Representantes da Megadealer e AutoAvaliar relatam suas impressões sobre o Congresso NADA

São Paulo – Observar e avaliar as práticas e costumes de concessionárias e de consumidores estadunidenses são um bom indicativo para o que pode ocorrer, também, no mercado brasileiro. Pensando nisso representantes da Megadealer e da Auto Avaliar estiveram no começo do mês em Las Vegas, Nevada, nos Estados Unidos, para participar do NADA Show 2024, o Congresso organizado pela National Automobile Dealers Associoation, associação que representa o setor de distribuição daquele país, equivalente à Fenabrave no Brasil.

Já de volta ao País, na quarta-feira, 21, reuniram interessados para apresentar, presencialmente em Vinhedo, SP, e por videoconferência, algumas de suas impressões no evento. Dentre elas uma pesquisa que indica o aumento da digitalização no mercado estadunidense.

Uma pesquisa da Cox Automotive aponta que 28% dos estadunidenses que têm interesse em comprar um carro topariam fazer todo o processo de forma online. Em 2022 este porcentual era 8%. Os clientes que admitem um processo misto, unindo online e físico, saíram de 39% para 64% no mesmo período, enquanto os que só comprariam em um processo totalmente presencial caíram de 53% para 8%.

Segundo Fábio Braga, country manager da Megadealer, e JR Caporal, CEO da Megadealer e presidente da Auto Avaliar, a mudança de comportamento tende a ocorrer também no Brasil. Aconselham, portanto, que os revendedores de veículos novos e usados invistam em processos digitais, para tornar o processo mais ágil e atender às expectativas dos consumidores brasileiros.

Redes sociais

Braga trouxe aos participantes alguns exemplos de práticas dos concessionários estadunidenses para alcançar novos clientes usando redes sociais. Ele citou a produção de vídeos testemunhais de clientes satisfeitos com a compra de um veículo na concessionária ou com um serviço de pós-vendas de seu agrado. “Eles também usam os grupos do Facebook, por exemplo, para interagir com o bairro onde a revenda está localizada, buscando mostrar o seu trabalho e criando conexões com os clientes”. 

E, para comprovar e gerar confiança no que é divulgado online, o vendedor ou o gerente da revenda possui um site próprio, como se fosse um Linkedin, para mostrar o seu trabalho e aumentar a confiança do cliente, que poderá ir até a revenda após algumas conversas online. 

Dados de uma pesquisa realizada com clientes de pós-vendas mostraram que 55% dos entrevistados preferem receber as informações do que foi trocado ou reparado na oficina de forma online, pelo celular ou e-mail. Dessa forma, revendedores estadunidenses estão investindo em totens de autoatendimento para entrega e retirada do veículo, agilizando parte do processo burocrático, alternativa que pode ser interessante também para o mercado brasileiro, na avaliação de Braga.

Exemplos de boas práticas

Caporal, executivos da Megadealer e representantes de concessionárias brasileiras visitaram revendas locais para captar boas práticas que podem ser usadas no Brasil. Alguns exemplos foram apresentados no evento: em uma concessionária Mercedes-Benz em Las Vegas eles notaram o forte trabalho da revenda para captar carros seminovos, com treinamento específicos para aumentar a captação e o giro de estoque da loja. Outra boa inovação foi o ato de emprestar um carro de nível superior ao do cliente durante o prazo em que está oficina, apresentando novas tecnologias e itens que o farão considerar na hora de adquirir um novo. 

Em uma concessionária Toyota, também em Las Vegas, chamou a atenção o avanço do processo de digitalização das vendas, com o showroom tomado por mesas para atender os clientes e fechar as vendas, sem carros expostos. O responsável pela revenda disse que o showroom não é mais para expor os veículos, que são conhecidos pelos clientes de forma online, assim como avaliação do seu carro usado e do crédito disponível. A intenção é que o comprador chegue na loja com tudo resolvido apenas para concluir a negociação. 

Em outra concessionária Toyota foi aplicada a diversificação dos vendedores, cada um com um foco. Um deles atende o cliente quando ele chega e fecha a venda, o segundo é o que cuida dos leads gerados pela internet e o terceiro tem foco na compra de veículos usados, avaliando quais tem mais saída e bom lucro para buscar no mercado opções disponíveis trazer para o showroom. 

Oferecer um bom tratamento para os clientes durante os serviços de pós-vendas foi um ponto positivo encontrado em uma concessionária da Hyundai, que possui uma área de coworking para que as pessoas possam trabalhar de lá enquanto esperam pelo seu veículo. Até uma pequena praça de alimentação foi criada no local, oferecendo opções de café e almoço para os clientes.

