Fornecedores alemães de autopeças planejam cortes com a transição para elétricos

São Paulo – Fornecedores de autopeças alemães estão discutindo cortes de vagas de trabalho em paralelo à transformação pela qual a indústria automotiva vem passando rumo à eletrificação e com a incorporação de mais software nos veículos, o que aumenta os custos. Segundo a Automotive News Europe ZF, Bosch e Continental buscam reduzir empregos diante do cenário de economia enfraquecida e inflação elevada na Europa.

Altamente endividada, de acordo com a publicação, a ZF pode eliminar até 12 mil postos de trabalho na Alemanha até 2030, informaram sindicatos. O presidente do conselho dos trabalhadores, Achim Dietrich, afirmou à imprensa alemã que a companhia considera congelar contratações em seu país-sede e transferir produção para países com custos salariais mais baixos. A ideia é cortar um em cada quatro empregos na Alemanha.

À Automotive News Europe um porta-voz da ZF disse que os temores dos trabalhadores estão baseados em “cenários extremos” e em “suposições desatualizadas” e que a ZF “continua investindo pesadamente em suas unidades na Alemanha”.

Por sua vez a Bosch pretende cortar 1,2 mil empregos em suas unidades de software e eletrônicos, dos quais 950 na Alemanha. A economia vacilante e a inflação em alta puxada pelo aumento da energia e da matéria-prima seria o motivo para as demissões.

A Continental planeja eliminar 5,5 mil empregos no mundo, dos quais 1 mil na Alemanha, à medida que o número de áreas de negócios na sua divisão automotiva for reduzido de seis para cinco. A Brose pretende reduzir em 10% os custos com pessoal e a Schaeffler entende que as tecnologias de inteligência artificial poderão reduzir os números de funcionários nas empresas fornecedoras.

“É só o começo”

O diretor do CAM, Centro de Gestão Automotiva, Stefan Bratzel, afirmou à publicação europeia que “não ficou realmente surpreso” com a notícia, pois as consequências da rápida transformação da indústria começaram a se tornar aparentes.

“Receio que seja apenas o começo. Nesta década esperamos declínio de 20% no número de funcionários em fabricantes de automóveis e fornecedores na Alemanha.”

Arata Ichinose sucede a Atsushi Fujimoto na direção da Honda América do Sul

São Paulo – A Honda anunciou Arata Ichinose como seu novo chefe de operações executivas para a operação da América do Sul, sucedendo a Atsushi Fujimoto que, aos 62 anos, despede-se da companhia após 38 anos de jornada. 

Ichinose assume suas novas funções em 1º de abril. Ele será responsável pelas operações de produção e vendas de automóveis, motocicletas e produtos de força na região, acumulando os cargos de presidente e diretor da Honda South America, presidente e diretor da Honda Automóveis do Brasil e presidente e diretor da Moto Honda da Amazônia.

O executivo ingressou na Honda em 1991, possui experiência em diversas áreas da matriz, no Japão, com passagem pela operação nos Estados Unidos.

Anfavea espera novos investimentos com nova política industrial

São Paulo – Presentes à cerimônia de lançamento da NIB, Nova Indústria Brasil, o plano de reindustrialização divulgado pelo governo federal na segunda-feira, 22, representantes da Anfavea elogiaram o plano de medidas. Para o presidente Márcio de Lima Leite, que gravou vídeo para redes sociais, a data já é um marco para o setor industrial brasileiro:

“Que seja o início de uma transformação não só industrial mas também social, com a geração de empregos, de inteligência e de riqueza para o Brasil”.

O executivo disse que a indústria automotiva recebeu o desafio de colaborar para o Brasil voltar a crescer e receber investimentos. E disse que tem expectativa positiva de novos investimentos. Nas próximas semanas são esperados anúncios de novos ciclos das três principais montadoras instaladas no Brasil, General Motors, Stellantis e Volkswagen.

Igor Calvet, diretor executivo da Anfavea, ressaltou a inclusão do Mover, Mobilidade Verde e Inovação, a segunda fase do Rota 2030, na política industrial anunciada na segunda-feira, 22. E destacou a parceria do setor público com o setor privado no plano de reindustrialização do Brasil com a criação do CNDI, Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, de onde saiu boa parte das medidas anunciadas pelo governo.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também citou o CNDI em seu discurso: “Com essa reunião podemos dizer que finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que farão com que aconteça uma política industrial, em uma parceria da iniciativa privada com o poder público”.

Confira a íntegra da NIB clicando aqui.

Fiat celebra a venda de 100 mil unidades do Pulse

São Paulo – Desde outubro de 2021, quando foi lançado o Pulse, primeiro SUV da Fiat desenvolvido e produzido em Betim, MG, foram vendidas 100 mil unidades do modelo, que também é exportado para doze países da América Latina.

