Kepler Weber premia seus fornecedores pela terceira vez

São Paulo – A Kepler Weber realizou evento de integração com sua cadeia de suprimentos em Panambi, RS. Estiveram presentes à terceira edição do evento bianual Top Suppliers 2024 em torno de noventa fornecedores, a maior parte da indústria metal mecânica relacionada à fabricação de unidades de beneficiamento e armazenagem de grãos.

Prestes a celebrar seu centenário, no ano que vem, a Kepler Weber, que oferece soluções de pós-colheita em toda a América Latina, premiou seis empresas que se destacaram nos últimos dois anos: Usiminas, Metalúrgica Cofelma, Industrial Rex, Simec, Transvidal Transportes e Sew Eurodrive.

“Os fornecedores são essenciais para a eficiência da operação da companhia, seja nas duas unidades, em Panambi e Campo Grande, nos nossos centros de distribuição espalhados pelas principais regiões agrícolas brasileiras e durante a execução das obras em centenas de municípios pelo País”, disse o diretor comercial Bernardo Nogueira.

Larisa Gambrell sucede a Lance Walters na presidência da DAF

São Paulo – A DAF Caminhões anunciou a nomeação de Larisa Gambrell como nova presidente para o Brasil a partir de 1º de maio, sucedendo a Lance Walters, que retorna aos Estados Unidos para ocupar a posição de gerente geral assistente de vendas e marketing da Paccar Parts.

Larisa Gambrell, formada em economia pela Universidade de Washington e em negócios internacionais pela Universidade de Seattle, se reportará a Michael Kuester, vice-presidente da Paccar América do Sul. Ingressou na Paccar em 2006 e ocupou diversas posições na Paccar Parts, Dynacraft e Kenworth. Seu último cargo foi gerente geral assistente de operações na Paccar Parts em Renton, Washington.

Lance Walters

99 e Raízen formam parceria para facilitar recarga para motorista de aplicativos

São Paulo – A empresa de mobilidade 99 acordou parceria com a Raízen no projeto de instalação de trinta hubs de recarga rápida para veículos elétricos e híbridos plug-in em todo o Brasil nos próximos três anos. Com a novidade motoristas de aplicativo terão vagas exclusivas nos hubs, que poderão ter de dez a vinte pontos de recarga simultâneos.

Segundo Rafael Rebello, diretor de power mobility da Raízen Power, 20% das vagas serão exclusivas para motoristas parceiros da 99. Os trinta hubs serão instalados em onze cidade, cinco delas com unidades em construção e com possibilidade de inauguração ainda em 2024: “Pode ser que até o fim do ano alguns já estejam em operação. Não vamos cravar data porque existem algumas questões ligadas à instalação que precisam ser resolvidas”. 

São Paulo e Rio de Janeiro, RJ, Goiânia, GO, Brasília, DF, Belo Horizonte, MG, e Salvador, BA, são algumas das cidades que receberão hubs da Raízen Power. Outras ainda serão divulgas mais à frente. Em cada hub o investimento é de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões, de acordo Rebello.

Com a novidade a 99 e a Raízen Power esperam promover a mobilidade elétrica no País, apresentando a tecnologia cada vez mais para os brasileiros e trazendo uma série de benefícios para os motoristas. A meta da 99 é chegar a 10 mil veículos elétricos em sua frota até dezembro de 2025. A parceria com os hubs de recarga rápida resolvem duas questões importantes: o tempo que o motorista precisa ficar parado para recuperar autonomia do veículo e a disponibilidade das estações de recarga, que estão cada vez mais concorridas.

A expectativa das empresas é de que veículos de aplicativo e de entregas last mile puxem o crescimento da eletrificação nos próximos anos, assim como ocorre em mercados como a China. No Brasil um motorista que roda com um modelo elétrico reduz os custos em cerca de 80% na comparação com um modelo similar a combustão por causa dos gastos menores com combustível e manutenção, segundo dados apresentados por Thiago Hipólito, diretor sênior de inovação na 99.

Os motoristas das 99 terão ainda um desconto de 50% na tarifa cobrada por cada kWh utilizando o aplicativo Shell Recharge, o mesmo que garante acesso às vagas exclusivas. A disponibilidade de cada ponto, assim como o seu funcionamento, será mostrado no aplicativo da Tupinambá, que permite a reserva da vaga e até a compra de energia de forma antecipada.

