Pirelli investe R$ 350 milhões em sua operação brasileira

Campinas, SP – A Pirelli anunciou investimento de R$ 350 milhões em sua operação brasileira. Segundo o CEO para a América Latina, Cesar Alarcon, R$ 200 milhões serão aplicados em laboratório de pesquisa e de desenvolvimento e em um novo armazém e outros R$ 150 milhões na compra da Hevea-Tec, fornecedor de borracha natural adquirido em julho do ano passado e cuja negociação foi aprovada pelo CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, no início do ano.

O anúncio foi feito quarta-feira, 13, na fábrica de Campinas, SP, classificada por Alarcon como “centro nevrálgico” da operação latino-americana. À produção de pneus, que equipam automóveis, comerciais leves, motocicletas e veículos utilizados em competições esportivas, foi agregado um centro de pesquisa e um laboratório de testes indoor, que trabalham em paralelo com o central em Milão, Itália. 

Novo laboratório permite testes indoor de pneus. Foto: Divulgação.

Agora é possível desenvolver um pneu do zero em Campinas, mas sempre com apoio da matriz: “Não produzimos apenas pneus aqui, pois mantemos um polo de tecnologia e de inovação. Somos capazes de exportar tecnologia além de pneus. Hoje um terço da nossa produção vai para diferentes mercados, como o dos Estados Unidos”.

O laboratório já está em operação desde o início do ano. Trabalha em conjunto com o Circuito Pan-Americano, de Elias Fausto, SP, onde são feitos os testes em campo. Assim a Pirelli avança em desenvolvimento de tecnologia na América do Sul.

Centro de distribuição

Em terreno anexo à fábrica está sendo erguido o novo centro de distribuição, que ocupará área de 56 mil m². Na terça-feira, 13, com a presença do prefeito de Campinas, Dário Saadi, foi inaugurada a pedra fundamental do empreendimento, construído em parceria com Galápagos, TZI e Monto Engenharia.

Laboratórios já estão em operação desde o início do ano. Foto: Divulgação.

As obras já começaram – estão na fase da terraplenagem. A intenção é que em catorze meses o local seja inaugurado, com capacidade para 800 mil pneus: “Em Campinas teremos tudo: a produção de pneus, laboratórios de desenvolvimento e o armazém”.

Mais investimentos

Alarcon disse que o investimento anunciado independe do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. Ele elogiou o programa e deu a entender que abre oportunidades para a atração de mais investimentos no futuro: “Nos últimos seis anos investimos mais de R$ 2 bilhões no Brasil. Já acreditávamos no potencial antes do programa, que foi também uma excelente notícia”.

O CEO da Pirelli ressaltou, porém, a dificuldade que a indústria brasileira de pneus vem passando com o avanço das importações, especialmente de produtos chineses. Ele acusou a prática de dumping de alguns fabricantes asiáticos: 

Mais investimentos podem estar a caminho. Foto: Divulgação.

“É uma prática prejudicial para a indústria, que pode afastar investimentos e tirar empregos. Prejudica a Receita Federal, com perda de arrecadação, e o meio-ambiente, porque estes importadores não têm a obrigação de retirar estes pneus de circulação e destiná-los de forma correta. Hoje nenhum pneu produzido no Brasil vai para aterros sanitários: é transformado em matéria-prima para outras atividades”.

O executivo disse que o governo está atento à questão e as negociações ocorrem no âmbito da Anip. Ele reforçou, porém, que a análise de novos investimentos passam por essa questão: “O Brasil é competitivo para produzir pneus mas temos a concorrência forte do México, por exemplo”.

BYD duplica centro de distribuição de peças para atender a demandas do pós-venda

Cariacica, ES – A BYD tem planos de dobrar o tamanho do seu centro de distribuição de peças em Cariacica, ES, mantido em parceria com a empresa de logística GDL. As obras se iniciam na segunda quinzena de março para que os 5 mil m² de área construída se expandam para 10 mil m² até o fim do ano. O investimento, cujo valor não foi revelado, será todo da BYD.

O centro dispõe de capacidade de armazenagem para 370 mil a 400 mil peças, dependendo do tamanho dos componentes. Após as obras passará para mais de 700 mil. O movimento ocorre no momento em que clientes da BYD reclamam do atendimento pós-vendas: os relatos apontam para demora acima do esperado para a substituição de peças básicas como pneus, tampa do porta-malas, capô e pára-choques.

