Lei Renato Ferrari é questionada pela PGR e deverá ser julgada no STF

São Paulo – A PGR, Procuradoria-Geral da República, entrou com uma ADPF, arguição de descumprimento de preceito fundamental, para questionar no STF, Supremo Tribunal Federal, alguns termos da Lei 6 729/79, alterada pela Lei 8 132/90, mais conhecida como Lei Renato Ferrari, que regulamenta a relação comercial das montadoras com o setor de distribuição. Dentre os artigos questionados estão aqueles que garantem a cláusula de exclusividade, e impedem que no mesmo local sejam vendidos veículos produzidos por outras empresas, e a da exclusividade territorial, que estabelece os limites geográficos para a atuação de uma determinada concessionária.

Há ainda questionamentos com relação à manutenção de estoque e sobre cotas de compras de peças e veículos. A PGR enxerga que “a política industrial e comercial automotiva implementada pela lei intervém indevidamente na economia e viola princípios constitucionais como o da livre concorrência, da defesa do consumidor e da repressão ao abuso de poder econômico”.

Renato Ferrari, criador da lei, faleceu em 2013

Em suma a ação da PGR ataca justamente os pilares que fundamentam a Lei Renato Ferrari e as relações das montadoras com as concessionárias. Para Orlando Merluzzi, sócio-gestor da MA8, a derrubada da lei seria ruim para o setor automotivo nacional.

“Os grupos concessionários precisam investir, e investem, muito para garantir qualidade e bom atendimento ao consumidor. A derrubada destas cláusulas não seria boa para ninguém e permitiria a entrada de aventureiros, sem a mesma qualidade e o mesmo comprometimento com a marca”.

Com a queda da cláusula territorial, por exemplo, grandes grupos evitariam investir em concessionárias com o receio de que do outro lado da rua uma outra revenda, sem o compromisso com a qualidade, garantia e estoque de peças, seja aberta.

Segundo o consultor existe a falsa impressão de que derrubando estas cláusulas os preços dos veículos também cairiam: “Ao contrário eles ficariam mais caros. E com o risco de não ter a mesma qualidade, em especial no pós-venda, com o risco de peças de procedência duvidosa. O sistema de representação comercial não funciona para o setor automotivo brasileiro. Quem investiria, por exemplo, em concessionárias em áreas não tão atrativas? A falta de regras faria com que os investimentos se concentrassem em cidades grandes e deixaria alguns locais desassistidos”.

Para Merluzzi as concessionárias brasileiras são aliadas das montadoras e possuem a expertise das vendas: “Em alguns locais, por exemplo, eles facilitam a vida do comprador. Aceitam o parcelamento de parte da entrada no cartão, admitem animais ou outros veículos como parte de pagamento, dentre outros relacionamentos comerciais que as montadoras não conseguiriam fazer”.

O consultor admite, porém, que a lei, que este ano completará 45 anos, precisa ser atualizada: “Em especial com o surgimento da tecnologia na relação das concessionárias com as montadoras. Alguns pontos deveriam ser modernizados, mas ela é fundamental para o setor”.

Ministro Édson Fachin é o relator da ação da PGR. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil.

A ADPF 1 106 tem como relator o ministro Édson Fachin, que recebeu a ação no início do ano. Não há prazo para sua apreciação nem previsão de tramitação. Procurada pela reportagem a Anfavea afirmou ainda estar em fase de diálogo com todos os atores e não tem posicionamento oficial. Não houve, ainda, contato com o governo.

A Fenabrave não respondeu até a publicação da reportagem.

Eletra desenvolve trólebus que pode rodar com bateria

São Paulo – A Eletra desenvolveu o e-Trol, um trólebus que pode rodar com ou sem contato com a rede aérea de fios e garante ampla autonomia, de até 300 quilômetros com as recargas de oportunidade. Eles são dedicados a operações em vias segregadas e BRTs. 

Com o banco de baterias o e-Trol pode circular sem a via aérea e, quando preciso, pode ser recarregado nos fios de eletricidade. Suas alavancas coletoras de energia são pneumáticas e automáticas e dispensam a manipulação pelo lado externo, o que reduz o risco de desprendimento dos fios.

Serão dois modelos, um de 21m50 e outro de 12m80, que seguirão ainda este mês para homologação na SPTrans.

Para 2024 a empresa planeja também lançar versões de piso alto para os ônibus elétricos de 15m e de 12m10, permitindo adequação às características. 

Todos os modelos são produzidos na fábrica de São Bernardo do Campo, SP.