As ações da 99, Santander e Raízen Power, empresas que fazem parte da Aliança pela Mobilidade Sustentável, buscam o crescimento do número de veículos eletrificados no volume total de vendas, com a intenção de levar para 10% a participação desses modelos nas vendas anuais. .

Honda e Nissan estudam parceria em carros elétricos

São Paulo – Honda e Nissan anunciaram na sexta-feira, 15, a assinatura de memorando de entendimento que visa ao início de estudo de viabilidade para uma parceria nas áreas de eletrificação e inteligência veicular. 

A intenção é explorar possibilidades de cooperação mútua em tecnologias ambientais e de eletrificação e no desenvolvimento de softwares, incluindo componentes-chave de veículos elétricos e complementaridade de produtos.

Unir forças está na agenda de líderes das montadoras: recentemente Luca de Meo, CEO global da Renault, afirmou que as companhias europeias precisariam se unir para combater fabricantes chineses. A empresa e a Volkswagen estão estudando parceria em elétricos, de forma a economizar no desenvolvimento e conseguir colocar no mercado modelos mais baratos.

Representantes do setor automotivo se reúnem com Lula para discutir o carro bioelétrico

São Paulo – Os principais executivos de montadoras brasileiras se reuniram na tarde de quinta-feira, 12, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, além do ministro da Casa Civil Rui Costa, para discutir o papel do Brasil na transição para a eletrificação. Ao chefe do Executivo foi apresentado o potencial que os biocombustíveis, aliados ao motor elétrico, têm na transição da indústria.

Lula chamou o híbrido flex, uma das soluções apresentadas, de “carro bioelétrico”. Segundo publicou na rede social X, o antigo Twitter, é uma “tecnologia que só o Brasil tem no mundo e que combina a possibilidade do uso do etanol e dos carros elétricos”.

Os executivos presentes participam do MBCBrasil, Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil, uma coalizão que envolve fabricantes de veículos, fornecedores, empresas do setor de bioenergia, entidades de tecnologia e engenharia e sindicatos. Christopher Podgorski, CEO da Scania América Latina, Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil, Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil, e Stella Li, presidente da BYD América Latina, foram alguns dos representantes da indústria automotiva.

Na reunião, segundo o MBCBrasil informou em nota, os representantes parabenizaram o governo pelos avanços recentes, como a aprovação do Programa Combustível do Futuro pela Câmara dos Deputados. Consideram “ser fundamental a adoção de todas as rotas tecnológicas de baixo carbono disponíveis não discriminando ou privilegiando tecnologias específicas, para uma mobilidade sustentável econômica, social e ambientalmente”.

Na semana que vem será apresentado o estudo Trajetórias Tecnológicas mais Eficientes para a Descarbonização da Mobilidade, elaborado pela LCA Consultoria e MTempo Capital, que trata dos impactos socioeconômicos da transição energética do setor de transporte brasileiro.

Fiat entra nas picapes médias com a Titano

Chapada dos Guimarães, MT – A Fiat está expandindo seu portfólio com a Titano, sua primeira picape média, que chega ao mercado nos próximos dias com a missão de colocar algumas dúvidas na cabeça do consumidor. Qual o principal atributo para escolher uma picape: A tradição da marca? Sua capacidade para o trabalho? Ou o preço?

A Titano chega oferecendo uma condição interessante para a terceira questão, o preço. São três versões: Endurance por R$ 220 mil, Volcano por R$ 240 mil e Ranch por R$ 260 mil. Trata-se do portfólio com preço sugerido mais em conta do segmento, o que pode atrair neste primeiro momento os interessados numa relação em que o custo de aquisição é o mais importante.

A Fiat pretende atender desde os consumidores que precisam de uma caçamba grande e pouca sofisticação numa picape voltada essencialmente para o trabalho com a versão Endurance, dotada de transmissão manual e interior bem simples. Até o empresário que não abre mão do câmbio automático e de recursos como uma central de infoentretenimento com tela sensível ao toque, rodas de liga e sensores e câmaras para auxílio no estacionamento, itens presentes nas versões Volcano e Ranch.

Todas as versões têm acionamento para tração 4×4 e 4×4 reduzida e utilizam o mesmo motor 2.2 turbodiesel de 180 cv de potência, com torque de 400 Nm, o mesmo utilizado na van Ducato e importado da França.

