Grupo BMW acelera e supera meta de crescimento em 2023

São Paulo – Ao fim do primeiro semestre do ano passado as vendas do Grupo BMW, influenciadas por dificuldades na cadeia logística global que atrasaram a entrega de carros prontos e de peças para a produção em Araquari, SC, estavam empatadas com 2022. A meta traçada pela CEO Maru Escobedo, de crescer 5%, parecia distante de ser atingida. No segundo semestre, porém, as coisas se acertaram, o desempenho de modelos BMW e Mini no mercado melhorou e a meta não foi só alcançada como dobrada: alta de 11%.

“Foi ótimo. É muito importante crescer no Brasil”, afirmou a executiva mexicana, que completa em março um ano à frente da operação nacional. “Chegamos a 15,1 mil veículos BMW vendidos, dos quais 70% produzidos em Araquari. Foi o melhor resultado da região América Latina.”.

Para 2024 o pé segue firme no acelerador. Escobedo disse que o objetivo é crescer novamente pelo menos 5% e, para alcançar a meta, ao menos quinze lançamentos estão programados. O primeiro deles será o Série 5, em versões híbrida e elétrica, já programado para março. Seis modelos da Mini estão incluídos nas novidades.

BMW Série 5, o primeiro de quinze lançamentos programados para 2024 chega em março. Foto: Divulgação.

“Começaremos a trazer para o Brasil a nova linha, com novas tecnologias, da Mini. Foi surpreendente porque os clientes sabem disso e mesmo assim, no ano passado, as vendas cresceram 31%.”

A eletrificação segue sendo pilar importante do planejamento da BMW no País, embora a CEO ressalte que todas as tecnologias seguirão sendo oferecidas: “O futuro é elétrico, mas os híbridos também são importantes e o consumidor quer também carros a combustão. Aqui seguiremos com todas as opções”.

Das vendas do ano passado 25% foram de modelos eletrificados. Com o aumento do imposto de importação o preço da linha foi reajustado, segundo Escobedo em 2%. Mas ela acredita que a demanda continuará.

Produzir elétricos em Araquari, porém, segue fora dos planos de curto prazo. Não há, na verdade, projeto de novos carros na unidade, que completa 10 anos em 2024 e que produz as linhas Série 3 e X1, X3 e X4. Sua capacidade, porém, está sendo ampliada em 10%, para 11 mil unidades/ano, só para atender ao mercado brasileiro – também não existem planos para exportar, embora no passado a fábrica tenha produzido modelos para os Estados Unidos.

Condições foram postas e investimentos da indústria chegaram

São Paulo – A Geraldo Alckmin, ministro do MDIC, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e vice-presidente da República, presente na abertura da entrevista coletiva da Anfavea à imprensa na quinta-feira, 8, o presidente Márcio de Lima Leite reafirmou a expectativa de pelo menos R$ 100 bilhões de investimentos da indústria automotiva até 2029, incluindo fabricantes, sistemistas e fornecedores. Nem metade foi anunciada: no cálculo de Alckmin foram R$ 42 bilhões.

“A indústria viverá um novo momento nos próximos cinco anos”, disse o presidente da Anfavea. “A largada é agora. O setor procurou o governo, o governo garantiu a segurança e a previsibilidade e os investimentos estão vindo.”

Lima Leite citou medidas como o Mover, Mobilidade Verde e Inovação, a segunda fase do Rota 2030, a reforma tributária, o calendário de recomposição da alíquota de imposto de importação para eletrificados e o marco das garantias como componentes importantes para a tomada de decisão das empresas: “O importante é ter a regra. A ausência de regra gera insegurança e falta de investimentos”.

A isto se junta medidas que melhoraram o ambiente macroeconômico do País, que vive, como Alckmin destacou em sua apresentação, cenário de inflação controlada, desemprego e taxa de juros em queda e PIB em trajetória ascendente. E, como lembrou Lima Leite, o câmbio sem grande volatilidade, o que permite planejamento mais assertivo das empresas.

“Temos também demanda reprimida. A taxa de veículo por habitante no Brasil ainda é baixa, tem muito potencial para crescer. E nos últimos anos o acesso ao veículo 0 KM foi menor.”

