Indústria de implementos não aceita pedidos para 2017

Após fechar as vendas do primeiro bimestre do ano em queda de 33% na comparação com igual período de 2016 a indústria brasileira de implementos rodoviários convive com situação totalmente oposta. Além de projetar alta, que pode chegar a 5% na comparação com 2016, o segmento tem carteira de pedidos bem encaminhada para o primeiro trimestre do ano que vem. De acordo com Alcides Braga, presidente da Anfir, durante encontro com jornalistas na terça-feira, 17, na Fenatran, “historicamente não realizávamos vendas até o carnaval. Hoje já temos volumes expressivos para o início do ano que vem, que estimamos evolua em torno de 20% sobre as projeções de 2017”.

 

Ele se encontrou com os jornalistas logo depois de reunião com representantes do setor, realizada no estande da entidade: “Quem não veio à feira já demonstrou arrependimento”.

 

As projeções para 2017 indicam emplacamentos de 23 mil a 24 mil veículos rebocados e de 40 mil carrocerias sobre chassi, levemente acima de 2016, que teve total de 61 mil 996 unidades: foram 23 mil 187 rebocados e 38 mil 809 leves. Para 2018 Braga projeta a entrega de 26 mil a 27 mil veículos na linha pesada e perto de 50 mil na leve, acréscimo de 15% a 20%.

 

“Há premissas bem claras para a retomada do consumo no ano que vem. Já existem indicações boas de demanda em setores como o de bebidas, que consomem carrocerias sobre chassis.”

 

No segmento de veículos rebocados ele apontou para a necessidade de renovação gradual da frota em razão dos avanços tecnológicos, que resultam em redução de peso dos equipamentos em linha com a demanda dos clientes de aumentar os volumes transportados por viagem. O dirigente ainda mostrou-se otimista com o novo perfil de compradores que deve surgir a partir das concessões de aeroportos e estradas. No passado quem ganhava as concessões eram as próprias construtoras, que tinham suas frotas próprias. Agora serão empresas que atuam especificamente na área de aeroportos e que não tem equipamentos: “Isso trará impacto interessante para o setor, principalmente nos modelos basculantes”.

 

10% a menos de capacidade – Outra tendência para o futuro do setor é a sua concentração em menor número de empresas, uma das decorrências da crise dos últimos três anos que levou à descontinuidade de vários negócios. O presidente da Anfir estima que a capacidade instalada no setor, de 210 mil unidades anuais no período pré-crise, tenha caído para algo como 180 mil: “Tivemos o fechamento das operações de quinze empresas associadas. Também perdemos em torno de 30 mil postos de trabalho, algo como 40% do quadro. Felizmente estamos retomando parte destes empregos”.

 

A maior parte das empresas que fecharam é de pequeno porte, com foco na produção de carrocerias sobre chassis.

 

Dentre as situações mais emblemáticas está a da Guerra, em recuperação judicial e sem produzir há cerca de seis meses. A fabricante de Caxias do Sul, RS, tinha disputa aguerrida com a Facchini pelo segundo lugar no ranking, participando com 10% a 15% do mercado e produção anual média de 9 mil a 10 mil unidades. Atualmente os cerca de oitocentos funcionários estão sem receber salários e o plano de recuperação judicial, que não teve aprovação dos credores, está em análise na Justiça de Caxias do Sul. O Ministério Público Estadual já manifestou parecer pela decretação de falência. Outras empresas importantes, que também enfrentaram dificuldades, como Rodofort, de Sumaré, SP, e Noma, de Maringá, PR – esta presente com estande na Fenatran – começam a retomar sua produção.

 

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Banco Mercedes-Benz tem taxa especial para o CDC na Fenatran

Durante a Fenatran 2017, o banco Mercedes-Benz se mostrou confiante na capacidade de fechar negócios no evento: “Temos uma grande expectativa que o evento mudará um pouco o cenário do mercado, gerando bastante negócios, mas é difícil falar sobre o número de contratos que vamos fechar”, disse Diego Marin, diretor comercial. Para atrair compradores, o banco está oferecendo uma condição diferenciada para o CDC: taxa de 0,79% ao mês e 180 dias de carência para o pagamento da primeira parcela, sendo que esta condição será oferecida apenas durante a feira e, depois, voltará ao padrão com taxas de 0,99% a 1,09%. “Acreditamos que essa condição do CDC ajudará a aumentar o nosso volume de negócios, pois é exclusivo para o evento e deve atrair mais clientes, sendo mais um atrativo para movimentar o mercado”.