Wagner Carrieri, gerente de pós-vendas da empresa, disse que não houve falta de peças, mas um gargalo na distribuição para a rede no País: “Nosso centro de distribuição estava enviando duzentas peças por dia. Com o grande crescimento das vendas elevamos para seiscentas peças por dia, o que gerou alguns gargalos logísticos. Mas já estão normalizados”.

O recebimento de peças da China também aumentou: está em torno de 3 mil a 4 mil unidades/dia, e o quadro de funcionários em Cariacica subiu para cinquenta pessoas. Até o fim do ano a expectativa é de chegar a 150, conforme a demanda de pós-vendas aumentar, acompanhando o ritmo elevado de vendas projetado para 2024.

Negociações estão em andamento com fornecedores locais para uma possível antecipação de nacionalização de alguns componentes antes do início da produção em Camaçari, BA. Mas segundo Carrieri o mais provável é que os componentes nacionais comecem a ser produzidos junto com a operação da unidade.

Prazo de entrega

Hoje, quando o concessionário envia o pedido, a BYD diz precisar de três dias para liberar o componente. Para chegar até a rede o prazo médio é de cinco a sete dias, podendo variar para mais ou para menos dependendo da região. Cerca de 93% de todas as peças que o pós-vendas demanda estão estocadas em Cariacica, incluindo baterias. Em casos emergenciais a operação do Brasil encomenda à matriz, que envia o componente de avião, levando cerca de dez dias para chegar ao País.

No centro de distribuição também é feita a tropicalização dos modelos, que recebem a marcação de chassi, etiquetas em português, tapetes, e até a mudança de nome do Tan, que chega ao País com o nome Tang, como é vendido no Exterior. Toda a parte elétrica e eletrônica do veículo, assim como pormenores da carroceria, são checados antes de o modelo ser liberado para a rede concessionária.

Mercado

A maior capacidade de atendimento de pós-vendas é necessária para dar suporte às vendas da companhia no Brasil, que em 2024 pretende comercializar de 50 mil a 100 mil unidades. O ritmo dependerá do desempenho de alguns modelos, como o Dolphin Mini, que chegou para ser o carro-chefe da BYD no País. Para atingir este volume a rede também está em fase de crescimento:

“Hoje temos 57 lojas em operação mas chegaremos a cem unidades até o fim de junho. Temos uma série de inaugurações programadas para os próximos meses”.

Até dezembro a projeção é de 150 concessionárias em operação, com mais de duzentas nomeações.

A expansão das vendas também terá o impulso de outros lançamentos programados para o segundo semestre, de acordo com Carrieri, assim como pelo Dolphin Mini, que acabou de chegar ao País e deverá registrar emplacamentos em torno de 4 mil unidades/mês. Tudo isto faz parte do plano de longo prazo da BYD, que pretende estar no Top 5 do ranking de vendas até o fim da década.

Novo BYD Tan já está no Brasil

Cariacica, ES – Com a primeira aparição oficial agendada para 22 de março, quando a BYD lançará uma linha nova de carregadores comerciais, o novo Tan foi visto pela reportagem da Agência AutoData saindo dos contêineres em Cariacica, ES, onde a companhia mantém seu centro de distribuição.

Traseira do BYD Tan tem novo para-choque

A aparição não estava programada pela BYD, que convidou alguns jornalistas para conhecer o seu centro de distribuição de peças. Nenhuma informação, portanto, foi oficialmente confirmada, mas a reportagem pôde notar mudanças no visual do SUV, como o novo para-choque dianteiro, que abandona a grade frontal. Na traseira o para-choque também passou por alterações.

A expectativa é a de que o SUV, importado da China, tenha mais autonomia que a sua versão anterior.

Locadoras pretendem adquirir de 700 mil a 800 mil carros em 2024

São Paulo – Dois fatores reduziram um pouco o apetite das locadoras por veículos 0 KM no ano passado: o programa de descontos do governo, que se estendeu por três meses e as deixou de fora, e a redução das taxas de juros, que fez com que mais clientes buscassem carros novos. Locadoras compraram 590 mil unidades, resultado estável frente a 2022, com variação de 0,1%, o que diminuiu a participação nas compras das montadoras de 30,1% para 27,1%, ou de 2 milhões 180 mil para 1 milhão 960 mil automóveis e comerciais leves. Para este ano, no entanto, a meta é recuperar a participação e ampliar as compras em dois dígitos, garantiu o presidente da Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, Marco Aurélio Nazaré.

