Obras na BYD Camaçari começam na semana que vem

São Paulo – Cerimônia agendada para a terça-feira, 5, deverá marcar o início das obras civis na fábrica da BYD em Camaçari, BA. Foi o que prometeu Alexandre Baldy, chairman da companhia no Brasil, em entrevista à Agência AutoData durante o lançamento do BYD Dolphin Mini, na quarta-feira, 28, em São Paulo.

“Existe muita coisa a ser feita. Anunciaremos todos os pormenores na semana que vem, na cerimônia”, afirmou, adiantando que boa parte do maquinário já partiu da China e deverá chegar nos próximos dias à Bahia.

Alexandre Baldy

Baldy reafirmou que o cronograma prevê o início da produção de veículos BYD em Camaçari no quarto trimestre: “Segue mantido. Precisamos começar a produzir o quanto antes”.

Meta ousada de vendas

A BYD projeta vender, em 2024, 120 mil unidades no mercado brasileiro, segundo o diretor de vendas Henrique Antunes: “Nossa meta é alcançar 5% de participação ainda em 2024”.

Mais modelos serão adicionados ao portfólio, hoje composto por Dolphin Mini, Dolphin, Dolphin Plus, Seal, Yuan EV, Song Plus, Han e Tan, além do D1 exclusivo para motoristas de aplicativo. 

Caso alcance a meta a BYD, apenas com importações, superará tradicionais fabricantes de veículos instaladas há anos no Brasil, como Nissan, Honda, Peugeot e Citroën. 120 mil unidades foi o volume comercializado por Jeep e Renault no ano passado.

BYD Dolphin Mini chega para mexer no mercado por R$ 115,8 mil

São Paulo – Em torno de 6,5 mil pessoas reservaram, de domingo, 25, até a manhã da quarta-feira, 28, um Dolphin Mini pelo Mercado Livre sem nem mesmo conhecer os pormenores do carro. A estes consumidores a BYD ofereceu um bônus de R$ 10 mil de desconto e o carregador, que custa R$ 7 mil. Até o fim da quarta-feira a promoção segue: o compacto elétrico está disponível por R$ 98,8 mil. Após o período o modelo, com carregador incluso, custará R$ 115,8 mil.

Não ganhou o título de elétrico mais barato do Brasil, contrariando a expectativa do mercado: este posto ainda é do Renault Kwid E-Tech, de R$ 99,9 mil. De toda forma a BYD aposta forte no compacto e garante que até 10 mil unidades serão entregues em sessenta dias. E, segundo seu chairman, Alexandre Baldy, será produzido em Camaçari, BA.

O Dolphin Mini tem porte superior aos demais compactos do mercado, como Fiat Mobi e Renault Kwid. Seu entre-eixo tem 2,5 m, 8 cm acima do Kwid E-Tech. Tem 1,71 m de largura e 3,78m de comprimento, 34,5 cm menor do que o Dolphin. Mas está homologado apenas para quatro ocupantes e tem porta-malas de 230 litros.

“Estamos estudando uma versão com cinco lugares. Depende de homologação e de conseguir manter o conforto para os passageiros traseiros”, disse o diretor de vendas Henrique Antunes. “Na China só existem opções de quatro lugares. Seria uma configuração inédita.”

Internamente oferece bom pacote tecnológico, com tela flutuante de 10 polegadas que faz rotação, conexão 4G e armazenamento em nuvem. O painel de instrumentos também está em uma tela LCD de 7 polegadas e oferece diversas informações ao motorista. Há ainda carregador por indução para smartphones.

Montado sobre a mesma plataforma do Dolphin oferece seis airbags e sistemas de auxílio à condução como assistente de partida em rampa, de controle de cruzeiro e estacionamento, além de câmara de ré automática. Seu motor elétrico alcança potência de 75 cv com torque máximo de 135 Nm. A autonomia da bateria, segundo o Inmetro, é de 280 quilômetros. Pode ser carregado em qualquer tomada comum, garante a empresa.

Antunes disse que a expectativa inicial era comercializar 25 mil unidades do Dolphin Mini no ano: “Será o nosso carro de maior volume. Mas já estamos revendo este número com o desempenho dos primeiros dias. Temos condições de atender ao mercado caso haja demanda maior”.