 

O Finame ainda é o financiamento mais procurado pelos compradores de caminhões, representando 75% do total, mas existe uma tendência de queda na participação do Finame no volume de financiamentos: “Com a queda das taxas, o CDC para clientes grandes ficou bastante competitivo e, em alguns casos, melhor que o Finame. O leasing operacional e financeiro também está ganhando espaço no mercado, pois assim como o CDC, são menos burocráticos e levam menos tempo para sair”, disse Marin.

 

De acordo com o diretor, o leasing operacional do banco Mercedes-Benz está ganhando cada vez mais terreno, pois dependendo do modelo de negócio do cliente, ele não quer ter os bens no nome da empresa ou se preocupar com a revenda dos caminhões no futuro e, com isso, essa operação se torna mais viável. O processo do leasing operacional do banco é voltado para os extrapesados rodoviários e para definir o preço da parcela é feito um estudo do modelo de negócio do cliente, sua aplicação, quantos quilômetros ele roda por mês e prazo de contrato, sendo que o número de unidades envolvidas pode ajudar no valor final da negociação, mas não é um grande fator. Cada cliente pagará um valor, mesmo operando com o mesmo caminhão, por causa das questões citadas acima.

 

O diretor também se mostrou confiante para o último trimestre deste ano, que acumula queda de aproximadamente 9% e para 2018: “Espero que o mercado tenha o mesmo desempenho do ano passado, pois mesmo com um começo complicado, a confiança está de volta e estamos no caminho da retomada. Para o ano que vem, esperamos um crescimento de 10% a 20% e isso será bom para o nosso banco, pois se vendermos mais caminhões teremos mais opções de fazer negócios”.

 

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Ford projeta 2018 com alta de dois dígitos

Após definir a atual crise como “dura e pior do que a de 1929”, Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, estimou alta de dois dígitos para o setor automotivo no ano que vem. Já 2017, em sua opinião, deve fechar estável com os números do ano passado.

 

Durante encontro com a imprensa, na Fenatran, o presidente disse que a recuperação da economia será lenta, mas identificou sinais promissores, como o aumento do tráfego de veículos nas estradas e das vendas de papel corrugado, utilizado em embalagens, insumo que permite monitorar o andamento dos negócios. Chamou atenção para a necessidade, cada vez maior, de competitividade interna e externa, possível por meio de investimentos permanentes na inovação:

 

“O cliente exige sempre mais ferramentas inteligentes e conectadas”.

 

Em linha com essa tendência exemplificou com o desenvolvimento, pela empresa, no Brasil, do boné de alerta, que identifica os primeiros sinais de fadiga do motorista ao volante. Com aparência de um boné comum tem recursos inteligentes que ajudam o caminhoneiro a dirigir com mais segurança.

 

Equipado com sensores que monitoram os movimentos da cabeça emite três tipos de alerta ao detectar sonolência, indicando ao motorista fazer uma parada e descansar antes de seguir viagem. Ainda em fase de protótipo a tecnologia não tem data programada de lançamento.

 

João Pimentel, diretor de operações, destacou o protótipo Cargo Connect, desenvolvido no Brasil e equipado com sensores, câmaras, radar e outros recursos semiautônomos. Montado sobre um Cargo 2429 8×2 Torqshift, o primeiro da marca com essa configuração de tração, traz sistema autônomo de frenagem, alertas de ponto cego, de permanência em faixa e de fadiga, piloto automático adaptativo e monitoramento de 360 graus do caminhão com câmaras conectadas a uma central de operações.

 

Para produtividade as tecnologias incluem gerenciamento inteligente de carga, sistema de leitura de placas de trânsito, ajuste automático de torque e potência conforme o peso e condições de rodagem. Tem também sistema de diagnóstico que orienta a manutenção preventiva para evitar paradas não programadas.

 

O caminhão F-450 Super Duty, produzido nos Estados Unidos, é exemplo da abrangência do Ford Série F, linha de veículos comerciais campeã de vendas na América do Norte e pioneira no Brasil. O veículo é destinado a serviço pesado, com chassi de aço de alta resistência e carroceria de liga de alumínio de nível militar. Com motor V8 turbodiesel de 6.7 litros, que gera mais de 440 cv, tem capacidade de tração de mais de 14,7 mil kg. Na versão chassi-cabine prevê receber implementos como guindaste para manutenção de redes elétricas.