Produção do Renault Kardian tem início em São José dos Pinhais

São Paulo – O Renault Kardian começou a ser produzido na quarta-feira, 21, no Complexo Ayrton Senna em São José dos Pinhais, PR. O veículo, que chegará ao mercado no fim de março, é um SUV do segmento B que inaugura nova plataforma, novo motor 1.0 turbo flex e nova caixa de câmbio automático de dupla embreagem.

A unidade paranaense é a primeira do mundo a fabricar o modelo e ao longo de 2024 ele será exportado para onze países da América Latina. O Kardian terá preço a partir de R$ 112 mil 790 na pré-venda, iniciada esta semana a partir de sinal de R$ 1 mil por meio do site prevenda.kardian.renault.com.br/r-pass.

Com rodas de 17 polegadas, console mais alto com alavanca de velocidade do tipo e-shifter e regulagens do sistema multi-sense que permitem customizar a condução e o ambiente interno, personalizado por meio de opções de oito ambientes luminosos, o SUV vem ainda com seis airbags e treze sistemas avançados de assistência ao motorista, como controle de velocidade adaptativo, e alerta de distância segura.

Um em cada quatro empregos em fornecedores para veículos alemães serão cortados até 2030

São Paulo – Fornecedores do setor automotivo empregam, hoje, cerca de 270 mil trabalhadores na Alemanha. Especialistas alertam que na transição para a eletrificação este número será reduzido a 200 mil até 2030, o que significa dizer que um em cada quatro serão dispensados em seis anos.

Foi o que apontou o professor de economia automotiva da Universidade de Ciências Aplicadas de Hannover, Frank Schwope, em entrevista à Automotive News Europe. Ele citou que aquele patamar de 310 mil postos de trabalho visto em 2018 e 2019 são coisa do passado.

Recentemente foram anunciadas perspectivas de enxugar o efetivo no setor pela Bosch, ZF, Continental e Forvia. Segundo Schwope, ainda que sejam criados empregos em áreas como o desenvolvimento ou a produção de baterias, eles não serão capazes de compensar a perda destas vagas.

Manuel Kallweit, economista chefe da VDA, Associação Alemã da Indústria Automóvel, disse, entretanto, que ainda existe escassez de trabalhadores qualificados, o que não diminuirá nos próximos anos, e que se um funcionário de um fornecedor automotivo for transferido para um fabricante de baterias ele será estatisticamente designado para a indústria elétrica. Situação semelhante ocorrerá se o emprego for gerado em um fabricante de semicondutor. Ou seja: o posto não será perdido, mas alterado, alegou.

De acordo com a reportagem Kallweit apontou que o emprego no setor caiu 6% de 2019 a 2023. Metade, em termos porcentuais, da produção de veículos, que recuou 12%, passando de 4,7 milhões quatro anos atrás para 4,1 milhões no ano passado.

Desde 2016, quando houve o ápice da produção nacional, com 5,7 milhões de veículos, o número de profissionais empregados na indústria automóvel encolheu em 30 mil postos de trabalho, para 780 mil.

Chanceleres circulam com carros adesivados que destacam etanol brasileiro

São Paulo – Os chanceleres que participam das reuniões do G20 estão circulando pelo Rio de Janeiro, RJ, em oitenta carros adesivados que destacam o etanol brasileiro. Os veículos foram fornecidos por Hyundai, Stellantis e Toyota.

A iniciativa é da Unica, União da Indústria da Cana de Açúcar e Biocombustíveis, e do MRE, Ministério de Relações Exteriores, com objetivo de promover a tecnologia do etanol, que reduz a emissão de CO2. Após a reunião do G20 os veículos seguirão para São Paulo, onde transportarão delegações da reunião de ministros da finanças e presidentes de bancos centrais do G20 de 26 a 29 de fevereiro.

Citroën C3 Aircross com sete lugares parte de R$ 118 mil

São Paulo – Quase três meses após as versões do Citroën C3 Aircross com cinco lugares chegarem às concessionárias a empresa divulgou os preços dos modelos que oferecem capacidade para transportar até sete passageiros. Equipadas com o motor T200 de até 130 cv e câmbio CVT de sete velocidades, parte de R$ 117 mil 990 na modalidade de venda online.