Awto completa um ano de Brasil e busca investimento para ampliar negócio

São Paulo – O aplicativo de carsharing chileno Awto, que aportou no Brasil em dezembro de 2022 com a proposta de locação de veículos por minuto, dias e meses, celebra a marca de quinhentos veículos, dentre SUVs, híbridos, sedãs, utilitários e scooters elétricas, em circulação no País.

O plano para este ano é que cresça para 2 mil o número de veículos transitando pelas ruas. Hoje o aplicativo compreende bairros das regiões Sul e Oeste da Capital, além de Alphaville, em Barueri, SP. O Awto entrará em operação também em Campinas, SP, Curitiba, PR, e Belo Horizonte, MG.

Para financiar essa ampliação da área de atuação a Awto planeja rodada de investimentos série B, com a meta de captar US$ 25 milhões durante o primeiro trimestre. Criado no Chile em 2016, onde mantém frota de 1,2 mil veículos, o aplicativo atingiu seu ponto de equilíbrio em 2021, o que abriu as portas para aportes na rodada série B.

Disponível para Android e iOS o aplicativo, que firmou recentemente parcerias com GM e Kia, permite que o veículo seja deixado em local diferente do que foi retirado. Por meio do sistema one-way o carro pode ficar em qualquer ponto disponível dentro da área coberta.

Segundo a Awto a proposta é oferecer soluções inovadoras para a mobilidade urbana ao reduzir o volume de carros no trânsito. Com base em estudo da Universidade da Califórnia chamado Shared Mobility, um veículo compartilhado retira, em média, de nove a treze automóveis das ruas. Além disto 25% dos usuários da modalidade venderam um veículo enquanto outros 25% adiaram a compra de um novo carro.

Cartilha IQA sobre reparo em eletrificados será lançada em webinar

São Paulo – O IQA, Instituto da Qualidade Automotiva, realizará o lançamento de cartilha com orientações de segurança e qualidade para veículos elétricos e híbridos preparado em parceria com a Fenabrave durante webinar do Sincodiv SP, Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo, na sexta-feira, 19.

Interessados em participar do evento, que terá apoio institucional do IQA e da Fenabrave e que será realizado na plataforma Zoom, devem clicar aqui para se inscrever.  

A cartilha possui o propósito de auxiliar concessionárias no processo de transição para a eletrificação a fim de que sejam adotados procedimentos adequados para a área de vendas e pós-vendas, incluída a segurança no reparo. O anúncio de que o material estava sendo preparado pelo IQA e pela Fenabrave foi feito no 9º Fórum IQA da Qualidade Automotiva, realizado em outubro.

Durante o webinar o gerente de serviços automotivos do IQA, Sérgio Fabiano, levará informações sobre o desenvolvimento do material e serão apresentados seus principais pontos. Também participará do evento a CKC-Bridgehill, especializada na venda de mantas corta-fogo desenvolvidas para controlar incêndios em veículos.

Carlos Zarlenga é o novo COO da Stellantis América do Norte

São Paulo – A Stellantis nomeou Carlos Zarlenga, que era presidente da operação mexicana, para o cargo de chefe de operações na América do Norte. Ele sucede a Mark Stewart, que estava no cargo desde 2018, ainda como FCA.

Zarlenga, formado na Universidade de Belgrano, em Buenos Aires, Argentina, ingressou na Stellantis em setembro de 2022, nove meses após deixar a presidência da General Motors para a América do Sul, cargo que ocupou por cinco anos. Na GM ocupou posições no Oriente Médio e na região Ásia-Pacífico.

No México, segundo a Stellantis, ele entregou “melhoria ano após ano no desempenho de vendas, participação de mercado e levou ao melhor nível de lucro ali já registrado”.

Embalagens inteligentes, econômicas e sustentáveis

Tradicional e inovadora no segmento de embalagens de papelão ondulado, a Cartrom possui 33 anos de experiência, duas plantas industriais no sul do país (Vale dos Sinos, RS, e Curitiba, PR), tem forte presença comercial nos estados de SP, PR, SC e RS, com uma carteira de clientes focada nas multinacionais e grandes grupos nacionais do setor.

Como um de seus diferenciais, a Cartrom desenvolve as embalagens de forma personalizada, de acordo com as peças que serão embaladas, visando maximizar a eficiência logística no transporte de componentes automotivos através de uma de suas linhas de produtos, a SEC®️, que nasceu para atender às demandas de empresas que necessitam de uma embalagem estruturada para proteger seus produtos e que atendam a rígidos padrões técnicos e normas internacionais.

