São Paulo – A Foton atingiu a marca de 1 milhão de veículos exportados a partir da China, onde mantém 23 fábricas. Os veículos enviados para diversos países do mundo são movidos a diesel, gasolina, híbridos, elétricos e até a hidrogênio.
Grande parte desse volume foi enviado para regiões como Europa e Ásia-pacífico, onde a empresa é uma importante fornecedora de ônibus elétricos. No Brasil, a Foton voltou a comercializar seus veículos em 2024, importando para o País caminhões semileves, leves e médios.
São Paulo – Marcus Vinícius Aguiar, diretor de relações institucionais e governamentais da Renault no Brasil, foi reeleito na quarta-feira, 27, presidente da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, para o biênio 2025-2026. Seu vice-presidente, Everton Lopes, da Mahle Metal Leve, também foi reeleito.
A missão de Aguiar nos próximos dois anos é dar continuidade à política de fortalecimento da entidade em todos os fóruns automotivos, nacionais e internacionais.
Desta forma o executivo seguirá lutando para que o Brasil faça parte das grandes discussões que envolvem o setor automotivo atualmente, como a transição energética, descarbonização, neutralidade de emissões de carbono e novas tecnologias veiculares.
São Paulo – Os funcionários do Grupo Volkswagen paralisaram nove fábricas na Alemanha por algumas horas na segunda-feira, 2, para protestar contra o fechamento de fábricas e o corte salarial sugerido pela montadora. O protesto é liderado pelo sindicato IG Metall, que representa os trabalhadores locais, segundo o portal Automotive News.
Além de se posicionarem contra o possível fechamento de algumas unidades na Alemanha, os trabalhadores também são contra o pleito da montadora que pede corte de 10% nos salários para reduzir custos e elevar sua lucratividade. Segundo a Volkswagen o movimento é necessário para defender sua posição de mercado contra a concorrência das marcas chinesas e contra a queda na demanda por veículos na Europa.
As unidades de Zwickau, Wolfsburg, Hannover, Emden, Salzgitter e Brunswick são algumas das que foram paralisadas.
São Paulo – Em novembro as vendas de veículos somaram 253,5 mil unidades, o que representa crescimento de 19,2% sobre os 212,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus emplacados no mesmo mês do ano passado, de acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. Com relação a outubro, 264,9 mil unidades, as vendas recuaram 4,3%, tornando novembro o segundo melhor mês do ano.
Com dezenove dias úteis a média diária, em novembro, chegou a 13,3 mil unidades, esta sim a melhor do ano. Superou a de outubro, 11,5 mil emplacamentos/dia, e a de dezembro do ano passado, 12,4 mil.
O movimento foi fortemente puxado pelas compras das locadoras. As vendas diretas representaram 54% do volume no mês, acima da média do ano, de 47%.
No acumulado do ano foram emplacados 2 milhões 377 mil veículos, crescimento de 15,4% sobre o mesmo período de 2023. A projeção da Anfavea, de 2 milhões 560 mil veículos vendidos, deverá ser superada, uma vez que dezembro é, usualmente, um mês com maior demanda – no ano passado registrou 248,6 mil licenciamentos.
Camaçari, BA – Da ainda inacabada estrutura que vem sendo erguida por terceirizadas chinesas no terreno em que, por anos, foram produzidos carros Ford, começarão a ser montados a partir do primeiro trimestre, em regime SKD, os primeiros BYD Song Pro e Dolphin Mini, nesta ordem. A companhia optou por recomeçar do zero e construir novos galpões, descartando o legado da Ford, e em sete meses avançou bastante a construção.
A reportagem esteve nas obras da nova fábrica da BYD em Camaçari. Ainda faltam paredes e parte do piso do prédio onde será instalada a linha de montagem, embora já estejam presentes caixas com equipamentos que serão usados na fábrica. Também já foram importados os carros desmontados, os primeiros a serem montados na unidade.
A vice-presidente da BYD e CEO para as Americas, Stella Li, garantiu que a operação começará no primeiro trimestre: “Enquanto vocês estiverem celebrando o Carnaval nós estaremos comemorando o início da produção”.
Em janeiro, garantiu, 1 mil trabalhadores serão contratados e treinados por uma centena que viajou à China, neste ano, para receber capacitação. Até março outros 3 mil serão contratados e até o fim do ano, prometeu, “teremos 10 mil empregos gerados pela operação BYD em Camaçari”.
A produção em SKD integra a chamada fase 1.1 do início da operação em Camaçari. Além da linha de montagem ficarão prontas uma área para inspeção de qualidade e uma pista de testes. O pátio para armazenar os carros prontos é uma das poucas coisas que serão aproveitadas da Ford.