As versões de sete lugares diferem das demais graças a bancos removíveis instalados na terceira fileira, onde é o porta-malas dos modelos com cinco lugares. Diz a companhia que o sistema de remoção é simples: ao acionar um mecanismo é possível rebatê-los ou removê-los individualmente – ou seja, é possível manter seis bancos. Os assentos pesam em torno de 8 quilos.

Terceira fileira de bancos pode ser removida
Porta-malas tem capacidade de 493 quilos

Também é possível adicionar itens ao porta-malas sem retirar os bancos da terceira fileira, dobrando-os. Sua estrutura, alegou a Citroën, permite a colocação de peso sem riscos de danos ao equipamento. O porta-malas comporta até 493 quilos de bagagens.

As três versões trazem de série controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, luzes DRL em led, direção elétrica, ar-condicionado e sistema multimídia Citroën Connect com tela de 10,25 polegadas.

Confira os preços:

C3 Aircross 7 Feel Turbo 200 AT – R$ 117 mil 990
C3 Aircross 7 Feel Pack Turbo 200 AT – R$ 127 mil 990
C3 Aircross 7 Shine Turbo 200 AT – R$ 136 mil 590

Exportações da Stellantis via Pernambuco crescem 23%

São Paulo – A Stellantis movimentou mais de R$ 2,5 bilhões no Porto de Suape, PE, no ano passado, com as exportações de Fiat Toro, Ram Rampage, Jeep Commander, Jeep Compass e Jeep Renegade, produzidos em Goiana. O valor recebido com estas exportações para países da América do Sul e do Caribe, segundo a empresa, superou em 23% o do ano anterior.

O resultado foi informado pelo presidente Emanuele Cappellano à governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, em encontro realizado na terça-feira, 20: “Os resultados alcançados demonstram a competitividade de nossos produtos e serviços, e atestam a qualidade do processo produtivo do polo de Goiana. É uma conquista a ser comemorada pela equipe da Stellantis de Pernambuco e de todo o País”.

Durante a reunião Cappellano reafirmou que em breve um novo ciclo de investimentos para a região será anunciado, para novos produtos, serviços, expansão da cadeia de fornecedores para o desenvolvimento e localização de novas tecnologias para acelerar a descarbonização da mobilidade. 

“O plano que anunciaremos levará a Stellantis a um novo patamar. Avançaremos como protagonistas da mobilidade segura, sustentável e acessível, gerando desenvolvimento e riqueza para a região e todo o País.” 

Pernambuco receberá parte deste investimento, garantiu o executivo. Desde 2015, quando iniciou a produção na fábrica pernambucana, a Stellantis passou a ser responsável pela geração de mais de 60 mil empregos diretos e indiretos no Estado. 

Plano da XCMG é vender 400 caminhões elétricos no Brasil e região em 2024

Pouso Alegre, MG – Desde o fim de 2022 a XCMG comercializou na América Latina 120 caminhões elétricos, hoje 100% importados da China. Metade do volume foi para o Brasil e a outra para países da região, segundo o vice-presidente Tian Dong, que projeta triplicar ou quadruplicar as vendas, chegando a cerca de quatrocentos caminhões pesados até o fim do ano, dos quais até 70% no mercado brasileiro.

Na terça-feira, dia 20, a companhia festejou a entrega de dez unidades para a Reiter Log, que possui em torno de 30% de sua frota movidos por energias alternativas, segundo Vanessa Reiter Pilz, diretora de ESG da empresa de logística do Rio Grande do Sul. Foi a maior venda da XCMG para uma só empresa – até então as aquisições eram unitárias ou de duas unidades comercializadas a clientes como Vale, CSN e Jundu.

Pilz contou que há dez anos a companhia é adepta a veículos que poluam menos, processo que começou com um caminhão a gás da Iveco: “Até 2035 queremos ter 100% da nossa frota movida a energia alternativa”.

Ao todo a Reiter Log possui 250 veículos a gás e 55 elétricos, sendo cinco Volvo alugados, dez XCMG e quarenta VUCs da JAC Motors. Sobre adquirir dez caminhões elétricos da XCMG de uma vez a executiva atribuiu a decisão à relação de confiança com o gerente de veículos elétricos Ricardo Senda, que está há cerca de um ano na XCMG e que trabalhava na JAC Motors.

“A Reiter Log possui a premissa de testar tudo o que é novo no mercado. Temos apetite por novas tecnologias.”