Ainda que o sinal amarelo foi aceso pela questão do comércio exterior, com exportações em queda e importações em alta, a Anfavea mantém sua perspectiva positiva para o mercado nacional nos próximos anos. São investimentos, como lembrou o presidente, que serão vistos nos próximos anos: as empresas estão pensando no longo prazo.

Mercedes-Benz programa quinze lançamentos para 2023

São Paulo – No ano passado a Mercedes-Benz apresentou 23 novidades no mercado brasileiro, uma renovação de boa parte de seu portfólio. Para este ano, segundo seu presidente e CEO Carlos Garcia, estão planejados quinze lançamentos, já considerando o Classe E apresentado na quinta-feira, 8.

Ele fez mistério quanto aos catorze que chegarão até dezembro. Um caminho, porém, está claro e será o da eletrificação dos modelos, pois 98% do atual portfólio já possui tecnologia híbrida ou elétrica.

“Hoje temos de versões híbridas leves até modelos 100% elétricos e vamos seguir eletrificando nosso portfólio. A tecnologia ainda não está presente no CLA e no G63, mas até o fim do ano, se tudo der certo, estes modelos terão algum motor eletrificado disponível no Brasil.”

Sobre possíveis veículos híbridos plug-in o executivo disse que a decisão da matriz já foi tomada, apostando em híbridos leves, híbridos convencionais e 100% elétricos, deixando as opções plug-in para outros mercados. 

A companhia busca ganhar volume no Brasil, mas segundo Garcia não é o foco principal. De acordo com ele a intenção é estar presente nos nichos relevantes para a Mercedes-Benz dentro do segmento de luxo. Para aumentar suas vendas no País aposta na rede de 46 concessionárias que cobrem 95% das regiões onde a Mercedes-Benz quer estar presente, onde existe maior demanda pelos veículos de luxo.

Parte das concessionárias já mudou o seu showroom, buscando uma aproximação com os clientes, melhor exposição dos modelos, focando no cliente que está lá dentro e não em quem está passando na rua, como já foi no passado.

Mercedes-Benz Classe E tem sistema híbrido leve por R$ 640 mil

São Paulo – Em versão única, de R$ 639,9 mil, a décima-primeira geração do Mercedes-Benz Classe E, o primeiro de quinze lançamentos programados para o ano, começou a ser vendida na rede. Foram apenas quinze unidades importadas no primeiro momento, que serão usadas como termômetro para o mercado. Conforme a demanda surgir a montadora trará mais unidades, pois, segundo o presidente e CEO Carlos Garcia, não existe restrição com relação ao volume com a matriz.

Garcia disse que algumas unidades já foram encomendadas por clientes. O sedã de luxo utiliza motor 2.0 turbo que gera 258 cv de potência e sistema híbrido leve de 48 volts acoplado ao câmbio automático de nove marchas.

Além do visual completamente novo, alinhado à identidade visual da Mercedes-Benz, mas que mantém as características de um sedã clássico, com 75 anos de história, a versão E 300 Exclusive marca a chegada do Mercedes me Connect, o primeiro modelo da marca conectado ao aplicativo que será vendido no Brasil. 

Por meio do Mercedes Me Connect os clientes terão umas série de serviços de conectividade, como abrir e trancar o carro pelo aplicativo, determinar uma zona máxima de circulação quando deixar o carro em serviços de valets, receber atualizações de softwares online, identificar tentativas de furto, eventuais batidas e agendar serviços e revisões na concessionária. A tecnologia virá também para os próximos modelos que forem lançados no País.

O sistema multimídia MBUX tem GPS nativo com conectividade 5G, que permite atualizações de trânsito em tempo real, como em aplicativos para smartphones. Composto por duas grandes telas no painel toda a tecnologia embarcada no sistema foi desenvolvida pela montadora, que tem seu próprio sistema operacional:

“É como se fosse um computador a bordo. Investimos muito nisto porque a intenção é oferecer uma experiência exclusiva para nossos clientes, com um sistema de conectividade com a cara da Mercedes-Benz”, disse Evandro Bastos, responsável pela área de produto automóvel. “E não algo igual ao que existe em outros veículos.”

O sistema tem uma série de aplicativos e, no futuro, a intenção da Mercedes-Benz é ter uma loja própria e oferecê-los para os veículos, alguns gratuitos e outros não.

