FPT alcança 200 mil motores produzidos em Córdoba

São Paulo – A FPT chegou à marca de 200 mil motores produzidos na Argentina, em sua fábrica instalada em Córdoba. O marco foi conquistado dois anos após a companhia chegar a 150 mil motores fabricados ali.

O motor de número 200 mil foi um Cursor 13 Euro 6.

A unidade dispõe, hoje, de duas linhas de montagem que produzem em série os motores de médio porte NEF e algumas versões do motor pesado Cursor 9, 10, 11 e 13.

A fábrica é usada para abastecer o mercado argentino e também para exportação, pois todos os Cursor são enviadas para o Brasil.

GM programa seis lançamentos este ano mas pode apresentar outras novidades

Ibiúna, SP – A General Motors apresentou neste fim de março a nova Spin, primeiro de seus seis lançamentos programados para 2024. O segundo será em abril, a nova picape S10 logo acompanhada de sua versão SUV Trailblazer. Os elétricos importados Equinox e Blazer também estão na lista, além de mais um modelo ainda não revelado. Contudo novidades adicionais podem aparecer ainda este ano.

Isto porque nenhum dos lançamentos oficialmente programados está contemplado pelo novo pacote de investimentos da GM no Brasil, de R$ 7 bilhões, anunciado no fim de janeiro passado para o período 2024-2028. Como este ano também está dentro da janela de tempo dos novos aportes “poderemos ter novidades ainda não anunciadas”, afirmou Fábio Rua, vice-presidente de relações governamentais e comunicação da GM América do Sul.

Durante o lançamento da Spin, na terça-feira, 26, Rua destacou: “Este é só o começo da maior transformação da história da GM enquanto nos preparamos para celebrar 100 anos no País”.

Horas antes o executivo estava em Brasília, DF, junto com o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, e executivos de quase todas as montadoras instaladas no País, na solenidade de assinatura da primeira portaria de regulamentações do Mover, Mobilidade Verde e Inovação, programa dedicado a incentivar o desenvolvimento e a descarbonização da indústria automotiva nacional.

Segundo Rua a GM só estava esperando pela regulamentação dos incentivos tributários do Mover, direcionados a investimentos mínimos obrigatório em pesquisa e desenvolvimento, para se habilitar ao programa e apresentar o seu primeiro projeto de investimento: “Já estamos habilitados”.

“Este governo incentiva a descarbonização e as empresas a acelerar este processo”, afirmou Rua. “Precisamos agora responder aos chineses com velocidade, segurança e tecnologia, e o Mover incentiva a pesquisa e desenvolvimento no Brasil.”

Chevrolet Spin ganha sobrevida para manter clientes fiéis

Ibiúna, SP – Com preços e proposta mantidos a General Motors deu um banho de loja e executou cirurgia plástica na Chevrolet Spin, primeiro dos seus seis lançamentos prometidos para este ano. Em sua terceira e mais abrangente renovação desde o lançamento, em 2012, o modelo estilo minivan agora adota novo design com a identidade visual global da Chevrolet que lhe confere cara de SUV – o que já deu margem para a GM apelidá-lo de BUV, big utility vehicle, ou veículo utilitário grande.

No maior salto evolutivo da Spin a GM retrabalhou 42% da pele metálica do veículo, refinando o design externo, cuja aparência foi beneficiada pelo uso de faróis e lanternas de LED em todas as versões. O acabamento interior também foi bastante aprimorado.

Mas o pouco vigoroso motor aspirado 1.8 de 111 cv segue sendo o mesmo inicialmente projetado há mais de vinte anos e o último ainda produzido em São José dos Campos, SP, ainda que tenha recebido aprimoramentos ao longo do tempo — o último deles agora, para torná-lo mais econômico e adaptado às normas de emissões Proconve L8, que só entra em vigor no começo de 2025.

A Spin conserva e melhora as qualidades que fazem dela uma das duas únicas opções de carro familiar com amplo espaço interno na sua faixa de preços: são duas versões de cinco assentos, LT com câmbio manual de seis marchas por R$ 120 mil ou transmissão automática por R$ 127 mil, e duas opções com sete lugares – que segundo a GM representam 70% das vendas –, ambas automáticas, a LTZ por R$ 138 mil e a topo de linha Premier por R$ 145 mil.

