Mover estimulou investimentos de R$ 67 bilhões

São Paulo — Desde que começou a ter suas regras definidas, no início deste ano, o Mover, Mobilidade Verde e Inovação, atualmente na fase de análise das empresas que serão habilitadas, estimulou o anúncio de aportes de R$ 67,3 bilhões por parte de sete montadoras somente em 2024. O mais recente foi o da HPE Automotores, de R$ 4 bilhões em Catalão, GO, até 2028.

A primeira a puxar a fila foi a General Motors, com R$ 7 bilhões nos próximos quatro anos, seguida da Volkswagen, com R$ 9 bilhões também até 2028, da Hyundai com R$ 5,5 bilhões até 2032, da Toyota com R$ 9,3 bilhões até 2030 e da Stellantis com R$ 30 bilhões nos próximos cinco anos.

Até mesmo a BYD, que no ano passado havia anunciado investimentos de R$ 3 bilhões de 2024 a 2030, revisou seu plano e ampliou o valor em R$ 2,5 bilhões, para R$ 5,5 bilhões, a fim de acelerar o processo de instalação no Brasil no terreno em que operava a fábrica da Ford em Camaçari, BA.

Se forem somados valores que vêm sendo injetados desde 2021 com ciclos ainda vigentes o total chega a R$ 101,8 bilhões, em linha com o que o vice-presidente e ministro do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, havia estimado.

Confira a lista dos investimentos totais estimados:

Stellantis – R$ 30 bilhões de 2025 a 2030
Volkswagen – R$ 16 bilhões de 2022 a 2028
Toyota – R$ 11 bilhões de 2024 a 2030
GWM – R$ 10 bilhões de 2023 a 2032
General Motors – R$ 7 bilhões de 2024 a 2028
BYD – R$ 5,5 bilhões de 2024 a 2030
Hyundai – R$ 5,5 bilhões de 2024 a 2032
Renault – R$ 5,1 bilhões de 2021 a 2027
Caoa – R$ 4,5 bilhões de 2021 a 2028
HPE – R$ 4 bilhões de 2024 a 2028
Nissan – R$ 2,8 bilhões de 2023 a 2025
BMW – R$ 500 milhões de 2022 a 2025

TOTAL – R$ 101,8 bilhões

Das fabricantes de veículos leves somente Honda e Jaguar Land Rover não possuem ciclos de investimento em vigor. Embora a Honda tenha aberto recentemente segundo turno em suas fábricas de Itirapina e de Sumaré, SP, por ora prefere primeiro compreender os efeitos do Mover. A JLR admitiu que negocia com a matriz aporte para unidade de Itatiaia, RJ.

HPE anuncia investimento de R$ 4 bilhões em Catalão até 2032

São Paulo – A HPE Automotores, representante da Mitsubishi Motors no Brasil, anunciou investimento de R$ 4 bilhões na fábrica de Catalão, GO, até 2032. Os recursos serão aplicados para realizar adequações na linha de produção, iniciar a fabricação de novos veículos e no desenvolvimento de tecnologias. Apenas dois modelos saem da linha de produção brasileira: a picape Mitsubishi L200 Triton e o SUV Eclipse Cross, também disponível na versão 4×4.

Conforme o CEO da HPE, Mauro Correia, antecipou à Agência AutoData em entrevista em novembro de 2023 a companhia estava negociando investimento junto à matriz, no Japão, a fim de ampliar o portfólio nos próximos três anos, o que poderia incluir versões híbridas, a depender dos novos incentivos do governo e da renovação dos benefícios fiscais para as regiões Centro-Oeste e Nordeste. Tanto que o aporte incluirá o desenvolvimento das tecnologias híbridas e flex.

Durante sua participação no Congresso Perspectivas 2024 realizado por AutoData, também em novembro, Correia contou que o primeiro veículo do projeto de ampliação do portfólio em três anos será um SUV híbrido, que em um primeiro momento será importado.

Embora a ideia inicial fosse a de que o veículo chegaria ao mercado brasileiro ainda em 2024 a nova projeção é 2025, quando devem ter início as vendas dos produtos oriundos desse investimento. O executivo disse ainda que a ideia, ao ampliar as opções Made in Catalão, é também aumentar as exportações, hoje em volume pequeno.

O plano de investimentos para os próximos oito anos contempla o financiamento de pesquisas e estudos para a criação de sistemas de produção cada vez mais sustentáveis e treinamentos constantes para a adequação e capacitação do efetivo de fábrica.