A lista de itens de série oferece quadro de instrumentos digital, ar-condicionado digital e automático, com controles pela central multimídia e saídas de ar integradas ao desenho do novo painel, câmara interna que permite tirar fotos e gravar vídeos com o carro parado, bancos dianteiros elétricos com memória e diversos assistentes de condução, como de manutenção de faixa, ponto cego e frenagem.

Lucila del Grande assume vice-presidência de RH da Bridgestone nas Américas

São Paulo – A brasileira Lucila del Grande foi escolhida para assumir a vice-presidência de recursos humanos da Bridgestone Latin America & Americas. Com vinte anos de casa a executiva, que já respondia pela área de RH na América Latina, a partir de agora agregará em seu escopo as operações dos Estados Unidos e do Canadá.

A mudança está alinhada à criação da Bridgestone West, nova estrutura organizacional que abrange a atividade da fabricante de pneus nas Américas e na EMEA, Europa, Oriente Médio e África.

Outra alteração na área de recursos humanos é a nomeação de Carlos Alberto Rodrigues Júnior, diretor de RH para a Bridgestone Brasil, há catorze anos na empresa, para assumir a região América Latina do Sul, que inclui Brasil, Argentina, Chile, Peru, Paraguai e Uruguai. 

Ambos os profissionais seguem baseados no Brasil.

Indústria de ônibus cresce e supera anos de pandemia

São Paulo – Ao que tudo indica o segmento de ônibus já está pronto para dias melhores ao deixar para trás, de vez, o reflexo da pandemia sobre veículos de transporte coletivo, bastante afetados no período. A produção de chassis mais do que dobrou em janeiro, ao avançar 104,1%, somando 1,6 mil unidades.

O volume supera não só o primeiro mês de 2023, oitocentas unidades, como os de 2022 e 2021, com 1,3 mil e 1,4 mil unidades, respectivamente. Os números foram divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8.  

Na avaliação do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, em 2024 “veremos o crescimento do segmento, com o impacto de licitações do poder público começando a aparecer e, no segundo semestre, o reflexo dos pedidos do Caminho da Escola”.

As vendas, que somaram 1,2 mil unidades no primeiro mês do ano, ainda estão 32,8% aquém das de janeiro de 2023, 1,7 mil unidades. A justificativa aqui, porém, é a mesma dada aos caminhões, uma vez que a mudança para Euro 6 também se aplica aos ônibus: nos primeiros três meses do ano passado ainda era permitida a venda de 0 KM com motorização Euro 5.

Outro fator que ajuda a entender o cenário, de acordo com o economista da Anfavea, Vinícius Pereira, é que no primeiro mês do ano passado ainda havia o peso das entregas da fase anterior do programa do governo federal Caminho da Escola. Para este ano a indústria sentirá o efeito da licitação realizada no fim de 2023.

“No segundo semestre deste ano devemos sentir o programa puxando o setor, com a encomenda de quase 16 mil ônibus, sem contar que o período também será marcado por eleições municipais e as empresas rodoviárias estão, diante da maior demanda de passageiros, renovando e ampliando suas frotas.”

Quanto ao volume de ônibus produzidos em janeiro e vendidos no mesmo mês Pereira disse que esse porcentual está próximo do zero, diferentemente dos caminhões, que está em 2,8%, dentro da normalidade:

“Para ônibus o intervalo de emplacamento demora um pouco mais do que para caminhão, o que é natural pelo tipo de produto até pelo tempo para produção do chassi, encarroçamento e venda. Mas, para efeito de comparação, em janeiro de 2023 este índice também foi próximo de zero.”

Com relação às exportações foram embarcados 113 ônibus no mês passado, 61% a menos do que em janeiro do ano passado e 72,8% abaixo de dezembro. O movimento reflete as dificuldades econômicas nos mercados tidos como principais destinos das vendas de veículos brasileiras, que encolheram 43% neste início de 2024.

Produção de caminhões quase dobra em janeiro

São Paulo – A indústria fabricante de caminhões parece ter deixado para trás os dias difíceis que a acompanharam no ano passado. Ao menos os números do primeiro mês de 2024 demonstram isto: a produção do segmento praticamente dobrou, ao avançar 96,1% e atingir 7,9 mil unidades, em comparação a janeiro de 2023, quando haviam saído das linhas 4 mil.

