Renault inicia pré-venda do Kardian a partir de R$ 112,8 mil

São Paulo – A Renault abriu, às 15h00 da segunda-feira, 19, a pré-venda do Kardian, um mês antes do seu mais importante lançamento no Brasil em mais de uma década, resultado de investimento de R$ 2 bilhões que, além do novo carro, inclui também a produção no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR, do inédito motor turbo TCe 1.0 e a introdução da nova plataforma CMF-B na linha nacional, sobre a qual serão construídos outros modelos.

Foram apresentadas três versões do Kardian para a pré-venda: Evolution por R$ 112 mil 790, Tecno por R$ 122 mil 990 e Première Edition por R$ 132 mil 790. Todas estas opções são equipadas com câmbio automático de dupla embreagem DCT e o motor TCe 1.0 turboflex de 125 cv e torque máximo avantajado de 220 Nm, o maior dentre todos os SUVs da mesma categoria vendidos no País.

Com isto o Kardian chega ao mercado mais barato e em boas condições competitivas sobre seus principais concorrentes que também usam motores 1.0 turbinados, caso do Fiat Pulse de R$ 119 mil ou R$ 132 mil e do Volkswagen Nivus de R$ 132,4 mil ou R$ 149,4 mil.

O Kardian também já está disponível para reservas de locação de longo prazo no programa Renault On Demand, que inclui nas mensalidades documentação, IPVA, seguro e manutenções de rotina. O plano de assinatura de dezoito meses com antecipação de R$ 14,9 mil sai por R$ 1 mil 599 por mês. Também é possível alugar sem entrada, em 24 meses de R$ 2 mil 399, 36 meses de R$ 2 mil 359 ou 48 meses de R$ 2 mil 299.

Não estão descartadas novas versões do Kardian com motorização aspirada e câmbio manual, mas por enquanto a Renault mantém sob reserva a informação sobre novas opções e de quando elas chegam ao mercado.

Do Brasil para o mundo

Nas primeiras 24 horas a pré-venda foi aberta apenas para os integrantes da comunidade virtual My Kardian Now e depois, a partir da terça-feira, para os demais interessados. Para encomendar o Kardian é preciso comprar o RPass, por R$ 1 mil, que será descontado do valor do carro. Para estes a Renault garante a entrega prioritária, a partir de 19 de março, data do lançamento oficial e de abertura das vendas nas concessionárias da marca.

Segundo Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil, a empresa foi preparada para atender a toda a demanda esperada: “Estamos prontos para toda a demanda da pré-venda e elevaremos a produção gradualmente. O mercado brasileiro será o primeiro do Kardian, que ao longo de 2024 será exportado para onze países da América Latina”.

O Kardian é o primeiro de oito lançamentos prometidos até 2027 no planejamento de produtos para mercados internacionais da Renault – leia-se fora da Europa – com o objetivo central de aumentar a rentabilidade por carro vendido.

O Brasil foi escolhido para estrear o plano por sua capacidade produtiva na fábrica do Paraná e também por ser o terceiro maior mercado da Renault no mundo, de acordo com Gondo: “Pela importância do País estamos fazendo investimentos que já somam R$ 5,1 bilhões de 2021 a 2025, que além do Kardian, do novo motor e da nova plataforma, também inclui mais um SUV do segmento C [médio]”.

Gondo sublinhou que o Kardian é um produto totalmente novo, projetado e produzido primeiro no Brasil, inaugurando uma nova fase de produtos mais modernos e bem-acabados, diferentes da rusticidade dos modelos da romena Dacia que vinham sendo produzidos no País, desde 2007, com o logo da Renault: “O Kardian é a mudança que muda tudo e inicia uma nova era da Renault no Brasil”.

Novo público

O diretor de marketing Aldo Costa endossou: o Kardian também “atinge um novo público para a Renault, mais jovem, na faixa de 35 a 45 anos, que valoriza a qualidade percebida [no acabamento do veículo] e busca mais tecnologia”. O executivo pontuou que é um tipo de “cliente mais exigente e também mais emocional” do que aqueles que a marca vinha trabalhando até o momento.

Costa afirmou que o Kardian competirá na maior fatia do segmento de utilitários esportivos no País, a dos compactos B-SUVs que respondem por 21% das vendas da categoria, mas com a velha – e sempre atual – vantagem de oferecer mais equipamentos e sistemas do que a concorrência.