Na fase 1.2 serão agregadas as áreas de estamparia, armação de carroceria e pintura, também em estrutura inédita. “Até agosto de 2025 teremos a produção completa dos carros”.
A partir daí a intenção é iniciar processo de localização da produção, que tende a ser altamente verticalizada, de acordo com Stella Li. A capacidade inicial será de 150 mil veículos por ano.
Em paralelo, investimento em pesquisa e desenvolvimento. Stella Li disse, parafraseando o CEO global Wang Chanfu, que “queremos fazer da Bahia uma Vale do Silício brasileira”, com desenvolvimento de tecnologia de emissão limpa. O primeiro projeto, em parceria com os chineses, já será apresentado junto com o primeiro Song Pro montado na Bahia: um motor 1.5 flex acoplado a sistema híbrido plug-in.
O vice-presidente sênior da BYD Brasil, Alexandre Baldy, disse que as pessoas envolvidas na situação foram afastadas e com passaporte cassado. As investigações internas continuam, afirmou: “A BYD respeitará toda a legislação brasileira, toda a legislação trabalhista. Aprofundaremos as fiscalizações e convidaremos órgãos e entidades a colaborar”.
Segundo o governador Jerônimo Rodrigues as fiscalizações por parte do Ministério Público continuarão. “Conversamos com a diretoria da BYD e nos foi dito que a situação será resolvida. De toda forma continuaremos atentos”.
Camaçari, BA – Junto com a produção completa dos veículos BYD na Bahia, prevista para agosto, sairão os primeiros modelos híbridos flex plug-in. Quem garantiu foi Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD Brasil, durante cerimônia na fábrica de Camaçari na qual o protótipo do motor 1.5 flex foi apresentado.
O desenvolvimento foi tocado por mais de cem trabalhadores, brasileiros e chineses. O motor estreará no Song Pro nacional – mas apenas em agosto: as versões com montagem SKD, com início da operação prevista para março, seguirão apenas com versão a gasolina.
Não foram divulgados os pormenores técnicos do motor, que, segundo Baldy “aproveita melhor o potencial do etanol e reduz a diferença com relação à gasolina com desempenho superior em diversas condições”.
De acordo com o vice-presidente a produção do motor também será em Camaçari, a partir de agosto.
São Paulo – De forma inesperada Carlos Tavares apresentou, com efeito imediato, sua carta de renúncia ao cargo de CEO da Stellantis. Seu contrato vigoraria até o início de 2026 e já era certo que ele não permaneceria, tendo a companhia iniciado a busca por seu substituto. Mas a ação de Tavares antecipou os planos.
O Conselho de Administração, presidido por John Elkann, herdeiro dos Agnelli, pretende encontrar o substituto de Tavares no primeiro semestre de 2025. Até lá será estabelecido um Comitê Executivo interino, presidido por Elkann.
Tavares, que veio do Grupo PSA na fusão que originou a Stellantis, foi o primeiro CEO da nova companhia. Em 2024, porém, apresentou resultados abaixo do esperado e precisou revisar o guidance da companhia – que será alcançado, de acordo com o comunicado divulgado no domingo, 1º, para informar a renúncia do antigo CEO.
São Paulo – “Seja qual for o número o futuro é pesado”, assinalou o diretor da Power System Research para a América do Sul, Carlos Briganti, durante participação no Congresso AutoData Perspectivas 2025, realizado em São Paulo.
“Principalmente os extrapesados que fazem parte, hoje, de cerca de 50% da produção de caminhões acima de 44 toneladas. Basta andar pelas estradas e notar. A economia está crescendo e sendo transformada por caminhões extrapesados.”
De acordo com Briganti em 2013, quando foram emplacados 223 mil caminhões, cerca de 30% eram veículos pesados, ou 67 mil unidades. Onze anos depois, em 2024, diante da perspectiva de 170 mil unidades, esta representatividade dobrou para 60%. Significa que em torno de 102 mil unidades deverão integrar o segmento.
“Ao longo do tempo mudamos completamente esta relação. O valor agregado e a potência são maiores. O implemento também é muito maior e mais sofisticado. A produção e a venda de implementos, inclusive, supera a de caminhões. E tudo isso ajuda a girar a economia”, disse o especialista. “Fiz, recentemente, uma estatística só de observação: 30% das composições já estão com nove eixos, sendo três no cavalo mecânico e seis na carreta.”
E não é somente na venda ao transportador e ao frotista que este tipo de caminhão está com aumento na demanda. Na locação, em torno de 50% dos ativos são extrapesados, estimou Briganti. Quanto aos setores que mais têm demandado esses veículos ele indicou o agronegócio, responsável por 30% das vendas.
“Na safra 2023/2024 houve uma queda 310 milhões para 290 milhões de toneladas de grãos. Agora é prevista safra recorde de 325 milhões de toneladas. O que é muito bom. Só o que não está bom é o preço das commodities.”