Os dados foram divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8. Esta diferença expressiva se justifica porque no primeiro mês de 2023 as montadoras estavam preparando suas linhas para iniciar a produção de caminhões Euro 6, que engrenou a partir de fevereiro.

Os emplacamentos de 8,2 mil caminhões em janeiro, por outro lado, estão 21,4% aquém do volume comercializado no mesmo mês no ano passado, 10,5 mil unidades. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, garantiu que este recuo, porém, já era aguardado, e afirmou que os números indicam que o setor começou a voltar ao patamar da normalidade.

“Trata-se de uma queda normal porque em janeiro de 2023 nós tivemos expressivo emplacamento de veículos Euro 5. Agora não temos mais este impacto.”

Embora o volume licenciado ainda esteja abaixo de 2022, que contou com 8,7 mil emplacamentos, em uma época em que não havia o fator extraordinário da mudança da motorização e dos preços dos veículos, o patamar está acima de todos os anos anteriores até 2015.

De acordo com Vinicius Pereira, economista da Anfavea, outro indício que ilustra a retomada à normalidade é o porcentual de caminhões fabricados e emplacados em janeiro de 2024, de 2,8% pois, “embora ainda seja um período curto para ser analisado, a média histórica é de 2,2% e a diferença com janeiro de 2023 é de apenas 0,1%”.

A indústria de caminhões viveu em 2023 um dos seus anos mais difíceis, com a mudança da motorização para Euro 6 em meio a cenário de juros elevados e crédito escasso. A produção encolheu 37,8%, totalizando 100,5 mil unidades, e os emplacamentos caíram 14,7%, para 108 mil unidades.

As exportações, que haviam recuado 32,9% em 2023, somando 16,9 mil caminhões, no primeiro mês de 2024 mantiveram o ritmo que ditou o ano passado. Foram enviados a outros países 625 unidades, 39,1% a menos do que um ano atrás e 42,4% abaixo de dezembro.

Exportações de veículos despencam 43% em janeiro

São Paulo – Os embarques de veículos no primeiro mês de 2024 se reduziram quase que pela metade em comparação com o mesmo período do ano passado. As 18,8 mil unidades exportadas demonstram recuo de 43% frente às 33 mil de janeiro de 2023.

Com relação a dezembro do ano passado, quando as exportações chegaram a 25,7 mil veículos, a queda também é significativa, de 26,6%. Os dados foram divulgados pela Anfavea durante entrevista coletiva para a imprensa na quinta-feira, 8.

O motivo, segundo o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, é atribuído à desaceleração econômica nos principais mercados de destino dos veículos brasileiros: Argentina e México, que recuaram 19%, Chile, que encolheu 60%, e Colômbia, cuja retração chegou a 79%.

“As exportações no Brasil tiveram queda significativa”, afirmou Lima Leite. “Temos discutido muito este assunto, tentando propor medidas para que estes mercados também sejam mais importantes para o destino das nossas exportações.”

Foram obtidos com os embarques de janeiro US$ 620,6 milhões, recuo de 12,7% com relação ao mesmo mês de 2023, que havia rendido US$ 710,7 milhões, e queda de 14% frente a dezembro, com US$ 721,4 milhões.

Argentina compra mais autopeças do que veículos brasileiros

Ao analisar especificamente o comércio com a Argentina ao longo do ano passado Lima Leite citou que as exportações de veículos leves ao país vizinho geraram US$ 1,4 bilhão, retração de 6,5% ante 2022, quando a cifra alcançou US$ 1,5 bilhão.

Ao mesmo tempo os embarques de autopeças avançaram 14,6%, passando de US$ 4 bilhões para US$ 4,6 bilhões. Ou seja, embora o envio de veículos tenha diminuído a demanda por insumos brasileiros está crescendo.

Lima Leite acrescentou que, não bastasse este cenário de alerta, “percebe-se um crescimento significativo no fluxo de importação”. Em 2022 foi importado o equivalente a US$ 2 bilhões e, em 2023, a US$ 3,3 bilhões, alta de 64,2%. No mês passado 46% dos carros feitos em outros países, ou 14,4 mil de 31,4 mil, tinham como origem a Argentina.

Já a importação de autopeças, que totalizou US$ 1,2 bilhão em 2022, no ano passado recuou 11,1%, para US$ 1,1 bilhão, invertendo, assim, a situação.