Junto com o Fastback foi responsável por aumentar as vendas da Fiat em 2023, quando a marca obteve fatia de 11% no ranking dos SUVs e a terceira posição no pódio do segmento. No ano passado foram vendidos 86 mil veículos dessa categoria, incremento de 43% frente a 2022.

Para este ano nova série especial S-Design traz acabamento escurecido nos pormenores, como nas rodas 16”, no interior, no logo da marca, na placa derrapante. No pacote são ofertados itens geralmente encontrados em versões topo de linha, como central de multimídia de 10,1 polegadas, navegação GPS embarcada, carregador sem fio, sensor de estacionamento traseiro, câmara de ré e chave por aproximação, recurso que permite partida remota via chave.

Procura por seguro de automóveis avançou 11,3% em 2023

São Paulo – No ano passado as seguradoras viram a demanda por apólices de automóveis crescer 11,3% com relação a 2022. E o motivo que teria impulsionado esta busca foi o programa do governo estabelecido pela MP 1 175/23, que incentivou a compra de 0 KM a partir da oferta de descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil para veículos de até R$ 120 mil em meados de 2023.

É o que aponta o INDS, Índice Neurotech de Demanda por Seguros, que mede mensalmente o comportamento e o volume das consultas na plataforma da Neurotech, que oferece soluções de inteligência artificial aplicadas a seguros e crédito. Dados da Anfavea mostram que o ano passado encerrou com alta de 9,7% nas vendas.

De acordo com a pesquisa os consumidores das regiões Norte e Centro-Oeste foram os que mais ampliaram a procura, com altas de 37,9% e 37%, respectivamente. Quanto ao perfil o maior aumento da demanda foi feito por pessoas com mais de 60 anos, que avançou 7,9%, e de 40 a 59 anos, com incremento de 5,6%.

Para 2024, no entanto, esta busca não deverá crescer com a mesma força, estima a Neurotech, ao ressalvar que a situação poderá mudar diante da redução da taxa de juros e com o estabelecimento de medidas em paralelo à recuperação econômica do País.

Mílton Pimenta é o novo diretor gerente da CEVA Logistics para a região

São Paulo –A CEVA Logistics anunciou Mílton Pimenta como seu novo diretor gerente para a América Latina. O executivo sucede a Nádia Ribeiro, cuja saída já estava planejada, e ocupa o cargo com a missão de continuar impulsionando a expansão do negócio na região, onde a companhia emprega 11 mil profissionais em dez países, e sua excelência operacional.

Desde 2001 na CEVA Logistics Pimenta já ocupou a função de vice-presidente sênior de contratos logísticos e transporte terrestre de 2015 a 2018 e, em 2019, liderou a transformação dos negócios da companhia na Austrália e na Nova Zelândia, onde, até dezembro, ocupou a posição de diretor executivo.  

Nova Indústria Brasil oferece R$ 300 bilhões para modernizar e digitalizar parque industrial nacional

São Paulo – Foi apresentado na segunda-feira, 22, por Geraldo Alckmin, ministro do MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o plano NIB, Nova Indústria Brasil, que traz as diretrizes da política industrial brasileira para os próximos dez anos. Estão previstos R$ 300 bilhões em financiamentos, até 2026, fim do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provenientes de fontes como BNDES, Finep e Embrapii, incluindo linhas não reembolsáveis. 

Com a nova política industrial o governo direciona o setor rumo à modernização e digitalização, a fim de encerrar o processo de desindustrialização do País. Desenvolvido em parceria com o CNDI, Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, composto por representantes dos mais diversos setores industriais, o plano estabeleceu seis missões prioritárias: cadeias agroindustriais, saúde, bem-estar das pessoas nas cidades, transformação digital, bioeconomia, descarbonização e transição e seguranças energéticas, e defesa.

Para o setor automotivo existe um capítulo à parte, divulgado no fim do ano passado, que é o Mover, Mobilidade Verde e Inovação, a segunda fase do Rota 2030. Mesmo assim existem alguns pontos que, de forma indireta ou direta, acabam gerando algum impacto no setor.

Ônibus elétricos e biocombustíveis

Dentro da Missão 3, que envolve infraestrutura, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades, a ampliação da eletromobilidade é um dos destaques. O governo pretende ampliar em 25 pontos porcentuais a participação da indústria brasileira no fornecimento dos ônibus elétricos, atualmente em 59%. A ideia é reduzir em 20% o tempo de deslocamento de casa para o trabalho, que atualmente está em 4,8 horas por semana.