O plano a ser posto em prática é o de responder por porcentual de 30% a 35% do total de licenciamentos de 2024, o que significaria de 700 mil a 800 mil veículos, com base na projeção da Anfavea de que serão comercializados 2,3 milhões de automóveis e comerciais leves.

“As montadoras geralmente trabalham com 30% das vendas para locadoras. Se não tivéssemos tido o programa de venda de carros incentivada no meio do ano, que dificultou a renovação e a ampliação da frota de aluguel, com certeza teríamos mantido esse porcentual, e até aumentado”, assinalou o dirigente. “Mas, infelizmente, não foi possível, o que contribuiu para que tivéssemos crescimento menor da nossa frota. Conseguimos renová-la, mas não aumentá-la de forma expressiva.”

A frota das locadoras chegou a 1 milhão 570 mil veículos leves ao fim do ano passado, quantidade que aumentou em 9,5% quando comparada a 2022, de 1 milhão 430 mil unidades. E 26,2% acima do volume de 2021.

“Tendo em vista que a frota está renovada vamos ampliá-la este ano. Existe demanda e agora podemos focar um pouco mais no crescimento, ainda trabalhando para reduzir a idade média, mas mais na expansão, porque há procura.”

Frota de locadoras teve idade média reduzida em cinco meses em 2023

A idade média das frotas das locadoras, que terminou 2023 com 18,3 meses, foi reduzida em cinco meses — era de 23,4 meses em 2022. O patamar, no entanto, assemelha-se ao de 2020, de 19,6 meses. Durante a pandemia houve envelhecimento considerável dos veículos a serem alugados, de quase oito meses, quando a idade média chegou a 27,4 meses.

De acordo com Nazaré a ideia é diminui-la para dezessete meses e, numa perspectiva mais otimista, podendo chegar a até quinze, o que retomaria o patamar de 2019, quando a idade média era de 14,9 meses.

A Fiat oferta a maior parte dos veículos para locação, respondendo por 27,2% do total, 426,6 mil veículos, seguido de Volkswagen, com 19,7%, 309 mil, e de General Motors, com 14,8%, 233 mil.

Quanto à transição para a eletrificação dados da Abla mostram que o custo ainda é impeditivo a avanço maior da sua presença na frota. Do total de veículos – o maior volume já registrado pela Abla – 8,4 mil são eletrificados, avanço de 81,6% ante 2022. Destes 3,7 mil foram emplacados em 2023, alta de 36,1%.

Na avaliação de Paulo Miguel Júnior, vice-presidente da Abla, a tendência é a de que os híbridos estejam mais presentes do que os elétricos: “O uso do carro elétrico acaba sendo mais limitado devido às incertezas quanto à recarga, o que o deixa mais focado para pequenas viagens e para o uso urbano. Sua maior presença na frota dependerá exclusivamente da demanda do mercado, uma vez que o custo ainda é elevado”.

Miguel Júnior percebeu que a maior procura é por frotas de empresas que buscam cumprir metas de ESG: “A limitação da circulação de veículos a diesel em São Paulo faz com que o veículo elétrico de médio porte seja opção vantajosa para a logística, uma vez que há vans com autonomia de até 350 quilômetros”.   

Receita bruta de locadoras alcança patamar recorde

O faturamento das locadoras, considerando apenas a receita obtida com locação, alcançou valor recorde de R$ 44,9 bilhões, que superou em 22% a cifra de 2022, R$ 36,8 bilhões. A demanda por carro de aluguel continuou crescendo em 2023, garantiu o presidente da Abla: o número de locadoras também cresceu 14% no ano passado, para 20,2 mil estabelecimentos. Segundo Nazaré houve a formalização de muitas empresas do ramo, o que é um sinal de que “investidores estão de olho no negócio”.

Dados da Abla apontam para investimento total de R$ 66 bilhões em 2023, contra R$ 55,3 milhões em 2022. O aporte médio por veículo ficou em R$ 112,6 mil, frente a R$ 93,6 mil do ano anterior: “Temos R$ 19 bilhões a mais de investimento na comparação com a receita obtida com a atividade. Isso demonstra a pré-disposição desse setor”.

