativa”.

Para Castro Neto, da Yamaha, ainda há espaço para a melhoria dos motores a combustão interna.

Financiamento – Os participantes do painel foram unânimes em outro ponto: o crescimento do setor depende da facilidade de crédito ao consumidor. Segundo Fermanian, da Abraciclo, somente 20% das propostas de financiamento são aprovadas, hoje, pelos bancos, o que contrasta com a experiência dos concessionários, explicitada na segunda-feira, 9, de aprovação de apenas uma ficha a cada dez.

Importante é que, dependendo da velocidade do crédito, produção e vendas podem crescer, sintetizou Monteiro, da Honda Suzuki: “Em um crescimento moderado podemos estimar aumento de produção de 4% a 5% no ano que vem. E até de dois dígitos em alguns segmentos, como o de scooters”.

Independente disso todos acreditam que este é o fundo do poço – como declarou Castro Neto, da Yamaha, “a inflexão foi alcançada”. E essa é uma oportunidade que pode, ainda, abrir novas vendas, pois nem todos os bancos comerciais atuam com financiamento de motocicletas.

Segundo o presidente da Abraciclo os financiamentos, hoje, representam um pouco mais de um terço de todas as vendas de motocicletas no mercado brasileiro: “Já é o principal canal de escoamento do nosso produto no mercado”.

As demais modalidades de vendas, pela ordem, são à vista e os consórcios.

 

Foto: Maurício de Paiva

Hora de abrir os cofres

O setor automotivo nacional é bastante dependente de crédito e, ao menos no que depender exclusivamente deste quesito, o crescimento está garantido. A opinião foi compartilhada pelos três representantes de entidades financeiras que formaram painel sobre o tema no segundo dia do Congresso AutoData Perspectivas 2018: Luís Montenegro, presidente da Anef, Paulo Roberto Rossi, presidente da Abac, e Vilmar Carreiro, superintendente do Banco Itaú.

Os números da Anef, apresentados por Montenegro, dizem muito: em todo 2016 foram liberados R$ 82,4 bilhões para financiamento de autoveículos no País. Em 2017, até agosto, já foram R$ 63 bilhões, com expectativa de alcançar R$ 91 bilhões até dezembro – alta, portanto, próxima de 10%.

Para 2018 a Anef trabalha com expectativa do volume de crédito disponível para financiamentos de veículos alcançar, de janeiro a dezembro, R$ 112 bilhões, crescimento de 25%: “A soma dos dois anos alcançaria, portanto, uma elevação de 35%, o que é bastante representativo”.

Carreiro, do Itaú, compartilhou a visão positiva mas lembrou que até agora boa parte dos recursos está sendo utilizada para financiamentos de modelos seminovos e usados, “que significam a parcela de prestação que cabe, hoje, no bolso do consumidor”. Ele recordou que até 2013, quando o mercado vivia tempos gloriosos, a maior parte do crédito era destinada a modelos 0 KM de entrada, com praticamente 100% do bem financiado e prazo longo.

“Atualmente o perfil mudou: o consumidor já tem um veículo para dar de entrada, o que torna o crédito melhor e mais responsável.”

Segundo o Itaú a inadimplência está sob controle, na faixa de 4% – índice que “requer cuidado mas é um bom resultado, vez que recentemente já chegou a 7%”.

O representante do banco rebateu críticas de alguns profissionais de montadoras, especialmente das áreas de venda, que apontam seletividade exagerada nas liberações, com algo como apenas três fichas aprovadas a cada dez remetidas: “Depende muito do segmento. Nos 0 KM, por exemplo, essa relação é de seis aprovações para cada dez”.

Montenegro acrescentou que no caso especifico dos bancos de montadoras a relação é ainda maior, com sete e meio para cada dez.

Carreiro também observou que em 2018 a tendência é de uma redução nas ofertas generosas de taxas promocionais pelos bancos de montadoras, o que tende a desembocar em “maior igualdade de disputa dos bancos comerciais em geral com os de montadoras”.

Para os consórcios o panorama é muito parecido, afirmou Rossi, da Abac: em 2017 já se registra crescimento na contratação de novas cotas, de 14% nos veículos leves e de 12% nos pesados, de janeiro a agosto no comparativo com o ano passado.

São hoje 7 milhões de consorciados ativos no sistema, afirmou, sendo 6 milhões no segmento automotivo. O dirigente lembrou que, diante da crise, boa parte dos novos grupos teve prazos alongados em busca de parcela menor de prestação, como até 84 meses para os leves, 114 meses para os pesados e setenta meses para as motos.

Outro cenário importante, revelou, é que muitos consorciados foram contemplados mas optaram por não retirar o bem, especialmente nos pesados, considerando o cenário até agora pouco estimulante para fretes. Assim, segundo Rossi, da Abac, “existe hoje uma demanda reprimida enorme, inclusive para renovação de frotas de veículos comerciais”.

Foto: Maurício de Paiva