Trabalham no local em torno de 2 mil trabalhadores diretos e 10 mil indiretos, o equivalente a 10% da população de Catalão. Na avaliação de Correia os investimentos proporcionarão mudanças benéficas para parte importante da força de trabalho da cidade e região, onde a principal atividade econômica é a indústria automotiva: “Teremos profissionais cada vez mais capacitados e aptos a se desenvolver nas suas carreiras”.

Saem das linhas de produção da fábrica, que completou 26 anos, em torno de 2 mil veículos, sendo 75% desse volume unidades da picape L200 Triton e, o restante, do SUV Eclipse Cross.

Fábricas conectadas demandam alto nível de segurança contra ataques externos e internos

São Paulo – As fábricas, da indústria automotiva e de outras áreas, estão cada vez mais conectadas, com equipamentos que se comunicam por meio de conexão realizada, na maioria das vezes, por cabos de rede. Também existe o uso do wifi industrial, como a segunda principal opção para conectar equipamentos e, depois, aparecem em menor escala novas tecnologias como 3G, 4G e bluetooth. Mas toda essa conectividade, que traz uma série de ganhos para as empresas, também carrega alguns riscos relevantes que precisam ser levados em consideração, como ataques internos e externos que podem gerar danos e até paralisar a produção.

Márcio Roberto dos Santos, consultor técnico de conectividade industrial da Siemens, explicitou a diferença de um ataque interno para um externo: o primeiro é causado por alguém que trabalha na unidade e que, por algum motivo, resolve apertar um botão que não deveria ou acessar uma rede que ele não pode e causar uma série de problemas. Isto pode acontecer por vários fatores, como falha no treinamento, ou porque o funcionário não está feliz na empresa:

“Estes ataques internos têm uma amplitude maior e podem acontecer com maior frequência, mas os ataques externos também são uma realidade e, quando alguém de fora se conecta a um equipamento da fábrica, ele pode fazer algo malicioso, como parar a produção”.

Para realizar um ataque externo grupos de hackers altamente profissionalizados e espalhados por todo o mundo ficam buscando uma forma de acessar a unidade fabril, seja por um e-mail com um vírus anexado em um link ou por um pen-drive que de alguma forma chega até a fábrica e é conectado por um funcionário curioso. O perfil dos hackers mudou, não é mais aquele jovem inteligente que do seu quarto escuro fica tentando acessar o equipamento de uma fábrica ou controlar os comandos de um veículo: são, hoje, grandes organizações criminosas que têm a intenção de sequestrar algum equipamento para ganhar muito dinheiro com a empresa pagando o resgate da sua operação. 

Este é o pior cenário para uma fábrica, de acordo com o consultor da Siemens, porque depois que o atacante consegue paralisar a operação de um equipamento e assumir o seu controle a fábrica fica parada, gerando prejuízo para a empresa, e a partir disto os hackers solicitarão um valor muito alto para desbloquear o aparelho. Em 2022 a Toyota sofreu um ataque em suas fábricas instaladas no Japão, que tiveram a produção paralisada por causa disto e, alguns meses depois, a operação do seu braço financeiro também foi atacada, com o vazamento de dados dos clientes. 

Diante deste cenário a companhia tem duas opções: pagar o resgate que está sendo pedido ou usar recursos próprios para desbloquear o equipamento e reassumir o controle. Esta segunda opção, contudo, demora mais tempo e, enquanto isto, a unidade está parada gerando prejuízo ainda maior a cada minuto:

“Os atacantes estão cada vez mais criativos neste sentido e, depois de sequestrar o equipamento e solicitar o resgate, uma série de outros movimentos pode acontecer, como pedir um segundo resgate para não divulgar dados e planos futuros que foram obtidos a partir do primeiro ataque”.

No caso de uma montadora futuros projetos, dados de produção e custos podem ser revelados para o mundo e isso traria mais um grande prejuízo.

Depois de tudo isto os hackers também estão trabalhando com uma terceira opção de extorsão: eles cobram para não revelar ao mundo que uma determinada empresa teve sua segurança violada e que sua fábrica foi invadida. Se casos destes são divulgados uma empresa com capital aberto, por exemplo, pode ver despencar o preço de suas ações.