O dirigente relatou a procura crescente pelo aluguel de carros, seja para turismo, lazer e para terceirização de frotas, e lembrou que houve dificuldade para atender alguns clientes por falta de carros, uma vez que tiveram de segurar as compras tanto por não poderem comprar veículos com desconto como por causa da depreciação e da redução dos preços dos seminovos, o que teria aumentado os custos das locadoras: “Apesar disto a procura por aluguel de carros é crescente. Não tem mais volta”.

Audi A6 Avant Performance chega ao mercado por R$ 1,2 milhão

São Paulo – A rede Audi começou a vender o novo A6 Avant Performance, um dos modelos que mantêm vivo o segmento de station wagon no mercado brasileiro. Por R$ 1,2 milhão tem novo visual, ganhou novos equipamentos e ajustes dinâmicos que reduziram seu peso e aprimoraram seu desempenho.

Por dentro do capô traz o motor 4.0 TFSI V8 biturbo, com turbocompressores maiores e potência 5% superior, chegando a 630 cv. Tem sistema híbrido leve, composto por bateria de íon lítio e alternador de 48 volts. A transmissão é a Tiptronic de oito velocidades e o modelo tem ainda sistema de tração integral permanente quattro.

Com 565 litros de capacidade no porta-malas, 4 m 995 mm de comprimento, 2 m 110 m de largura, 1 m 487 de altura e 2 m 930 mm de entreeixos o A6 Avant Performance combina desempenho esportivo com um carro familiar. Traz de série ar-condicionado automático de quatro zonas, pacote de luzes customizáveis, volante multifuncional com regulagem elétrica e aquecimento, controle de cruzeiro adaptativo com alerta de saída de faixa, park assist, carregador por indução.

Frasle Mobility bate novo recorde de receita líquida em 2023

São Paulo – A Frasle Mobility fechou o ano passado com R$ 3,4 bilhões em receita líquida, crescimento de 10,8% sobre o resultado de 2022. Foi um novo recorde: a companhia cresceu quase 2,5 vezes nos últimos cinco anos em meio a um contexto macroeconômico desafiador.

O EBTIDA ajustado atingiu R$ 664,7 milhões, alta de 39,8%, e a margem foi de 19,6%, 4,1 pontos porcentuais superior à do ano anterior. Do mercado externo veio R$ 1,2 bilhão em receita, alta de 4,8%, impulsionado pelo desempenho na América do Norte e maior participação nos mercados europeus, potencializado com a aquisição da Juratek, no Reino Unido.

Os resultados alcançados atingiram todas as projeções, segundo a Frasle. Foram registrados recordes de produção em Extrema, MG, e na Controil, em São Leopoldo, RS, de acordo com o presidente e CEO Sérgio Carvalho:

“Temos a certeza de que 2024 será ainda mais desafiador e relevante para a companhia. Este é um ano simbólico, porque celebramos os 70 anos da nossa marca icônica Fras-le, pioneira, sustentável e transformadora no universo da mobilidade. Confiamos no nosso modelo de negócio e na competência das nossas pessoas para projetarmos novas entregas e soluções estratégicas neste novo ciclo que se inicia”.

GWM projeta crescimento de 170% nas vendas

São Paulo – A GWM traçou como meta comercializar 31 mil veículos no mercado brasileiro em 2024, volume que representaria crescimento de 170% sobre os 11,5 mil vendidos de maio a dezembro do ano passado. Segundo Alexandre Oliveira, diretor de vendas e desenvolvimento de rede, o início da produção em Iracemápolis, SP, a partir do segundo semestre, ajudará a alavancar as vendas.

“Estamos bastante confiantes. Com quase um ano de Brasil já entendemos o que o consumidor brasileiro quer.”

No primeiro bimestre foram 4 mil unidades, 2,7 mil Haval H6 e 1,3 mil Ora 03. A rede, hoje composta por setenta ponto de vendas, dentre concessionárias completas e lojas em shopping centers, crescerá para 120 unidades.

“O potencial do mercado brasileiro é gigantesco, principalmente no segmento de veículos eletrificados, no qual operamos.”

Primeiros e-Volksbus sairão de Resende no segundo semestre

São Paulo – Os primeiros e-Volksbus, os chassis 100% elétricos da Volkswagen Caminhões e Ônibus, sairão das linhas de montagem de Resende, RJ, no segundo semestre, informou a empresa em comunicado. Desenvolvido pela engenharia local terá opções desde micro-ônibus de 9 metros até superarticulados de 23 metros.