As três opções também têm de série alguns itens de segurança ativa como controle de tração, assistente de partida em rampa e assistente de descida. A Fiat informa que a Titano tem a maior caçamba da categoria, com capacidade de 1 mil 314 litros. A capacidade de carga é de 1 mil 20 kg. E sua capacidade de reboque é de 3,5 toneladas, também o maior da categoria, o que daria para puxar uma outra Titano ou até uma lancha daquelas enormes e luxuosas.

Quanto à segunda questão, que é a sua capacidade para o trabalho, as configurações acima respondem parte da dúvida que certamente consumidores terão ao adentrar numa concessionária Fiat para ver a Titano. O maior desafio, no entanto, será responder à questão sobre a tradição da marca neste segmento. Mesmo a Fiat tendo a picape compacta mais vendida do País, a Strada, e uma intermediária que inaugurou este segmento tornando-se o fenômeno de vendas que é a Toro, dentre as picapes médias a marca italiana se posiciona como uma novata.

Segundo Herlander Zola, vice-presidente sênior de operações comerciais da Stellantis no Brasil e de veículos comerciais leves para América do Sul, o objetivo da Titano é complementar o portfólio da marca mais vendida no País e “consolidar a liderança em picapes, conquistando um novo território, a das médias”.  A Fiat diz que tem 43% de participação em picapes.

O objetivo inicial das concessionárias com a Titano é de negociar de oitocentos a 1 mil unidades ao mês com o “mix de produtos flutuando em 20% na Endurance, 30% na Volcano e 50% na Ranch, topo de linha”, de acordo com Zola.

O desafio é grande pelo ineditismo da marca neste segmento e, por isto, a expectativa inicial é de que metade das vendas seja da versão mais equipada e luxuosa. Mas, considerando o preço e, também, a vocação para o trabalho característicos dos produtos da Fiat, além da capilaridade no território nacional com 520 concessionárias, Zola acredita que “os objetivos iniciais serão atingidos, porque a equação de preços e do produto atendem muito mais às necessidades de quem utiliza picape como uma ferramenta de trabalho”.

Projeto KP1 global

A Stellantis, que reúne uma série de marcas e parcerias globais, escolheu a plataforma KP1, de origem chinesa e anteriormente atribuída a um projeto de picape média da Peugeot, a Landtrek, para desenvolver a primeira picape desta categoria da marca Fiat. A partir de agora a plataforma KP1 passa a ter todo o seu desenvolvimento liderado pela engenharia brasileira, que demonstrou sua capacidade rodando mais de 2 milhões de quilômetros para conceber a Titano.

Ou seja: todo novo produto da Stellantis que utilize como base a plataforma KP1 terá seu desenvolvimento liderado pela equipe de 4 mil engenheiros do Tech Center brasileiro. Especula-se que na Argentina a Titano possa surgir em breve com o badge da Peugeot. Seria, então, a Landtrek, tão especulada nos últimos anos. Há também uma versão chinesa da marca Changhan, associada à Stellantis, que utiliza a plataforma KP1, mas não está claro se a partir de agora o Brasil liderará os próximos desenvolvimentos desse produto naquele país.

Segundo Paulo Bruno, do Tech Center da Stellantis no Brasil, houve um trabalho minucioso da engenharia nacional para aprimorar o conjunto suspensão e chassis da plataforma KP1: “Tivemos o foco na suspensão dianteira, com novas molas para melhorar o conforto e o desempenho off-road, na suspensão traseira, que utiliza feixe de molas, mais robusto, e no conjunto do chassis para atender as exigências do consumidor brasileiro”.

Nota-se pelo design, com uma grade dianteira inédita, o conjunto ótico misturando elementos como os faróis e as luzes diurnas de led, o cromado na tampa do capô e o emblema Titano na traseira, que tudo isto foi elaborado levando em conta as preferências de tendências do mercado nacional. O interior igualmente possui soluções demandadas pelos clientes destes produtos, como os dezessete porta-objetos e o bom espaço para ocupantes.

A Titano é produzida no Uruguai pela Nordex e possui 50% de conteúdo nacional, o que a credencia a ser exportada para o Brasil e para a Argentina sem recolher qualquer alíquota porque se enquadra ao regime do Mercosul.