As principais armas do Kardian para competir, segundo o executivo, são o novo design com assinatura luminosa de LED, a qualidade percebida pelo acabamento interno mais caprichado que deixa para trás a rusticidade dos Dacia, bem como a tecnologia percebida pelo quadro de instrumentos 100% digital de 7 polegadas, a alavanca digital do câmbio automático i-Shifter e até treze sistemas avançados de assistência à condução na versão de topo – como piloto automático adaptativo ACC, frenagem automática de emergência AEB e câmara de ré 360 graus.

Além dos sistemas de segurança ativa que evitam acidentes o Kardian também está bem equipado com relação à segurança passiva, com seis airbags de série, dois frontais, dois laterais e duas cortinas, em todas as versões.

Também está na lista de boas qualidades apontadas por Gondo o comportamento dinâmico e a dirigibilidade do Kardian – que só serão comprovados após o test drive –, garantidos pela boa potência e torque do motor turboflex, aliado à rápida troca de marchas da transmissão de dupla embreagem mergulhada em óleo.

Preços e versões de pré-lançamento

• Evolution turbo TCe câmbio EDC– R$ 112 mil 790

Principais equipamentos de série: • 6 airbags (frontal, lateral e de cortina) • Controlador de velocidade e limitador de velocidade (CC + SL) • Assistente de partida em rampa (HSA) • Sensores de estacionamento traseiro e câmara de ré • Controles eletrônicos de estabilidade e tração (ESP+ASR) • Sistema de monitoramento de pressão dos pneus (TPMS) • Cluster digital 7” • Câmbio e-shifter • Paddle-Shift no volante para trocas manuais de marchas • Multimídia com tela de 8” com Android Auto e Apple CarPlay com espelhamento sem fio • Ar-condicionado digital com função auto • Retrovisores externos com ajuste elétrico • Faróis e assinatura luminosa 100% de LED • Barras de teto funcionais e modulares em preto • Roda flexwheel biton 16” • Start&Stop • Modo de condução ECO com EcoScoring • Volante com ajustes de altura e profundidade • Acionamento elétrico dos vidros e com função one-touch e antiesmagamento para o motorista.

• Techno turbo TCe câmbio EDC – R$ 122 mil 990

Todos os equipamentos da versão Evolution mais: • Frenagem automática de emergência (AEBS) • Alerta de colisão frontal (FCW) • Freio de estacionamento eletrônico • Console central elevado com apoio de braço • Painéis e volante com revestimento •  Roda de liga leve 17” diamantadas biton • Chave presencial tipo cartão e acesso remoto • Partida remota do motor • Saídas USB-C para o banco traseiro • Seis alto-falantes • Vidros elétricos dos passageiros com função one-touch e antiesmagamento. Opcional: • Teto bíton em preto.

• Première Edition turbo TCe câmbio EDC – R$ 132 mil 790

Todos os equipamentos da versão Techno mais: • Controle de velocidade adaptativo (ACC) • Câmera Multiview (MVC) • Alerta de ponto cego (BSW) • Alerta de distância segura (DW) • Sensores frontais de estacionamento • Faróis de neblina em LED • Sensor crepuscular de acendimento automático de lanternas e faróis • Modos de condução Eco, Sport e Perso (personalizável) • Ambient lightning (iluminação dinâmica e personalizável no interior) • Carregador de smartphone por indução • Rodas de liga leve 17” diamantadas e escurecidas • Antena shark (barbatana de tubarão) • Teto biton preto • Badge lateral “Premiere Edition” • Grade frontal em preto brilhante.

Mercado peruano inicia o ano em queda de 10%

São Paulo – As vendas de veículos leves, no Peru, somaram 14,2 mil unidades em janeiro, volume 9,6% menor do que o do mesmo mês de 2023, de acordo com dados divulgados pela AAP, Associação Automotiva do Peru. A entidade informou que o recuo já era esperado por causa da alta base comparativa de janeiro de 2023. Ressaltou, também, que o resultado foi maior do que nos últimos cinco meses do ano passado.

As vendas de veículos pesados, que inclui caminhões, ônibus e tratores, chegaram a 1,3 mil, volume estável na comparação com janeiro de 2023. De acordo com a AAP o ritmo registrado no primeiro mês do ano também seguiu muito próximo do segundo semestre de 2023. 