O modelo ainda está em fase de protótipo, porém compartilha muita coisa com o e-Delivery, o caminhão 100% elétrico em produção desde 2021. A arquitetura modular é a mesma, dividida em três módulos, frontal, central e traseiro, o que permite a flexibilidade de comprimento. Muitos componentes do caminhão serão usados no chassi de ônibus.

Os primeiros testes com o e-Volksbus foram iniciados no ano passado. Este primeiro protótipo possui capacidade de 22 toneladas e autonomia de 250 quilômetros, com sistema de carregamento no período noturno para elevar a produtividade. Tem sistema de frenagem regenerativa e proteção contra inundação, característica necessária para a operação brasileira.

A VW Caminhões e Ônibus corre para participar do processo de renovação de frota de prefeituras com objetivo de acelerar a eletrificação, como São Paulo e Curitiba, PR.

Um terço das funcionalidades embarcadas nos veículos Ford é criado no Brasil

São Paulo – Ao se colocar como uma empresa que desenvolve soluções de mobilidade, ao mesmo tempo em que decidiu por encerrar qualquer produção de veículo no Brasil, a Ford optou por manter a equipe de engenharia que desenvolve em Camaçari, BA, soluções de conectividade presentes em automóveis e comerciais leves da marca no mundo todo. Atualmente, 35% dos chamados features de TI, ou seja, funcionalidades embarcadas nos veículos, são criadas e aprimoradas no centro baiano.

Foi o que afirmou Luciano Driemeier, gerente global de novos negócios conectados da Ford, durante apresentação dedicada a mostrar como a companhia vem transformando a experiência do consumidor a partir da conectividade e do uso da inteligência artificial. Outro dado ressaltado por ele é que 85% do trabalho desenvolvido na unidade brasileira é utilizado por veículos que circulam nos Estados Unidos, na Europa e na China.

Acerca das funcionalidades made in Camaçari destacam-se o recurso do one pedal drive presente no SUV 100% elétrico Mustang Mach-E, que permite dirigir usando apenas o acelerador, sem acionar o pedal do freio, assim como a zone lighting, que controla as luzes externas da picape F-150, inclusive na sua versão elétrica.

“Quem não entrar na conectividade provavelmente estará fora deste mercado”, disse Driemeier, ao citar a importância da comunicação autônoma, uma vez que os veículos Ford vêm com seu próprio modem e SIM card e mandam informações para a nuvem toda vez que eles são ligados e desligados.

Além de proporcionar ganhos enquanto se está dentro do carro, ressaltou, com recursos como frenagem eletrônica a fim de ajudar a evitar acidentes e auxílio para estacionar, por exemplo, agora há o benefício de se antecipar problemas e agilizar soluções ao que for inevitável.

Se antes, diante de qualquer falha, o proprietário tinha de levar o veículo à concessionária e deixá-lo estacionado por dias, agora é identificado um padrão e as peças já estarão disponíveis quando o problema começar a aparecer, segundo o executivo. Mais: ao integrar sete plataformas da fábrica um trabalho dos engenheiros que antes consumia dois dias hoje é possível ser acessado em segundos, com um clique, pois a informação é automatizada.

Outra melhoria citada por Driemeier é a capacidade de alterar alguma função do veículo que não seja bem aceita por clientes sem ter de esperar uma nova geração, tudo de forma digital. Trata-se do over-the-air, que modifica todos os veículos globalmente, a não ser quando a atualização é regional e afeta funcionalidades exclusivas de um mercado, a exemplo de avanços permitidos conforme a legislação local, como o sistema de direção semiautônoma bluecruise, que permite dirigir sem as mãos no volante em trechos selecionados de rodovias na América do Norte.

“Tivemos muitas reclamações acerca da regulação do ar-condicionado, antes feito de forma digital, por meio do touch screen. Transformamos isto via over-the-air, transferindo essa função para um botão existente no veículo. Ou seja: se antes o carro nascia e morria do mesmo jeito, hoje ele morre diferente do jeito que nasceu.”

Como esta atualização foi feita antes de o produto chegar ao Brasil ele já entrou no mercado local com a alteração realizada na própria linha de montagem: “Todos os nossos veículos saem de fábrica 100% conectados, e a ideia é que um mesmo produto seja atualizado dali a um trimestre”.