Baterias são trocadas em 6 minutos

Com autonomia de 150 quilômetros – que ao percorrer essa distância deixa de emitir 162 kg de CO2 – o caminhão elétrico E7-49T 6×4 tem seu pack de baterias substituído em até 6 minutos em uma estação de troca, pelo método swap, afirmou Rodrigo Setrak Giglio, responsável pela área dos produtos eletrificados da XCMG.

Giglio contou que ainda não há por aqui, contudo, uma estação do tipo, devido ao alto custo, de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões: “O objetivo da XCMG é formar parcerias para desenvolver um modelo que custe R$ 1 milhão e torne-se atrativo para empresas que apostem em frotas de elétricos”.

O veículo, ressaltou, também pode ser recarregado da forma tradicional: com um carregador rápido de 360 kW em apenas uma hora está pronto para rodar novamente. Quanto ao tempo de vida útil hoje as baterias usadas nestes veículos duram até 4,5 mil ciclos de carga, o equivalente a dez anos, se for feita uma recarga por dia. A promessa é a de que o custo de manutenção fique em torno de 70% abaixo de similar a combustão.

Há 80 anos no mercado a empresa é a segunda maior fabricante de veículos elétricos na China, a nona maior montadora de caminhões no país, cujo mercado é de 2 milhões de unidades anuais, e a terceira maior do mundo no mercado de linha amarela.        

Segundo turno da XCMG em Pouso Alegre deverá gerar até 300 empregos

Pouso Alegre, MG – No ano em que comemora uma década a unidade fabril da XCMG em Pouso Alegre, MG, que emprega em torno de 1 mil trabalhadores, deverá reforçar seu efetivo com a contratação de novos duzentos a trezentos. A produção, que atualmente opera em apenas um turno passará, então, a dois turnos.

A abertura de vagas vem na esteira do investimento de R$ 270 milhões, que terá metade do valor diluído até o fim do primeiro semestre e do qual dois terços serão dedicados à ampliação da produção e o terço restante à construção do centro de pesquisa e inovação, atitude inicial para nacionalizar caminhões elétricos.

Por mês são produzidas em Pouso Alegre em torno de trezentas a quatrocentas máquinas da linha amarela, principalmente versões de cinco modelos de pás carregadeiras, retroescavadeiras, motoniveladoras, escavadeiras e rolos compactadores. A considerar, também, a montagem em CKD e SK já chegou a 1 mil unidades mensais.

A capacidade instalada da fábrica do Sul de Minas é de 7 mil unidades por ano – e já foram produzidos, efetivamente, de 80% a 85% do total, segundo o vice-presidente da companhia na América do Sul, Tian Dong: “Pretendemos ampliar em 30% o volume produzido aqui em Pouso Alegre”.

Em torno de 80% dos clientes da linha amarela são de origem governamental e as principais demandas têm sido por motoniveladoras e rolos compactadores.

XCMG investe em centro de pesquisa para avançar na nacionalização de caminhão elétrico

Pouso Alegre, MG – Dos R$ 270 milhões em investimento anunciados pela XCMG no fim do ano passado, durante visita de comitiva do governo mineiro à China, a metade deverá ser aplicada até o fim do primeiro semestre, afirmou o vice-presidente da companhia na América do Sul, Tian Dong. Os recursos são próprios da matriz e a inversão total será efetuada em, no máximo, três anos.

Um terço deste aporte, em torno de R$ 90 milhões, será dedicado à construção do centro de pesquisa e desenvolvimento em Pouso Alegre, MG, onde está a segunda maior unidade fabril da XCMG no mundo — a maior está na China –, e a única da empresa nas Américas, instalada em área de 1,5 milhão de m², sendo 1 milhão de m² de área construída.

O executivo, em apresentação na fábrica, afirmou que o centro de pesquisa e desenvolvimento é o primeiro passo para nacionalizar a produção de caminhões: “A primeira tarefa será estudar como e quando poderemos começar a montar os veículos aqui. Tem que ter lítio e bateria”.

O vice-presidente assegurou que a XCMG fabricará caminhões elétricos no Brasil, sem precisar uma data, ao ressaltar que a bateria é fundamental para que o processo ocorra, uma vez que ela representa de 60% a 70% do preço do veículo: “Estamos aqui para ajudar a desenvolver este setor da indústria, que envolve desde a exploração do minério, o processamento do lítio e a industrialização da bateria. Ninguém consegue fazer isso sozinho. Para tanto estamos trazendo parceiros da cadeia produtiva para o Brasil e buscando apoio do governo. E é preciso também ter escala para justificar os investimentos. Vendendo dez unidades por mês não conseguimos sustentar esse processo”.