Um dos públicos que a BYD pretende atingir é o de motoristas de aplicativos. Fez até parceria com a 99, empresa de mobilidade, que por seis meses cobrará taxa menor, de 9,99% por corrida, dos motoristas que comprarem um Dolphin Mini. Quem adesivar o carro terá taxa zero. O Banco Santander e a Porto Seguro também aderiram à ideia e oferecem condições especiais para financiamentos e seguro.

Dunlop lança pneu misto de olho no potencial de 430 usinas

Fazenda Rio Grande, PR – A Dunlop anunciou o lançamento do pneu de uso misto SP926, desenvolvido para o mercado brasileiro com o objetivo de conquistar fatia do segmento on e off road, que possui grande potencial a ser explorado, uma vez que apenas 19% dos pneus comercializados no País são dedicados a este perfil que mistura asfalto e terra. A maioria, 67%, é de produtos para veículos rodoviários e regionais e 14% para urbanos.

Outro fator que estimulou a empresa a apostar na nova roupagem do produto – anteriormente representado pelo SP925 –, de acordo com o coordenador de vendas Célio Queiroz, é o potencial das 430 usinas de cana-de-açúcar espalhadas pelo Brasil: uma das principais aplicações está no setor canavieiro, além de pedreiras, terraplanagem, concreteiras e coleta de lixo.

“Nossos principais testes foram realizados em diferentes caminhões em quatro usinas com condições distintas de terreno, sendo duas em São Paulo, a Usina Batatais e a Usina Santa Cruz, uma em Pernambuco, a Usina Central Olho D’Água, e outra no Paraná, a Usina Dacalda.”

Os ensaios apresentaram variação de até 9,3 mil quilômetros de banda original rodada em comparação com um de seus concorrentes fabricado pela Goodyear, de acordo com documentos assinados pela Dunlop e pelas usinas.

As compras de reposição de pneus para caminhões canavieiros são aguardadas para o mês que vem, para que as usinas voltem a operar no fim de abril, quando tem início a safra sucroalcooleira. Segundo Queiroz existe, porém, o desafio de inserir o produto no mercado pois, quando se trata de usinas é praxe testá-lo primeiro.

Na comparação com o produto anterior os sulcos estão 31% mais profundos e a promessa é de desempenho 43% superior no quesito quilometragem: “O pneu que tínhamos era muito bom, mas ele possuía uma deficiência com relação à profundidade”.

Com os sulcos mais largos e caídos na área que traciona a expectativa é a de que ele limpe melhor os blocos e retenha menor quantidade de terra. Mais resistente contra cortes, arrancamentos e picotamentos o talão incorporou reforço de náilon a fim de garantir índice de recapabilidade maior, o que deverá resultar na redução dos custos por quilômetro percorrido.

Fabricado em Fazenda Rio Grande, PR, o pneu Dunlop SP926 estará inicialmente disponível na medida 295/80R22.5. Queiroz estimou que em três a quatro meses o tamanho 275/80R22.5 chegará ao mercado.

Ford América do Sul tem novo presidente

São Paulo – O argentino Martín Galdeano assumiu a presidência da Ford América do Sul, sucedendo a Daniel Justo, que foi transferido para Detroit, Michigan. A troca teve efetividade nos primeiros dias de fevereiro, mas Justo já estava no headquarter da Ford desde o início do ano para assumir suas atribuições como CFO da Ford Blue, divisão concentrada no desenvolvimento dos negócios de modelos que utilizam propulsão com combustão interna.

Galdeano ocupa a presidência da Ford Argentina desde 2020, e ingressou na companhia em 2000. Passou por diversas funções em diferentes áreas, incluindo duas passagens pela operação brasileira, a primeira de 2005 a 2007 e depois de 2008 a 2009. Acumula também experiência em Detroit e em Londres, sempre pela companhia.

De novembro de 2012 até o fim de 2023 Galdeano presidiu a Adefa, associação das fabricantes da Argentina. 

Galdeano e Justo, os dois à esquerda.

Marcopolo registra lucro líquido recorde em 2023

São Paulo – A Marcopolo atingiu lucro líquido recorde em 2023, somando R$ 810,8 milhões, volume 85,6% maior do que o registrado em 2022, de acordo com balanço divulgado pela companhia. O incremento foi puxado pelo aumento na venda de veículos rodoviários, pela consolidação da linha G8 no mercado e pelo mix de vendas de produtos com maior valor agregado, como veículos urbanos articulados. 