Em torno de 5% dos pesados são procurados pela mineração, que busca, principalmente, modelos fora-de-estrada. O restante é dedicado ao transporte de mercadorias, por exemplo, combustíveis e cegonhas.
Concorrência e lançamentos atraem consumidor apesar dos juros altos
Com relação ao mercado de veículos leves, ao ponderar que a produção poderia ser maior se a exportação estivesse mais robusta, diferentemente dos pesados, Ricardo Roa, sócio líder da área automotiva da KPMG, apontou durante o mesmo painel do congresso que, apesar de vista com maus olhos por muitos, a entrada massiva de veículos chineses no País foi boa para chacoalhar o mercado e puxar a régua para cima.
E que apesar do cenário de juros altos, o que frustrou expectativa de maior acesso ao crédito, fatores como a maior divulgação de lançamentos e pacotes de tecnologia, alguns eletrificados, tornam o mercado mais atrativo e competitivo. E conquistam o consumidor.
Diante do receio de aumentar ainda mais o valor de venda dos automóveis e comerciais leves por causa da mudança da legislação em 2025, com a entrada em vigor do Proconve L8, que determina regras mais rígidas para as emissões de poluentes, Roa estimou que o encarecimento deverá ficar para dois anos à frente.
A fase 8 do programa de controle da poluição do ar por veículos automotores institui sistema que gera créditos de emissão aos que poluírem menos que o estabelecido: “O aumento de preços deverá acontecer de 2026 a 2027 porque haverá aumento de custo para a produção de veículos locais para atender ao regramento do L8 para homologações, o que demandará novos maquinários”.
Diante do avanço de alternativas para descarbonizar Roa também acredita que o fluxo de veículos híbridos deverá aumentar em todas as montadoras para atender as metas de emissões. E o consumidor é quem ganha com isto.
São Paulo – A partir de 1º de dezembro os trabalhadores das fábricas do Grupo Volkswagen na Alemanha poderão entrar em greve, informou o sindicato IG Metall. Segundo reportagem da Agência Reuters o conflito dos trabalhadores com diretores da VW vem aumentando diante da possibilidade de demissões e fechamento de fábricas ali.
“Greves são possíveis e também necessárias a partir do início de dezembro”, afirmou o sindicato em folheto entregue aos trabalhadores e a que a Reuters teve acesso, acrescentando que um acordo existente para não organizar greves se encerrou no sábado, 30 de novembro.
A Volkswagen pede corte de 10% nos salários, com o argumento de que precisa cortar custos e elevar lucro para defender sua posição no mercado diante da concorrência das marcas chinesas e da queda na demanda por carros na Europa.
Uma reunião está agendada para 9 de dezembro para dar sequência às negociações a respeito de um novo acordo trabalhista. Os sindicatos prometem resistir a propostas que não contemplem planos de longo prazo para as fábricas da Volkswagen.
São Paulo – Pelo quarto ano consecutivo a divisão brasileira da Volkswagen entregará lucro à matriz, que passa por dificuldades financeiras devido à transição para a eletrificação. O CEO Ciro Possobom celebrou o resultado, que vem acompanhado de um bom desempenho em vendas, com crescimento superior à média do mercado, e um horizonte promissor devido aos próximos lançamentos que compõem o pacote de R$ 16 bilhões em investimentos até 2028.
Mas é no Tera que estão depositadas as fichas da companhia para 2025. Cercado de expectativa o modelo, um SUV compacto para brigar com o Renault Kardian e o Fiat Pulse, dentre outros, ajudará a expandir a produção em Taubaté, SP, de onde sai, também o Polo, o automóvel mais vendido do Brasil.
Gerenciar a produção tem sido um trabalho complicado para a Volkswagen, que tem suas fábricas operando em dois turnos. A companhia está finalizando a transferência de parte do volume do Virtus para São José dos Pinhais, PR, para abrir mais espaço em São Bernardo do Campo, SP, que produz Polo, Virtus, Nivus e Saveiro. A picape, aliás, é a grande surpresa do ano, com desempenho acima do esperado, de acordo com Corassa:
“Temos fila de espera pela Saveiro. Nosso prazo de entrega, que era de trinta dias, subiu para sessenta e os pedidos não param de chegar. Esperamos nos próximos meses resolver esta questão com a reorganização da produção”.
O segmento de picapes tem sido positivo para a Volkswagen, que registrou elevação também nas vendas da Amarok. E segue o desenvolvimento do modelo inédito, que será produzido em São José dos Pinhais – Possobom e Corassa mantiveram o suspense, assim como da tecnologia híbrida flex, que também está nas pranchetas e bancadas de testes da área de engenharia.