Todos os exemplos de ataques externos citados pelo executivo da Siemens já foram vistos no mercado e estão acontecendo, mas na maioria das vezes não são divulgados e as empresas acabam pagando aos hackers os valores solicitados que são muito altos, como US$ 10 milhões a US$ 15 milhões. Depois disto as empresas trabalham para elevar ainda mais a segurança dos equipamentos mas este é um trabalho que precisa ocorrer de forma contínua, porque todo dia os atacantes estão buscando novas fragilidades das máquinas para conseguirem acessá-las.

Este tipo de trabalho virou uma grande indústria, quase como plano de carreira, porque existem alguns grupos que desenvolvem tecnologias para invadir e sequestrar equipamentos que são alugados para terceiros realizarem os ataques. Há grupos que querem realizar o ataque mas não têm as ferramentas para isto e alugam o sistema de outro grupo, por valores altos, movimentando muito dinheiro em todo o mundo. 

O futuro das indústrias envolve digitalização e o processamento de dados em um nível muito rápido mas sem conectividade nada disso é possível. A conectividade, porém, abre as portas para estes possíveis ataques e, assim, fornecedores de robôs e de outras máquinas devem projetar para seus equipamentos um bom nível de segurança: este é um ponto que deles se cobra na hora de fechar um novo contrato. 

Como as montadoras protegem suas fábricas?

Quando a empresa compra novas máquinas no mercado elas já são entregues com o melhor nível de segurança até aquele momento, de acordo com o executivo da Siemens, mas nada impede que no futuro um ataque aconteça naquele equipamento por uma nova tecnologia desenvolvida pelos hackers. Por isto a Siemens dispõe de equipe que monitora todas as suas máquinas instaladas no mundo, 24 horas por dia, todos os dias da semana, e busca possíveis vulnerabilidades. Quando as encontram uma atualização é gerada de forma online para elevar a segurança da máquina.

A Claroty, empresa que também atua no segmento de segurança cibernética, testando diversos equipamentos que são instalados nas fábricas com a intenção de garantir a sua segurança contra possíveis ataques, notou que as montadoras também estão exigindo que seus fornecedores avancem nesse ponto, protegendo suas fábricas para garantir contratos futuros, segundo o vice-presidente da Claroty para a América Latina, Ítalo Calvano:

“Os fornecedores precisam ter algum tipo de proteção para garantir o fornecimento para as montadoras. Existem duas situações: a de um fornecedor de pneus que se tiver sua fábrica parada atingirá diretamente a produção da montadora e a outra envolve fornecedores de componentes eletrônicos, que precisam garantir a segurança da peça para que no futuro aquele veículo não seja acessado ou controlado de forma externa”.

Dessa forma a empresa é responsável por testar diversos equipamentos instalados nas fábricas de montadoras e de fornecedores, seja um equipamento mais antigo que ganhará conectividade ou um novo que será inserido na unidade fabril e precisa passar por uma série de testes antes de entrar em operação para garantir sua segurança. 

A Claroty opera desde 2019 na América Latina pois as montadoras começaram a olhar cada vez mais para este segmento. A expectativa é de que isto avance cada vez mais para as fabricantes da cadeia de fornecimento, mesmo que seja um tema novo, porque dados internos da empresa mostram que 60% das indústrias já perceberam que é necessário ter segurança cibernética em suas fábricas. A expectativa da Claroty é de que o mercado global de segurança cibernética industrial chegue a US$ 10,5 bilhões em 2031.

A operação da Siemens no Brasil vai além de fornecer equipamentos: ela também oferece toda a arquitetura de cibersegurança para uma fábrica, com capacidade para conectar máquinas de diferentes fornecedores, protegendo toda a unidade com um único sistema. Essa demanda existe porque diversas empresas querem focar no seu negócio, comprando no mercado a tecnologia necessária para proteger a unidade fabril.

Nesses casos a Siemens também oferece o apoio da sua central de monitoramento 24 horas sendo responsável por avaliar em tempo real a segurança de cada equipamento da unidade, buscando atualizações e formas de manter a fábrica mais segura a cada dia. Se um possível ataque em andamento for detectado a Siemens avisa o seu cliente para que a melhor decisão seja tomada, paralisando o equipamento ou até a produção toda para impedir a entrada do atacante.

Conexão 5G trará mais segurança?

Com a chegada do 5G novas dúvidas começam a surgir: foi desenvolvido para atender a demandas de conexão das pessoas e não das fábricas, mas é mais seguro do que as conexões de 3G e 4G atuais porque possui mais camadas de criptografia. Com o uso do 5G industrial as fábricas podem ficar ainda mais seguras, criando uma rede privada com esta conexão a partir de uma antena própria, à qual ninguém de fora tem acesso.

