Fiat Strada larga na frente em 2024

São Paulo – A tricampeã Fiat Strada começou o ano na primeira posição do ranking de automóveis e comerciais leves do mercado brasileiro. Foram 8 mil licenciamentos, acima dos 7,5 mil do Hyundai HB20, vice-líder, e dos 7,3 mil do Volkswagen Polo, terceiro colocado.

O ranking de janeiro teve algumas surpresas, de veículos que comumente não ocupam o Top 10 no mercado nacional. Como a picape Toyota Hilux, oitava mais vendida do mês, com 4 mil 75 licenciamentos, um a mais do que o Nissan Kicks, nono colocado.

O Hyundai Creta foi o SUV mais vendido do mês, com 4,9 mil unidades. O Chevrolet Tracker foi o segundo, com 4,2 mil.

No total o ranking de janeiro tem cinco hatches, três SUVs e duas picapes.

Veja o ranking:

Vendas de veículos crescem 13% em janeiro, para 162 mil unidades

São Paulo – As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus alcançaram 161,6 mil unidades em janeiro, volume 13,1% superior às 142,8 mil unidades comercializadas no mesmo mês do ano passado. Os dados são preliminares do Renavam e foram obtidos pela Agência AutoData.

Foi o melhor resultado para janeiro dos últimos três anos mas ficou abaixo do primeiro mês de 2021, que somou 171,1 mil licenciamentos. Com relação a dezembro, em uma comparação quase sempre desfavorável ao primeiro mês do ano pelo fato de o último mês ser tradicionalmente mais aquecido, houve queda de 14,4% diante dos 248,6 mil veículos vendidos.

A média diária foi de 7,3 mil emplacamentos em cada um dos 22 dias úteis de janeiro, embora em São Paulo, o maior mercado do País, tenha tido um dia útil a menos por causa do feriado do aniversário da Capital no dia 25, com ponte na sexta-feira, 26. Foi também superior à de janeiro do ano passado, 6,5 mil unidades/dia.

O arrefecimento das compras das locadoras, aceleradas nos últimos meses de 2023, fez com que as vendas do varejo representassem 62% dos emplacamentos, com apenas 38% registrados a partir da venda direta.

A Fiat Strada liderou as vendas de janeiro, com 8 mil licenciamentos, seguida pelo Hyundai HB20, 7,5 mil, e Volkswagen Polo, 7,3 mil.

BMW Motorrad produzirá R 1300 GS em Manaus

São Paulo – Apresentada globalmente em setembro a BMW R 1300 GS será produzida na fábrica de Manaus, AM, a partir de fevereiro, parte da celebração dos 100 anos da marca. Seu lançamento no Brasil está programado para o segundo trimestre de 2024, com a intenção de ajudar a manter a BMW Motorrad na liderança do segmento premium de motocicletas. 

A BMW R 1300 GS é o quarto dos sete lançamentos que estão programados até 2025. Os próximos três também serão produzidos na fábrica de Manaus, fortalecendo a produção local.

Produção da GM em Gravataí será paralisada por duas semanas em fevereiro

São Paulo – A General Motors paralisará a produção na fábrica de Gravataí, RS, por duas semanas, de 12 a 25 de fevereiro, a fim de promover ajustes na linha. A informação foi publicada pelo portal AutoIndústria e confirmada pela Agência AutoData. Atualmente são fabricados na unidade cerca de 1 mil Onix por dia, mesmo volume que no ano passado, em dois turnos de produção que envolvem em torno de 5 mil metalúrgicos dos 7 mil funcionários do local.

Segundo Valcir Ascari, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, a empresa não deu mais informações à entidade a respeito da parada, que se dará um mês após o retorno das férias coletivas concedidas em dezembro e janeiro, o que leva a inferir que se trata de medida para redução de estoques.

A montadora apenas confirmou a informação: “A fábrica da GM em Gravataí fará ajuste no programa de produção e concederá férias coletivas aos empregados dos dias 12 a 25 de fevereiro”.

No último dia de janeiro foi realizada reunião na fábrica da GM em Gravataí que contou com a diretoria da companhia em peso, inclusive com a presença de Luis Mesa, vice-presidente da GM na América do Sul, anteriormente diretor executivo da unidade gaúcha.