Nesta faixa o único competidor no mercado brasileiro é o recém-lançado Citroën C3 Aircross, que apresenta preços pouco abaixo da Spin mas oferece menos espaço e acabamento interno muito rústico, apesar de ostentar o moderno e eficiente motor 1.0 turboflex de 130 cv. É uma questão de preferência mas a GM aposta que pode levar a melhor para seu tipo de cliente, nomeado pelo marketing de bigmalista, aquele que procura por mais conforto para a família do que design e potência.

Cliente fiel

A GM informa que, apesar de todas as melhorias acrescentadas à nova Spin, os preços foram quase que mantidos no mesmo lugar, uma das principais aspirações dos fiéis clientes, que em pouco mais de 21 anos compraram 350 mil unidades e sustentam a venda anual do modelo na faixa de 1% do mercado total de veículos no País.

Antes da pandemia de covid, em 2019, a Spin era o terceiro veículo mais vendido da GM, com 28,4 mil emplacamentos naquele ano, atrás só dos então campeões de vendas Onix hatch e sedã. Em 2023, após o lançamento de novos modelos como Tracker e Montana, a Spin caiu para sexto carro mais demandado da empresa, mas mesmo em mercado menor as compras somaram 20,3 mil unidades, o que mostra a estabilidade de desempenho que a GM espera conservar no mesmo nível depois da atual renovação.

De fato as vendas da Spin se mantêm estáveis com relação ao tamanho do mercado por anos a fio, divididas quase que por igual para públicos em busca de espaço a bordo: 40% para famílias, 30% para taxistas e 30% para frotistas como prefeituras, polícias e adaptações para PcD, pessoas com deficiência.

Segundo apontaram as pesquisas da GM antes desta renovação os compradores da Spin colocam o custo-benefício no alto de suas preferências, conforme atesta o gerente de produto Gabriel Alabarce: “É o nosso cliente mais fiel: 70% dos compradores de Spin compram outra Spin quando trocam de carro. Eles dizem que a razão para isto é o espaço interno e a versatilidade, mecânica confiável e de baixo custo de manutenção, e principalmente o custo-benefício de um veículos desta categoria. Nas pesquisas todos disseram que gostariam de melhorias desde que o preço fosse mantido. Então a ideia foi melhorar o produto sem perder suas características tão apreciadas pelos clientes”.

Melhoramentos visíveis

Assim foi feito, a começar pelo design exterior, que tornou-se mais “elegante”, segundo define a GM, distanciando-se muito da desengonçada – para não dizer coisa pior – primeira versão, de 2012, e da já melhorada primeira renovação, de 2018. A nova dianteira combinada com o leve levantamento da altura do capô e do veículo deu à Spin um visual mais robusto, confirmado pelas molduras plásticas que agora circulam todo o veículo, garantindo maior proteção.

Mas é no imenso interior que comporta volumetria de 4 mil litros que as melhorias estão mais presentes. A Spin ganhou acabamento bem mais caprichado com apliques de revestimentos suaves ao toque no painel e nas portas. Na versão topo de linha Premier os bancos são revestidos com couro sintético.

A GM escolheu a Spin para estrear seu novo quadro de instrumentos 100% digital com tela de 8 polegadas – que em breve será introduzido em seus outros lançamentos –, configurável em seis opções e de visualização bastante clara ao motorista. A maior digitalização do modelo se estende na mesma moldura ao centro do painel onde está outra tela de 11 polegadas sensível ao toque, que abriga controles do sistema de áudio, configurações do veículo e espelhamento sem fio do smartphone via Android Auto ou Apple Car Play, para navegação e outros aplicativos.

O wi-fi embarcado em todas as versões pode conectar até sete aparelhos e, segundo a GM, é doze vezes mais estável do que a conexão direta do smartphone na rede 4G ou 5G. O carro conectado permite que atualizações de seus sistemas eletrônicos sejam feitas automaticamente, sem necessidade de levar o carro à concessionária.

A Spin renovada avançou em sistemas de segurança. Todas as versões são equipadas com seis airbags, dois frontais, dois laterais e – uma novidade – duas cortinas que se estendem inclusive até a terceira fileira de assentos. Também são de série cintos de segurança dianteiros com pré-tensionador, alerta de afivelamento e câmara de ré. Já a versão de topo Premier também traz, pela primeira vez no Spin, alertas de colisão, de saída de faixa e de ponto cego, frenagem automática de emergência e indicador de distância do carro à frente. Seguem em todas as opções os obrigatórios controles eletrônicos de estabilidade e tração.