Segundo o gerente da Siemens a empresa já desenvolveu esta tecnologia na Europa, conseguindo oferecer uma rede totalmente privada para seus clientes, reduzindo a possibilidade de ataques externos, que só acontecem se alguém de fora tiver acesso a um chip que se conecta ao 5G daquela rede fechada: “Traremos esta tecnologia para o Brasil”.

No futuro os clientes da Siemens escolherão se querem migrar para o 5G ou se mantêem sua conexão via cabos, como acontece na grande maioria das indústrias atualmente. O que vai determinar é o nível de transmissão de dados que cada empresa precisa porque o nível de transmissão do 5G é muito alto mas não supera os cabos: dependerá, então, do tipo de operação: “O 5G não matará as redes via cabo e teremos uma mescla das duas tecnologias”.

Na contramão do mercado, caminhões e ônibus recuam 10% de janeiro a março

São Paulo – As vendas de veículos pesados caíram 10,3% no primeiro trimestre, na comparação com os três primeiros meses de 2023, somando 31,2 mil unidades. O volume comercializado em março foi de 11,7 mil unidades, queda de 4,7% com relação ao mesmo mês de 2023 e alta de 18,3% sobre fevereiro, segundo dados divulgados pela Fenabrave na quarta-feira, 3, durante entrevista coletiva à imprensa realizada em sua sede.

Os caminhões somaram 25,9 mil vendas de janeiro a março, recuo de 5,6% na comparação com iguais meses de 2023. As de março somaram 9,7 mil, alta de 3,4% sobre março do ano passado e expansão de 18,3% sobre fevereiro:

“Acredito que o efeito do Euro 6 já passou, o mercado já absorveu os aumentos de preço e devemos reverter essa queda ao longo do ano e fechar com um resultado positivo”, disse o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior. “Diante deste cenário mantemos nossa projeção de alta de 10% no ano”.

Já os ônibus somaram 5,3 mil vendas no trimestre, queda de 27,9% com relação a igual período do ano passado. Em março somaram 2 mil unidades, retração de 30,3% na comparação com igual período de 2023 e expansão de 18,6% sobre fevereiro. 

Andreta Jr acredita que mesmo com o começo de ano difícil o cenário também será revertido, como ele espera que aconteça com caminhões: 

“Esperamos uma recuperação já em maio e junho, que costuma concentrar um bom volume de vendas. O programa Caminho da Escola e outras demandas do Ministério das Cidades deverão aquecer o setor e puxar o crescimento. Já temos mais de 16 mil unidades licitadas até agora que serão comercializadas em breve”.

Venda de automóveis e comerciais leves avança 11% no primeiro trimestre

São Paulo – As vendas de automóveis e comerciais leves no primeiro trimestre somaram 483,3 mil unidades, expansão de 10,7% na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com dados divulgados pela Fenabrave, durante entrevista coletiva à imprensa realizada em sua sede na quarta-feira, 3. O resultado ficou próximo da projeção da entidade, que é de alta de 12% no ano.

O presidente José Maurício Andreta Júnior afirmou que a expectativa é de que o mercado siga com este ritmo de crescimento: “Quando todos falavam em uma alta de 7% projetamos um mercado 12% maior e manteremos esta projeção após os resultados de janeiro a março. Vale lembrar que o segundo semestre costuma ser mais aquecido”.

O cenário é considerado bom para o mercado de veículos, que passa por um momento de maior disponibilidade de crédito para financiamentos, o que afeta diretamente o aumento  das vendas, assim como a taxa de juros que deverá continuar caindo ao longo do ano. A Fenabrave também ressaltou alguns dados macroeconômicos importantes para o setor, como o aumento dos empregos e a maior renda da população brasileira.

Com relação aos financiamentos Andreta disse que a expectativa é de que volte a ser como sempre foi, representando de 60% a 70% das vendas totais. Dados da B3 mostraram que em fevereiro do ano passado o volume de financiamentos era de 52,6% e que, um ano depois, este porcentual já avançou para 56,7%. 

Em março, conforme antecipado por AutoData, as vendas somaram 176 mil unidades, volume 5,7% menor do que o de março do ano passado e 13,3% maior do que o registrado em fevereiro. A queda na comparação com igual mês do ano passado foi puxada por dois fatores: menor número de dias úteis e greve dos funcionários do Ibama, que está travando a distribuição de carros importados pelo País:

“Não sabemos quantos carros estão parados, mas se eles estivessem nas concessionárias as vendas seriam maiores”.