Luciano Driemeier, gerente global de novos negócios conectados da Ford, disse que conectividade aliada à inteligência artificial e ao capital humano são caminho sem volta para o futuro da mobilidade. Foto: Divulgação.

Outra funcionalidade citada, por exemplo, é que se acender uma luz apontando que há excesso de água no combustível essa informação vai para o Ford Pass e ali é orientado o que fazer. Se o alerta for severo e puder trazer problema de segurança ao condutor ele receberá uma ligação do call center.

Tudo isto acontece no Command Center, na sede da Ford em São Paulo, na Vila Olímpia, onde diariamente são lidos, filtrados e cruzados 90 milhões de linhas de dados dos mais de 100 mil carros conectados não só no Brasil como na Argentina.

“Futuramente, conforme os carros autônomos avançarem, será possível antever um acidente se o sistema perceber que quinze carros à sua frente frearam bruscamente: eu não preciso me assustar e fazer essa manobra. O veículo será avisado e fará de forma preventiva. Tudo graças à conectividade aliada à inteligência artificial e ao capital humano.”

Apagão tecnológico preocupa futuro da conectividade

Essa é outra preocupação da Ford: como lidar com a falta de mão de obra qualificada. Pesquisa da Brasscom de 2021 já apontava, àquela altura, que até 2025 haverá déficit de 532 mil profissionais da área de tecnologia. É o cenário que Roberta Mädke, gerente de responsabilidade social da Ford América do Sul, chama de apagão tecnológico.

Ela mencionou outro estudo, da Amcham, de 2023, em que a partir do relato de 153 empresas, 97% delas têm dificuldade para preencher vagas relacionadas à tecnologia. A maior demanda, de 15,2%, está no profissional desenvolvedor de software.

“Se não tivermos mão de obra especializada para trabalharmos nisso talvez não consigamos usar todo o potencial tecnológico disponível.”

Por isto desde o fim de 2022 a companhia criou seu programa de qualificação Ford Enter. De lá para cá foram capacitados cem alunos, dos quais mais de 50%, segundo Mädke, estão empregados e trabalhando na área de tecnologia.

Até o fim do semestre mais oitenta pessoas estarão formadas – mais de 9 mil inscrições já foram realizadas. O foco do programa é inserir não só jovens, mas qualquer pessoa de baixa renda. O curso é presencial, no Ford Academy, no Senai Ipiranga, parceiro do projeto, e dedicado a moradores de São Paulo e de sua Região Metropolitana, com auxílio para alimentação e transporte: “Estamos estudando ampliar a extensão dessa qualificação para outras partes do País”.

VW Caminhões e Ônibus reúne seus importadores para divulgar planejamento do ano

São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus pretende continuar aumentando suas exportações a partir da fábrica de Resende, RJ, em 2024. Para isto a empresa já dispõe de acordo com seus novos importadores no Equador e lançamentos programados para os mercados onde já está presente.

Para definir o seu plano de expansão a empresa reuniu seus representantes internacionais durante evento realizado em São Paulo no qual apresentou seus planos e reforçou alguns pontos importantes, como a parceria com implementadores em mercados externos e a disponibilidade do seu centro de modificações de veículos exclusivos da marca, o BMB.

Desde a sua fundação a VW Caminhões e Ônibus já exportou mais de 180 mil veículos. Dispõe, hoje, de mais de 350 pontos de vendas espalhados por todo o mundo. 

Premiação 

Para incentivar o trabalho dos seus importadores a VWCO criou o programa Alta Performance, que está em sua segunda edição, para que eles avancem em busca da excelência nas vendas e no pós-vendas. Durante o encontro a empresa reconheceu os ganhadores da edição 2023 em algumas categorias.

A Continental Motores, da Guatemala, ganhou em Vendas, e a Cemcol e a Grand Lakes, de Angola, empataram na primeira posição em Pós-vendas. Em Marketing foram três premiados Avelino Abreu, da República Dominicana, Diesa, do Paraguai, e Tiesa, do Panamá.

Em Inovação o primeiro lugar ficou para a Hansa, da Bolívia, e em sustentabilidade os importadores reconhecidos foram Cemcol, Grand Lakes e Júlio César Lestido, do Uruguai.