“Desenhamos as melhores soluções de proteção para que nossos clientes tenham zero desperdício em toda a cadeia logística”, destaca o diretor executivo da companhia, Roberto Trombini.

Pronta a oferecer soluções logísticas eficientes, o que envolve a proteção do componente em si, a economia de espaço nos modais de transporte – que está relacionada diretamente a custo – e a expedição just in time diretamente na linha de produção do cliente, a Cartrom desenvolve soluções híbridas em embalagens que sejam inteligentes e econômicas, onde o papelão ondulado, combinado com vários outros materiais, possa proteger perfeitamente as peças que estarão sendo transportadas. Neste conceito, por exemplo, a embalagem de uma caixa de câmbio terá um formato bem diferente do que a de um sistema de escapamento.

Atualmente, a Cartrom oferece a sua linha SEC®️ justamente para acondicionar componentes mais pesados, principalmente destinados à exportação. Essa linha foi desenvolvida para atender às demandas dos mercados automotivo e exportador, que são extremamente exigentes e repleto de regras impostas pelos clientes no destino final. Para os especialistas em logística, as embalagens da Cartrom são uma solução ideal pelos benefícios diretos de sustentabilidade e racionalização de custos.

Empresas do setor automotivo que necessitam utilizar embalagens estruturadas para acondicionar produtos destinados à exportação e que atualmente utilizam embalagens confeccionadas com materiais de difícil destinação, principalmente a madeira, que sofre restrições crescentes pelo impacto negativo ao meio ambiente e por não ser uma alternativa sustentável, encontram na linha SEC®️ a solução do seu problema.

Roberto Trombini enfatiza que “com a chegada do ESG nas empresas, nunca foi tão relevante buscar ações que equilibrem os aspectos de sustentabilidade e performance econômica. Baseado nisso, nós estamos trabalhando em todas estas frentes para proporcionar a melhor experiência aos nossos clientes do segmento automotivo, buscando constante inovação com alternativas sustentáveis para proteção dos produtos deste ecossistema”.

Como a linha SEC®️ é uma solução personalizada e customizada que protege cuidadosamente os componentes transportados, inclusive, utilizando o máximo espaço disponível de acordo com o modal de transporte, seja rodoviário, marítimo ou aéreo, os benefícios são duplos em qualquer cálculo de custo logístico: volume e peso. Todos estes aspectos estão alinhados ao propósito da Cartrom: proteger a evolução dos seus clientes.

Diversificar = crescer

Ao longo dos últimos anos, o Grupo ABG tem se movimentado na aquisição de diversas companhias que fornecem suprimentos para a indústria automobilística. A diversificação de ramos de atuação e, como consequência, de clientes e segmentos representa um dos pilares de seu plano estratégico. São unidades de negócio líderes em rodas automotivas leves e pesadas em alumínio, conjuntos estampados e soldados, sistemas de bancos automotivos, fundição e usinagem de componentes em alumínio e latão, sistemas de controle do motor, por intermédio das unidades Neo Rodas, Neo Steel, Neo Parts, Neo Usinagem e Neo PWT, respectivamente. Essas unidades de negócio são suportadas e coordenadas pelas empresas ABG Corp e ABG Tech, que fazem a gestão das áreas financeira, administrativa e de tecnologia do Grupo.

A mais recente novidade, anunciada em novembro passado, foi a incorporação absoluta da ABC Technologies (unidade do Brasil), sediada em Araras (SP), que produz peças em polímeros e borrachas. Após a aprovação integral pelo CADE, que está em conclusão, a companhia será rebatizada como Neo Polímeros, que já possui uma série de investimentos e expansões programados. A aquisição surgiu a partir da necessidade de um dos clientes e foi conduzida pela área de M&A, atendendo como sempre a todos quesitos legais e de confidencialidade dentro do mercado de fusões e aquisições.

O objetivo do Grupo, conforme ocorreu nessa última aquisição, é atender plenamente às necessidades do mercado. De acordo com Alexandre Abage, CEO do Grupo ABG, essas operações não são definidas de forma arbitrária ou encaradas como simples compras de oportunidade. “A aquisição de empresas de diferentes segmentos, todas ligadas ao setor automotivo, gera uma sinergia bastante interessante, habilitando as unidades de negócio a fornecerem produtos e serviços e compartilharem tecnologias, criando-se um ecossistema e um ambiente de negócios cada vez mais rico dentro do Grupo em termos de conhecimento técnico, tecnologias e meios produtivos”, garante.