Eletrificação

A entidade começou a divulgar um relatório de vendas de veículos eletrificados. Em janeiro houve recorde de vendas, com 509 unidades, superando o resultado de dezembro do ano passado, que era o maior já registrado em um mês. Na comparação com janeiro de 2023 houve expansão de 70,2%. 

Em janeiro os híbridos leves representaram a maior demanda, com 299 vendas, seguidos pelos híbridos convencionais com 146. Os elétricos e os híbridos plug-in somaram 39 e 25 unidades, respectivamente.

TE Connectivity amplia produção puxada por eletrificação

São Paulo – O avanço da produção de veículos eletrificados no Brasil, assim como da demanda interna por soluções em transmissão de dados, conhecidas como data connectivity e e-mobility, impulsionou a procura por conectores e terminais especiais. Neste cenário a TE Connectivity localizou mais itens, ampliou sua produção no Brasil e possui planos de investir no parque fabril, nas áreas de engenharia e no laboratório este ano, embora não informe qual o valor.

Em 2023 foram investidos R$ 30 milhões para adquirir máquinas com elevados níveis de automação em consonância com os princípios da indústria 4.0, a fim de avançar na qualidade dos produtos manufaturados e ganhar produtividade, localizar conectores e terminais com alta tecnologia agregada para equipar veículos híbridos e elétricos.

Segundo Alexandra Motta, diretora geral da TE para América do Sul, este foi o caminho escolhido para “suprir as necessidades das mais diversas marcas presentes não só no Brasil como também nos demais países da América do Sul”.

No ano passado foram fabricados na unidade de Bragança Paulista, SP, 518,6 milhões de conectores e 1,7 bilhão de terminais – a companhia fornece estes componentes para carros de passeios, picapes, caminhões, ônibus e tratores.

Em torno de 30% do volume é exportado e a quantidade de itens enviados para as unidades da TE nos Estados Unidos, Europa, Ásia e África vem crescendo, afirmou Motta. Em 2023 houve aumento de 11,9% nos embarques com relação ao ano anterior.

A diretora geral acredita que os aportes em capacitação de pessoal e modernização da infraestrutura da manufatura prepararam a empresa para tornar-se hub de exportação e estimou que as vendas de automóveis e veículos comerciais terão expansão sustentável tanto aqui quanto no Exterior conforme a tecnologia embarcada estiver mais presentes nesses veículos.

Primeira quinzena de fevereiro registra crescimento de 16% nas vendas

São Paulo – Em dez dias úteis de um mês mais curto, e com desempenho prejudicado pelo feriado de carnaval, foram emplacados 79 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. A segunda-feira e terça-feira de carnaval foram excluídas da contabilidade, que inclui a quarta-feira de cinzas, mesmo que, em alguns Detran, o expediente tenha sido menor.

Comparado com janeiro houve avanço na média diária: subiu de 7 mil para 7,9 mil emplacamentos por dia. Em fevereiro do ano passado, nos mesmos dez dias úteis, foram licenciados 68,6 mil veículos, média de 6,8 mil por dia útil. O crescimento foi de 16% na comparação anual.

Fonte ligada ao varejo disse que o movimento de compra das locadoras foi forte nas duas primeiras semanas. Os varejistas estimam que o mês encerre com volume na faixa dos 160 mil veículos, acima, portanto, dos 130 mil emplacamentos de fevereiro de 2023: “Tudo dependerá de como as locadoras se comportarão, porque o varejo anda devagar”.

A Fiat Strada liderou as vendas na quinzena, com 3,6 mil licenciamentos, seguida de perto pelo Volkswagen Polo, 3,5 mil. O Fiat Argo completa o pódio com 3 mil.

Forvia poderá demitir 10 mil trabalhadores na transição para a eletrificação

São Paulo – Diante da transição para a eletrificação, e dos planos de adoção de inteligência artificial para otimizar gastos com desenvolvimento e ter melhores condições de competir com rivais asiáticos, a Forvia anunciou, em comunicado, que nos próximos cinco anos está preparada para reduzir seu efetivo em cerca de 13%. A empresa de autopeças, que desde 2022 uniu a Faurecia com a Hella, empregava na Europa até o fim do ano passado em torno de 75,5 mil profissionais. Significa dizer que 10 mil postos de trabalho estão em risco.