Na China a XCMG está processo de finalizar acordo com a BYD para a produção de baterias. De acordo com o gerente de veículos elétricos, Ricardo Senda, o fato de todas as grandes empresas conterrâneas terem participação do governo, sendo a XCMG 100% estatal, automaticamente eleva seu poder de negociação.

“Há pouco mais de um mês acordamos o desenvolvimento de bateria para caminhões pesados com a BYD na China. Hoje nosso fornecedor para Brasil e América é a CATL, representado no País pela Moura, que dá assistência no pós-vendas. O plano é que em dois anos tenhamos produção local.”

Um incentivo adicional à aceleração no processo de localização do veículo elétrico é a retomada do imposto de importação por parte do governo brasileiro. Atualmente o peso da alíquota é de 11,6%, mas Dong estimou que daqui a alguns meses será de 12% a 15%, o que refletirá no preço do caminhão elétrico E7-49T 6×4 com capacidade para transportar 49 toneladas, hoje comercializado por R$ 1,3 milhão.

A alteração da alíquota terá reflexos, inclusive, no faturamento, que não foi divulgado nem como projeção nem como perspectiva de crescimento. É sabido apenas que até 2027 o plano da empresa é alcançar receita de R$ 10 bilhões. Para atingir a meta a XCMG apresentará linha de caminhões elétricos de diferentes portes durante a Fenatran, em novembro, e está estudando o desenvolvimento de cavalo mecânico de 80 toneladas, já homologado.

GWM aguarda regulamentação do Mover para decidir próximos passos

São Paulo – Regulamentações do Programa Mover, Mobilidade Verde e Inovação, que deverão ser publicadas nos próximos dias, segundo o MDIC, são aguardadas pela diretoria da GWM para decidir o futuro da sua operação local. O início da produção em Iracemápolis, SP, com um SUV da linha Haval, ficou para o segundo semestre, com as mudanças nos planos geradas pelo retorno do imposto de importação. Qual o modelo e seu índice de nacionalização, por exemplo, serão definidos após as regras serem colocadas à mesa.

“Estamos aguardando as regras do IPI verde e outras definições do Mover para dar um passo à frente no portfólio. Será um SUV da linha Haval, mas ainda não definimos qual”, disse André Leite, diretor das marcas Haval e Ora no Brasil. “Normalmente o índice de nacionalização começa mais baixo, mas temos que conhecer as regulamentações para alcançarmos a equação mais equilibrada”.

Leite alega existir forte flexibilidade na matriz que permite postergar as decisões e até alterar a rota caso necessário, como foi o caso da troca do primeiro modelo nacional – inicialmente seria a picape Poer, mas agora será um SUV: “Ambos estão sendo desenvolvidos ao mesmo tempo. O que fizemos foi trocar a ordem da produção, porque passou a fazer sentido antecipar o SUV com o retorno do imposto de importação”.

Até mesmo a definição do portfólio de importação está à espera das regras do Mover. Dependendo de como será regulamentado o IPI verde, alegou Leite, determinado modelo poderá passar à frente na lista: “Em outubro estivemos na China e demos uma olhada nas opções que temos na prateleira. Mas tudo depende de como serão as alíquotas do IPI verde”.

André Leite

Ao contrário de sua conterrânea BYD, que demonstra agressividade em trazer volumes maiores de automóveis – em janeiro ocupou a décima posição do ranking local – a GWM tem como planejamento dar passos mais calmos. O objetivo, segundo Leite, é construir a marca antes de acelerar nos volumes. Ele descarta modelo na faixa dos R$ 100 mil, como a BYD fará com o Dolphin Mini, que tem lançamento programado para os próximos dias.

“Nossa intenção é preencher melhor a faixa de mercado de R$ 150 mil a R$ 230 mil. Não há planos de modelos abaixo disso. O objetivo é menos volume e mais construção de marca.”

No ano passado os licenciamentos dos modelos Haval H6 e Ora 03 somaram 11,5 mil unidades. A meta para 2024 é dobrar este volume: “Começamos a vender o Haval H6 em maio e o Ora 03 em novembro. Teremos um ano cheio para os dois modelos. O mínimo é dobrar”.

Da segunda-feira, 19, à quinta-feira, 22, a companhia recebe em torno de 2 mil pessoas no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, onde oferece test-drives dos Haval H6 e Ora 03. O objetivo é fazer ao menos 1,5 mil testes.