De acordo com Ascari a cúpula assegurou que a GM não deixará o País e que serão realizados investimentos em tecnologia na unidade: “No entanto, quando reivindicamos fatia dos R$ 7 bilhões anunciados na semana passada em Brasília, até 2028, e um produto novo para cá, eles disseram que dependerá do momento e não afirmaram nada a respeito”.

Internamente corre a informação de que a linha de Gravataí passará a produzir um SUV do Onix a partir de 2025. Por parte das fontes oficiais, entretanto, nada foi sinalizado.

Também foi suspensa a extensão de jornada de trabalho nos últimos três dias do mês passado, e cancelada convocação para o último sábado de janeiro. Ascari afirmou que essas atividades extras haviam sido marcadas a fim de compensar a produção nos dias em que operários foram liberados por causa dos reflexos das fortes chuvas que assolaram a região e deixaram muitos sem ter onde dormir, mas que a montadora voltou atrás.

No ano passado o Onix ocupou a segunda posição no ranking de vendas divulgado pela Fenabrave, com 102 mil unidades, atrás somente do Volkswagen Polo, com 111,2 mil unidades. O terceiro lugar ficou com o Hyundai HB20, 88,9 mil, e o quarto com o Onix Plus, 74,8 mil.

Embora tenha ensaiado uma retomada da liderança no primeiro semestre o modelo perdeu o posto para o Polo. E, conforme Ascari, nos tempos em que o Onix era o carro mais vendido do País, o volume de produção mensal em Gravataí chegava a 1,3 mil veículos em três turnos de produção.

Mercado de veículos da Argentina registra o pior janeiro em 20 anos

São Paulo – As vendas de veículos, na Argentina, somaram 33,7 mil unidades em janeiro, o pior resultado para o mês nos últimos vinte anos, segundo o Autoblog. Na comparação com igual período de 2023 houve retração de 33% e, com relação a dezembro, o volume avançou 81,6%, de acordo com os dados divulgados pela Adefa, entidade que representa a indústria local. 

Janeiro normalmente é um mês mais aquecido na Argentina, quando os consumidores buscam modelos mais atualizados. Segundo a publicação local a forte retração nas vendas é reflexo de um movimento da Adefa, que informou às suas associadas que o novo governo faria importantes mudanças nos impostos locais. As montadoras repassaram as informações aos concessionários e estas chegaram até os consumidores que, esperando por mudanças, adiaram a decisão de compra, derrubando as vendas. No fim houve apenas uma atualização nas tabelas das bases tributárias da Argentina.

No primeiro mês do ano a Fiat liderou o mercado com 5,2 mil vendas. Em segundo lugar ficou a Volkswagen com 4,6 mil unidades, seguida de perto pela Toyota, com 4,4 mil.

No ranking por modelo os veículos produzidos na Argentina dominaram o pódio em janeiro. O Fiat Cronos foi o líder, 4,8 mil, em segundo lugar ficou o Peugeot 208, 3,5 mil, e na terceira posição a Volkswagen Amarok, com 2,2 mil.

Iveco abre segundo turno com meta de elevar em 35% a produção de Sete Lagoas

São Paulo – A fábrica da Iveco em Sete Lagoas, MG, voltou a operar em dois turnos nas linhas de caminhões médios e pesados, como antecipou a Agência AutoData em dezembro. O objetivo da companhia para 2024 é elevar em 35% a produção na unidade de veículos comerciais, sobretudo das linhas Tector, S-Way e de chassis de ônibus, para atender às encomendas do programa Caminho da Escola.

Será um crescimento acima do projetado para o mercado total, segundo o presidente Márcio Querichelli: “Nossa expectativa é que as vendas ao mercado interno cresçam cerca de 14% para veículos pesados, o que inclui caminhões e ônibus. Estamos comprometidos e preparados para fortalecer ainda mais nossa posição no setor de transportes com um planejamento sólido”.

A fábrica passou por modernização nos últimos meses, com a inclusão de novos robôs de pintura e uma máquina de corte automático de tubulações. Foram promovidas alterações também no lêiaute das linhas.

Dentre as novidades prometidas para 2024 estão o início das vendas do seu portfólio verde, com os caminhões S-Way NG, movidos a gás, e a eDaily, versão 100% elétrica do utilitário.

Veículos de defesa

Também em Sete Lagoas a IDV, unidade que produz veículos de defesa que integra o complexo, segue com a produção do modelo Guarani 6×6 para o Exército e para exportações. Está prevista a produção também do LMV-BR 2 4×4, também para atender às Forças Armadas, e em testes com os militares está outro modelo, o Centauro 8×8.