Segundo Lima Leite, este cenário cria um desequilíbrio no balanço do comércio exterior dos dois países.

China responde por um quarto das importações de veículos

São Paulo – Alvo de preocupação por parte dos dirigentes da Anfavea as importações de veículos cresceram 54% de janeiro de 2023 para o mesmo mês deste ano, somando 31,5 mil unidades e representando 19,5% dos emplacamentos do primeiro mês de 2024. Foi a maior participação dos últimos dez anos, de acordo com o presidente Márcio de Lima Leite.

Quem puxa para cima estes números são os veículos chineses, sobretudo os eletrificados importados por BYD e GWM. Em 2020, segundo apontou a Anfavea, a China tinha participação marginal nas importações, com 2% do total. Esta fração, em janeiro, alcançou 25%. Foram quase 8 mil unidades chinesas licenciadas, ou 5% do mercado total.

São os modelos que caíram no gosto do brasileiro, híbridos e elétricos. No fim do ano passado o governo retomou a cobrança do imposto de importação para estes modelos, que estava reduzida, para tentar frear a importação, o que ainda não surtiu efeito. Mais: a BYD promete para os próximos meses o lançamento do Mini Dolphin, com preço inferior a R$ 100 mil, o que pode acelerar a demanda.

Lima Leite afirmou que o sinal amarelo está aceso mas minimizou o movimento das duas empresas chinesas, que investem no Brasil: “Quando há plano de investimento é natural que haja um descompasso no primeiro momento, pois as empresas estão importando enquanto não iniciam a produção local. Na medida em que começarem a produzir as importações deverão ser reduzidas”.

A preocupação maior do executivo é a Argentina, que segue exportando volumes elevados para o Brasil mas deixou de comprar os carros brasileiros. Com o mercado vizinho em queda os embarques para lá caíram.

De toda forma o presidente da Anfavea afirmou que a postura da entidade será monitorar a situação e, a depender do cenário dos próximos meses, começar a estudar medidas.

Em janeiro foram licenciados 161,6 mil veículos, crescimento de 13,1% sobre o mesmo mês de 2023 e queda de 35% na comparação com dezembro. A média diária somou 7,6 mil unidades, também avanço de 13%, de acordo com a Anfavea.

Deste volume 130,1 mil foram modelos produzidos no Brasil, crescimento de 6,3% na comparação anual e recuo de 36,1% na mensal. Os importados cresceram 54% na anual e caíram 29,8% na mensal, somando 31,5 mil unidades.

Produção de veículos anda de lado com mais importação e menos exportação

São Paulo – O sinal amarelo foi aceso pela diretoria da Anfavea. Em janeiro saíram das linhas de montagem 152,6 mil veículos, em linha com o volume de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus produzidos no primeiro mês do ano passado. No mesmo período as importações cresceram 54% e as exportações caíram 43%. Esta equação, segundo o presidente Márcio de Lima Leite, é motivo de preocupação.

“Em janeiro os importados representaram 19,5% das vendas domésticas. É o maior porcentual dos últimos dez anos. A produção não cresceu e as exportações caíram, então a indústria nacional está perdendo espaço. Acendeu o sinal amarelo. Acompanharemos esta questão nos próximos meses.”

O presidente da Anfavea disse não existir um porcentual saudável de participação das importações: depende do tamanho do mercado, do volume produzido e das exportações e suas comparações com a série histórica. Mas garantiu que este atual patamar não é salutar para a indústria.

Não há, segundo Lima Leite, planos de qualquer pleito ao governo: segundo ele o momento ainda é de atenção. Ele ponderou que muito do volume é importação de empresas que já anunciaram investimentos no Brasil, como BYD e GWM, o que torna normal este descompasso: “Quando a produção começar as importações vão diminuindo”.

Com relação a dezembro, quando saíram das linhas 171,6 mil veículos, a produção recuou 11%.

A boa notícia é que 1 mil contratações foram efetivadas neste início de ano, elevando para 99,9 mil o número de trabalhadores com carteira assinada nas montadoras. Há um ano eram 102,1 mil pessoas empregadas.

Os estoques pouco alteraram de um mês para o outro: ao fim de dezembro os pátios de montadoras e concessionárias registravam 210,1 mil veículos, volume que subiu para 216,5 mil no fim do mês passado, suficiente para suprir quarenta dias de vendas.