Os agentes oferecerão linhas subsidiadas, a TR + 2% ao ano, para o desenvolvimento e implementação de sistemas de propulsão que usem biocombustíveis ou tecnologias híbridas e elétricas, incluindo os setores aeronáutico e marítimo. A meta é ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, atualmente em 21,4%.

O governo tem como objetivo reduzir em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado na indústria.

Compras governamentais

Dentro das licitações do Novo PAC o governo assinou um decreto que define exigência de aquisição ou margem de preferência para produtos produzidos no Brasil. Esta margem de preferência permite que a administração pública priorize produtos nacionais, gerando emprego, renda e fortalecendo a indústria.

Cadeias relacionadas à transição energética, economia de baixo carbono e mobilidade urbana são alguns dos setores que estão incluídos neste decreto. Uma comissão interministerial definirá quais produtos e serviços ficarão sujeitos a este decreto.

Derrubar burocracias

A melhoria do ambiente de negócios é outra frente do NIB. Segundo o MDIC são 41 projetos, dos quais dezessete já a serem executados nos próximos dois anos, para desburocratizar o setor produtivo e aumentar a produtividade e competitividade das empresas brasileiras. O ministério calcula que o Custo Brasil chega a R$ 1,7 trilhão por ano.

Um dos exemplos dado pelo ministro Alckmin é a aceleração da concessão de patentes. A ideia é reduzir o prazo, atualmente em sete anos, para dois anos, dentro da média global.

Máquinas agrícolas

Dentro da Missão 1, que trata das cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética, existe o objetivo de ampliar de 18% para 70% a mecanização da agricultura familiar, suprindo pelo menos 95% do mercado com produção local.

Confira a íntegra da NIB clicando aqui.

Librelato anuncia Rodrigo Corso como diretor de manufatura

São Paulo – Rodrigo Corso é o novo diretor de manufatura da Librelato. O executivo ingressou na empresa produtora de implementos doze anos atrás como gerente industrial e tornou-se gerente de excelência operacional. Agora responderá diretamente ao CEO José Carlos Sprícigo.

Corso terá o desafio de fazer melhorar a eficiência na produção. Ele afirmou que buscará otimizar processos, reduzir desperdícios, aprimorar constantemente a qualidade dos produtos e aumentar a produtividade, sempre com os olhos voltados à inovação.

Graduado em administração de empresas possui MBA em gestão empresarial e especialização em engenharia de produção com interface em administração e produção.

Stellantis apresenta plataforma elétrica STLA Large com autonomia de até 800 quilômetros

São Paulo – A Stellantis realizou o lançamento da plataforma de veículos elétricos STLA Large, que oferece baterias com autonomia de até 800 quilômetros. De acordo com a empresa trata-se de solução flexível que abrange ampla gama de veículos nos segmentos D e E, passando por carros, crossovers e SUVs.

Oito lançamentos de cinco marcas esperados para 2024 a 2026 serão projetados sobre a plataforma, disponível em arquiteturas de veículos elétricos com baterias de 400 volts e 800 volts. Segundo a Stellantis a STLA Large será usada primeiro no mercado dos Estados Unidos com as marcas Dodge e Jeep, seguidas por Alfa Romeo, Chrysler e Maserati.

A plataforma, que oferecerá benefícios de propulsão elétrica da resposta instantânea de torque combinada com zero emissões, permitirá diversos recursos de topo de segmento, incluindo energia incorporada de 118 kWh, eficiência de carregamento com 4,5 kWh por minuto e desempenho de zero a 100 km/h em cerca de 2 segundos, além de condução off-road com classificação Trail.

A STLA Large é uma das quatro plataformas globais da Stellantis dentro do seu plano estratégico Dare Forward 2030. A companhia está investindo na próxima década mais de € 50 bilhões em eletrificação para cumprir metas de atingir mix de vendas de 100% de carros de passeio elétricos na Europa e 50% de carros de passeio e caminhões leves a bateria nos Estados Unidos até 2030.

Cummins, Daimler e Paccar fabricarão células de bateria no Mississipi

São Paulo – Accelera by Cummins, Daimler Truck e Paccar escolheram o local que abrigará a fábrica de células baterias da joint venture formada por elas: o Estado do Mississipi. A expectativa é que sejam gerados, em um primeiro momento, 2 mil empregos.

Com previsão de início de operação em 2027 a fábrica de 21 GWh pretende a criação de escala para fornecer tecnologia de célula de bateria diferenciada e econômica para veículos comerciais médios e pesados.

Cada uma das três empresas deterá 30% do negócio, que será controlado conjuntamente. Os outros 10% ficarão com a EVE Energy, que contribuirá na área tecnológica com sua experiência em design e fabricação de células de bateria de fosfato de ferro-lítio.