JLR investe US$ 1,2 milhão em startup brasileira que recicla, repara e reutiliza baterias

São João da Boa Vista, SP – A InMotion Ventures, divisão de investimentos em novos negócios da JLR, nova denominação da fabricante Jaguar Land Rover, investiu US$ 1,2 milhão na Energy Source, startup sediada no Interior do Estado de São Paulo, para reciclar, reparar e/ou reutilizar baterias de íon-lítio de todos os tipos de aparelhos e aplicações, inclusive automotiva.

Este é o primeiro investimento da InMotion Ventures no Brasil com o objetivo de acelerar o crescimento e internacionalizar a operação da Energy Source, que desenvolveu tecnologia inovadora utilizando os conceitos de economia circular para lidar com a reciclagem de qualquer bateria, devolvendo os materiais, muitos deles raros, às cadeias produtivas industriais.

“Nossos clientes perguntam o que acontecerá com o veículo quando a bateria perder a sua eficiência. Será como os celulares antigos que param de funcionar e perdem a sua utilidade?”, perguntou João Oliveira, diretor presidente Jaguar Land Rover América Latina e Caribe. “Esta participação societária da JLR na Energy Source é o primeiro hub de inovação nessa área fora do Reino Unido e solucionará este problema que aflige os consumidores.”

Em 2021 a Energy Source desenvolveu tecnologia própria para a reciclagem de todo o tipo de bateria de íon lítio e criou uma unidade de hidrometalurgia em São João da Boa Vista. Este processo é totalmente limpo e autossuficiente: toda a energia utilizada vem dos painéis solares instalados no teto do galpão e a principal matéria-prima, a água, é captada da chuva e uma central de tratamento de efluentes devolve o líquido próprio para ser utilizado novamente na operação.

João Oliveira e David Noronha

Segundo o CEO e fundador da Energy Source, David Noronha, seu processo de hidrometalurgia é único no planeta e está pronto para triplicar a operação a partir do aporte feito pela InMotion–JLR: “95% do volume reciclado até agora tem origem em equipamentos eletrônicos. Triplicando nossa capacidade este ano vamos processar algo como 3 mil toneladas de baterias. É uma surpresa para nós em tão pouco tempo atingirmos essa capacidade”.

Desde 2021 a operação chamada de mineração urbana recuperou 25 toneladas de lítio, 150 toneladas de cobalto, 20 toneladas de níquel, 250 toneladas de grafite, 60 toneladas de cobre e 35 toneladas de alumínio, segundo Noronha. Todos esses materiais críticos retornam para a cadeia de produção em diversos setores como o de embalagens e o agrícola para serem utilizados em fertilizantes: “Ainda não devolvemos estes materiais para a cadeia de produção mais nobre, como a de novas baterias automotivas, mas este é um caminho que estamos perseguindo”.

Baterias de íon lítio

Além da reciclagem a Energy Source atua diretamente em outros dois dos quatro Rs do conceito de economia circular: o reparo de baterias e a sua reutilização em outras aplicações. O quarto R é o de reduzir utilizando técnicas de logística reversa que não estão diretamente ligadas intrinsicamente ao produto baterias, mas, conceitualmente em todos os processos da startup.

Para reutilizar baterias também foi desenvolvida tecnologia própria para avaliar e direcionar esses equipamentos aos processos de formatação de bancos estacionários de energia. Alguns desses já estão sendo utilizados em lojas da JLR para carregar aparelhos, mas as aplicações são diversas: é possível ter um banco de energia para dar suporte ao consumo residencial em caso de apagão: “A utilização desses bancos de energia reutilizando as baterias de veículos é um mercado novo e que tem grande potencial. Já produzimos mais de 10 MWh a partir de baterias de segunda vida”.

Fábrica da Energy Source em São João da Boa Vista, SP

No galpão de 4,5 mil m2 a startup também desenvolveu processos para fazer análises e reparar baterias automotivas. Trata-se de uma operação complexa porque cada fabricante tem seus protocolos para manuseio desse equipamento. Em tempo: a Energy Source não trabalha exclusivamente com a JLR, mas com outras fabricantes de veículos elétricos como a Volvo Cars e Renault, além de locadoras que possuem modelos eletrificados em sua frota: “Em alguns casos a fabricante não possui protocolos para manuseio da bateria de íon lítio e nós damos consultoria para desenvolver esses processos”.