Na estrada

No trajeto de 50 quilômetros de São Paulo a Ibiúna foram nítidas as melhorias introduzidas na Spin, especialmente a recalibração da direção elétrica e da suspensão, que garante ao veículo estabilidade segura e conforto, com boa absorção das imperfeições do piso sem muita rolagem da carroceria. Ou seja: apesar do centro de gravidade mais alto a suspensão é bem ajustada, nem dura, nem mole, o que mantém a vida a bordo sem chacoalhões nem trepidações.

Faz falta um motor mais bem-disposto pois o 1.8 de 111 cv é um tanto quanto ofegante para um veículo de 4m42 de comprimento e peso bruto total de 1,8 tonelada com cinco passageiros e malas, acelerando de 0 a 100 km/h em turísticos 11,8 segundos, segundo medições da própria GM. Talvez seja este o preço a pagar por não aumentar o preço da Spin.

Ainda assim a GM ainda consegue introduzir alguns aprimoramentos no seu motor 1.8 – talvez os últimos antes da aposentadoria. Segundo a fabricante foi adaptada à nova Spin a central de gerenciamento eletrônico do Tracker, com duas vezes mais capacidade de processamento, o que tornou o veículo 11% mais econômico, garantindo 618 quilômetros de autonomia com um tanque de gasolina, ou 46 quilômetros a mais do que a versão anterior, segundo medições da fabricante.

O consumo aferido pelo Inmetro nas versões automáticas com gasolina é de 10,5 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada, e com etanol a média cai para 7,4 km/l e 9,3 km/l, respectivamente.

Outro ponto de difícil resolução é a altura dos bancos dianteiros, mais elevados para acompanhar a elevação do capô, o que torna percursos mais longos desconfortáveis para pessoas de estatura mais baixa. Mais uma prova que o Spin é mesmo para os bigmalistas.

Versões, preços e equipamentos

> LT câmbio manual 5 assentos – R$ 119 mil 990: • 6 airbagas • Cintos dianteiros com pré-tensionador • Alerta de não-afivelamento de cintos * Faróis e lanternas de LED • Câmera de ré digital • Quadro de instrumentos digital de 8” • Tela multimídia MyLink de 11” • OnStar com wi-fi a bordo • Segunda fileira com bancos corrediços •Rodas de aço de 15” com calotas.

> LT câmbio automático 5 assentos – R$ 126 mil 990: todos os itens da versão de entrada e mais: • Controle de velocidade de cruzeiro • Dutos de ventilação traseiros.

> LTZ câmbio automático 7 assentos – R$ 137 mil 990: todos os itens da versão anterior e mais: • Volante com revestimento de couro sintético • Bancos com revestimento híbrido • Ar-condicionado digital • Partida por botão • Sensor de chuva • Sensor crepuscular • Sensores de estacionamento • Computador de bordo • Rodas de liga leve de 16”.

> Premier câmbio automático 7 assentos – R$ 144 mil 990: Todos os itens da versão anterior e mais: • Alerta de colisão •Alerta de saída de faixa • Alerta de ponto cego • Frenagem automática de emergência • Indicador de distância do carro à frente • Carregador de smartphone por indução • Bancos revestidos com couro sintético • Grade com apliques cromados • Rack de teto preto.

Mahle inaugura Centro Global de Biomobilidade em Jundiaí

São Paulo – A Mahle inaugurou em Jundiaí, SP, seu Centro Global de Biomobilidade, focado no desenvolvimento de tecnologias para motores movidos a biocombustíveis renováveis e biomateriais. A empresa trabalha na promoção do uso de biocombustíveis junto com veículos elétricos e combustível à base de hidrogênio para o que considera ser uma descarbonização mais rápida:

“Se quisermos impedir o aumento da concentração de CO2 na atmosfera precisaremos de soluções para todos os mercados e aplicações”, afirmou o CEO Arnd Franz. “Biocombustíveis, como o etanol, têm um histórico de introdução bem sucedida no mercado. Para uma mobilidade neutra para o clima precisamos de contribuições drasticamente maiores dos biocombustíveis”.

O centro de Jundiaí colaborará com os centros tecnológicos mantidos pela Mahle em Farmington Hills, Michigan, e Pune, Índia.

Citroën Basalt chega ao mercado ainda em 2024

São Paulo – Após revelar o nome do terceiro modelo do projeto C-Cubed a Citroën confirmou que o SUV cupê Basalt chegará ao mercado brasileiro ainda em 2024. As primeiras imagens de um conceito, que servirá como base para o design do modelo, foram divulgadas na quarta-feira, 27.