Segundo reportagem da BNN Bloomberg o CEO da Forvia, Patrick Koller, afirmou no comunicado emitido na segunda-feira, 19, que os esforços da companhia incluem mudanças na produção regional, em pessoal e gastos em pesquisa e desenvolvimento para acompanhar as mudanças fundamentais da indústria.

Com as medidas a empresa pretende poupar, anualmente, cerca de € 500 milhões, a partir de 2028. O objetivo é ajudar a aumentar as margens para mais de 7% das vendas. No ano passado os retornos foram de 2,5% e, para o próximo ano, a projeção é faturar até € 28,5 milhões com uma margem operacional de 5,6% a 6,4%.

A Forvia não está sozinha neste caminho, uma vez que recentemente a Continental anunciou planos de demitir 7,2 mil funcionários de sua divisão automotiva e de fazer esforço para reunir unidades produtivas na Alemanha e em outros lugares a fim de economizar custos.

BMW Motorrad inicia produção da R 1300 GS no Brasil

São Paulo – Menos de vinte dias após ser anunciada como mais um modelo nacional da BMW Motorrad a motocicleta R 1300 GS começou a ser produzida na fábrica de Manaus, AM, na segunda-feira, 19. São cinco versões que já estão em produção no PIM, Polo Industrial de Manaus: R 1300 GS, R 1300 GS Plus, R 1300 GS Trophy, R 1300 GS Triple Black e R 1300 GS Option 719.

A motocicleta é considerada pela BMW como o seu primeiro passo para os próximos cem anos e chega ao Brasil logo após a fábrica de Manaus receber investimento para ter sua capacidade produtiva expandida.

O lançamento da R 1300 GS está previsto para o segundo trimestre de 2024.

Fiat Titano chega ao mercado em 15 de março

São Paulo – A menos de um mês do lançamento a Fiat divulgou novas imagens do exterior e do interior da picape Titano, que chega para competir no segmento de picapes médias, no qual a companhia jamais participou. Em um vídeo de trinta segundos são mostrados alguns pormenores do veículo, como maçanetas e retrovisores cromados, assinatura DRL em led que compõe o design dianteiro com os faróis de neblina.

Produzida no Uruguai, inicialmente concebida como um veículo Peugeot, o Landtrek, a picape será lançada em 15 de março. Será vendida na América Latina e na África.

Subida dos carros elétricos é bolha, por enquanto

A súbita alta das vendas de carros elétricos e híbridos importados nada tem a ver com a tendência de aumento gradual da penetração de eletrificados no mercado brasileiro. Estes veículos ainda são para poucos no Brasil – e em boa parte do mundo – e seguirão com participação nas preferência tão baixa quanto a renda média dos brasileiros.

Três fatores explicam a bolha inflada de vendas de eletrificados em dezembro e janeiro, com algum alcance também neste fevereiro: a retomada do imposto de importação sobre estes modelos, em escala gradual a partir deste ano até chegar a 35% no meio 2026, reduções de preços com o acirramento da competição provocado pelas marcas chinesas, especialmente a BYD, e muita publicidade, principalmente da BYD e da GWM, na TV.

Mas o fator que mais inflou esta bolha foi a retomada do imposto de importação, que era de zero para os 100% elétricos BEVs [battery electric vehicles] e em janeiro subiu para 10%, e de 4% para 12% no caso dos híbridos.

A bolha de dezembro e janeiro

Para escapar da elevação do imposto e sustentar preços mais baixos os importadores de carros elétricos aumentaram consideravelmente as encomendas em novembro e dezembro, com vazamento desses volumes para janeiro e fevereiro.

Os números falam por si: as vendas de BEVs nunca passaram de 1 mil unidades por mês de janeiro até agosto de 2023 e ficaram neste nível até outubro, quando os emplacamentos saltaram para 2,4 mil, quase 3,2 mil em novembro e súbitos 6 mil em dezembro – sendo 5,5 mil, ou 93%, só da BYD –, mês no qual os importadores aceleraram as importações para escapar da retomada do imposto.