 

Esta Fenatran tem ainda significado especial para a Ford por coincidir com a comemoração dos 60 anos de produção do seu primeiro veículo com peças nacionais, o caminhão F-600, que está em exposição.

 

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MAN mostra dezenove novidades

Com dezenove novidades, o maior número de sua história, com destaque para a nova família Delivery e o recente e-Delivery, a MAN Latin America expõe quarenta veículos em seu estande da Fenatran. De acordo com o presidente Roberto Cortes o momento é positivo e a confiança do mercado está voltando aos poucos.

 

Uma das atrações é o protótipo 33.440 Tractor 6×4, que reúne o chassi e a motorização MAN com a cabine Constellation, projeto totalmente novo e concebido em parceria das engenharias brasileira e alemã. O veículo atende a uma aplicação tipicamente nacional, o segmento canavieiro, para o transporte da cana-de-açúcar do campo para a usina, e o madeireiro, para levar toras de madeira reflorestada.

 

Para as cargas sensíveis, a empresa faz o pré-lançamento do VW Constellation 25.420 com suspensão traseira pneumática full air. O veículo tem a opção de balança embarcada, sistema que realiza a leitura da carga nos eixos.

Com o Constellation 17.280 Tractor a MAN quer atender ao crescente mercado que usa cavalo mecânico 4×2 atrelado a semirreboques de dois eixos para segmentos como cargas gerais, seca e de hortifrutigranjeiros. Um dos diferenciais é o motor MAN D08, que dispensa o uso do Arla 32, único cavalo mecânico do mercado com essa característica. O freio de cabeçote EVB é outro destaque, reduzindo a necessidade de utilização dos freios de serviço.

 

A família Constellation estreia o pacote Robust, que amplia sua vocação para o trabalho pesado. À venda a partir de janeiro o pacote se soma às linhas Trend e Prime. Em razão do novo design do para-choque, curto e metálico, os modelos Constellation Robust terão maior ângulo de entrada, ampliando sua vocação para atuar em terrenos difíceis.

 

Originalmente desenvolvidos para operações militares os caminhões com tração 4×4 chegam ao mercado civil na forma do VW Constellation 15.230: com versatilidade de rodagem em qualquer tipo de terreno, diz a companhia, o modelo é equipado com motor MAN D08 de 225 cv de potência e 850 Nm de torque. Tem eixo traseiro com bloqueio no diferencial, sistema que pode ser acionado por meio de botão no painel para auxílio em terrenos de baixa aderência, além de pneus específicos para operações com tração integral.

 

Depois do 30.330 agora é a vez do Constellation 30.280 tornar-se também um 8×2 original, com Finame de fábrica. A medida atende às demandas do mercado por veículos com maior carga transportada por viagens, além do movimento de migração de caminhões rígidos nas versões 6×2 para 8×2.

 

Os modelos Constellation 24.330 e 30.330 V-Tronic estão, agora, com PBTC, Peso Bruto Total Combinado,  de 45 toneladas. Essa atualização possibilita, na versão 6×2, operação na configuração romeu e julieta, composta de chassi rígido e reboque, ideal para o segmento de sucateiros.

 

A família Compactor ganha suspensão traseira pneumática e versão 8×2 para caixa compactadora de 19 m³. O sistema de suspensão full air permite controlar a distribuição de carga nos eixos e fazer a aferição da coleta por meio da tecnologia ELC, Electronic Leveling Control, ou controle de nivelamento eletrônico. Com isso é ampliada a durabilidade do sistema de suspensão e pneus, e facilitados os controles precisos de sobrecarga ou subcarga. A tecnologia está disponível nos modelos 17.260 4×2 e 8×2 e Constellation 24.260 6×2.

 

A novidade para a construção civil é o Constellation 32.360 com transmissão automatizada V-Tronic, eixo traseiro com redução no cubo, que ainda atende ao segmento 6×4 off-road e à terraplenagem. O Constellation 24.260 Constructor Basculante ganha versão 6×2 dedicada às operações de apoio da terraplenagem e mineração, com para-choque metálico e nova calibração de motor. Trata-se de um caminhão de entrada para a operação.