O Basalt tem linhas que lembram um pouco o Fastback, outro SUV cupê produzido pela Stellantis no Brasil, mas com o logotipo da Fiat. 

A lembrança, porém, está apenas no desenho, pois o Citroën será produzido em Porto Real, RJ, em outra plataforma, a CMP, desenvolvida pela PSA, e de onde saem também os C3 e C3 Aircross atuais. O Fastback é produzido em Betim, MG.

Indústria argentina convive com cortes de produção e PDVs

São Paulo – Nos últimos dias, e em momento conturbado da vida econômica do país, ao menos três empresas fabricantes de veículos instaladas na Argentina corrigiram a rota de suas operações industriais. Segundo o portal Motor 1 Argentina Renault e Toyota abriram PDVs, programas de demissão voluntária, e a General Motors suspendeu a produção, ainda que por diferentes razões.

Na Toyota, em Zárate, o PDV pretende reduzir quatrocentos postos de trabalho em função da redução do planejamento de produção para o ano. Segundo o portal, que cita sindicatos como fonte, a queda nas exportações para mercados como Chile, Colômbia e Peru foi o motivo da revisão, para baixo, da meta de produção da Toyota, que produz a picape Hilux, o SUV SW4 e o utilitário Hiace.

Em Córdoba a Renault decidiu não renovar o contrato temporário de 270 trabalhadores, antecipou férias coletivas e abriu um PDV, sem metas específicas. Fontes ligadas à montadora afirmaram à Motor 1 que a razão é a queda nas vendas domésticas, na faixa dos 30% sobre o ano passado, que reduziram a demanda pelos modelos Kangoo, Sandero, Stepway, Logan e pelas picapes Alaskan e Nissan Frontier, que são produzidas em unidade separada. Grande parte do volume produzido em Córdoba atende ao mercado local.

No complexo de Alvear, em Santa Fé, onde a GM produz o Tracker para o mercado local e exportação, a produção foi paralisada de 27 de março a 14 de abril. Em comunicado oficial à publicação local a GM diz que a parada é “devido a problemas com fornecimento de peças de fornecedores afetados por pagamentos no Exterior”.

São fabricantes de autopeças que se endividaram em dólares no ano passado, seguindo recomendação do governo, que prometeu recuperar essas moedas no câmbio oficial do Banco Central – promessa não cumprida. Diante da dívida acumulada fornecedores de insumos começaram a cortar as exportações para a Argentina.

Primeiras habilitações ao Mover deverão sair nos próximos dias

São Paulo – Não deverá demorar muito para que as primeiras empresas automotivas estejam habilitadas ao Mover, Mobilidade Verde e Inovação, a segunda fase do Rota 2030 que dita os rumos da política industrial do setor automotivo brasileira. Como os recursos são finitos – R$ 19 bilhões em créditos financeiros, sendo R$ 3,5 bilhões em 2024, R$ 3,8 bilhões em 2025, R$ 3,9 bilhões em 2026, R$ 4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões em 2028 – e, pelo que indicou Uallace Moreira, secretário de desenvolvimento industrial do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com as avaliações sendo realizadas por ordem de chegada, a tendência é de uma corrida para apresentar projetos ao ministério.

A portaria publicada na terça-feira, 26, ampliou o espectro: o dispêndio mínimo de pesquisa e desenvolvimento para as autopeças, por exemplo, ficou abaixo do que era no Rota 2030, 1%, ante 1,2%.

“Acredito que foi uma forma do governo de ampliar o alcance do programa”, afirmou Francisco Tripodi, sócio diretor da Pieracciani, consultoria que, no Rota 2030, atendeu a 19% das empresas habilitadas. “Um incentivo para aumentar a adesão, que foi baixa na primeira fase.”

Tripodi disse que muitas empresas, especialmente da cadeia de autopeças, apesar de conseguirem alcançar o mínimo exigido, acabam desistindo de entrar no programa por receio das porcentagens: “É preciso fazer muita conta, simular muitos cenários para decidir aderir ou não. Porque uma vez dentro não tem como sair: é preciso cumprir todos os requisitos”.

Das montadoras a expectativa é de adesão total. Os R$ 19 bilhões, portanto, podem ser “pouco” para o setor automotivo, que já tem mais de R$ 107 bilhões em investimentos acumulados de 2021 a 2032. Todos os investimentos, seja em pesquisa e desenvolvimento, seja em projetos industriais para novos produtos ou realocação de unidades industriais no Brasil, passando por projetos de reciclagem, são candidatos a receber os créditos financeiros previstos no Mover.