David Noronha contou um caso emblemático em que a fabricante avaliou um carro elétrico avariado na parte de baixo e o veredicto era de que seria necessário substituir a bateria. Esse caso acabou sendo levado à startup que apresentou uma solução reparando a bateria, mantendo a integridade e todas as suas propriedades: “Uma bateria nova teria o custo de R$ 226 mil. O reparo custou 10% desse valor”.

Bateria automotiva da JLR desmontada para reparo ou reciclagem

Para a JLR a decisão de investir e se tornar sócia de uma startup tem a ver com a oportunidade de fazer caminhar sua estratégia Reimagine, que pretende descarbonizar toda a sua operação global até 2039, lembrou João Oliveira: “Lançaremos nove veículos elétricos até 2030 e abordar o impacto e o ciclo de vida das baterias é essencial para nossas ambições de sustentabilidade. Não encontramos outra empresa que faz isso dessa forma por aqui”.

Mercedes-Benz abre temporada de lançamentos de caminhões de 2024

São Bernardo do Campo, SP – A Mercedes-Benz abriu já em janeiro a temporada de lançamentos de caminhões no Brasil em 2024, após um ano de encolha, sem novidades e de baixa nas vendas. Os primeiros novos caminhões, já à venda nas concessionárias, são versões inéditas das linhas Actros, Arocs e Atego.

“Teremos muitas novidades em 2024, todas para atender a pedidos de nossos clientes”, endossou Jefferson Ferrarez, novo vice-presidente de vendas, marketing, peças e serviços para caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, que este ano sucede a Roberto Leoncini. “Nosso novo portfólio demonstra que continuamos ouvindo os clientes para apresentar soluções e que a Mercedes-Benz não para de investir em seu negócio.”

Novos Actros e Arocs

Actros 2553 6×2 ganha o motor mais potente da Mercedes-Benz no Brasil: 530 cv.

No topo do portfólio de produtos a Mercedes-Benz lança uma versão de seu extrapesado rodoviário, o cavalo mecânico Actros 2553 6×2, com o mais potente de seus motores produzidos no Brasil, o OM 471, de 530 cv. O objetivo é oferecer mais uma opção para os segmentos de transporte de grãos, químicos e cargas frigorificadas.

A nova versão agora vem de fábrica calçada com pneus Michelin, quinta-roda reforçada, tacógrafo digital, geladeira e Fleet Board, o módulo de conexão e rastreamento da Mercedes-Benz.

A linha de pesados fora-de-estrada Arocs ganha uma novidade importante este ano: a versão 3353 cavalo mecânico 6×4, também equipada com o motor de 530 cv, para puxar carretas em composições de até 91 toneladas de PBT, peso bruto total. Lançado em 2021 e focado no segmento de mineração em configuração de chassi rígido, agora o Arocs também vai servir ao agronegócio, em operações off-road para transporte de cana-de-açúcar e de madeira.

Arocs 3353 6×4: versão cavalo mecânico do fora-de-estrada já opera no transporte de cana.

Segundo Ferrarez o primeiro cliente da versão cavalo mecânico do Arocs é a Raízen, que encomendou cinquenta unidades e já começou as receber as primeiras para abastecer de cana suas usinas de açúcar e etanol. As entregas devem prosseguir até março.

Família Atego com cara de Actros ou Arocs

A linha Atego, de caminhões médios e semipesados, também ganhou novas versões, com configurações e visual diferentes a depender da aplicação para distribuição de mercadorias: transporte rodoviário ou operações fora-de-estrada.

Novas versões do Atego: modelo rodoviário (esquerda) ganhou a cara do Actros e o fora-de-estrada ficou com a feição do Arocs.

Com nova grade, faróis redesenhados e para-choque em termoplástico as novas versões ganharam a mesma identidade visual dos caminhões extrapesados da marca: os modelos rodoviárias ficaram com a cara do Actros e os fora-de-estrada adotaram a feição do Arocs.

As versões do Atego para uso fora-de-estrada, como em canteiros de obras da construção civil, são equipadas com o “pacote robustez”, que dentre outros itens inclui para-choque com ângulo de entrada mais elevado e proteção dos faróis com treliça de metal. Caso queira o cliente também pode incorporar o mesmo pacote em versões rodoviárias do Atego que são utilizadas em operações mistas, tanto em rodovias pavimentadas como estradas de terra.