Além de todos os objetivos citados, a diretoria do Grupo ABG, no final de 2023, compartilhou e lançou oficialmente um plano estratégico de crescimento para os próximos cinco anos com todos os seus executivos e líderes, denominado ABG Way. Foi um compromisso assumido coletivamente, buscando o desenvolvimento sustentável e o crescimento como organização, sem renunciar aos valores sociais, ambientais e de governança, dentro da pauta ESG, profundamente alinhados em desenvolver as equipes internas para atingir a metas estabelecidas.

Um dos resultados dessa movimentação está na consolidação, em 2024, como um dos maiores grupos automotivos de capital fechado do Brasil – talvez o maior. Em breve, de acordo com Abage, todos os carros fabricados no Brasil terão um produto do Grupo ABG, fornecidos diretamente ou indiretamente através de um sistemista. Reforçando sempre os conceitos de agilidade nas decisões, sustentabilidade e excelência em qualidade e atendimento do Grupo, o alinhamento entre time comercial e de engenharia possibilita que se atenda a mais montadoras e sistemistas com serviços que vão além da produção de uma única autopeça, mas de itens e subsistemas mais completos, trazendo soluções estratégicas ao mercado.

O Grupo ABG, por meio de suas diversas unidades de negócios, atende a montadoras presentes no Brasil e na América do Sul e a seus principais sistemistas. Montadoras como Caoa Chery, General Motors, Honda, HPE Mitsubishi, Hyundai, Iveco, Nissan, Renault, Stellantis, Toyota, Volkswagen, VW-MAN e sistemistas como Adient, Benteler, Dana, Denso, Eaton, Forvia, Fram, Horse, Hyundai Mobis, JTKET, Marelli, Maxion, Magna, MWM, Proma entre outros, já fazem parte do rol de clientes.

Com a Neo Polímeros, o Grupo ABG chegará a novos clientes com itens anteriormente não fornecidos, tendo adiante um vasto campo de possibilidades em peças plásticas que compõem sistemas e partes internas e externas dos veículos, como conjuntos de dutos do sistema de ar-condicionado (HVAC), coifas de sistemas de direção (Boots), reservatórios diversos, componentes poliméricos para o motor (como filtros e partes do sistema de admissão) e até mesmo consoles centrais, além de outros componentes.

Desta forma, a Neo Polímeros vem consolidar a posição de liderança já ocupada pelo Grupo ABG em segmentos importantes e estratégicos do setor automotivo, em seu plano de expansão e atendimento pleno das necessidades de seus clientes.

Tracbel anuncia Luiz Gustavo Rocha como presidente da holding

São Paulo – Desde 2013 ocupando o cargo de CEO da Tracbel, Luiz Gustavo Rocha, 44 anos, é o novo presidente da holding que leva o mesmo nome e controla todas as empresas do grupo. O executivo também presidirá o Conselho de Administração.

Filho de Luiz Gonzaga Magalhães, que fundou a companhia junto com outros sócios 56 anos atrás, Rocha é o responsável pela condução do processo de modernização e expansão, uma vez que nos últimos dez anos foram realizadas onze aquisições e houve o ingresso em diferentes segmentos, além de máquinas e equipamentos, a exemplo do de veículos comerciais, no qual tem a Volvo como cliente.

Em 2013, quando assumiu como CEO da Tracbel, a empresa faturava R$ 700 milhões e, ao final do ano passado, alcançou cerca de R$ 4 bilhões.  Com 1,6 mil funcionários e quarenta unidades espalhadas pelo País o grupo investiu em novas tecnologias e em conectividade.

Recentemente assumiu a concessão de dezesseis lojas da marca John Deere Agrícola no Norte e no Noroeste paulista, uma das principais regiões do agronegócio do País.

Venda de peças e acessórios da VW Caminhões e Ônibus avança 10%

São Paulo – O lançamento de novos produtos e serviços da Volkswagen Caminhões e Ônibus impulsionou as vendas do centro de peças e acessórios em Vinhedo, SP, em mais de 10% ao longo do ano passado. Para o segmento de extrapesados o incremento superou os 60% em comparação a 2022.

Para Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da companhia, apesar das dificuldades de abastecimento no ano passado o resultado reflete “forte trabalho envolvendo toda a cadeia logística, com foco na melhoria da disponibilidade de peças que, em conjunto com aderentes ações comerciais, resultaram em um ano de recordes”.

Somente para os novos veículos Euro 6 foram criados 47 novos catálogos e liberados mais de 4 mil itens exclusivos. A linha de peças remanufaturadas Volks Green Line também recebeu novos produtos.