 

Atendendo às demandas do campo a VW Caminhões levou à Fenatran seu Constellation 31.330 Canavieiro, com exclusiva caixa Eaton FTS com dez velocidades.  O pacote de robustez é composto por mais de vinte itens.

 

Indicado para aplicações rodoviárias de longas distâncias e que necessitem de velocidade média superior com PBTC até 74 toneladas o MAN TGX 29.480 Crossover vem com elevação na suspensão dianteira e traseira, troca da quinta roda e instalação de um kit, que engloba componentes como protetores de farol e suportes especiais de amortecedores. Também foi agregado novo sistema de iluminação para atender à legislação atual.

 

Os clientes da MAN e Volkswagen agora podem escolher dentre três pacotes de soluções para o Volksnet e MANGuard, sistemas de telemática para gerenciamento, monitoramento e rastreamento de frota. São três modalidades: Security, Telematics e Fleet para contratar de acordo com a necessidade da operação.

 

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Ford traz novas versões para linha Ka

A Ford lançou três versões para a linha Ka 2018. No caso do hatch, as novidades são a versão S e Tecno, enquanto a nova versão do sedã é a Advanced.

 

As duas novas versões do hatch Ford Ka serão vendidas com motor 1.0 e a versão S será a de entrada, com preço de R$ 44 mil 30 e itens de série como ar-condicionado, vidros e travas elétricos. A versão Tecno será intermediária da SE Plus à  SEL, equipada com central multimídia Sync, controle eletrônico de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, farol de neblina e preço de R$ 48 mil 390.

 

A versão Advanced do Ka+ será vendida apenas com motor 1.5, situada a meio do caminho da SE Plus à SEL, com itens como os já citados no hatch, rodas de aço aro 15 e bancos com cores e costuras exclusiva e preço de R$ 55 mil 690.

 

De acordo com Fernando Pfeiffer, gerente de produto da Ford, “as mudanças introduzidas no Ka e no Ka+ aumentam as opções e reforçam a atratividade da linha, facilitando o acesso aos itens mais valorizados pelos consumidores desse segmento”.

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Toyota reduz em 30% aporte em fábrica no México

Depois de anunciar investimento de US$ 1 bilhão, para construção de nova fábrica no México, a Toyota aprovou o valor de US$ 700 milhões. Mesmo com a redução a unidade, que será construída em Guanajuato, terá capacidade para produzir 100 mil veículos por ano, com o início de operações previsto para o fim de 2019. A picape Tacoma será seu principal produto.

 

Segundo o site GuiaMotor, da Venezuela, a redução do investimento da Toyota visa a garantir a viabilidade econômica da infraestrutura e das operações. Mas o presidente dos Estados Unidos pressionou a empresa ao saber do investimento no mercado mexicano e postou o seguinte em sua conta no Twitter: “Construa a fábrica nos Estados Unidos ou pague um grande imposto de fronteira”.

 

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Chery nega acordo e greve chegará a vinte dias

A fabricante Chery e o Sindicato dos trabalhadores de São José dos Campos, SP, seguem em desacordo e a greve que paralisa a produção da companhia desde o dia 28 de setembro entrará no seu vigésimo dia na terça-feira, 17. Ambas as parte se reuniram na Superintendência Regional do Trabalho, SRT, na tarde da segunda-feira, 16, para discutir o principal pleito dos metalúrgicos, aumento salarial, mas não houve entendimento entre as partes.

 

De acordo com Antônio Ferreira, presidente do sindicato, na terça-feira haverá novo encontro da entidade com a empresa, desta vez no Tribunal Regional do Trabalho, TRT, de Campinas, SP. Será uma reunião de conciliação no âmbito legal, segundo Ferreira.

 

Cerca de 400 funcionários paralisaram a produção da fábrica de Jacareí, SP, onde a empresa chinesa produz trinta veículos por dia dos modelos QQ e Celer. Há planos de a empresa produzir no local o SUV Tiggo 2. Não há informações se a empresa postergará os planos em função da greve dos funcionários.

 

Em junho deste ano, os funcionários já haviam feito uma greve. Na ocasião, cobravam um melhor valor no pagamento da Participação nos Lucros e Resultados, PLR, oferecida pela empresa. Após um dia de paralisação, a Chery e a categoria entraram em um acordo e a produção foi retomada.