Adicionalmente também estão sendo lançados novos Atego vocacionais, o 1729 para coleta de lixo, em composições para levar 15 m3 ou 19 m3, e o 1733 para corpo de bombeiros, ambos com 17,1 toneladas de PBT e equipados de série com câmbio automático Allison.

Ferrarez justificou os lançamentos para aumentar a flexibilidade da linha Atego, que tem na sua vasta gama de opções o principal argumento de vendas. A Mercedes-Benz projeta que até o fim deste ano deverá somar 180 mil caminhões Atego produzidos desde o lançamento da família, há vinte anos, em 2004.

Abimaq projeta alta de 3,5% na receita do setor de máquinas em 2024

São Paulo – A Abimaq projeta crescimento de 3,5% na receita da indústria de máquinas e equipamentos instalada no Brasil. Segundo a entidade divulgou na quarta-feira, 31, em coletiva à imprensa virtual, o mercado interno puxará a expansão, com 5,5% de crescimento, enquanto as exportações registrarão ligeiro avanço de 0,6%.

O mercado interno no ano passado registrou R$ 285,9 bilhões de receita líquida, queda de 15,4% na comparação com 2022, que já havia registrado queda de 6,9%. Considerando o resultado geral, somando as vendas no Brasil com as exportações, houve retração de 11%.

No mercado doméstico alguns segmentos deverão puxar para cima os números, como construção civil, com as esperadas obras de saneamento básico a partir de investimentos públicos e privados. O agronegócio, que nos últimos anos ajudou o mercado de máquinas e equipamentos, será um dos segmentos que puxará para baixo o resultado geral, avalia a Abimaq.

O pequeno crescimento projetado para a receita a partir das exportações não é ruim, pois em 2023 o setor de máquinas e equipamentos registrou seu recorde neste segmento, chegando a US$ 14 bilhões, superando 2012, quando o valor exportado chegou a US$ 12,3 bilhões. Na comparação com 2023 houve expansão de 14,6%. 

Mercedes-Benz espera por ano melhor para recuperar terreno

São Bernardo do Campo, SP – Após um ano bastante difícil em 2023 o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Achim Puchert, espera que 2024 seja bem melhor, tanto para a empresa que dirige como para o mercado nacional de caminhões. O executivo está animado com os sinais de recuperação da economia e com a perspectiva de anotar seu primeiro ano de crescimento desde que chegou ao País, no início de 2022.

Para isto, recentemente, a Mercedes-Benz já retomou o segundo turno de produção em São Bernardo do Campo, SP, e abriu logo neste janeiro a temporada de lançamentos de caminhões em 2024: foi a primeira a apresentar novidades, com novas versões das linhas Actros, Arocs e Atego que já começam este mês a chegar ao mercado. E a promessa é de lançar mais produtos ao longo do ano, em preparação para a Lat.Bus e a Fenatran que serão realizadas no segundo semestre.

Puchert afirmou que a Mercedes-Benz comunga da mesma projeção da Anfavea, a entidade que representa a indústria de veículos, que estima crescimento de 13% para o mercado de caminhões este ano, após o forte tombo de quase 15% com a introdução dos modelos Euro 6 cerca de 20% mais caros. Ele avalia que a empresa deve seguir o mesmo ritmo ou até um pouco melhor: “Estou certo que será um ano melhor, devemos voltar aos níveis de 2021”.

Caso a previsão se confirme significa vender de 120 mil a 130 mil caminhões este ano no Brasil. Em 2021 a Mercedes-Benz tinha 29% de participação nas vendas de caminhões no País, porcentual que desceu para 24% em 2022 e cedeu mais 3 pontos para a concorrência em 2023, para 21%. A empresa foi a que mais perdeu vendas no ano passado, com queda de 25% sobre o ano anterior, mas ainda sustenta a segunda posição no mercado nacional de caminhões.

“Claro que queremos recuperar a liderança, mas nosso objetivo é apresentar as melhores soluções e produtos aos clientes. Assim nossa participação aumentará naturalmente.”

Investimentos? Eletrificação?