Neste momento, contudo, a rede não está abastecida porque os primeiros lotes estão parados na alfândega esperando a liberação do Ibama. O órgão precisa emitir a autorização de liberação de todos os veículos que causam alguma emissão de CO2, mas seus funcionários estão em greve. A expectativa é que assim que houver a liberação as primeiras unidades sejam faturadas. A Fiat acredita que até o fim deste mês esta operação ganhe tração.

Média salarial do setor no Brasil é 60% inferior à da China

São Paulo – A média salarial do setor automotivo no Brasil em 2023, considerando as áreas operacionais e administrativas, foi de € 1 mil ou R$ 5 mil 430. A cifra, entretanto, está 60% aquém do que é pago a profissionais que desempenham funções semelhantes na China: € 2,5 mil ou R$ 13 mil 575. O mesmo vale para países tradicionais no ramo automobilístico, como Alemanha, França, Itália e Japão, que costumam gratificar melhor o trabalho de seus profissionais.

Esse patamar de € 1 mil é o mesmo pago em países como Polônia, que se destaca como um dos maiores fabricantes de carros de passeio do Leste Europeu, e Hungria, que abrigará, assim como o Brasil, uma fábrica da BYD para a produção de veículos elétricos. Nenhum dos dois, porém, têm o volume de veículos feitos aqui, o oitavo fabricante global, nem o sexto maior mercado de 0 KM do mundo.

A média salarial do setor automotivo no Brasil equivale à metade do remunerado na Espanha, de € 2 mil ou R$ 10 mil 860, e corresponde a um quarto daquele pago em países como Reino Unido e Estados Unidos, em que ultrapassa € 4 mil ou R$ 21 mil 720.

Os dados foram levantados a partir de pesquisa realizada pela Gi Group Holding, empresa de recursos humanos especializada em recrutamento e seleção de origem italiana, com 6,5 mil profissionais de onze países, além do Brasil, China, Estados Unidos, Polônia, Hungria, Espanha, Itália, Alemanha, França, Japão e Reino Unido.

O estudo com o título Tendências de RH – Setor Automotivo foi conduzido em parceria com a maior universidade de tecnologia da Itália, a Politecnico di Milano, e a empresa de inteligência de dados INTWIG Data Management. Esse recorte do levantamento – que incluiu dados sobre a presença da mulher no setor automotivo e os desafios em busca da equidade de gênero publicados no dia 8 de março – foi compartilhado com exclusividade com a Agência AutoData.

O que mais chama atenção nas informações apresentadas é o fato de que o trabalhador na China recebe, em média, 2,5 vezes o valor do contracheque do empregado brasileiro que desempenha a mesma função.

Na avaliação de Renato Soares, diretor responsável pela unidade de negócios de treinamento e de desenvolvimento e integrante do comitê do Gi Group Holding, se por um lado, quando se analisa o salário médio do setor automotivo no Brasil, nota-se que ele supera diversas outras atividades, ao remunerar quase quatro vezes o salário mínimo, atualmente R$ 1 mil 412. Por outro lado é preciso entender o que pode deixá-lo desvalorizado frente ao de outro países, como a China.

“Quando falamos de € 1 mil para o empregador isso representa, em seu bolso, € 1,7 mil ou € 2 mil por causa dos encargos trabalhistas. Não à toa existe discussão ativa em torno da desoneração da folha de pagamento porque é inegável que há aspectos que acabam influenciando na forma como as empresas desenham seus planos de remuneração.”

Ou seja: o custo Brasil acaba impactando também nessa análise comparativa. E, como é sabido, os direitos trabalhistas na China estão muito aquém dos assegurados no Brasil, o que contribui com esta diferença: “Não sei dizer exatamente como isto funciona em outros países. Os europeus costumam ser mais fortes no quesito de direitos trabalhistas, mas na China sabemos que isso é mais fraco”.

Para Renato Soares, se não houver ambiente competitivo às empresas do setor é possível que elas optem por encerrar operação no País e concentrar atividades em outras localidades. Foto: Divulgação

Os valores apurados pela pesquisa equivalem à gratificação de um ano e são líquidos, ou seja, não consideram a incidência da carga tributária de cada uma das localidades. Desta forma é possível estimar o que contribui para que o vencimento do profissional brasileiro seja menor quando comparado a outros países.

Djansen Alexandre Dias, responsável pela vertical de negócios do Gi Group que inclui montadoras e fornecedores, lembrou que o quesito produtividade e o quanto de mão de obra é necessária para se fabricar em cada país também pode interferir na cifra que consta no holerite.