O bom resultado nas vendas refletiu positivamente na receita líquida que chegou a R$ 6 bilhões 680 milhões, expansão de 23,4% sobre 2022. Desse total, R$ 4 bilhões e 10 mil correspondem a vendas no Brasil e R$ 2 bilhões 660 milhões a resultado de exportações.

O lucro bruto foi de R$ 1 bilhão 530 milhões, representando 23% da receita líquida. Em 2022 este resultado foi de R$ 829,5 milhões, com participação de 15,3% na receita líquida.

Mesmo com números positivos no balanço de 2023 a produção recuou 11,5% na comparação com 2022, chegando a 13 mil unidades, 83% produzidos no Brasil e 17% no Exterior. 

XCMG vende caminhões elétricos e a diesel para a CSN

São Paulo – A XCMG vendeu sete caminhões para a CSN, Companhia Siderúrgica Nacional. As sete unidades são do caminhão pipa XG90H, com capacidade para transportar 50 mil litros. Todas já foram entregues.

A CSN também comprou alguns equipamentos e veículos elétricos que serão usados para testes em sua operação, como a escavadeira XE270E, a pá-carregadeira XC968-EV, dois caminhões off-road XDR80TE e duas unidades do caminhão XGE95.

VW Caminhões e Ônibus chega a 71% de energia limpa usada em Resende

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus anuncia que alcançou 71% de uso de energia limpa, derivada de fontes renováveis, em sua fábrica de Resende, RJ. A meta é chegar a 100% ainda em 2024, utilizando energia gerada por hidrelétricas, parques solares e eólicos.

O aumento no porcentual de energia limpa usada na fábrica faz parte do plano ESG da VW Caminhões e Ônibus, que mantém parceria com a UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, para disseminar os conceitos de economia circular e implementar programas de descarbonização em suas operações fabris.

AEA comemora 40 anos e apresenta novo logo

São Paulo – Em comemoração aos seus 40 anos de história a AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, apresentou sua nova logomarca. O novo logo traz a sigla em letra minúscula, o que, segundo a entidade, “reforça a sensação de acessibilidade e modernidade”. Também “conduz a uma expressão de compromisso ambiental e progresso sustentável” ao simbolizar, com as identificações em verde, este caminho.

A partir de 6 de março a entidade inicia uma série de atividades para celebrar este aniversário.

Ford negocia 300 Transit eletrificadas e passa a oferecer aos clientes brasileiros

São Paulo – Após um período de doze meses rodando em operações de clientes do setor logístico e de e-commerce no Brasil, na Argentina e no Chile a Ford decidiu importar a E-Transit nas versões furgão e uma inédita chassi-cabine. E o test drive em condições reais de utilização gerou o primeiro negócio, com encomenda de trezentas unidades da versão furgão por um cliente brasileiro. Importadas da Europa serão entregues até o fim de março.

“Foram onze veículos em operações no Brasil, na Argentina e no Chile em um programa piloto com frotistas de médio porte. Depois de 60 mil quilômetros rodados e um acompanhamento em tempo real por meio da conectividade embarcada nesses produtos tivemos o pedido de trezentas unidades”, contou Guilherme Lastra, diretor de veículos comerciais da Ford para a América do Sul, sem revelar, no entanto, qual é o cliente.

E-Transit tem conector do Tipo 2 para uso em carregadores AC e DC

Mesmo tendo o preço por unidade quase duas vezes o de uma Transit com motor a combustão algumas vantagens em operações urbanas e até em cidades próximas chamaram a atenção dos clientes, segundo Lastra: “O custo operacional das versões elétricas é 40% menor e, com garantia de até oito anos para itens como a bateria, o investimento faz sentido para alguns clientes que, como nós, têm como objetivo produtividade e retorno financeiro”.

A conectividade é um dos pilares da Ford Pro, divisão responsável pelas operações de veículos comerciais na região. Por meio de arquitetura eletrônica integrada com a engenharia, com os protocolos de manutenção e a área de pós-venda a Ford Pro é capaz de gerar informação em tempo real da Transit para entregar aos clientes conhecimento que propiciam redução do custo operacional — “E esta estrutura já está incorporada na solução Ford Pro sem qualquer custo adicional”.

Esta capacidade de gerar dados para melhorar sua utilização e a qualidade do produto — cuja opção com motor a combustão é líder na Europa e cuja versão eletrificada é a mais vendida do seu segmento no mercado estadunidense — tem trazido bons resultados também no Brasil.