O consultor acrescentou que a forma escolhida pelo governo, de ordem de chegada, pode gerar confusão no futuro: “Este método fere o princípio da isonomia econômica. Não leva em consideração a meritocracia, por exemplo, não necessariamente o melhor projeto será o escolhido, mas aquele que chegou mais rápido. E se o investimento não for cumprido, como ficará?”.

A primeira portaria, porém, só trouxe uma parte das regulamentações e, por isto, algumas dúvidas só poderão ser sanadas mais adiante. Nas próximas semanas é esperada a publicação de outra regulamentação importante, a do IPI verde, que definirá a cobrança de imposto com base na motorização, combustível e índice nacionalização e de reciclabilidade de cada veículo.

O governo pretendia publicar tudo junto, mas optou por separar a regulamentação das habilitações da do IPI verde porque o segundo ainda gera muita discussão: a depender do teor uma fabricante poderá ser beneficiada em função da outra por causa dos projetos que têm em seu horizonte. 

Scania negocia investimento com a matriz e anuncia contratações

São Paulo – Com operações em três turnos de produção em algumas áreas o complexo industrial da Scania, em São Bernardo do Campo, SP, parece ter virado de vez a página da traumática transição para o Euro 6. Para alicerçar o aumento da demanda o chão de fábrica ganhará o reforço de trezentos profissionais até junho, segundo o presidente e CEO da Scania Latin America, Christopher Podgorski.

Ele está otimista com 2024, em que projeta incremento de 15% nas vendas. O ano começou aquecido, os telefones voltaram a tocar estimulados pelo movimento de queda nos juros, hoje em 10,75% ao ano. No primeiro bimestre os 2,5 mil emplacamentos superaram em 50% o volume do mesmo período em 2023, ao passo que o mercado encolheu 10,6% – a Scania não possuía estoque de Euro 5 para comercializar no início do ano passado.

Neste cenário novo ciclo de investimentos já vem sendo negociado com a matriz. Embora Podgorski tenha afirmado que negociações ocorrem todos os anos, em uma perspectiva de dez anos, com o objetivo de renovar, manter a capacidade e introduzir novos produtos, ele contou que foi apresentado um novo plano: “Não foi aprovado ainda, mas não significa que não está aprovado”.

Trata-se de um aporte incremental, como qualificou, com o objetivo de introduzir novas tecnologias. O executivo assegurou que a Scania não descarta a eletrificação de ônibus e que não há datas definidas para a sua introdução, mas que deverá ocorrer em breve.

“Este é o momento de maturar o plano de negócios. Estamos em discussão adiantada. Não é uma questão de se, mas de quando. Teremos a eletrificação industrializada aqui.”

Para isto, entretanto, é fundamental que o Mover, Mobilidade Verde e Inovação, esteja aprovado.

Quando a entrevista do executivo foi concedida com exclusividade à Agência AutoData, durante o Seminário Megatendências 2024, o primeiro passo para que as empresas do setor possam se habilitar ao programa ainda não havia sido dado. Na terça-feira, 26, porém, foi assinada a primeira portaria do programa, que trata de regulamentações de gasto mínimo em P&D, do sistema de acompanhamento dos investimentos e das penalidades em caso de descumprimento.

Com admissões temporárias o chão de fábrica em São Bernardo do Campo terá 3,8 mil profissionais. Foto: Adonis Guerra/SMABC.

“Aporte pode ser liberado no mês que vem ou em seis meses”

Podgorski foi enfático quanto à necessidade de se estabelecer arcabouço legal e normas de segurança jurídica antes de se fazer os investimentos necessários em eletrificação: “Insisto em dizer que não é se, mas quando. Pode ser no mês que vem ou daqui a seis meses”.

Os primeiros passos da Scania na produção de elétricos no Brasil deverão ser dados com veículos que circulem em zonas conurbadas. O CEO contou que a montadora já está “testando, provando e maturando” caminhões e ônibus, que hoje podem ser importados a pedido de cliente.

Nesse processo de tropicalização os veículos estão percorrendo vias com lombadas, valetas e sob temperatura de 40°C à sombra pois, “se um veículo circular no Mato Grosso opera em qualquer lugar do mundo”.