Terminado o programa de investimentos da Mercedes-Benz no Brasil, de R$ 2,4 bilhões no período 2018-2022, Puchert confirmou que um novo pacote está em negociação, mas ainda não há prazo para divulgá-lo, pois a empresa ainda estuda o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, lançado pelo governo no último dia de 2023, e suas diversas regulamentações “para ver como tudo se encaixa em nossos planos até 2030, para saber o que vamos produzir aqui e o que poderemos importar”.

“Nós apoiamos o Mover porque o programa dá um norte às empresas para o desenvolvimento de tecnologias avançadas e sustentáveis no Brasil. Até 2030 veículos zero emissão vão ocupar parte relevante de nosso portfólio e precisamos caminhar nesta direção aqui também.”

O executivo afirmou que os lançamentos deste ano ainda estão sendo financiados pelo que restou do programa de investimento anterior: “Foi preciso atrasar alguns projetos por causa da pandemia e pela baixa do mercado, mas estão sendo lançados agora”.

Puchert não escondeu que a eletrificação faz parte dos planos no possível novo ciclo de investimentos. Este processo já começou no pacote anterior com o lançamento, este ano, do chassi de ônibus 100% elétrico eO500U, que está sendo entregue aos primeiros clientes no País.

Daqui para a frente, especialmente para introduzir caminhões elétricos no mercado nacional, segundo o executivo é preciso estudar com cautela quais produtos cabem na demanda brasileira: “A eletrificação é um de nossos pilares de desenvolvimento até 2030 e claro que o Brasil está incluído no plano. Temos diversas opções mas antes de importar ou de produzir aqui é necessário criar infraestrutura de recarga e assistência, o que não é simples para um país deste tamanho”.

A Daimler Truck já testa no Chile, desde o ano passado, o caminhão elétrico leve eCanter, produzido no Japão por sua subsidiária Fuso. Puchert admitiu que pode ser um bom produto para entregas urbanas no Brasil, mas não deu pista nem de quando o modelo poderia ser introduzido no mercado brasileiro.

O executivo alemão também projetou boas perspectivas para o hidrogênio como fonte de eletricidade em células de combustível para caminhões pesados: “Já temos modelos elétricos a hidrogênio desenvolvidos na Alemanha e eles podem ter boas possibilidades de sucesso no Brasil, porque o País precisa de caminhões com autonomia para percorrer grandes distâncias ao mesmo tempo em que tem grande potencial de produzir hidrogênio verde com fontes de energia limpa e renovável”.

Perspectiva de crescimento

Voltando ao presente imediato deste ano, Puchert enxerga boas perspectivas de crescimento em diversos segmentos, a começar pelo agronegócio e mineração que seguem puxando as vendas de caminhões extrapesados: “A safra de grãos deve ser menor este ano mas ainda é muito grande [mais de 300 milhões de toneladas]. O setor de cana-de-açúcar também está crescendo. Já o segmento de mineração segue aquecido pela demanda da China, que segue alta”.

Os executivos da Mercedes-Benz apostam que este ano vão vender mais modelos Actros para o agronegócio, e que no segmento de mineração os pedidos se concentram na linha Arocs. Por isto ambas as famílias de extrapesados estão ganhando novas versões que já começaram a ser vendidas.

Puchert também espera por expansão das vendas de caminhões pesados e semipesados para o setor de construção civil, reaquecido por programas do governo federal como o Minha Casa Minha Vida e o PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, lastreado em obra de infraestrutura.

O executivo avaliou que a queda do desemprego e dos juros deve reaquecer o varejo e a distribuição de mercadorias, puxando as vendas do segmento de caminhões médios e leves, no qual a Mercedes-Benz participa com as famílias Atego e Accelo.

“O desafio ainda é a velocidade da queda dos juros, que ainda estão altos”, pontuou Puchert. “É preciso cair mais para recuperar o poder de compra da população e das empresas.”

Marco produtivo

Este ano, em data ainda não divulgada, a Mercedes-Benz alcançará o marco de 2,5 milhões de caminhões e ônibus produzidos no Brasil desde 1956, quando inaugurou a fábrica de São Bernardo do Campo, SP. É o maior volume já produzido por um fabricante de veículos comerciais no País para o mercado interno e exportações.

Este ano a empresa também deverá superar a marca de 530 mil veículos exportados do Brasil para mais de cem países. Historicamente a Mercedes-Benz exporta, em média, 20% de sua produção anual no País, mas Puchert espera aumentar este porcentual: “Podemos ser protagonistas em exportações de caminhões e ônibus assim como a China e a Índia”.