O último trimestre de 2023 concentrou 60% das vendas de elétricos no ano e dezembro sozinho registrou 31% dos negócios. Com isto a participação dos BEVs no mercado brasileiro, que foi de apenas 0,4% em 2022, saltou para 0,9% em 2023, com 19,3 mil emplacamentos e crescimento meteórico de 128% sobre 2022. Mas em dezembro isoladamente esta participação chegou a 2,5%, um recorde que já foi batido em janeiro.

Muitos destes carros elétricos importados em dezembro foram nacionalizados ainda sem imposto de importação mas só foram emplacados em janeiro e fevereiro. Tanto que no primeiro mês do ano a participação dos elétricos cresceu ainda mais, para 2,9%, com quase 4,4 mil unidades vendidas – 4,3 mil só da BYD –, em outra expansão meteórica de 480% na comparação com o mesmo mês de 2023.

A súbita ascensão dos carros eletrificados fez a participação de veículos importados no total das vendas de janeiro saltar para 19,5%, o maior porcentual em dez anos. Dos 31,5 mil carros importados no mês 26% foram eletrificados, sendo 3,8 mil híbridos plug-in, ou 12%, e 4,4 mil elétricos, ou 14%.

Projeção para 2024

Os números de fevereiro, ainda não fechados, já apontam para algum arrefecimento, mas as vendas de BEVs seguem impulsionadas por promoções e devem ficar em patamar elevado, na casa de 3 mil unidades, para começar a descer a níveis abaixo de 2 mil/mês a partir de abril.

Ao menos é isto que projeta a Anfavea, a associação dos fabricantes: a estimativa da entidade é de 24,1 mil elétricos vendidos este ano, o equivalente a 1% do mercado total projetado de 2,3 milhões de veículos leves e com alta de 25% sobre 2023 – embora ainda seja um crescimento expressivo, trata-se de expansão bem mais comportada em face do aumento de 128% registrado um ano antes.

Já para o mercado de híbridos, que conta com produtos nacionais e deverá ter este quadro ampliado com o lançamento de mais carros eletrificados produzidos no País, a Anfavea projeta alta maior, de 57% sobre 2023, com a venda de 117,9 mil unidades, equivalente a 5,1% do mercado total projetado.

O fenômeno BYD

Em meio à alta da participação dos elétricos nas vendas de veículos no País o maior vencedor, sem sombra de dúvida, é a chinesa BYD, que em apenas dois anos explorando o mercado brasileiro lançou cinco modelos elétricos – e já prepara o sexto este ano – e um híbrido plug-in.

Assim como está fazendo em todos os lugares onde coloca suas rodas a BYD provocou rebuliço no mercado nacional de eletrificados ao lançar o Dolphin, no meio de 2023, por R$ 150 mil, puxando para baixo os preços de todos os concorrentes. O mesmo movimento já começou a acontecer novamente neste início de ano com o anúncio do lançamento do Dolphin Mini – ou Seagull em outros países – por preço abaixo de R$ 100 mil.

A BYD sozinha dominou 93% das vendas de carros elétricos no Brasil em 2023, 17,9 mil unidades e participação de 0,82% do mercado total, fechando o ano na décima-quinta posição no ranking de marcas.

Mas foi o desempenho de dezembro que mais chamou a atenção, com 5,5 mil emplacamentos, que fez a BYD entrar no grupo das dez marcas de veículos mais vendidas do País, superando participantes mais tradicionais como Peugeot, Citroën, Caoa Chery e Ford.

O volume de dezembro representou 30% das vendas da BYD em 2023 e quase metade delas foi do Dolphin, modelo elétrico mais vendido no Brasil no ano passado com 6,8 mil unidades, sendo 2,2 mil delas último mês do ano, ou um terço dos emplacamentos.

Em janeiro a marca chinesa seguiu forte na décima posição do ranking nacional, com quase 4,3 mil emplacamentos e 2,8% das vendas totais de veículos no País, ainda à frente de todas as concorrentes tradicionais já citadas. E fevereiro promete: nos dez primeiros dias úteis do mês a BYD vendeu perto de 1,8 mil carros e seguia na décima colocação.

Força da publicidade

No caso da BYD, além de preço e do oportunismo por importar mais carros antes da retomada do imposto de importação, há mais um fator que impulsiona as vendas: o forte investimento em publicidade na TV que tornou a marca rapidamente conhecida dos brasileiros, seguindo estratégia de massificação parecida com o que já fez em passado recente o Grupo Caoa com Chery e Hyundai.