Ponto crucial que antecede a fabricação local é a temperatura da bateria, ressaltou: “Qualquer veículo a bateria tem de rodar a 25°C, independentemente se estiver no Alasca ou no Saara. Ela não quer saber da temperatura externa. Então precisamos ter equipamentos de aquecimento ou refrigeração que garantam o ambiente de trabalho de uma bateria a fim de que ela possa durar os oito ou dez anos estimados. Por isso estamos testando aqui um equipamento de refrigeração”.

Segundo Podgorski equipe de trezentos engenheiros no centro de P&D da unidade de São Bernardo do Campo trabalha com tropicalização de produtos que nasceram europeus e com atividades que não são desenvolvidas mais na Suécia, a exemplo dos ônibus.

Dias ruins do Euro 6 agora são olhados pelo retrovisor: no primeiro bimestre Scania elevou em 50% os emplacamentos de caminhões, somando 2,5 mil unidades. Foto: Divulgação.

Scania volta a contratar a fim de repor empregos perdidos na transição

Durante a turbulenta transição para o Euro 6 e a brusca queda nos pedidos a Scania diminuiu seu ritmo de produção de três para um turno, após adotar férias coletivas e paradas na fábrica, o que teve início em março do ano passado e se estendeu por dez meses, até o início de 2024.

Nesse contexto contratos de trabalho temporários deixaram de ser renovados. Mas de outubro a janeiro 380 funcionários temporários foram sendo incorporados, a fim de que o segundo turno voltasse a operar e, agora, estão em processo de contratação outros trezentos profissionais, também temporários.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a ideia é estender o terceiro turno a todas as atividades da fábrica e o objetivo é repor a necessidade do ano passado e apoiar o aumento do volume de produção. Esses operários deverão ingressar na empresa a partir do fim de maio e início de junho.

Dessa forma o efetivo somará 5,1 mil profissionais, sendo 3,8 mil no chão de fábrica.

Audi lança edição especial do RS 6 Avant Legacy limitada a quinze unidades

São Paulo – Em celebração aos trinta anos de atividade no País a Audi lançou versão exclusiva para o mercado brasileiro do RS 6 Avant Legacy, em série especial limitada a quinze unidades comercializadas por R$ 1 milhão 366 mil. Os veículos, na cor azul ascari fosca, exclusiva do modelo no Brasil, vêm com logotipo Audi 30 years gravado no vidro traseiro além de numeração individual da 1 a 15 no mesmo espaço.

Segundo a Audi o motor 4.0 litros TFSI V8 biturbo recebeu turbo-compressores maiores e ganhou ajuste fino de software de controle e de transmissão para oferecer respostas mais rápidas do conjunto mecânico. A potência subiu de 600 cv para 630 cv.

O superesportivo acelera de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos, 0,2 segundo mais rápido do que o RS 6 Avant Performance, modelo no qual baseia-se esta versão. De 0 a 200 km/h ele alcança em 11,7 segundos. Sua velocidade máxima é de 280 km/h.

Devido ao amplo espaço interno, com 2 mil 930 mm de distância entre-eixos e porta-malas de 565 litros, o modelos detém característica familiar. A capacidade do tanque de combustível é de 73 litros.

Na Europa a venda de eletrificados empatou com a de veículos a combustão

São Paulo – As vendas de automóveis com motor a combustão e dos eletrificados registraram empate técnico, em fevereiro, na União Europeia. Com 48,4% das vendas os modelos a combustão ainda são maioria, mas os eletrificados somaram 48,2%, segundo dados da Acea, que representa o setor automotivo na região.

Mês a mês os eletrificados vêm crescendo e em breve deverão superar as vendas dos ICE na Europa. Mas a maioria ainda tem um motor a combustão por debaixo do capô: os híbridos convencionais representaram 28,9% das vendas no mês passado. Os 100% elétricos responderam por 12% e os híbridos plug-in 7,3%, segundo a Acea.

Dentre os veículos a combustão os movidos a gasolina chegaram a 35,5% de participação, enquanto os movidos a diesel somaram 12,9%.

As vendas totais no mês passado somaram 883,6 mil unidades, expansão de 10,1% sobre igual mês de 2023 e de 3,7% na comparação com janeiro. Os quatro principais mercados da Europa registraram alta e ajudaram no crescimento: França 13%, Itália 12,8%, Espanha 9,9% e Alemanha 5,4%.

No acumulado do ano as vendas já somam 1,7 milhão de unidades, avanço de 11,2% sobre o primeiro bimestre de 2023, com os quatro principais mercados puxando essa expansão: Alemanha 11,8%, Itália 11,7%, França 11,2% e Espanha 8,87%.