 

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Goodyear lança quatro pneus

A Goodyear apresentou quatro novos pneus no segundo dia da Fenatran 2017, em São Paulo: Armor Max MSS e MSD e Fuel Max LHD e LHS. O Armor Max MSS e o MSD são para quem opera na terra e no asfalto, como construção civil e usinas de cana, desenvolvidos com quatro cintas de aço, materiais mais resistente, e que, de acordo com a empresa, entrega mais aderência e elasticidade ao composto de borracha.

 

Já os dois pneus da linha Fuel Max são destinados ao uso rodoviário, em operações que costumam usar velocidade constante e que são pouco afetadas pelo para e anda das grandes cidades. Oferecem 6% a mais de economia de combustível e 9% a mais de quilometragem na comparação com o modelo anterior, o G657, utilizando novos compostos que tem baixa resistência à rolagem e que proporcionam alta quilometragem.

 

Os quatro pneus serão produzidos em Americana, SP, e chegarão ao mercado gradativamente: todas as medidas da linha Armor Max estarão disponíveis até março e as do Fuel Max serão oferecidas a partir de novembro. Quando todos os modelos estiverem no mercado a Goodyear pretende exportar, mas sem revelar os principais mercados.

 

De acordo com Fábio Garcia, gerente sênior de marketing da Goodyear, Brasil, sua expectativa de mercado para o ano que vem é a de que “as vendas de pneus alcancem 5 milhões 750 mil unidades. Não falamos de crescimento em porcentagem, mas este mercado costuma crescer junto com o PIB”. Com isso é possível entender que o crescimento esperado pela Goodyear fique na casa dos 2,5% — “Com relação a valores o mercado deverá movimentar cerca de R$ 13 bilhões em 2018”.

 

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Iveco: US$ 120 milhões em novos veículos.

A Iveco investirá US$ 120 milhões na operação brasileira para o desenvolvimento de novos produtos para o mercado da América Latina. O aporte, que faz parte do segundo ciclo de investimento da fabricante no País até 2019, será absorvido basicamente pela área de engenharia e servirá para cobrir os custos de construção de protótipos e adaptações de veículos comerciais do portfólio europeu ao brasileiro.

 

De acordo com seu diretor de marketing, Ricardo Barion, a bordo desses recursos os planos da empresa se dividirão em duas frentes: a primeira, expandir as linhas mais recentes lançadas aqui, como a de caminhões Tector, de comerciais leves Daily e ônibus. A segunda trata de nacionalizar veículos que são comercializados pela empresa na Europa, ou seja, adaptar modelos de lá às características do transporte brasileiro:

 

“Nós observamos no mercado em que novas linhas pode haver um desempenho melhor e, a partir da análise, vimos que há espaço para ampliação da linha Tector, por exemplo. Há estudos que mostram um avanço dos câmbios automáticos nos segmentos semileve e leve. São nichos do mercado nos quais mais se espera volume de vendas nos próximos anos. Os recursos servirão também para que possamos ofertar veículos em aplicações novas”.

 

Expansão parecida fez a MAN Latin America recentemente com sua linha de distribuição Delivery. Investiu R$ 1 bilhão para produzir em Resende, RJ, cinco modelos de caminhões leves cujos modelos que vão de 3,5 toneladas a 13 toneladas. Há a expectativa de que venham a representar 34% das vendas da MAN na região, e o futuro traçado pela líder do mercado parece balizar a concorrência no que diz respeito ao mercado de veículos comerciais.

 

Os produtos que nascerão a partir desse ciclo de investimento da Iveco no Brasil também terão como destino mercados vizinhos, principalmente a Argentina, para onde a empresa embarca os maiores volumes de suas exportações, segundo Barion: “O desenvolvimento financiado por este novo aporte contempla modelos exclusivos para outros países da América do Sul, o que reforçará nossos esforços em expandir nossa atuação regional”.

 

O ciclo de investimento para desenvolvimento de novos produtos, anunciado pela empresa no domingo, 16, no primeiro dia da Fenatran, em São Paulo, é o segundo feito no País. Em 2015 a empresa anunciou o primeiro, R$ 650 milhões até dezembro de 2016, que foi utilizado para a nacionalização de caminhões produzidos na fábrica de Sete Lagoas, MG, e modernização das linhas de produção.

 

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