“Na Europa há mais tecnologia de automação e, portanto, é requerido volume menor de mão de obra, só que a força de trabalho demandada é mais capacitada. Então por vezes, para uma mesma vaga, a especialização para fábrica que está mais automatizada precisa ser superior ao que é exigido no Brasil, e isto reflete no valor do salário também.”

Dados da pesquisa mostram que a remuneração anual de um diretor de fábrica no Brasil parte de € 44,8 mil e na China o piso para a mesma função é de € 78 mil – quase o dobro. Um programador CNC aqui recebe a partir de € 5,6 mil e, em uma automotiva chinesa, € 15,6 mil – praticamente três vezes mais.

Em outro comparativo o cargo de gerente de manutenção mostra diferença bem mais sutil nos valores iniciais, de € 44,8 mil no Brasil e € 45,5 mil na China. No entanto a distância dos vencimentos máximos para o posto, ou seja, para os sêniores, é flagrante: no mercado brasileiro chega a € 77,1 mil e no chinês vai a € 91 mil.

Digitalização e pandemia mudaram o cenário para o trabalhador brasileiro

Na avaliação de Dias o Brasil é dotado de virtude que durante muito tempo o beneficiou, mas que agora se torna desafio devido à crescente digitalização dos processos na indústria automobilística:

“Com a remuneração de salários mais baixos no País tínhamos vantagem competitiva quando as empresas decidiam investir por aqui, pois elas conseguiam atender suas demandas com investimento um pouco menor e com mão de obra qualificada”. 

Só que a pandemia trouxe cenário novo com a propagação do trabalho remoto, uma vez que não há disponibilidade de trabalhadores capacitados num volume muito maior do que a oferta de vagas. Então isto fez com que profissionais fossem atraídos por empresas estrangeiras sem que precisassem se mudar para as matrizes. A consequência foi a redução de funcionários qualificados no mercado, o que prejudicou o atendimento a demandas nacionais.

Outro ponto mencionado por Soares é que mesmo quando se olha para o setor dentro do País os profissionais capacitados são disputados, o que também pode criar pontos fora da curva quanto à remuneração ou eles podem ser atraídos para outros ramos de atividade.

Quanto ao treinamento dificilmente o Brasil conseguirá competir com países mais desenvolvidos e industrializados, sentenciou Dias: “Então o projeto de atração de pessoas acaba sendo mais abrangente do que somente o salário, senão não se consegue chamar a atenção nem reter os talentos”.

Na avaliação de Djansen Dias o híbrido flex, que requer conhecimento específico do Brasil, demandará mão de obra especializada e, portanto, vencimentos poderão ser melhores. Foto: Divulgação

Haverá mudança no salário com a transição para a eletrificação?

Sobre as perspectivas acerca da diferença salarial daqui a cinco anos, frente à transição para a eletrificação, o diretor responsável pela unidade de negócios de treinamento e desenvolvimento do Gi Group assinalou que dependerá de como os países se prepararão para elas.

“Por exemplo: nós não temos carro autônomo por aqui ainda. É preciso melhorar a tecnologia e a comunicação de dados antes de dar um passo à frente. Trata-se de algo mais estrutural.”

Se o País não estiver atento a isto, para que as companhias tenham custos competitivos, “pode ser que a decisão de algumas empresas seja até a de fechar operação no País e concentrar atividades em outras localidades”.

Mais otimista o responsável pela vertical de negócios do Gi Group afirmou esperar que sejam estabelecidos maiores níveis salariais até 2027:

“Não sei se a diferença com outros países mais industrializados e desenvolvidos será reduzida, porque acredito que a média destes outros locais também deverá aumentar dada a transformação que está acontecendo, que envolve número menor de pessoas empregadas frente à automatização dos processos. Mas as vagas que se mantêm são muito mais especializadas do que eram antes e, portanto, as pessoas deverão estudar mais e pleitear salários maiores”.

Dias citou a fábrica da BYD em Camaçari, BA, no mesmo espaço em que até 2021 estava a Ford, cujas obras de construção já começaram e a previsão de início da produção é aguardada para o quarto trimestre: “Eles já chegaram mexendo muito com o mercado e oferecerão muita inovação. Acredito que contarão com mão de obra, principalmente, do Brasil. Não trarão todo o efetivo da China, até porque não faz sentido.”