Autozone anuncia a abertura de 360 postos de trabalho

São Paulo – Na esteira do plano de fortalecer sua presença no País por meio da expansão de lojas em sete estados, de 107 para 150 até o fim do ano, a Autozone anunciou a abertura de 360 postos de trabalho. As vagas, para contratação efetiva em regime CLT, incluem 35 oportunidades para PcDs, pessoas com deficiência.

A revendedora de autopeças e acessórios está recrutando profissionais para os cargos de gerente de projetos, gerente de loja, supervisor comercial, supervisor de loja, especialista de peças, representante de vendas, e também para posições administrativas, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Interessados podem se candidatar por meio do site https://autozone.pandape.infojobs.com.br/.

Omoda Jaecoo planeja abrir 50 concessionárias até o fim do ano

São Paulo – A Omoda Jaecoo revisou seu plano de vendas no Brasil e alterou o processo de abrir quarenta concessionárias até o fim do ano ao ampliá-lo para cinquenta. O anúncio dos 25 grupos selecionados para representar 43 unidades das duas marcas será realizado em maio. A segunda rodada de concorrência será iniciada em outubro, quando as lojas restantes serão definidas e iniciadas as tratativas para os próximos anos.

As marcas levarão ao Salão do Automóvel de Pequim, este mês, potenciais grupos de concessionários para visita à sua sede, em Wuhu, na Província de Anhui, para que possam também conhecer a linha de produção.

Segundo Felipe Amaral de Souza, chefe de vendas da Omoda Jaecoo Brasil, o plano de negócios prevê novos modelos para 2025 além dos três veículos já anunciados para este ano, a exemplo do SUV cupê Omoda 5 escolhido para a estreia, nas versões elétrica e híbrida.

Cummins Meritor nacionaliza a carcaça do eixo MS-120

São Paulo – A carcaça do eixo MS-120, utilizado em caminhões e ônibus, a partir de agora é fabricada pela unidade da Cummins Meritor em Osasco, SP. Com capacidade para de 10 a 14 toneladas de PBTC, Peso Bruto Total Combinado, o principal componente estrutural do eixo montado sob a suspensão é fundamental para suportar as cargas das aplicações.

A ampliação da nacionalização do portfólio de eixos e sistemas de drivetrain integra plano da Cummins Meritor de fortalecer a capacidade da região. Segundo o gerente geral para a América do Sul, Kleber Assanti, o anúncio traz as vantagens da compra nacional, o que promove agilidade na entrega da peça, do aumento de conteúdo local, o que contribui para o Finame, e do fortalecimento da indústria brasileira. 

Assanti ressaltou que a carcaça do MS-120 também é utilizada na versão ECO, Electric Compatible, eixo desenvolvido pela engenharia brasileira para equipar veículos elétricos. Para localizar o componente a Cummins Meritor investiu na aquisição de novos ferramentais de usinagem e em instalações mais modernas na linha de produção. O valor, no entanto, não foi divulgado.

Picape híbrida da BYD terá porte de médio a grande

São Paulo – A picape híbrida da BYD que chegará ao mercado brasileiro até dezembro terá porte de médio a grande. A reportagem da Agência AutoData teve acesso a imagens do modelo, ainda disfarçado, em testes.

O modelo foi desenvolvido para o mercado global e chegará ao Brasil, conforme seu diretor de comunicação e marketing, Pablo Toledo, adiantou no Seminário Megatendências, organizado por AutoData em março.

84% dos brasileiros estão dispostos a mudar sua forma de mobilidade

São Paulo – Em todo o mundo três a cada quatro pessoas desejam optar por um meio de transporte que cause menor impacto ao meio ambiente. No Brasil essa pré-disposição é ainda maior, chegando a 84%. Mais: a maioria dos cidadãos brasileiros aceitaria parar de usar meios de transporte em que se tem um único passageiro, como carros e motocicletas.

Foi o que apontou levantamento realizado pela YouGov, empresa global de pesquisas online, apresentado pela Stellantis durante a segunda edição anual do Freedom of Mobility Forum, ou Fórum da Liberdade da Mobilidade, que busca debater como o planeta acomodará as necessidades de mobilidade de 8 bilhões de pessoas.

A ideia da enquete foi medir a disposição pela mudança de hábitos de transporte a partir das respostas de cerca de 5 mil entrevistados acima de 18 anos no Brasil, França, Índia, Marrocos e Estados Unidos, sendo em torno de 1 mil em cada um destes países.