No segundo semestre de 2023 a BYD foi a marca de automóvel que mais apareceu em comerciais na TV, com 172 inserções publicitárias em canais abertos no Estado de São Paulo – principalmente no horário nobre da Globo – e 4,5 mil em canais por assinatura, segundo levantamento da Tunad, empresa que coleta dados de inserções de anunciantes na TV aberta e fechada.

E nos números acima nem foram contabilizadas o vasto número de ações comerciais de merchandising que mostraram o Dolphin dentro de novelas e outros programas da Globo, que massificaram ainda mais o produto.

Em segundo lugar, mas bem abaixo da BYD, vem a conterrânea GWM: a Tunad contabilizou ao longo de 2023 o total de 81 inserções publicitárias da marca na TV aberta de São Paulo e quase 2 mil em canais por assinatura. Isto sem contar, também, ações de merchandising, como a presença da GMW no The Voice com a premiação de um elétrico Ora 03 para o vencedor do programa.

Juntas, no pico de setembro do ano passado, BYD e GWM foram responsáveis por impressionantes 38,5% de todas as inserções publicitárias de comerciais de veículos na TV aberta e paga, ainda de acordo com a aferição da Tunad. O pico da BYD foi justamente em setembro, com 2,2 mil inserções, e o da GMW em julho, com 658.

Seja pela força da publicidade ou dos preços menores o fato é que as duas empresas estão puxando o mercado de carros elétricos para um novo e mais alto patamar. Contudo os números do último trimestre de 2023 e do primeiro trimestre de 2024 estão inchados pela bolha criada com a retomada do imposto de importação sobre veículos eletrificados. Será preciso esperar mais alguns meses – especialmente com a chegada de modelos mais baratos e o início da produção nacional da BYD e da GWM – para saber qual é, de fato, o tamanho da demanda por elétricos no Brasil.

Stellantis cogita produzir elétrico da Leapmotor em fábrica da Fiat

São Paulo – Da histórica fábrica da Fiat em Mirafiori, Itália, poderão sair até 150 mil compactos elétricos, de baixo custo, da chinesa Leapmotor, de quem a Stellantis comprou 21% das ações no ano passado e com a qual criou uma joint-venture na Europa. Segundo a Automotive News Europe, que citou fontes familiarizadas com o assunto, a produção começaria em 2026 ou 2027.

Duas fontes confirmaram a informação à publicação europeia. O plano depende de tornar viável a produção de forma lucrativa em Turim. As vendas seriam feitas por meio de concessionárias já estabelecidas. A Leapmotor International, sediada na Holanda, tem participação da Stellantis e seria a responsável pela distribuição dos carros no continente.

Em Mirafiori hoje são produzidos modelos Maserati e o Fiat New 500 elétrico. Ao adicionar 150 mil unidades/ano a esta unidade, a Stellantis seguiria com seu compromisso com o governo italiano de elevar a produção para 1 milhão de veículos até o fim da década – no ano passado foram 750 mil unidades.

Na semana passada o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, sinalizou com a possibilidade de produzir Leapmotor na Itália: “Se tivermos a oportunidade, porque faz sentido do ponto de vista econômico, fabricar os carros da Leapmotor na Itália, é claro que o faremos. Depende apenas da nossa competitividade em custos e da nossa competitividade em qualidade”.

Caoa Chery registra vendas recorde em janeiro

São Paulo – A Caoa Chery vendeu em janeiro 3 mil 470 veículos e registrou o melhor mês de vendas de sua história, o que a levou a alcançar fatia de mercado de 2,29% – em 2022, em janeiro, foram 3 mil 133. O resultado foi impulsionado pelas vendas do SUV Tiggo 5x Sport, versão de entrada lançada em 2023, 1 mil 135 unidades.

Segundo a empresa o preço competitivo de R$ 114 mil 990 e o fato de o veículo ser um SUV completo agradaram ao consumidor. Somando todas as versões da família Tiggo 5x foram vendidos 1 mil 979 unidades em janeiro. Do SUV Tiggo 7 foram 587 e do Tiggo 8 874, sendo 415 da versão com sete lugares a combustão e 459 do PRO Plug-in Hybrid.