 Investimento de R$ 3 bilhões da BYD inclui a construção de prédios do zero em área de 1 milhão de m² ainda não ocupada. Foto: Divulgação.

Isto deverá gerar maior demanda por funcionários qualificados, sendo que o mercado não tem capacidade de formar pessoas na mesma velocidade. A consequência disto, inferiu, será o pagamento de salários acima da média.

Outro exemplo está no híbrido flex, que requer conhecimento específico do Brasil, assim como ocorrerá com países como Índia e Rússia – diferentemente de locais que saltaram direto para o veículo 100% elétrico –, o que não dá para importar e terá de ser desenvolvido localmente, “mais uma necessidade de mão de obra especializada e um indicativo de que os salários médios poderão ser melhores daqui a algum tempo”.

As montadoras estão formatando programas de desenvolvimento para treinar seus profissionais e prepará-los para os desafios da eletrificação e da automação dos veículos e do processo produtivo. Assim como para organizar a rede concessionária e o reparo de veículos.

O Gi Group contribui com esta transição ao formar parcerias com instituições de ensino técnico a fim de elevar a quantidade de mão de obra qualificada disponível e minimizar a rotatividade. A holding cuja matriz fica em Milão mantém filial baseada em São Paulo com vinte escritórios pelo país e emprega cerca de 650 profissionais diretos no Brasil.

Venda de veículos na Colômbia cai 8% no primeiro bimestre

São Paulo – As vendas de veículos somaram 27,2 mil unidades na Colômbia no primeiro bimestre, queda de 8,4% na comparação com igual período de 2023. Os dados foram divulgados pela Andemos, entidade que representa o mercado local.

Considerando apenas o volume de fevereiro a demanda chegou a 15,6 mil veículos, recuo de 1,3% com relação ao mesmo mês do ano passado e expansão de 34,5% sobre janeiro.

No acumulado os SUVs representaram a maior parte das vendas, com 15,8 mil unidades comercializadas, volume 0,8% menor do que o registrado nos dois primeiros meses de 2023. A demanda por automóveis recuou 10,7% na mesma base comparativa, com 8,1 mil vendas, e as picapes aparecem como terceiro maior segmento, o único que cresceu até agora, com 937 vendas e expansão de 7,5% sobre o ano passado.

A Toyota liderou o ranking por marca até fevereiro, com 4,4 mil vendas, crescimento de 26% sobre igual período do ano passado. A Renault, que era a líder no primeiro bimestre de 2023, caiu para a segunda posição após registrar recuo de 31,7% em suas vendas, com 3,4 mil unidades entregues em 2024, seguida pela Chevrolet, que caiu da segunda para a terceira posição com 3,2 mil vendas, recuo de 26,2%.

Nissan investirá R$ 6,1 milhões em projeto de educação no Rio de Janeiro

São Paulo – A Nissan assinou com o governo do Estado do Rio de Janeiro acordo para investir R$ 6,1 milhões, até 2026, no projeto Profi-san, com foco em educação na região Sul do Estado, onde a montadora possui fábrica instalada em Resende. O investimento faz parte do plano global Ambition 2030, que mira um mundo mais limpo, seguro e mais inclusivo.

A assinatura do contrato contou com a presença de governador Cláudio Castro e de Gonzalo Ibarzábal, presidente da Nissan no Brasil: “Na Nissan temos o propósito de ajudar a construir uma sociedade melhor, seja por meio dos nossos produtos e serviços como também pelo papel que desempenhamos como atores importantes nas comunidades em que atuamos”.

O projeto oferecerá adequações do espaço escolar na região e educação profissionalizante para jovens da região, para aumentar a possibilidade de empregabilidade dos participantes no futuro.

Carlos Melnec é o novo CEO da divisão de veículos comerciais do Grupo Tracbel

São Paulo – Carlos Melnec é o novo CEO da divisão de veículos comerciais do Grupo Tracbel, que mantém quarenta concessionárias nos segmentos de máquinas e veículos comerciais. Seu último cargo foi CEO do Grupo Auto Sueco e agora sucederá a Victor Franco, que assumiu o posto de CEO da unidade de negócios Agro da Tracbel.

A mudança ocorre no momento em que o grupo está investindo na expansão da sua rede de veículos comerciais. Melnec classificou o seu novo cargo como mais um grande desafio de sua carreira.

O CEO ficará sediado em Fortaleza, CE, e se reportará a Gidalto Santos, CEO do Grupo Tracbel.