Na média uma a cada quatro pessoas ao redor do mundo, ou 25% do total, declararam ainda não estar prontas para fazer qualquer mudança de transporte a fim de limitar o impacto no ambiente, “mas, ao se analisar que três em quatro estão prontos para mudar de hábito, tem-se algo muito encorajador”, disse Alexandre Devineau, gerente geral da YouGov na França, que apresentou os resultados em evento online organizado pela Stellantis.

A indisposição para alterar sua forma de mobilidade é ainda maior nos Estados Unidos, em que 40% dizem não estar preparados. E o porcentual chega a 51% se forem considerados moradores de zonas rurais e maiores de 55 anos, para quem este seria um desafio ainda maior. Considerando áreas urbanas a resistência alcança 31% das pessoas.

Na outra ponta, em países emergentes como Brasil e Índia, estes porcentuais são bem menores, sendo de 16% no meio dos brasileiros, o que indica a mais baixa resistência a mudanças na mobilidade nos cinco países envolvidos na pesquisa. Dos indianos 18% disseram que não querem mudar. Na França o porcentual é de 23% e de 26% no Marrocos, 26%.

Somente 10% dos cidadãos globais lançaram mão de mudanças radicais

Considerando que, na média, 75% das pessoas ao redor do mundo estão predispostas a optarem por um transporte de menor impacto no meio ambiente e que 40% delas já tomaram alguma atitude, a França lidera este tópico, uma vez que mais da metade da população começou a modificar seus hábitos de transporte. A Índia vem na sequência, com 48%, e o Brasil aparece logo atrás, com 45%. No Marrocos são 33% e nos Estados Unidos 31%.

Apesar das boas intenções se for posta uma lupa sobre os que adotaram mudanças drásticas trata-se de menos de 10% dos cidadãos globais. Neste ponto a Índia é o país com a maior proporção, chegando a 14%, seguido de Brasil e Estados Unidos, ambos com 9%, e Marrocos, com 8%, e a França com 6%.

“Isso claramente ilustra que a jornada para os meios de transporte mais verdes é longa e que ainda estamos no início de uma transformação radical.”

Nos países emergentes é maior a aceitação para reduzir o uso de transporte individual

Em resposta à mudança climática a pesquisa questionou também se os cerca de 5 mil entrevistados concordariam em parar de usar formas de mobilidade em que são o único passageiro, por exemplo, carros e motos. E o resultado foi que seis a cada dez cidadãos se dizem prontos para abandonar o transporte deste tipo.

“Aqui é muito interessante notar a discrepância da Índia, do Brasil e do Marrocos, de um lado, da França e dos Estados Unidos, de outro”, observou Devineau. “Nos três primeiros os cidadãos estão a fim de desistir dessa forma de mobilidade individual. A proporção chega a 82% na Índia.”

No Brasil 75% disseram que sim e no Marrocos 70%.

Estas respostas evidenciam uma forte disparidade dos mercados maduros com relação aos emergentes, uma vez que na França esse porcentual é de 50% e nos Estados Unidos de 40%. Aqui também a ruralidade exerce grande impacto pois, de fato, apenas 28% dos estadunidenses que moram em áreas rurais topariam a proposta, porcentual semelhante aos que têm mais de 55 anos, com 27%.

Isto passa pela necessidade de se propor alternativas viáveis aos meios de transporte individuais, reforçou Devineau.

Baby boomers são os mais resistentes a mudanças

Tal desafio enfrenta barreiras também na questão geracional. Os Baby Boomers, de 64 a 79 anos, são os que têm maior resistência a mudanças, uma vez que abrir mão do transporte individual pode afetar sua independência. Não à toa 47% deles discordam da proposta.

Considerando a geração mais jovem, no entanto — a geração Z, que inclui jovens de 18 a 27 anos –, 65% deles concordam em parar de usar formas de mobilidade em que são o único passageiro. Esse porcentual empata com a geração X, de 41 a 63 anos, e chega a 67% nos Millenials, de 28 a 40 anos.

Perguntados ainda sobre que partes interessadas exercem maior influência na opção por transportes com menos emissões a maioria respondeu: legisladores, para 36%, e os cidadãos, para 33%.

No Brasil os cidadãos estão em primeiro lugar, com 44% das respostas, seguidos de legisladores, com 38%, e da mídia, com 30%.