Segundo a Ford no ano passado houve crescimento de 60% dos negócios com este produto, passando de 3,2 mil unidades vendidas em 2022 para 5,2 mil, incluindo além das versões da Transit homologadas para transporte de carga seca, baú, plataforma, ambulância, escolar e, também, a picape Ranger para operações comerciais, como utilização em empresas de mineração e forças de segurança.

Sem apresentar uma projeção de volume para 2024, nem objetivos de market share, a Ford Pro planeja, segundo Lastra, “continuar crescendo, incorporando mais novidades ao nosso portfólio de produtos e serviços”.

E-Transit Chassi

A versão chassi-cabine eletrificada será a primeira dessa categoria comercializada no País. A Ford E-Transit terá, desta forma, duas versões: a furgão e a chassi, ambas equipadas com motor elétrico de 198 kW, ou 269 cv, e torque de 430 Nm.

A Ford informa que além do torque instantâneo da propulsão elétrica outros diferenciais são a tração traseira e a maior capacidade volumétrica da categoria, de até 15 m3 no furgão e de até 21 m3 na chassi. Mais uma vantagem que a Ford pretende explorar é a autonomia de 317 quilômetros pelo ciclo WLTP. Na prática, segundo os testes em operação real, dependendo da carga transportada a autonomia pode chegar a 270 quilômetros.

A bateria de lítio de 68 kWh pode ser carregada tanto em corrente contínua, de até 115 kW, em 35 minutos, como em corrente alternada, de até 11,5 kW, em oito horas, usando conector do tipo 2, segundo a importadora.

A Ford também aposta em itens de segurança ativa na E-Transit como as tecnologias semiautônomas que reduzem o risco de colisões, o sistema de frenagem autônoma, controle de tração e estabilidade AdvanceTrac e câmara 360°. A importadora afirma que as versões eletrificadas são as únicas do mercado com três modos de condução: normal, econômico e escorregadio.

A E-Transit Chassi terá versões com PBT de 3,5 e 4,2 toneladas e capacidade de carga de 1, 3 mil a 2,1 mil kg. São três versões do furgão com carga volumétricas diferentes:  L2H2, com 9,5 m3, L2H3, com 10,7 m3 , L3H3, com 12,4 m3 , e L4H3, com 15 m3. Elas têm PBT de 3,5 toneladas com capacidade variando de 800 a 1 mil kg.  

O preço, tanto do furgão como da versão chassi eletrificadas, é o mesmo: a partir de R$ 542 mil

Meta da Caoa Chery é dobrar as vendas em 2024

Franco da Rocha, SP – Dobrar os volumes de vendas, passando dos 30 mil do ano passado para 60 mil unidades, foi a meta traçada pelo CEO da Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, para a Caoa Chery em 2024. Para alcançar a meta a aposta foi no reposicionamento de preço dos produtos: com a abertura do segundo turno de produção em Anápolis, GO, eles estão ficando mais baratos.

“Também teremos mais lançamentos ao longo do ano, ampliando o nosso portfólio. O primeiro foi o Tiggo 7 Sport, que deverá ser o nosso modelo mais vendido no Brasil a partir de 2024”.

Outro ponto que deverá ajudar no crescimento é o investimento em marketing, que será dobrado em 2024 na comparação com o ano passado, somando algumas centenas de milhões de reais. De acordo com o empresário a Caoa investirá pesado em canais de televisão, apostando em horários nobres, como o de jornais e novelas, o que já fez bastante no passado, mas também investirá bastante no digital, apostando em comunicações mais segmentadas. 

A projeção bastante otimista de crescimento para 2024 também é baseada no mercado geral de automóveis e de comerciais leves, que será maior do que em 2023, segundo ele, por causa da queda na taxa de juros, o que deverá resultar em um volume maior de financiamentos liberados.

Para dar base ao crescimento esperado a Caoa também investirá na ampliação da rede Caoa Chery, com a nomeação de novos grupos e a abertura de novos pontos também por grupos já presentes, incluindo a própria Caoa. A meta é sair de 150 revendas para 170 ou 180 até dezembro. 

A fábrica de Anápolis, que está operando em dois turnos, deverá produzir cerca de 65 mil unidades, contra 35 mil em 2023, volume que será puxado pelo novo turno e também pela ampliação do quadro de funcionários, que sairá de 3,3 mil no começo do ano para cerca de 4 mil até dezembro.